Encerrada a temporada 2016, vamos a um balanço econômico dos principais clubes pernambucanos, considerando o desempenho esportivo de cada um nas competições oficiais. Ao todo, considerando as quatro principais forças, um apurado de R$ 84.336.410. Neste contexto, se aplicam as premiações recebidas por fases e/ou títulos, além dos recursos recebidos pela transmissão de cada campeonato, à parte da bilheteria (em outro post, em breve).
Em campo, o Leão da Ilha pouco fez. Parou na semifinal regional, perdeu o título estadual para o Santa, caiu no primeiro mata-mata da Sula, também para o rival tricolor, e ainda foi eliminado da Copa do Brasil na 1ª fase – justamente para poder jogar o torneio internacional. Com tantos insucessos, só ganhou R$ 3,6 milhões, o que corresponde a 8% do montante geral, uma vez que recebeu R$ 42 milhões da televisão pelo Brasileirão, uma receita já assegurada em 2017.
Com a maior receita de sua história, mesmo somando apenas as cotas e premiações, o Santa chegou a R$ 30 milhões – até hoje, já adicionando bilheteria e sócios, chegara no máximo a R$ 17 mi, em 2011. Além da cota de tevê, a maior do clube mesmo sendo a menor da Série A, os corais fizeram por onde nos mata-matas. Títulos no Pernambucano (sem premiação à parte) e no Nordestão, 3ª fase na Copa do Brasil e oitavas na Sula. Só não “pontuou” no Brasileiro (até o 16º lugar) – o rebaixamento, aliás, já comprometeu 2017. Para neste ano, especificamente, a previsão mínima de receita foi superada em 38%.
Quanto ao Náutico, um ano pífio. Fora do Nordestão, o clube tinha na Copa do Brasil o caminho meio para receitas extras, mas acabou eliminado pelo modesto Vitória da Conquista. O acesso perdido na última rodada, também em casa, tirou mais R$ 200 mil do clube – além do maior impacto, de R$ 23 milhões em 2017.
Sport
Estadual – R$ 1.062.142 (fixo)
Nordestão – R$ 1,385 milhão (semifinal)
Copa do Brasil – R$ 420 mil (1ª fase)
Série A (TV fixo) – R$ 35 milhões
Série A (TV ppv) – R$ 6,75 milhões
Série A (premiação) – R$ 900 mil (14º lugar)
Sul-Americana – R$ 988 mil (fase nacional)
Total : R$ 46.505.142 (R$ 3,875 milhões/mês)
Calendário: 66 jogos (R$ 704 mil/jogo)
A previsão mínima era R$ 42,381 mi (aumentou em R$ 4,12 milhões, ou 9,7%)
Santa Cruz
Estadual – R$ 1.062.142 (fixo)
Nordestão – R$ 2,385 milhões (campeão)
Copa do Brasil – R$ 1,56 milhão (3ª fase)
Série A (TV*) – R$ 23 milhões
Sul-Americana – R$ 2,224 milhões (oitavas)
Total: R$ 30.231.142 (R$ 2,519 milhões/mês)
Calendário: 73 jogos (R$ 414 mil/jogo)
* O valor conta todas as plataformas, incluindo o PPV
A previsão mínima era R$ 21,805 mi (aumentou em R$ 8,42 milhões, ou 38,6%)
Náutico
Estadual – R$ 1.062.142 (fixo)
Copa do Brasil – R$ 240 mil (1ª fase)
Série B (TV*) – R$ 5 milhões
Total: R$ 6.302.142 (R$ 525 mil/mês)
Calendário: 54 jogos (R$ 116 mil/jogo)
* O valor conta todas as plataformas, incluindo o PPV
A previsão mínima era R$ 6,15 mi (aumentou em R$ 150 mil, ou 2,4%)
Salgueiro*
Estadual – R$ 122.984 (fixo)
Nordestão – R$ 935 mil (quartas)
Copa do Brasil – R$ 240 mil (1ª fase)
Total: R$ 1.297.984 (R$ 108 mil/mês)
Calendário: 42 jogos (R$ 30 mil/jogo)
* Na Série C, os clubes recebem apenas passagens aéreas e hospedagem
A previsão mínima era R$ 815.000 (aumentou em R$ 482 mil, ou 59,2%)
Como pode o Náutico e Santa Cruz criticar tanto a diferença de cotas de tv do brasileirão, se no pernambucano o abismo é maior ainda. Enquanto no brasileirão os “pequenos” ganham 13,5% das cotas dos “grandes”, no pernambucano é 11,6%. Não existe a mínima meritocracia na divisão de cotas do pernambucano. Por isso acredito que nunca veremos um campeão do interior em Pernambuco ou mesmo em divisões superior do cenário nacional.