Acessos para todos os lados, festas – uma delas com volta olímpica – e decepções, erros e acertos administrativos, reformas, atrasos, negociações milionárias, calote…
O agitado ano de 2011 está acabando para os grandes clubes do Recife.
Hora de dar a sua opinião, torcedor.
Qual é o seu balanço sobre a temporada do seu clube em 2011, considerando os resultados no campo e a administração?
Foram 1.235 votos na enquete sobre o possível futuro da 1ª divisão do futebol do estado a partir de 2014. Com a Arena Pernambuco brotando, surgiu a possibilidade de tornar o estádio com “palco das decisões” do Estadual.
A pergunta foi feita de forma separada para as três maiores torcidas do estado, que se revezam na volta olímpica local desde 1945… Só a torcida do Náutico, único time de contrato assinado com a operadora do futuro estádio, concordou.
Qual é a sua opinião sobre a ideia de realizar toda a fase final (mata-mata) do Estadual na Arena Pernambuco a partir de 2014?
Sport – 684 votos
A favor (26,75%, 183 votos)
Contra (73,25%, 501 votos)
Santa Cruz – 277 votos
A favor (18,77%, 52 votos)
Contra (81,23%, 225 votos)
Náutico – 274 votos
A favor (70,07%, 192 votos)
Contra (29,93%, 82 votos)
Camisas temáticas no futebol, além de mais baratas, fazem sucesso junto ao torcedor muitas vezes por causa da provocação estampada no algodão…
Os clubes até moderam o tom nos lançamentos. Veja um post sobre isso aqui.
Já as torcidas organizadas (de fato e de direito) costumam adotar um tom ácido.
Nem sempre, porém, a mensagem cai bem…
Neste ano, o Recife teve dois exemplos de festa antes da hora, com rubro-negros, no Estadual, e alvirrubros, agora na Série B.
Alguma facção do Santa Cruz pode até ter confeccionado uma camisa de “campeão brasileiro da Série D”, mas, sabiamente, não deixou o produto vazar na web…
As duas camisas desse post certamente ficarão encalhadas nos próximos dias…
Há exatamente seis anos, uma camisa coral precisou ser abortada, após a recuada no título da Série B, já com 15 minutos de festa. Faz parte.
Barueri 2 x 1 Salgueiro, na noite desta sexta-feira, em São Paulo. Fim da participação do estreante pernambucano na Série B, rebaixado à terceira divisão de 2012.
De fato, o Sertão local esteve representado na Segundona pela 1ª vez desde 1971.
Porém, dos 19 jogos do Carcará na competição, nenhum deles ocorreu na cidade a 510 quilômetros de distância do Recife. A população de Salgueiro ficou relegada ao PPV.
Em um dos planejamentos mais equivocados que já se viu no futebol pernambucano, o estádio Cornélio de Barros, que deveria ter capacidade para 10 mil torcedores, o mínimo exigido pela CBF para este Brasileiro, só começou a ser ampliado após o Estadual…
Assim, o Salgueiro jogou as suas 11 partidas do Pernambucano em casa.
Na Série B, muito mais importante e rentável, a equipe teve que jogar no Grande Recife, principalmente no Ademir Cunha, mas com passagens no Arruda, Aflitos e Ilha do Retiro.
Em 19 jogos, apenas 63.565 pagantes registrados no Litoral, com uma média de 3.346 pessoas e uma campanha de quatro vitórias, três empates e 12 derrotas.
O índice no certame estadual foi de 4.335 pessoas. Precisa dizer mais?
Enquanto isso, a obra do novo estádio do município, com 10.360 lugares, segue em andamento. A previsão inicial de conclusão para agosto logo foi dissolvida. Atividade, só em 2012. Na Terceirona, contudo, a CBF exige estádios de pelo menos 5 mil lugares.
Orçada em R$ 6 milhões, a construção é uma realização tripla, com R$ 3 milhões do governo do estado, serviço e mão de obra doados pela Odebrecht e o restante pela própria prefeitura, com todo o material e equipamento (veja as fotos aqui).
Definitivamente, um vexame clubístico-público-privado nesta temporada.
O Real Madrid não irá realizar a sua pré-temporada de 2012 em Pernambuco.
O ambicioso projeto orçado em R$ 5,2 milhões e articulado durante toda a temporada foi declinado. Ao blog, a diretoria da FPF disse que havia conseguido 60% do montante, mas o gigante espanhol preferiu os dólares.
O time de Cristiano Ronaldo e Kaká irá para os Estados Unidos.
Entre cartas e e-mails oficiais, confira o teor da última mensagem da diretoria merengue. A resposta negativa, após todo o contexto, não foi uma surpresa (entenda aqui).
Oficialmente, o Governo do Estado – via Secretaria do Governo – e a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) receberam um retorno do Real Madrid sobre a possibilidade de vinda do time espanhol para uma pré-temporada em Pernambuco. Seriam realizados três jogos amistosos no período de duas semanas. Em carta escrita pelo senhor Alfonso Roberes de Cominges, Internacional Sponsorship Manager (Gerente Internacional de Negócios) do Real Madrid, o clube reconheceu a proposta como sendo “um grande atrativo”, mas declinou e optou por fechar um pré-contrato para jogar nos Estados Unidos no ano de 2012.
Eis o incrível texto publicado no Diário Oficial de Pernambuco, mudando as regras do jogo para a campanha promocional Todos com a Nota, a partir de 2013 (veja aqui).
Sendo direto: o ingresso promocional só será disponibilizado no Recife para os jogos realizados na Arena Pernambuco, numa tentativa de forçar Sport e Santa Cruz a mandarem seus jogos no futuro estádio em São Lourenço.
A notícia chega na mesma semana em que foi confirmado mais uma vez que a arena multiuso só poderá receber até 60 jogos de futebol por ano, sendo que 35 deles já estão garantidos com o Náutico, de contrato assinado.
Considerando que rubro-negros e tricolores jogaram em seus domínios, juntos, nada menos que 55 partidas nesta temporada, a defasagem na arena, com vaga para mais 25 partidas, teria sido de 30 jogos! Saiba mais aqui.
Algum deputado se preocupou com essa possibilidade absurdamente real ao mexer no texto da lei do TCN, criada em 10 maio de 2007?
Mesmo se forem apenas alguns jogos, o texto não diz a quantidade mínima, dando a entender que o único objetivo era apenas o de viabilizar o contrato com o consórcio.
Na prática, os dirigentes leoninos e corais foram colocados contra a parede.
De antemão, fica claro que esse foi apenas o primeiro passo, não só em Pernambuco como no restante do país, para levar clubes tradicionais para as arenas milionárias.
Nos bastidores, inclusive do próprio governo do estado, comenta-se que o regulamento da elite do Campeonato Brasileiro só vai liberar as arenas de 2014 em diante.
Quem não tiver uma teria que atender às demandas gradativas de modernização.
Todos com a nota. Nem todos com estádio…
Torcedor, Santa Cruz e Sport irão para a arena ou ficarão sem o TCN?
A alguns quilômetros de distância do Sítio Histórico olindense, outro lampejo de criatividade pernambucana.
Enquanto não sai do chão, a Cidade da Copa ganha versões em 3D, maquetes etc.
E até arte em seu conceito mais tradicional, a pintura… Literalmente.
Acima, uma dessas versões, produzida pela Aecom, ligada ao consórcio que irá operar a arena do Mundial de futebol. Veja a imagem em uma resolução maior clicando aqui.
Abaixo, um gráfico liberado pela Odebrecht com o novo masterplan da Cidade da Copa, que só deverá ficar completamente pronta por volta de 2025.
O orçamento geral do projeto, dividido em quatro fases, é de R$ 2 bilhões.
Confira a imagem abaixo também em alta resolução aqui.
Sim, há uma cota máxima de jogos na Arena Pernambuco: 60 por temporada.
Planejada para receber shows de grande porte e convenções, a futura arena não deverá ultrapassar esse limite, segundo os executivos do consórcio que irá administrar o local pelos próximos 30 anos. A ideia era 20 jogos para cada um dos grandes do Recife. Mas…
Como o Náutico assinou um contrato para jogar até 35 partidas no estádio a partir de junho de 2013, isso significa que a negociação com Santa Cruz e Sport terá uma modelagem diferente, como revelou ao blog o secretário da Copa, Ricardo Leitão..
Em vez de exclusividade no mando de campo em São Lourenço da Mata, os dois times só poderiam disputar parte de seus jogos em “casa”.
Em 2011, o Santa jogou 22 vezes no Arruda, enquanto o Sport fez 33 jogos na Ilha.
Ou seja, nesta temporada, na qual o Tricolor jogou poucas vezes devido ao formato da Série D, a defasagem seria de nada menos que 30 partidas!
Então, caso qualquer um dos dois times das multidões chegue a um contrato com a Odebrecht, uma fatia do calendário terá que ocorrer na casa tradicional. Se os dois assinarem, a fatia seria ainda maior, claro.
Conclusão: não há como alijar Arruda e Ilha do Retiro do futebol pernambucano.
Muito se fala que a marca dos três maiores clubes pernambucanos são mal exploradas, tanto na oferta de produtos quanto na distribuição.
Há alguns anos, porém, Náutico, Santa Cruz e Sport tentam se incorporar de forma efetiva em um segmento cada vez mais presente na receita dos clubes.
Imagine, então, o que isso representa para um time do porte (ou falta dele) do Íbis?
A marca do Pássaro Preto, construída através do inacreditável jejum de vitórias durante 55 partidas entre 1980 e 1984, com direito a menção no Guinness Book, ultrapassou não só a fronteira de Pernambuco com a do próprio Brasil.
Internacionalmente conhecido como “O Pior Time do Mundo”, o Íbis sempre foi um produto viável, mas pouco explorado, até mesmo no mercado local.
É tão difícil assim encontrar uma empresa de material esportivo interessada em lançar uma gama de produtos visando o mercado folclórico do futebol?
Mais uma vez, o clube tentará se projetar pelo que tem de pior (veja aqui).
Para se tornar “cult” novamente, o Íbis precisa, no mínimo, voltar a jogar. Neste ano, o clube sequer participou da segunda divisão estadual. Ipojuca deve ser a casa em 2012.
Por mais que o velho Íbis sonhe em vencer, o fortalecimento da sua marca depende de vexames, como a lanternina na Segundona de 2010, com uma vitória em 12 jogos.
É preciso valorizar um clube que perdeu 510 dos 689 jogos que já disputou…