Em vez de gravar a 150ª edição do 45 minutos após Galo x Sport, optamos por aguardar o desfecho da 12ª rodada da Série A. Decisão acertada, pois o Leão, com os resultados da quinta-feira, acabou saindo do G4. Analisamos a derrota no Mineirão a partir disso, já levando o ambiente do time para o importante compromisso contra o Palmeiras, na Arena Pernambuco, no domingo. Antes, no sábado, no mesmo local, haverá o Clássico das Emoções, que tem na venda de ingressos a sua maior polêmica até aqui, tanto na quantidade de bilhetes para os visitantes quanto o valor aplicado. No fim, falamos dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Aliás, qual é o seu grau de empolgação com o evento?
Confira o ingráfico com as principais atrações do programa aqui.
Neste podcast de 1h36m, estou ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
A polêmica sobre o Clássico das Emoções na Arena Pernambuco, no primeiro turno da Série B de 2015, começou já na venda de ingressos. Primeiro, com o percentual destinado aos visitantes, entre 10% e 30%, dependendo da diretoria questionada. Agora, há uma queixa na torcida tricolor sobre o preço para o setor destinado, R$ 50 no anel superior, atrás da barra, uma vez que os torcedores alvirrubros vão pagar o mesmo para o anel inferior, na lateral do campo. Antes da ressalva do blog, vale conferir a regra adotada nos campeonatos nacionais
Art. 79 – Os ingressos das partidas serão emitidos pelo clube mandante, a quem incumbe também definir fornecedores, carga, valores, emissão, locais e procedimento de venda, cabendo à federação do clube mandante aprovar previamente todo o procedimento.
§ 4º – Os preços dos ingressos para a torcida visitante deverão ter necessariamente, nos respectivos setores do estádio ou equivalente, os mesmos valores dos ingressos cobrados para a torcida local.
De cara, é preciso reconhecer que entre os dois setores de R$ 50, a localização alvirrubra é bem mais nobre, como em qualquer arena do país. Então, a palavra “equivalente” é o foco da discussão. Lembremos que já houve uma situação semelhante em São Lourenço, no Clássico dos Clássicos pelo Nordestão de 2014. Na ocasião, além do local, o bilhete dos visitante também era mais caro (R$ 60 x R$ 50). Confira a denúncia do blog e a resposta do consórcio.
Um ano depois, focando apenas a setorização, a queixa é recorrente. No ano passado, a localização equivalente era ocupada pelos ingressos do Todos com a Nota, não comercializados. Para não haver o mesmo “risco” agora, o lado equivalente do Timbu sequer foi colocado à venda. Entretanto, na visão do blog, ao não encontrar (ou produzir) um setor equivalente no estádio, os organizadores da partida acabam penalizando a torcida visitante.
Sábado de muita chuva em todo o Grande Recife, com um dos maiores índices pluviométricos dos últimos tempos. O clima, claro, afastaria parte do público da Arena Pernambuco. Ainda assim, 7.594 alvirrubros marcaram presença. O campo de jogo também suportou bem as precipitações, com plenas condições para a prática do futebol. Neste segundo contexto, o cenário seria bem favorável ao Náutico, tecnicamente melhor que o Oeste. Ainda que o jogo não tenha sido tão fácil, a vitória veio, a 6ª na Série B, após um hiato de três jogos. O resultado fincou o time na zona de acesso à elite, com 21 pontos.
Os comandados de Lisca chegaram a ter mais de 60% de posse de bola no primeiro tempo, mas sem objetividade. Tudo o que o Náutico não vinha sendo no Brasileiro. Tanto que boa parte de suas vitórias em casa começaram a ser definidas logo nos primeiros minutos. Desta vez, coube ao rendimento no segundo tempo, num jogo franco. Artilheiro timbu na competição, Douglas mostrou faro de gol aos 12 minutos. Acionado por Renato pela direita, invadiu a área e chutou forte, marcando seu 4º gol na Série B.
Ao ficar em vantagem, o Timbu recuou excessivamente, “chamando” o visitante. Antes de ceder o gol de empate, ainda viu Júlio César fazer duas boas defesas. No tento, porém, mérito absoluto para o centroavante Júnior Negão, que tocou por cobertura, num golaço, também chegando a 4 gols na Segundona. Apesar do susto, a igualdade não durou muito, com o Alvirrubro voltando a atacar pelo lado direito, desta vez de Hiltinho para Gil Mineiro e de Gil Mineiro para as redes, 2 x 1. Gil, aliás, deu mais dinâmica à equipe, aparecendo como mais uma opção para a longa jornada, cujo objetivo é no mínimo ficar onde já se encontra…
O departamento de marketing alvirrubro preparou um vídeo especial para convocar a torcida para o jogo Náutico x Oeste, na Arena Pernambuco, pela 10ª rodada da Série B. Foram mais de 13 mil visualizações nas cinco primeiras horas na página oficial do clube no facebook.
A postagem veio com a seguinte mensagem: Bora pra Arena, Nação Alvirrubra! Preparando o pulmão e o grito: N-Á-U-T-I-C-O!!!
O objetivo é estabelecer a média de público em São Lourenço acima de 10 mil torcedores. Esse engajamento na Segundona de 2015 é essencial para o clube.
Um aproveitamento de 75% dos pontos disputados nas oito primeiras rodadas. A campanha do Sport no Brasileirão já mexe com a imaginação da torcida rubro-negra acerca do quanto esse time pode ir longe. A manutenção na elite, a esta altura, parece um objetivo consolidado. Com 18 pontos na tabela, o Leão precisa em tese de mais 27 nas próximas 30 rodadas. A queda de rendimento para não alcançar isso é quase desprezível, ainda mais se considerarmos o nível de competitividade mostrado pelos últimos colocados.
E um deles é o Vasco, justamente o primeiro adversário na arena. Ué, a partida foi ou não equilibrada? Foi. Mas, na visão do blog, por causa do excesso de preciosismo do Sport no primeiro tempo, quando abriu o placar e, com mais intensidade, preferiu a soberba, com toques de calcanhar, invertidas ousadas, uma finta a mais aqui, outra ali. Ou seja, um cenário diferente da equipe aplicada até então e não compreendido pelos 19 mil espectadores. Difícil acreditar que Eduardo Batista não tenha combatido essa postura no intervalo. Afinal, se o Sport se mantém desde o início no G4, é devido à plena seriedade em campo.
No segundo tempo, o clube foi se impondo, travando o time carioca como se esperava. E a vitória, por 2 x 1, veio como consequência, apesar dos sustos. Não veio numa jogada trabalhada como o primeiro gol (de André), mas com a bola sobrando numa confusão na área para Wendel, quase como “prêmio”. Aquele mesmo volante cuja renovação de contrato foi colocada em xeque, inclusive aqui, mas que se mostra uma das peças mais regulares deste surpreendente Sport. Não por acaso, era um dos mais sérios em campo.
Atualização: com os tropeços de São Paulo e Atlético-PR, em casa, no domingo, o Leão termina a 8ª rodada na liderança isolada da competição.
Em novembro de 2014, o presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, foi preso durante a 7ª fase da Operação Lava-Jato, a investigação da Polícia Federal sobre um esquema de lavagem e desvio de milhões de reais envolvendo a Petrobrás, empreiteiras e políticos das mais altas esferas do poder.
Na 14ª fase da investigação, em junho de 2015, mais duas prisões de peso, os presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. As três empresas participaram de inúmeras licitações de arenas do Mundial, em alguns casos através de parcerias, como se tentou aqui. Odebrecht e Andrade Gutierrez reconstruíram o Maracanã, enquanto Odebrecht e OAS ergueram a Fonte Nova. Rivais aqui, parceiras acolá. Até agora, entretanto, a Lava-Jato tem como prisma a Petrobrás. Até quando?
A gratuidade para crianças em jogos de futebol é algo bem antigo no país. A variação neste benefício refere-se basicamente à idade máxima para o benefício. 7, 8, 10, 12 anos? Em cada estádio, uma norma distinta. Mas há a exceção. Na Allianz Parque, inaugurada em novembro de 2014, a diretriz inicial veta a gratuidade. Daí, a polêmica em torno da cobrança de ingresso a um bebê de seis meses. No estádio do Palmeiras, a frase dita pelos funcionários foi “entrou, paga”, pois trata-se de uma propriedade particular. A explicação poderia ser aplicada aos estádios de São Paulo (Morumbi) e Corinthians (Itaquerão), mas ambos liberam o acesso para crianças de até 7 e 11 anos.
Segundo o Procon, a cobrança está respaldada pelo Direito do Consumidor, pois não se estabelece uma idade mínima. Verdão à parte, vamos à situação em Pernambuco. Em qualquer jogo com mando de campo de Náutico, Santa ou Sport há a gratuidade para os torcedores mirins. O menor limite é o do Leão, com “7 anos e 364 dias”, vulgo “8 anos incompletos”. No Tricolor, pré-adolescentes de 12 anos ainda conseguem entrar sem pagar. Em todos os casos, naturalmente é preciso estar acompanhado de um adulto responsável.
As gratuidades nos estádios locais se estende às autoridades (com documentação), um privilégio garantido por lei há décadas, com policiais militares, delegados e juízes podendo assistir a qualquer partida como público geral. A regra também se aplica aos idosos? Não. Neste caso, há o direito à meia-entrada, previsto no Estatuto do Idoso, a partir dos 60 anos de idade. Na capital paulista, o Corinthians libera o acesso para idosos cadastrados.
Gratuidades no futebol pernambucano:
Arena Pernambuco (Náutico)
Crianças – até 8 anos*
Autoridades – policiais militares, delegados e juízes, atletas, ex-atletas, ex-árbitros.
Arruda (Santa Cruz)
Crianças – até 12 anos (incompletos)*
Autoridades – policiais militares, delegados e juízes.
Ilha do Retiro (Sport)
Crianças – até 8 anos (incompletos)*
Autoridades – policiais militares, delegados e juízes.
* A criança deve ser acompanhada de um adulto e ter documento com a idade.
No público detalhado no borderô oficial, entregue à FPF ou CBF, a soma dos “não pagantes” inclui ainda os jornalistas cadastrados para a cobertura. É preciso registrar todos os espectadores para o gasto do seguro obrigatório.
A relação entre Náutico e Arena Pernambuco é conturbada desde o começo, com o clube exigindo um pouco mais (com razão) e a administração do estádio alegando limitações contratuais. No entanto, em alguns detalhes há uma vontade de deixar o torcedor alvirrubro mais “à vontade”.
Além das faixas vermelhas e brancas, com o distintivo, presentes em toda a mureta da arquibancada inferior e da sirene da vitória, instalada em fevereiro, a partir de agora as redes passam a ser alvirrubras, como nos Aflitos. Essa aproximação ainda é tímida diante da relação criada nesses dois anos, com parte da torcida querendo a volta para o Eládio de Barros, mas é um começo.
Em relação à customização dos outros “clientes”, nos jogos de Santa Cruz e Sport, como mandantes, as faixas na mureta também ganham as cores dos clubes. A ideia das redes será estendida?
O 45 minutos realizou uma edição especial com o vice-governador do estado, Raul Henry. Futebol e política? Neste caso, o contexto era claríssimo, uma vez que ele é o responsável pela revisão da parceria público-privada da Arena Pernambuco, além de uma voz oficial sobre os problemas de mobilidade.
Na pauta da 130ª edição, também foi discutida a transição do Todos com a Nota, pois o estado estuda reduzir (ou acabar) o programa de subsídio ao futebol. Por fim, detalhes da proposta de divisão de cotas de televisão no Brasileirão, já que o próprio Raul Henry, enquanto deputado federal, foi o autor do projeto de lei.
No podcast, estou ao lado de Fred Figueiroa, Celso Ishigami, Rafael Brasileiro e os convidados Kauê Diniz e Emanuel Leite. Ouça agora ou quando quiser!
O estádio tricolor é conhecido popularmente pelo nome do bairro, o Arruda. Oficialmente, no entanto, se chama Estádio José do Rêgo Maciel. Datado de 1972, o Mundão poderá ganhar uma nova denominação, em troca de rendimentos para o clube. A direção coral abriu a possibilidade de firmar um contrato de naming rights para atrelar o nome de alguma empresa ao estádio.
O vice-presidente coral, Constantino Júnior, revelou ter tido conversas com algumas empresas oferecendo a ideia. Deu o primeiro passo num modelo que ainda busca uma consolidação no país. A maior barreira é o fato de que os torcedores (e a imprensa) ignoram os nomes “mercadológicos”. Um exemplo está justamente aqui no estado, com o palco em São Lourenço. O nome oficial é Itaipava Arena Pernambuco, firmado após o acordo de R$ 100 milhões (por dez anos) com cervejaria. À parte do próprio consórcio, o “Itaipava” é cortado.
No Brasil, o caso de sucesso é o do Palmeiras, que renomeou o seu novo estádio, por R$ 300 milhões em 20 anos, como “Allianz Parque”. É a mesma seguradora que banca a arena de Munique. A denominação superou o tradicional “Palestra Itália”, até porque o antigo estádio foi demolido (e sua imagem junto).
Tricolor, você chamaria o Arruda pelo nome de um patrocinador?
Estádios brasileiros com naming rights Arena Pernambuco
Itaipava (2013-2023)