Ofensivamente, a Seleção Brasileira vem convencendo no torneio olímpico de futebol.
Em todos os cinco jogos, uma curiosa marca. Três gols marcados.
Contra Egito, Bielorrússia, Nova Zelândia, Honduras e agora Coreia do Sul.
Na semifinal contra os asiáticos, nesta quarta, um gol de Rômulo, revelado pelo Porto de Caruaru, e dois do atacante Leandro Damião, que tomou à força a titularidade de Hulk.
O craque do Inter assumiu a artilharia da competição, com seis gols, decisivos…
A vitória por 3 x 0 em Manchester foi definida no comecinho da etapa complementar, transformando o restante da partida em um jogo seguro, sem aperreio algum.
Então, esses números indicam que o desempenho vem sendo fora de série?
Na campanha geral, o Brasil chegou a passar algum aperreio, sobretudo na defesa, cujo goleiro (Neto ou Gabriel) não inspira confiança.
Porém, o time de Mano Menezes contou com um Neymar mais solidário, um Oscar esbanjando inteligência tática e um Damião matador.
Tecnicamente, o time é bem superior aos adversários enfrentados até aqui.
Cumprindo o status de favorito absoluto, o Brasil chega a sua terceira final olímpica.
Vai brigar pelo ouro contra o México, que despachou os japoneses por 3 x 1. Agora sim, um rival qualificado, que ultimamente vem dando trabalho à Canarinha.
Ouro em jogo no estádio de Wembley, neste sábado, às 11h. O país vai parar.
Que a média de gols da equipe verde e amarela continue generosa.
Durante a Olimpíada em Londres, as câmeras da televisão captaram várias vezes as bandeiras dos clubes de futebol, uma mania do torcedor brasileiro.
E não foi nada incomum o surgimento dos pavilhões dos grandes clubes do estado, sobretudo nos ginásios de vôlei e basquete, nas apresentações da Seleção Brasileira.
Não bastasse o registro das bandeiras, os torcedores presentes no estado fizeram a sua parte e compartilharam as imagens inúmeras vezes nas redes sociais.
No post, exemplos de Náutico, Sport e Santa Cruz, entre “curtidas” e “tuitadas”.
Uma paixão que não mede distância e nem modalidade.
Perto de completar 40 anos de idade, o velejador paulista Robert Scheidt ostenta agora o status de maior atleta olímpico do Brasil.
São cinco medalhas, mesmo número alcançado pelo também velejador Torben Grael, mas com metais mais nobres em sua galeria.
Em Londres, ele figurou no pódio pela quinta vez consecutiva.
Em 1996, em Atlanta, ouro na classe laser.
Em 2000, em Sydney, prata na mesma categoria.
Em 2004, em Atenas, encerrando o seu ciclo na laser, mais um ouro.
Em 2008, na classe star, na companhia de Bruno Prada, a prata em Beijing
Em 2012, com a mesma formação de quatro anos atrás, o bronze.
A classe star não fará mais parte do programa olímpico em 2016, no Rio de Janeiro.
Portanto, caso não ocorra alguma reviravolta na federação internacional de vela, Robert Scheidt terá que mudar novamente de categoria para ampliar a sua marca…
Na Baía de Guanabara, Robert Scheidt pode se isolar como maior medalhista do país.
Abaixo, todas as medalhas conquistadas por quem não teme o vento…
Em mais de um século de história, a Olimpíada proporcionou imagens inesquecíveis.
Uma glória inesperada. Um protesto com um gesto simples, com o punho cerrado para o alto. Um abraço entre lágrimas de vencedor e vencido. Exemplos não faltam.
Não mesmo, pois surgem novos e emocionantes episódios a cada quatro anos.
São scripts dignos de Hollywood, com atos de superação, heróicos. Alguns surreais.
Então, o que dizer de Oscar Pistorius? Com apenas onze meses foi submetido a uma cirurgia. Em 1987, o sul-africano teve as duas pernas amputadas na altura dos joelhos.
Havia nascido em Johannesburgo com uma alteração ortopédica raríssima, chamada de hemimelia fibular. Costuma ocorrer uma vez em cada 40 mil nascimentos.
Cresceu, estudou, tornou-se atleta. Com próteses produzidas com fibra de carbono, passou a correr, e muito. Quis competir nos 400 metros rasos na Olimpíada de Beijing, em 2008, mas o pleito foi rejeitado pelo Comitê Olímpico Internacional.
Acredite, o órgão alegou que as próteses poderiam resultar em uma vantagem, devido ao peso. Foi à justiça e ganhou a causa no Tribunal de Arbitragem Desportiva (TAD). Só não conseguiu a marca mínima para a competição. Medalha de ouro nas Paraolimpíadas.
Esperou e perseverou, como tudo em sua vida. Alcançou a marca para 2012. Neste sábado, estreou na disputa, numa cena desde já antalógica, daquelas de cinema.
Inspirada em uma ficção como Blade Runner. Não por acaso, este é o seu apelido…
Em sua 12ª participação nos Jogos Olímpicos, a Seleção Brasileira alcança pela sexta vez a vaga na semifinal do torneio de futebol masculino.
De virada, o Brasil derrotou Honduras por 3 x 2 no estádio do Newcastle, com dois gols de Leandro Damião e um outro de Neymar.
O que parecia uma parada fácil se tornou em um panorama tenso neste sábado.
A Canarinha encontrou muitas dificuldades, com Oscar bem marcado e com o goleiro Gabriel bem desatento. E olhe que a Seleção jogou com um a mais desde os 32 minutos, depois que Wilmer Crisanto recebeu o segundo a cartão amarelo.
Na etapa complementar, quando Honduras fez 2 x 1 com apenas dois minutos, o Brasil novamente deu sorte, com o pênalti (duvidoso) marcado e convertido por Neymar.
Por sinal, o craque do Santos, vaiado do começo ao fim pela torcida inglesa devido ao cai-cai, se mostrou bem disposto em campo, atuando de forma coletiva.
Haja fôlego para continuar vaiando o camisa 11, o ponto alto e decisivo até aqui.
O ouro, como todos estão cansados de saber, nunca veio. Mas o Brasil está novamente na rota até o alto do pódio. Faltam dois jogos.
A vida do time verde e amarelo nunca foi fácil na semifinal. Na cinco participações anteriores, apenas duas classificações à decisão. Em ambas, no sufoco (veja aqui).
1976 – Brasil 0 x 2 Polônia
1984 – Brasil 2 x 1 Itália
1988 – Brasil 1 x 1 Alemanha (3 x 2 nos pênaltis)
1996 – Brasil 3 x 4 Nigéria
2008 – Brasil 0 x 3 Argentina
Retomar a confiança desgastada no duelo contra Honduras será primordial para a penúltima etapa da medalha mais deseja pelo país na Olimpíada.
Atualização às 18h: Brasil x Coreia do Sul, na terça. Na outra chave, México x Japão
Historicamente, o país que organiza os Jogos Olímpicos consegue alcançar um bom desempenho no quadro de medalhas.
O apoio do público e o aumento no investimento para a preparação dos atletas são os principais pontos para uma postura bem acima da média ao competir em casa.
Das 26 edições das Olimpíadas, em apenas quatro a nação da cidade-sede não ficou entre as dez primeiras colocadas na classificação geral.
Só o Canadá conseguiu a proeza de não ganhar uma medalha de ouro sequer, em 1976.
Em 1968, o México ganhou apenas nove medalhas, a menor quantidade de um anfitrião.
Por outro lado, o que dizer dos Estados Unidos em 1904? Ganhou 239 medalhas de 280 possíveis, o que corresponde a 85% dos pódios.
Em nove oportunidades o país comemorou a vitória absoluta nos Jogos Olímpicos.
A Grã-Bretanha vem tendo a sua chance nesta temporada, pela terceira vez.
Em 2016, no Rio de Janeiro, fica a expecativa sobre o desempenho brasileiro…
De quatro em quatro anos, a seleção de basquete dos Estados Unidos é tratada como uma das maiores atrações dos Jogos Olímpicos. Autodenominada como “Dream Team”.
Desde 1992, quando os milionários atletas da NBA começaram a integrar a equipe, foram cinco edições. Ganharam quatro medalhas de ouro. Zebra? Apenas em 2004.
De Michael Jordan a LeBron James, vinte anos, recordes e mais recordes.
Em sua terceira apresentação no torneio em Londres, nesta quinta, a maior vitória da história olímpica, superando uma marca que pertencia ao Brasil há muito tempo.
Em 23 de setembro de 1988, em Seul, o Brasil venceu o Egito por 138 x 95.
No comecinho do último quarto, com uma facilidade impressionante na quadra, as feras americanas ultrapassaram essa pontuação diante da Nigéria.
Mas o show continuou, com enterradas, assistências incríveis, pontes aéreas e muita velocidade. No fim, um chocolate incrível para cima dos africanos, por 156 x 73.
Sem perceber, os EUA acabaram quebrando outro recorde em torneios de grande porte. No Mundial de 1978, nas Filipinas, o mesmo Brasil havia vencido a China por 154 x 97.
O novo Dream Team chegou com um discurso confiante, disposto a fazer história, como já vem fazendo. Irá superar o pioneiro escrete de Jordan, Larry Bird e Magic Johnson?
Com oito vitórias categóricas em Barcelona, aquela equipe teve uma média de 117,2 pontos por jogo, fazendo mais de 100 em todas as atuações de gala.
Em 2012, a estreia sobre a França foi 98 x 71… Haja cesta para superar a história.
Moldados através de façanhas. Escritas e reescritas. Contadas e recontadas.
Assistir ao surgimento de um deles requer paciência. No esporte, não basta um recorde, uma conquista. É preciso uma história marcante, insuperável. Ou quase insuperável…
Na Olimpíada da antiguidade, criada na Grécia em 776 a.C, o campeão ganhava uma guirlanda e tinha honra de ver uma estátua sua na mítica cidade de Olímpia.
Gigantes eternizados pela arte através da glória.
Dos primeiros Jogos Olímpico até hoje, 2.788 anos. O simbolismo da guirlanda foi incorporado pela medalha. Provas como corrida de bigas caíram no esquecimento.
Outras tantas, do badminton ao judô, entraram no programa olímpico. Em todas, nomes históricos. Os maiores em suas modalidades. Como mensurar o maior de todos?
Com técnica, incontáveis recordes, vitórias e mais vitórias.
No presente, o maior nome olímpico da história.
Sem busto algum. A história escrita diante de quase um bilhão de pessoas. Ao vivo.
A Ilíada de Michael Phelps começou em águas australianas, em 2000. Ainda garoto, com apenas 15 anos, chegou à final dos 200 metros borboleta.
Era o nadador mais jovem dos Estados Unidos presente numa Olimpíada em 68 anos. Surpreendeu, mas não alcançou o pódio. Precisou esperar mais um ciclo. Na verdade, o mundo é que esperou, para ver o potencial daquele jovem em seu grau máximo.
Em Atenas, foi o herói norte-americano, com seis ouros e dois bronzes. Em Beijing, o recorde absoluto em uma edição dos Jogos Olímpicos, com oito ouros em oito provas.
Não é a questão de ter superado o topo de medalhas douradas, que era de nove, dividido por quatro monstros sagrados da histórica olímpica.
Aos 23 anos, o nadador de 1,93m vivia o seu auge nas braçadas, extenuadas de treinamentos. Phelps aniquilou a marca. Chegou a cartorze. Virou mito.
Em Londres, já sem o mesmo afinco na preparação, o atleta viajou disposto a “se divertir”, como afirmara. Uma forma de tirar a responsabilidade, de parte dela.
Na primeira prova, no sábado, ficou fora do pódio. Ainda na piscina, um olhar perdido, com aquela sensação estranha, vivida só aos 15 anos.
A diferença é que na adolescência a presença na prova já foi uma vitória. Assim, o campeão tinha na Inglaterra o seu primeiro insucesso. Focado por todas as câmeras.
No dia seguinte, outro cenário incomum, com a prata no revezamento 4 x 100 livre. Phelps não era mais o mesmo. Mas, acredite, havia a aura de campeão.
Dois dias depois, nova chance para ouro, em sua especialidade, aqueles mesmos 200 metros nado borboleta. Por cinco centésimos, outra prata. Indignação e pódio.
Os resultados, mesmo “adversos”, o deixaram a uma medalha de elevar ainda mais o seu patamar. Neste 31 de julho de 2012 ele fechou o revezamento 4 x 200m livre.
Pelo menos dois corpos de vantagem sobre o segundo lugar e mais um ouro, o 15º na carreira, superior a 170 das 204 nações filiadas ao Comitê Olímpico Internacional.
Para os livros, mais uma vez reescritos, Phelps transformou-se em sinônimo de pódio. Colecionando metais, ouro, prata e bronze, conquistou 19 medalhas, superando uma escrita de 48 anos no maior evento esportivo do planeta.
O maior medalhista de ouro, o maior medalhista em uma edição, o maior medalhista em toda a história, incluindo os Jogos Olímpicos da Antiguidade.
Poseidon, pode se levantar do trono. Ele já tem um novo dono. Um novo deus.