A partida entre Brasil e Uruguai, na Arena Pernambuco, terá 44.739 torcedores, um recorde, com a carga esgotada com antecedência. O jogo válido pelas Eliminatórias vem sendo tratado com cuidado pelos organizadores, com inúmeras secretarias estaduais envolvidas, até a de saúde. Com o estado sendo o local no país com mais notificações de casos envolvendo os três vírus transmitidos pelo mosquito aedes aegypti – o zika, a febre chikungunya e a dengue -, a multidão receberá uma atenção especial (e curiosa).
A CBF, através de um patrocinador, irá distribuir 100 mil sachês de repelente, da marca Cimed, dentro e fora do estádio em São Lourenço, além de panfletos para evitar a proliferação do mosquito. A ação faz parte da campanha “Xô, inseto”. Ainda que a confederação brasileira tenha negado, especula-se que a Canarinha não treinará no Recife por temer esse quadro. O centro de treinamento do Sport, em Paratibe, numa área tão isolada quanto a arena, já havia sido solicitado, mas direção mudou a programação oficial da Seleção.
O time de Neymar e companhia chegará na capital às 14h do dia 24 de março, fazendo um treino de reconhecimento da arena à noite, às 19h. No dia seguinte, a data do clássico, o voo para Porto Alegre será apenas duas horas após o apito final. Ao todo, a Seleção só ficará 36 horas no Recife. Correndo do Aedes…
A sétima rodada do hexagonal do título reuniu somente 10.361 torcedores em três jogos, com o maior público registrado no interior, com 4.292 no Cornélio de Barros. No Recife, arquibancadas esvaziadas na Ilha do Retiro e no Arruda, com mando timbu. Com isso, a média do Campeonato Pernambucano praticamente não saiu do lugar, ficando em 1.808 pessoas – ainda lutando para não ser a pior da história, com 2.080 testemunhas em 1997. E olhe que já foram realizadas 75 partidas em 2016, ou 81% de toda a competição.
No ranking de público, o Sport segue à frente do Santa (8,7 mil x 6,9 mil), mas dificilmente irá segurar a ponta, pois o clube rubro-negro já disputou dois clássicos, levando apenas seis mil espectadores nos jogos contra os times intermediários. Enquanto isso, o Tricolor ainda terá dois clássicos. Já em relação à arrecadação, com R$ 2 milhões, a FPF já recolheu R$ 164.833, fazendo valer a taxa de 8% sobre todas as bilheterias.
Dados atualizados até 15 de março, com a 7ª rodada do hexagonal do título e a 10ª rodada do hexagonal da permanência.
1º) Sport (4 jogos como mandante, na Ilha do Retiro) Público: 35.128 torcedores Média de 8.782 Taxa de ocupação: 32,01% Renda: R$ 748.463 Média: R$ 187.115
Presença contra intermediários (2 jogos): T: 6.025 2.786 / M: 3.012 2.786
2º) Santa Cruz (3 jogos como mandante, no Arruda) Público: 20.741 torcedores Média de 6.913 Taxa de ocupação: 13,68% Renda: R$ 205.030 Média de R$ 68.343 Presença contra intermediários (3 jogos): T: 20.741 / M: 6.913
3º) Náutico (4 jogos como mandante, sendo 3 na Arena e 1 no Arruda) Público: 22.060 torcedores Média de 5.515 Taxa de ocupação: 11,72% Renda: R$ 519.025 Média de R$ 129.756
Presença contra intermediários (2 jogos): T: 5.723 / M: 2.861
4º) Salgueiro (4 jogos como mandante, no Cornélio de Barros) Público: 14.932 torcedores Média de 3.733 Taxa de ocupação: 30,92% Renda: R$ 48.942 Média: R$ 12.235
5º) Central (6 jogos como mandante, no Lacerdão) Público: 17.017 torcedores Média de 2.836 Taxa de ocupação: 14,18% Renda: R$ 333.675 Média de R$ 55.612
6º) América (5 jogos como mandante, sendo 3 no Ademir, 1 na Ilha e 1 no Arruda*) Público: 4.581 torcedores
Média de 916 Taxa de ocupação: 3,96% Renda: R$ 80.290 Média de R$ 16.058 * Ainda houve mais um jogo de portões fechados
Geral – 74 jogos (1ª fase, hexagonais do título e da permanência e mata-mata)*
Público total: 133.838
Média: 1.808 pessoas
Arrecadação: R$ 2.060.415
Média: R$ 27.843 * Foram realizadas 75 partidas, mas 1 jogo ocorreu de portões fechados.
Fase principal – 21 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 106.978
Média: 5.094 pessoas
Arrecadação: R$ 1.836.935
Média: R$ 87.473
As médias das fases principais anteriores (hexagonal do título e mata-mata): 2015 – 10.122 pessoas (38 jogos)
2014 – 11.859 pessoas (38 jogos)
O jogo no Cornélio de Barros, entre Salgueiro e Santa Cruz foi o único da rodada a alimentar o ranking feito pelo blog, com os pênaltis e cartões vermelhos no hexagonal do título do Pernambucano de 2016. No Sertão, um pênalti polêmico a favor do Carcará, em mais uma discussão sobre bola na mão/mão na bola. No mesmo jogo, uma expulsão irresponsável de Bruno Morais, num carrinho no goleiro sertanejo nos descontos, com o jogo decidido.
Confira a atualização do blog após a 7ª rodada do Pernambucano 2016:
Pênaltis a favor (7) 3 pênaltis – Náutico e Salgueiro
1 pênalti – Santa Cruz Sem penalidade – Sport, Central e América
Salgueiro desperdiçou um pênalti
Santa Cruz desperdiçou um pênalti Náutico evitou uma penalidade e desperdiçou outra
América evitou duas penalidades
Pênaltis cometidos (7) 3 pênaltis – América
2 pênaltis – Santa Cruz
1 pênalti – Náutico e Sport Sem penalidade – Salgueiro e Central
Historicamente, os grandes clubes do Recife perdem torcida na proporção da distância da BR-232, que corta o estado, em relação ao Marco Zero. A partir de Caruaru, a curva fica mais acentuada, com pequena influência no Sertão, caindo 68,7% no Grande Recife para 11,2%, segundo o Instituto Opine, em 2008. Contudo, pesquisas na região sertaneja são mais raras em termos de amostragens. Daí, a importância do levantamento feito pela Plural Pesquisa somente no município de Salgueiro, hoje o maior centro de futebol da mesorregião, a 515 quilômetros do litoral. O instituto foi contratado para fazer um levantamento particular, ouvindo 300 pessoas, e no embalo – com a autorização do contratante – adicionou a pergunta “Qual é o time de futebol que você torce?”.
Profissionalizado há apenas dez anos, o Salgueiro ostenta uma regularidade na Série C, tendo ascendido uma vez à Segundona, e na década atual vêm brigando quase sempre no mata-mata local. Assim, ganhou força e apoio. O vice-campeão estadual de 2015 apareceu como a maior torcida, desbancando o Flamengo, tido como hegemônico há muito tempo. Hoje, quase 1/5 de Salgueiro torce pelo time da casa, que não por acaso criou uma campanha de sócios – a maior dos times do interior, com mais de duas mil adesões. Curiosamente, Salgueiro e Flamengo se enfrentaram na Copa do Brasil de 2015, com classificação carioca, na maior bilheteria do Cornélio de Barros: R$ 570.200.
Quanto ao Trio de Ferro, nota-se uma fraca representatividade no estudo, não chegando a 4%, ou 2.390 pessoas. O Sport, o melhor colocado, é apenas o sexto lugar na lista geral, enquanto o Santa Cruz não alcançou sequer 1%. Se os times da capital seguem distantes, o lado (bastante) positivo é o fortalecimento do Salgueiro, com um raríssimo domínio municipal no interior.
Plural / Salgueiro 2016
Período: 2 a 6 de março de 2016
Público: 300 entrevistados
Margem de erro: 5,66%
População estimada (IBGE/2015): 59.769
No sábado, com 3.239 pessoas na Ilha, Sport goleou o Central. Líder. No domingo, com 4.292 espectadores no Cornélio de Barros, o Salgueiro goleou o Santa Cruz. Líder. Na segunda-feira, com 2.830 torcedores no Arruda, o Náutico goleou o América. Líder, definitivo, com o time de Gilmar Dal Pozzo à frente devido ao confronto direto contra o Salgueiro. Apesar de esvaziada, a rodada foi bem movimentada, com doze gols, terminando com Timbu e Carcará já garantidos na semifinal, com a Patativa de Caruaru virtualmente eliminada.
Hoje, as semifinais seriam Náutico x Santa Cruz e Salgueiro x Sport.
Em 21 jogos nesta fase do #PE2016 saíram 50 gols, com média de 2,38. Em relação à artilharia, que a FPF considera apenas os dados do hexagonal e o mata-mata, Jhon, do Salgueiro, e Ronaldo Alves, do Náutico, lideram com 4 gols.
Sport 4 x 0 Central – Após um primeiro tempo fraco, o Leão acordou e teve uma boa atuação diante do adversário ideal, a frágil Patativa deste hexagonal.
Salgueiro 3 x 0 Santa Cruz – O time sertanejo manteve o rendimento de 100% em casa jogando um bom futebol, dominando o time de Martelotte o jogo inteiro.
Náutico 5 x 0 América – Com extrema facilidade, o Timbu alcançou o placar necessário para a liderança. Ganhou moral para o Clássico das Emoções.
Destaque – Marcos Tamandaré. Perto de completar 35 anos, o lateral-direito do Salgueiro ganhou todas contra Tiago Costa, o ala esquerdo do Santa.
Carcaça – Bruno Moraes. O atacante tricolor entrou no intervalo. Nos descontos, com o jogo decidido, deu um carrinho no goleiro e foi expulso.
Próxima rodada 19/03 (18h30) – América x Sport, Arruda 20/03 (16h00) – Santa Cruz x Náutico, Arena Pernambuco 20/03 (16h00) – Central x Salgueiro, Lacerdão
A classificação atualizada do hexagonal do título após a 7ª rodada.
O Náutico entrou no Arruda precisando de uma goleada para recuperar a liderança. Não um placar qualquer, mas um chocolate a partir de 5 x 0 em cima do América. Tinha mais técnica e coletividade. Precisaria, então, manter a pegada o jogo inteiro. Pelo tempo dos gols, é possível afirmar que isso aconteceu no estádio coral, com mando timbu por uma noite devido à curiosa exigência de preservação do gramado da arena visando a Seleção.
Com 29 segundos os alvirrubros estavam à frente, após uma cabeçada de Renan Oliveira. Tão rápido que o técnico do Mequinha, Charles Muniz, sequer viu, pois ainda estava pegando uma capa de chuva para se proteger do mau tempo. Sem ter muito o que fazer, além de esperar algum lance de efeito de Carlinhos Bala, ele viu o Náutico ampliar com extrema facilidade. Aos 11, um gol contra, com Danilo desviando um cruzamento de Walber. A cara de goleada foi consolidada aos 35, com Rony tocando na saída de Delone.
O placar poderia ter sido maior caso Thiago Santana tivesse aproveitado as chances, tanto que conseguiu sair num misto de vaias e aplausos. O gol mais bonito da noite foi Caíque, mandando no ângulo esquerdo, já no segundo tempo. Faltava um golzinho para passar o Salgueiro (no confronto direto). Mesmo com o campo pesado, o time insistiu até o último lance, quando Ronaldo Alves recebeu na área e estufando as redes. O gol da liderança e da artilharia do zagueiro, tendo como adversário novamente o Carcará, com Jhon. E assim a disputa deve seguir no hexagonal. Ah, a vaga na semi já está garantida…
Nos descontos do jogo no Sertão, o atacante tricolor Bruno Moraes deu um carrinho irresponsável no goleiro Mondragon. Àquela altura, o Salgueiro já vencia o Santa Cruz por 3 x 0, numa partida decidida há tempos. O jogador recebeu o cartão vermelho direto. Nem os companheiros reclamaram.
O lance lembrou bastante uma “apelação” em um dos game de futebol mais populares, o International Superstar Soccer, sucesso do Super Nintendo em 1995. Jogo conhecido por Allejo, o maior craque da história. Compare.
O Santa não viu a cor da bola no Sertão. O atual campeão estadual foi goleado pelo Carcará, que vai mostrando as garras para fisgar a inédita taça. O domínio foi tamanho que a primeira finalização tricolor, sem perigo, só aconteceu aos 16 do segundo tempo. Àquela altura, com o sol ainda incomodando, o Salgueiro já vencia por 3 x 0, abusando das jogadas pela direita, com a velocidade de Tamandaré, na beira dos 35 anos. O fato de Martelotte ter poupado alguns jogadores nem serve como desculpa, pois Sérgio China fez o mesmo.
O primeiro gol foi a única polêmica da tarde. Aos 30, o árbitro José Woshington, o mesmo do último clássico, marcou mão na bola do zagueiro Leonardo, que estava de costas, com a bola indo em direção oposta ao gol. Até então, a impressão era de que a “recomendação da CBF” não estava valendo no Estadual, mas a falta de critério deixa jogadores, torcedores e jornalistas sem saber ao certo o que vale. Sobre a cobrança, o meia Rodolfo Potiguar, que faz mais uma bom ano no Cornélio, mandou uma bomba no meio e abriu o placar.
Melhor em campo, o mandante ampliou no último lance antes do intervalo. Desta vez, a queixa da torcida coral foi sobre a postura do time, completamente envolvido. Tamandaré avançou na lateral – foram cinco vezes somente no primeiro tempo – e tabelou com Cássio, que bateu firme. Recomeçou o jogo e o Carcará seguiu usando os lados. Por lá, chegou ao terceiro gol, com uma jogada de linha de fundo para Jhon, embaixo da barra, empurrar para as redes. O centroavante assumiu a artilharia, com quatro tentos. Vai longe esse Carcará?
O primeiro tempo na Ilha foi fraco, com o Sport ineficiente diante do Central, lanterna do hexagonal. Mesmo com a vantagem no placar, após Gabriel Xavier se aproveitar de um corte mal feito do adversário, o intervalo foi marcado por um misto de vaias e aplausos da torcida, com apenas três mil presentes. Uma cobrança justa, pois mesmo combalida, a equipe caruaruense levou algum perigo, como no comecinho, com o veterano Lourival perdendo um gol de cego – o camisa 9 havia feito o mesmo há uma semana, contra o Santa.
Taticamente, o Leão estava modificado em relação à pífia apresentação em Fortaleza. Na zaga, Henriquez ganhou uma chance no lugar de Matheus Ferraz, que falhou em 7 dos 12 gols sofridos pelo time no ano, entre estadual e regional. Falcão também voltou a usar três volantes. Na frente, Vinícius Araújo começou no banco, mas atuou o segundo tempo no lugar de Túlio de Melo. E com a noite já caindo, a Patativa voltou a ameaçar, em chutes de Araújo e Candinho.
Quando a voz da arquibancada voltava a se manifestar, o time deslanchou. Em mais um erro do visitante, Luis Antônio ampliou. No terceiro, enfim uma jogada trabalhada, numa tabela entre Vinícius e Lenis, que marcou. O Leão ainda teve um gol mal anulado, num impedimento inexistente de Vinícius, cujo primeiro tento sairia aos 26 minutos. E foi o gol mais bonito do sábado, com Lenis driblando na ponta e achando Luis Antônio, que tocou pra Serginho, passando de prima pra Vinícius driblar o goleiro e fechar a conta, 4 x 0. Enfim, aplausos.
Falta apenas uma rodada para acabar a fase de grupos da Copa do Nordeste. Apontados como favoritos nesta temporada, até pelo status de Série A, Santa e Sport ainda não confirmaram as suas vagas. No dia 23, numa noite com os dez jogos em horário simultâneo (21h45), o Tricolor jogará por um empate na Fonte Nova, contra o Bahia, para avançar como um dos melhores segundos colocados. Já o Sport precisa vencer o Botafogo na Ilha para confirmar a liderança da chave D. E se os resultados não forem alcançados? Detalhamos todas as chances do dois clubes mais populares do estado no 45 minutos, além do Salgueiro, também presente na briga para chegar às quartas.
Confira um infográfico com um resumo das chances aqui.
Neste podcast, com 1h43, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!