No acervo do Diario de Pernambuco foi possível recuperar imagens dos projetos originais do Arruda, com maquetes distintas tanto no primeiro anel (aberto em 1972) quanto na ampliação (finalizada em 1982). Detalhes a seguir…
Em uma reunião no Pina, a “Comissão Pró-Estádio Tricolor” foi criada em 5 de abril de 1955. Já naquele dia, antes de qualquer projeto ou previsão de gasto, já se sabia o nome da praça esportiva: José do Rego Maciel. Entre 1963 e 1964, o arquiteto Reginaldo Esteves elaborou ajustes na planta para a construção do estádio, no lugar do acanhado campo com arquibancadas de madeira. No primeiro projeto oficial, seriam 30 mil lugares. Era bem parecido com o projeto final, com o anel (único) ondulado, mas com dimensões mais modestas.
Em 30 de agosto de 1964 o apelido ‘Colosso do Arruda’ fez total sentido, com a apresentação de um estádio de 70 mil lugares. Ao final da construção, visando a Copa da Independência, em 1972, a capacidade máxima seria de 64 mil.
Em 20 de janeiro de 1980 o projeto de ampliação foi apresentado no Palácio do Campo das Princesas ao então governador de Pernambuco, Marco Maciel – o filho do nome oficial do Mundão. Ao contrário do estádio coral conhecido hoje em dia, a maquete trazia o anel inferior prolongado a um tamanho gigantesco.
A ampliação original (acima) deixaria o estádio com 100 mil lugares. É bom não precisar, porque o dado (e o investimento, em financiamento junto ao Bandepe) mudaria bastante (abaixo), tanto por novos cálculos quanto por informações desencontradas da comissão no longo ano de articulação junto à Prefeitura do Recife, visando a liberação com a arquibancada em cima do canal.
Previsão de gasto com a ampliação
28/01/1980 – Cr$ 70 milhões
23/03/1980 – Cr$ 80 milhões
30/11/1980 – Cr$ 120 milhões
10/05/1981 – Cr$ 215 milhões
26/07/1981 – Cr$ 282 milhões
Previsão de capacidade com a ampliação
20/01/1980 – 110 mil
28/01/1980 – 115 mil
23/03/1980 – 100 mil
10/05/1980 – 110 mil
10/01/1981 – 120 mil
26/07/1981 – 100 mil
Em 19 de maio de 1980, pela primeira vez em publicação no Diario, foi revelada a existência de duas propostas de reforma, com o segundo plano (inédito na ocasião) sendo escolhido posteriormente. Eis o texto original da reportagem:
“Na verdade, o aumento da praça de esporte dos tricolores não está tão fora da realidade quanto se pensa, ou se propala. Existem dois projetos. O primeiro, denominado projeto “A”, bastante regular, é de grande beleza arquitetônica e implica na desapropriação de algumas casas na Rua das Moças e na Rua Rosa Gatorno. O segundo, conhecido como projeto “B”, constaria em se fazer arquibancadas sobrepostas o que viria a dispensar as desapropriações, entretanto, o custo é bem mais elevado e não ficaria a obra tão majestosa como no primeiro projeto.”
Um informe publicitário no jornal, em 18 de janeiro de 1981, trouxe a imagem do projeto final da ampliação (abaixo), com dois anéis (o superior assimétrico) e a chamada “Valeu a pena modificar – Aprovado novo aprovado”. Após um ano de obras, o Torneio Reabertura do Arruda, em 1º de agosto de 1982, reuniu Santa, Náutico, Sport e Central. Na ocasião foram 86.738 espectadores, com a capacidade liberada para… 110 mil. A lotação nunca chegou a tanto (o recorde é de 96.990), mas a carga chegou a ser posta à venda na final de 1983.