Perdeu duas vezes, mas perdeu feliz

Fábio Lino em Argentina x Uruguai, pela Copa América 2011

Santa Fé – Trabalho incessante. Depois de quase 20 horas seguidas ligado no superclássico do Rio da Prata, no sábado, era a hora de voltar para a capital argentina.

Eu já estava todo torto, com aquele olhar cansado e conseguindo deitar em uma cadeira, estático. Lá na rodoviária, esperando o ônibus, cuja linha sairia à 0h50. Eis que, minutos antes da partida, a uns 20 metros, apareceu uma camisa do Sport…

“Deve ser o uniforme do Colón, daqui de Santa Fé. Eu já estou é doido a essa hora”.

Segundos depois, a confirmação. Era, sim, a camisa leonina, acompanhada do agasalho da seleção da Argentina – onipresente no país, pelo menos até o jogo contra a Celeste.

O impulso pela pauta venceu o sono. Fui lá. Era o tenente do exército brasileiro Fábio Lino, que mora em Roraima há sete anos – acompanhando o Rubro-negro em web-rádios – e em Buenos Aires curtindo a Copa América.

Lino, de 27 anos, havia conseguido uma entrada com um amigo para o dramático Argentina x Uruguai – e ainda contou com a ajuda do comentarista Casagrande para entrar no estádio. Também estava extasiado, após um dos melhores jogos do ano.

Durante a conversa, comentei sobre Pernambuco, claro.

“E o Sport, hein? Levou um sacode do Bragantino, de 3 x 2.”

Veio aquele silêncio típico de vergonha alheia e a réplica.

“Como? Conversa, né? Perdi lá e cá?”

Perdeu, Fábio. Mas, contente com o que viu no Cemitério dos Elefantes, onde conseguiu até pisar no gramado depois do jogo, ele até deixou passar dessa vez.

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