O Campeonato Pernambucano de 2016 terá a final mais comum em toda a história do futebol local, Sport x Santa Cruz. Será a 24ª vez. Os dois foram buscar a classificação na condição de visitante, os corais com uma enorme vantagem e os leoninos no sufoco, estendendo a disputa às penalidades. No 45 minutos, analisamos os dois jogos do domingo e já projetamos a decisão das multidões, que terá como fator de influência o rendimento do Tricolor na final do Nordestão, nesta semana. Sobre o Náutico, agora há 12 anos sem taça, uma pressão interminável. Caminhos abertos para um longo debate, de 1h49!
Confira um infográfico com os temas e tempos de cada time aqui.
Neste podcast, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
O confronto entre Sport e Santa Cruz é a final mais recorrente em toda a história do Campeonato Pernambucano. Em 2016, no ano que marca o centenário do confronto futebolístico mais popular do estado, os rivais disputarão o título pela 24ª vez. O recente tricampeonato coral em cima do maior oponente equilibrou a estatística de decisões, mas a vantagem ainda é leonina, 12 x 11. A nova decisão, no mês de maio, começa no dia 4, uma quarta-feira no Arruda, com o aniversário do confronto no dia 6 e a finalíssima no dia 8, um domingo, na Ilha do Retiro. Curiosamente, lá os corais têm a vantagem em finais, 8 x 6.
Quem será o campeão pernambucano de 2016?
Santa Cruz (59%, 3.769 Votes)
Sport (41%, 2.663 Votes)
Total Voters: 6.430
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A primeira final com um Clássico das Multidões ocorreu muito antes do apelido criado e popularizado a partir de 1943. Logo na segunda edição do Estadual, os clubes disputaram a taça em uma partida. No antigo campo do British Club, diante de quatro mil recifenses, o Leão goleou a Cobra Coral por 4 x 1, em 24 de dezembro do longíquo ano de 1916. O time tricolor chegou a liderar o confronto em finais ao se sagrar campeão em 1990, no Mundão. Durou pouco tempo. A partir de 1996, quando iniciou o seu primeiro pentacampeonato, o rubro-negro empatou a série, virando em 1999, numa vantagem ainda vigente, no limite.
Para esta temporada, além do troféu dourado do Pernambucano, uma outra taça está em jogo, justamente em homenagem ao centenário do clássico. Trata-se do Troféu Givanildo Oliveira, instituído pela FPF, numa soma de todos os jogos oficiais entre os dois em 2016. Por enquanto, Sport 4 pontos, Santa 1. Além da final local, outros dois jogos estão programados, na Série A do Brasileiro.
Confira o retrospecto dos três clássicos nas finais do campeonato estadual:
Clássico das Multidões (23) Sport (12) – 1916, 1917, 1920, 1949, 1953, 1962, 1980, 1996, 1999, 2000, 2003 e 2006 Santa Cruz (11) – 1940, 1957, 1969, 1971, 1973, 1986, 1987, 1990, 2011, 2012 e 2013
Clássico dos Clássicos (17) Sport (11) – 1955, 1961, 1975, 1977, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 2010 e 2014 Náutico (6) – 1951, 1954, 1963, 1965, 1966 e 1968
Clássico das Emoções (16) Náutico (9) – 1934, 1960, 1974, 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004 Santa Cruz (7) – 1946, 1959, 1970, 1976, 1983, 1993 e 1995
Ao todo, doze finais diferentes já decidiram o Pernambucano. Em 34 edições o campeão saiu de forma direta. Chegou a hora de escrever o 102º capítulo…
A passagem de Thiago Gomes no comando interino do Sport tem sido marcada pela mesmíssima postura vista sob o comando de Falcão, de quem era assistente. Além da mesma escalação, as mesmas jogadas (ou falta delas) somadas a um posicionamento com setores distantes. A ponto de dar espaço constante aos adversários, seja lá o nível técnico do outro lado. O que não era o caso do Salgueiro, uma equipe arrumada, que se recuperou da má apresentação na Ilha. Sabia que seria mais forte no claro do Sertão.
A curta vantagem leonina foi anulada com apenas sete minutos, a partir de uma falha individual de Renê. Moreilândia se aproveitou e bateu no ângulo. Chutaço para deixar a decisão, já àquela altura, nos pênaltis. Como em outros jogos no ano, os rubro-negros só tentaram após a meta vazada. Aí, pesou fragilidade ofensiva de Vinícius Araújo. Lenis e Mark, pelas pontas, bem marcados, pouco produziram. No meio-campo, o vazio de sempre na criatividade. Chega a ser repetitiva a crítica ao time do Sport, mas a regularidade é indigesta.
No intervalo, enfim, mudanças. Jonathan Goiano e Gabriel Xavier nas vagas de Lenis e Serginho. Ao menos era uma tentativa, com o Leão abrindo mão dos três volantes, mas só na base da vontade não adiantou muito. A impressão era a de que os dois times estavam satisfeitos com o desfecho nos tiros livres. Dito e feito, 1 x 0. Se há uma semana, em Campina Grande, os batedores do Sport pareciam enxergar uma trave de futsal, desta vez o desempenho foi bom, com apenas um desperdício, ainda assim na área de gol. Vitória por 5 x 4.
Aos trancos e barrancos, o Sport está de volta a uma decisão. Após colecionar fiascos seguidos, em todas as frentes (exceção feita ao 6º lugar na Série A), o Leão terá a chance de retomar a hegemonia estadual, com uma pausa de dez dias para tentar articular algo diferente no time. À torcida, resta torcer para que a finalíssima em casa, depois de três anos, e o maior rival pela frente alimentem vontade de um time sem confiança. Sem técnico, também.
A Copa do Nordeste passaria por um estágio de obervação de 2015 a 2017, com a presença de clubes do Piauí e do Maranhão, finalmente inseridos no torneio. A condição de “ouvintes” se refletia nas finanças, sem cotas na primeira fase. Somente a partir das quartas os clubes dos dois estados receberiam as verbas acordadas. Conforme dito pela Liga do Nordeste na época, após o triênio haveria uma avaliação dos resultados técnico e econômico com os novos participantes. Logo, 2018 poderia marcar um novo Nordestão, inclusive com a projeção de outra ampliação. Ao que parece, a mudança é muito mais drástica, enxugando a competição de 20 para 16 times. Trata-se de uma disputa entre as federações mais fortes (Bahia, Ceará e Pernambuco) e os sete clubes mais populares (Bahia, Vitória, Ceará, Fortaleza, Náutico, Santa e Sport). Clubes dos 7?!
Enquanto as entidades brigam por mais datas nos campeonatos estaduais, hoje numa clara condição de coadjuvantes, os times almejam um regional ainda mais rentável, sem espaço para surpresas. Neste caso, entende-se a recorrente ausência dos grandes, perdendo as vagas em campanhas ruins no Estadual – Náutico, Santa, Vitória, Fortaleza e, agora, Ceará, passaram por isso.
Inicialmente, a ideia seria implantar uma classificação via ranking – no caso dos clubes, essa ideia seria apenas a ponte para uma reforma maior, com participantes fixos (detalhes abaixo). A federações também alegam um melhor nível técnico com menos jogos, com uma consequente melhor distribuição das receitas. Difícil é não relacionar isso ao aumento dos respectivos campeonatos, a fonte absoluta de receita das federações. O Pernambucano, por exemplo, só tem 14 datas, e a taxa sobre as rendas dos jogos é de 8%.
Outro entrave para o enxugamento passa no vigente acordo judicial (Liga/CBF), com a garantia de dez edições da Lampions (até 2022) e contrato de tevê assinado pelo mesmo período. Com a receita crescente – de R$ 5,6 milhões em 2013 para R$ 14,8 milhões em 2016 -, qualquer mudança redutiva torna-se arriscada sobre o acordo nos tribunais. Ainda mais se passar pela grade de transmissão, até 25% menor. Como aumentar o faturamento com uma exposição menor? Em tese, a aposta dos articuladores é baseada na presença dos maiores clubes, com mais clássicos regionais, em vez de partidas sem tanto apelo. O que não pode ficar de fora é a execução de um justo critério técnico, para que o tal Clube dos 7 não lembre os ideais do Clube dos 13…
Vamos aos possíveis modelos trabalhados nos bastidores:
Copa do Nordeste, como é hoje… 20 clubes, oriundos dos estaduais (3 vagas para PE e BA e 2 para os demais) 5 grupos de 4 times Os cinco líderes e os três melhores vice-líderes avançam às quartas Quartas de final, semifinal e final em jogos de ida e volta 12 datas
74 jogos (14 no mata-mata, 18%)
Obs 1. Se falou até em uma reformulação já em 2017, mas não há base legal, pois as vinte vagas do torneio já foram asseguradas via estaduais de 2016.
Copa do Nordeste, como as federações querem em 2018 16 times, com nove campeões estaduais e sete via Ranking da CBF 4 grupos de 4 times Os dois melhores de cada chave avançam às quartas Quartas de final, semifinal e final em jogos únicos 9 datas
55 jogos (7 no mata-mata, 12%)
Obs 2. O formato seria permanente, mantendo os campeonatos estaduais como torneios de acesso ao regional, sem nenhuma participação fixa.
Copa do Nordeste, como os sete maiores clubes querem em 2018 16 times, com nove campeões estaduais e sete via Ranking da CBF 4 grupos de 4 times Os dois melhores de cada chave avançam às quartas Quartas de final, semifinal e final em jogos de ida e volta 12 datas
62 jogos (14 no mata-mata, 22%)
Obs 3. A edição de 2018 seria uma transição para compor o torneio da nova fase, a partir de 2019, com a mesma fórmula, mas com a participação via acesso/rebaixamento com uma segunda divisão, esta formada pelos estaduais.
Na visão do blog, os dois modelos especulados reduzem a importância do Nordestão, em calendário e mérito esportivo. A proposta dos clubes para 2018, sem a participação fixa, parece a melhor, desde que se mantenha assim. Ao jornal O Povo, o presidente da federação cearense de futebol, Mauro Carmélio, confirmou a articulação, inclusive junto à CBF e à Liga do Nordeste. Ao Diario de Pernambuco, o mandatário da federação pernambucana, Evandro Carvalho, se esquivou do assunto e disse que somente depois do regional de 2016 o futuro regulamento será discutido. Para entender melhor esse posicionamento, é preciso dizer que o dirigente vem participando do Grupo de Reformas da CBF.
Você concorda com a possível mudança? Qual é a melhor proposta?
No combate à pirataria, o Sport vem denunciando o comércio ilegal de produtos ligados ao clube, sobretudo as versões genéricas dos uniformes produzidos pela Adidas. À parte da atuação do departamento jurídico, o marketing lançou uma curiosa campanha antipirataria (“Parece, mas não é”). De fato, o goleiro no vídeo abaixo, interpretado pelo torcedor João Paulo Barbosa, lembra da Danilo Fernandes. Tecnicamente, não. Falsiê.
Vale lembrar que os clubes têm direito a royalties sobre as vendas licenciadas, ou seja percentuais no faturamento. É assim com Sport/Adidas, mas também se aplica com Santa/Penalty e Náutico/Umbro. A fiscalização é mesmo necessária, assim como uma política de produtos acessíveis aos torcedores.
O 45 minutos analisou os jogos de ida da semifinal do campeonato estadual, com a boa vitória do Santa Cruz sobre o Náutico, diante de 40 mil pessoas no Arruda, e o apertado resultado positivo do Sport sobre o Salgueiro, com quase 17 mil pessoas na Ilha no feriado de Tiradentes. Clássico das Multidões encaminhado para a decisão de 2016? Seria o 24º na história. Porém, o gol do lateral Joazi, no finzinho, manteve o sonho alvirrubro. Já no calor do Sertão o Salgueiro vem mostrando muita força, sobretudo considerando o mau futebol apresentado pelo adversário. Claro, teve pitaco sobre os jogos de domingo. O debate foi longo, com direito à possível mudança no calendário brasileiro, que colocaria o Nordestão paralelamente à Série A (aprova?)
Confira um infográfico com as atrações (e tempo) de cada time aqui.
Neste podcast, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Santa Cruz 3 x 1 Náutico (24min)
Sport 1 x 0 Salgueiro (25min)
Jogos de volta, duas vagas da Sula no Nordestão e novo calendário (1h58)
A torcida respondeu. A bronca pela eliminação no Nordestão, com o futebol travado da equipe, teve como ato da direção a mudança no comando técnico, com a saída de Falcão. Novos ares? Aproveitando a promoção e o feriado, os rubro-negros foram à Ilha do Retiro mesmo cabisbaixos com a atual situação. Em outra frente, outro algoz. Após três confrontos no ano, finalmente o Sport venceu o Salgueiro. Aliás, só agora conseguiu marcar um gol. Solitário mesmo, através de Vinícius Araújo após bobeira do goleiro Gleibson, 1 x 0.
Àquela altura eram 13 minutos. Ledo engano. Com o freio de mão puxado, o time, num 4-2-3-1, segundo o próprio interino Thiago Gomes, não produziu quase nada ofensivamente. Jogou até irritar a torcida. Claro, o tempo sob novo comando, efetivo, foi curtíssimo, mas esperava-se alguma mexida. A presença de Serginho já era um indicativo de mais do mesmo. O camisa 8, já criticado aqui no blog, simplesmente não consegue jogar pra frente. Não acerta o passe.
O volante erra, gera contragolpes e tem um posicionamento falho. Para o jogo fluir, a sua saída é para ontem. Mas segue intacto, atuando os 90 minutos. Em relação ao time que disputa o Pernambucano, há um problema: a ausência de meias articuladores. Diego Souza foi contratado após o prazo de inscrição e Gabriel Xavier segue machucado, se bem que vinha sendo utilizado nas pontas.
Assim, três volantes, com Luis Antônio tendo o papel de tentar conduzir a bola a um ataque sem fome de gol. É verdade que o Carcará também esteve mal, se limitando à defesa, talvez consciente de sua força no calor do Sertão, mas o mandante fez por onde ser vaiado no apito final. Sim, o Sport tem a vantagem do empate para chega à final estadual e se garantir no próximo regional. Porém, com essa intensidade – muito abaixo do volume do Santa diante do Náutico, por exemplo – e essa formação sem mudanças, a confiança segue baixa.
Há onze anos, em 21 de abril de 2005, Magrão chegava ao Sport para compor o elenco. Sem nunca ter deixado o clube desde então, o goleiro, hoje com 39 anos, tornou-se ídolo, ícone. Com 576 partidas com a camisa rubro-negra, já está na história com o atleta que mais atuou pelo Leão, fora a sina de conquistas, com seis Estaduais, um Nordestão e uma Copa do Brasil.
Celebrando a longevidade de Magrão na Ilha, o departamento de comunicação lançou um vídeo com depoimentos de bastidores (com destaque para o segurança Pelé e o roupeiro Leguelé) sobre o dia a dia do jogador.
A ideia de confeccionar uma bola especial para a final surgiu na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, quando a Adidas criou a dourada Teamgeist Berlin, exclusiva para a partida entre Itália e França. Desde então, inúmeros torneios copiaram a ideia, inclusive o Campeonato Pernambucano, desde 2013.
Começou com a Duelo Final, marrom. No ano seguinte, a Gorduchinha, com as cores brasileiras. Nos últimos dois anos, a versão final. Novamente produzida pela Penalty, fornecedora do campeonato local desde 2008, a Bola 8 trocou os gomos pretos pelo dourado, num tom semelhante ao do troféu oficial.
Ao contrário da última temporada, quando a bola especial começou a ser utilizada na semifinal, desta vez a bola dourada de 2016 foi reservada mesmo para os dois jogos finais, com a bola alvinegra nas outras 90 partidas.
O troféu do Campeonato Pernambucano de 2016 é o primeiro da história do futebol local a ter um naming rights, incorporando o nome da patrocinadora da competição, a Celpe. Encomendada pela FPF a uma empresa de design, a peça dourada de 60 centímetros lembra a orelhuda prateada da Champions League. Com um formato de “diamante”, a taça foi elaborada como a “maior joia do Nordeste”. Entre os detalhes, a base lembrando uma bola de futebol, as cores da bandeira pernambucana e o distintivo da entidade no alto. Na visão do blog, bem acima da média dos modelos apresentados nos últimos anos.
Seguindo a identidade visual da taça, também foram confeccionadas medalhas douradas e prateadas para o campeão e vice da temporada local, com destaque para a estrela da bandeira. Inicialmente a ideia era homenagear Miguel Arraes, que completaria 100 anos. Com o contrato firmado com a fornecedora de energia durante o Estadual, o troféu acabou entrando na pauta da negociação. Porém, a homenagem ao ex-governador foi mantida, na festa de premiação.
O que você achou do troféu do campeonato estadual de 2016?
2006 – Troféu Diario de Pernambuco (Sport) 2007 – Troféu 100 Anos do Frevo (Sport) 2008 – Troféu Radialista Luiz Cavalcante (Sport) 2009 – Troféu Governador Eduardo Campos (Sport) 2010 – Troféu Tribunal de Justiça de Pernambuco (Sport) 2011 – Troféu 185 anos da Polícia Militar de Pernambuco (Santa Cruz) 2012 – Troféu Rede Globo Nordeste (Santa Cruz) 2013 – Troféu FPF (Santa Cruz) 2014 – Troféu 100 anos do Campeonato Pernambucano (Sport) 2015 – Troféu Centenário da FPF (Santa Cruz) 2016 – Troféu Pernambucano Celpe A1 (Náutico, Salgueiro, Sport ou Santa?)