Cambistas do futebol recifense atacando na rede social

Suspeita de cambista no facebook

Os 6.400 ingressos colocados à disposição da torcida do Sport para a final do Campeonato Pernambucano de 2014 se esgotaram rapidamente, a seis dias da partida contra o Náutico.

A notícia surpreendeu, pois as filas não foram tão grandes assim no dia, uma quinta-feira, dia 17 de abril. Na internet, a Arena Pernambuco havia informado a comercialização de pouco mais de 800 ingressos.

Portanto, 5.600 foram vendidos na bilheteria do Sport. A maioria estava na promoção, por R$ 30.

Agora, na véspera da decisão local, algumas pessoas estão usando o facebook para oferecer as entradas aos visitantes. O blog identificou dois casos, inclusive com telefone para contato. O preço do ingresso? O dobro, R$ 60.

Um desses “cambistas virtuais” afirmou possuir 92 ingressos! E ainda ironizou a reclamação de usuários rubro-negros sobre a prática (veja aqui).

Causa ainda mais surpresa o fato de que na venda oficial era permitida a compra de no máximo quatro entradas por torcedor. Estranho, não?

Enquanto a administração da arena combate a venda ilegal no estádio, os cambistas vão migrando para as redes sociais…

Suspeita de cambista no facebook

Ação policial contra cambista na Arena Pernambuco, nas câmeras de segurança

A ação ilegal de cambistas é algo bem antigo no futebol pernambucano.

E em qualquer estádio… Por mais que se tenha conhecimento da prática, o combate é quase sempre escasso. Na Arena Pernambuco, os cambistas já começaram a aparecer. Porém, há um trabalho bem definido para esse crime.

O Centro de Controle Operacional (CCO) da arena dispõe de um sistema de segurança para a identificação de cambistas. Tudo a partir das 260 câmeras instaladas no complexo e do trabalho em conjunto com representantes da polícia militar, guarda municipal, bombeiros e polícia rodoviária federal. O monitoramento vale também na área interna, contra o vandalismo.

O blog obteve o passo a passo de uma ação contra cambistas. Confira.

Ato 1: Na entrada principal do estádio, na ala sul, os operadores identificam um suspeito através da câmera com visão panorâmica.

Ato 1 no combate aos cambistas na Arena Pernambuco, com a identificação

Ato 2: O policial militar mais próximo é comunicado, se aproximando do cambista, sem despertar atenção, do infrator ou do público.

Ato 2 no combate aos cambistas na Arena Pernambuco, com a aproximação da Polícia Militar

Ato 3: Ao confirmar a ação do suspeito, o policial chama outros PMs via rádio, com o objetivo de fechar o perímetro. Neste momento, a câmera aumenta o zoom, focando só a ação.

Ato 3 no combate aos cambistas na Arena Pernambuco, com a comunicação do policial a outros oficiais da PM

Ato 4: Com o reforço na área, enfim acontece a abordagem ao suspeito.

Ato 4 no combate aos cambistas na Arena Pernambuco, com a abordagem policial

Ato 5: O cambista é encaminhado imediatamente ao Juizado Especial do Torcedor, o Jetep, na própria Arena Pernambucano, sendo autuado em flagrante.

Ato 5 no combate aos cambistas na Arena Pernambuco, com o suspeito detido e encaminhado ao Juizado do Torcedor

As primeiras Cidades da Copa, ainda no papel

Projeto da Cidade da Copa, na versão divbulgada em 2009. Crédito: governo do estado

O projeto da Cidade da Copa foi desenvolvido durante oito meses em 2008.

Concebido pelo Núcleo Técnico de Operações Urbanas do governo do estado (NTOU), a nova centralidade urbana, que começaria a partir de um novo estádio de futebol, foi apresentada oficialmente em 15 de janeiro de 2009.

Desde então, já sob contrato com a Odebrecht, através de uma parceria público-privada, o megaempreendimento em São Lourenço da Mata tornou-se mais elaborado, sofrendo algumas modificações.

Cinco anos depois, à parte da Arena Pernambuco, o restante do projeto de R$ 1,59 bilhão ainda não saiu do papel, por mais que o primeiro módulo estivesse previsto para 2014.

No entanto, é possível notar a diferença entre o esboço da ideia original e a versão mais recente da Cidade da Copa. Sempre no 3D, claro.

O cronograma de obras aponta a maturidade do futuro bairro em 2025.

Projeto da Cidade da Copa, na versão divbulgada em 2012. Crédito: governo do estado

Nova divisão na arena, agora com todos os setores e visitantes esgotados

Ingresso para a torcida visitante (do Sport) no setor inferior norte da Arena Pernambuco para a decisão de 2014. Crédito: twitter.com/kelmelo_scr

A setorização dos clássicos na Arena Pernambuco costuma reservar o anel superior norte para os visitantes. Foi assim nos jogos do Náutico contra Sport e Santa Cruz desde a abertura do empreendimento, em maio de 2013.

Seria o mesmo formato para a final do Estadual de 2014, apesar da maior carga disponibilizada até então, de 6.400 entradas.

Porém, esse planejamento já considerava a possibilidade de comercializar bilhetes para a torcida visitante no anel inferior. Dependia da demanda.

Foi o que aconteceu para a finalíssima do 100º Campeonato Pernambucano.

A seis dias do último Clássico dos Clássicos da temporada, todos os ingressos para o Leão já estão esgotados, com anel superior, camarote e anel inferior. Fato confirmado ao blog pela administração da arena.

Aos demais leoninos, portanto, só pela televisão.

Vale lembrar que são 26.600 para os alvirrubros. Por questão de segurança, não haverá em zona mista para a final – o local será apenas do mandante.

E mais, o torcedor visitante que comprar ingressos para a área do Náutico será retirado pelo Batalhão de Choque, numa fiscalização (necessária) bem maior àquela vista a Copa Sul-Americana, também com o clássico centenário.

A expectativa é de um público acima de 30 mil pessoas…

Observação: há uma reserva técnica de cinco mil bilhetes, dos quais 1.000 para os visitantes. Porém, esse lote só será liberado se a carga original for esgotada.

Mundial injeta R$ 30 bilhões no PIB. Desde que o gasto não esteja subestimado

Projeção de receita no Brasil na Copa do Mundo 2014. Crédito: twitter.com/copagov (Fipe)

A Copa do Mundo de 2014 pode gerar um acréscimo de R$ 30 bilhões no produto interno bruto (PIB) do Brasil.

Achou a projeção alta?

Mas é o que aponta o estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), encomendado pelo Ministério do Turismo.

A mesma entidade levantou um aumento de R$ 9,7 bilhões no PIB do país por causa da Copa das Confederações de 2013, com 303 mil empregos. No torneio, só o Recife teve um ganho de R$ 932 milhões (veja aqui).

No novo cálculo, o gasto com o Mundial, somando infraestrutura e estádios (doze ao todo), seria de R$ 25,6 bilhões, segundo a matriz de responsabilidades…

Há quem estime a despesa geral em um valor duas vezes maior. E isso é essencial para a economia total gerada pelo Mundial. A conferir.

Arena Pernambuco armada para receber até 38 mil pessoas na final. Cabem 46 mil

Esquema de venda de ingressos para o segundo jogo da final do Estadual de 2014, Náutico x Sport, na Arena Pernambuco. Crédito: www.itaipavaarenapernambuco.com.br

A finalíssima do Campeonato Pernambucano de 2014 terá cerca de 38 mil ingressos à disposição de torcedores alvirrubros e rubro-negros.

Apesar da capacidade de 46.214 assentos na Arena Pernambuco, a carga foi reduzida por questão de segurança, na primeira final da história do local.

Na divisão, aproximadamente 30.200 para o Náutico e 7.800 para o Sport.

Quase um ano após a sua inauguração, o estádio enfim deve receber um público superior a trinta mil pessoas em jogos de clubes.

A melhor marca é de Náutico x Sporting, justamente o amistoso de abertura, com 26.903 pessoas presentes. O recorde geral da arena é de 41.705 torcedores, no jogo Espanha x Uruguai, na Copa das Confederações.

Para a final estadual, apesar da procura maior, a administração da arena atendeu à recomendação da polícia militar para executar o mesmo plano de divisão de torcidas, isolando um setor inteiro no anel inferior (ala norte), o que inviabilizou a comercialização de quatro mil entradas.

O esquema de ingressos para o clássico já foi divulgado pela operadora. Confira a imagem em uma resolução melhor clicando aqui.

Os ingressos estão à venda no site oficial do estádio.

Dia 23 de abril, às 22h, a decisão com recorde de público. Na visão do blog, porém, o cenário era favorável para um número até maior que o esperado.

Além disso, que o plano de mobilidade esteja sendo bem estudado…

Um ano depois da lama, o acesso básico a um CT de Copa do Mundo

Acesso ao CT do Sport, em Paratibe, em abril de 2014. Foto: www.facebook.com/CentroDeTreinamentoJoseDeAndradeMedicis

Uma cena constrangedora, com  ônibus do Uruguai andando numa velocidade mínima, numa estrada de barro, enlameada, sem estrutura alguma.

Não parecia, mas era o caminho para chegar em um dos campos oficiais de treinamento (COT), selecionados pela Fifa para a Copa das Confederações de 2013.

Em junho, no inverno recifense, a situação só piorou.

Ao todo, um acesso de 1.900 metros ao centro de treinado do Sport, em Paratibe, da estrada ao portão principal, num descaso da prefeitura da capital.

A repercussão internacional, claro, foi péssima.

Um ano depois, enfim o mínimo que se esperava para uma estrutura periférica do Mundial.

A pavimentação, já acima dos 60% deve ser concluída até o torneio, inclusive, com canaletas para escoar água, uma vez que o evento também será no inverno local.

No CT do Leão irão treinar Japão, Costa Rica, México, Alemanha e segundo colocado do grupo C, nas oitavas de final.

O governo fez o que esperava. Porém, com um ano de atraso…

Acesso ao centro de treinamento do Sport, em Paratibe, em junho de 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Mundial com 14 mil voluntários. Retorna a preocupação com o sumiço dos kits

Kit de voluntários da Copa do Mundo de 2014. Crédito: Youtube/Fifa

Nova competição, novos kits para os voluntários. E mais fiscalização em 2014.

Os produtos que serão entregues aos 14 mil voluntários do Mundial foram apresentados. O conjunto básico inclui boné, camisa, calça que vira bermuda, tênis e meia. Em Porto Alegre, Curitiba e São Paulo, serão dados gorro, luvas e casaco de inverno. Nas demais subsedes, um casaco mais fino.

A Adidas, patrocinadora do evento, irá produzir todo o material.

Contudo, há a preocupação com o possível “desfalque”. É comum, após o treinamento e a entrega dos materiais, que alguns voluntários abandonem as tarefas, levando os produtos. O kit está avaliado em cerca de R$ 1.000.

Na Copa das Confederações de 2013, também no país, o blog denunciou o sumiço os voluntários no Recife após a entrega na area (veja aqui).

Dois dias depois da publicação, em 15 de junho, a Fifa respondeu o blog, através de uma nota. Vale recordar o texto, certamente válido para a Copa.

“É comum, em qualquer grande evento, ocorrerem casos isolados como esse. Por esse e outros motivos como eventuais desistências por motivos pessoais de força maior, o Comitê Organizador Local (COL) trabalha com contingência de uniformes e um número maior de voluntários que o necessário para garantir o sucesso operacional do evento. Com o objetivo de reduzir ao máximo a ocorrência de desistências, o COL, como é de praxe por parte de qualquer comitê organizador de grandes eventos, implementa ainda um programa motivacional durante todo o processo de seleção até o fim do torneio.”

Há um ano foram 5.652 inscritos no programa. Agora será quase o triplo. Logo…

Kit da Fifa para a Copa das Confederações de 2013

Copa das Confederações somou quase R$ 1 bilhão ao PIB do Recife

Estudo da Fipe sobre o impacto econômico da Copa das Confederações de 2013 no Brasil

A participação do Recife na Copa das Confederações foi marcada por três jogos e um público acumulado de 104.241 torcedores na Arena Pernambuco.

Economicamente, a participação no evento em 2013 rendeu quase R$ 1 bilhão ao produto interno bruto (PIB) da capital pernambucana, além de 26 mil empregos – mesmo com o plano de mobilidade falho na competição.

Os dados são do estudo divulgado pelo Ministério do Turismo quase um ano depois do evento-teste da Fifa. Apesar da injeção econômica, a cidade ficou em 5º lugar entre as seis subsedes.

Estudo da Fipe sobre o impacto econômico da Copa das Confederações de 2013 no Brasil

O levantamento produzido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), sobre o impacto econômico do torneio no país, aponta uma movimentação financeira bruta de R$ 20,7 bilhões.

Deste montante, 11 bilhões de reais são da soma dos gastos de turistas, comitê organizador local e investimentos públicos e privados, e mais 9,7 bi de acréscimo no PIB nacional. O ministério estima em 303 mil o número de empregos gerados.

Dos 247 mil turistas brasileiros no evento, 25.051 vieram ao Recife, gerando um gasto de viagem de R$ 23,5 milhões. Já em relação aos torcedores estrangeiros – e foram apenas 25.630, bem abaixo do esperado -, o estado recebeu 4.084 gringos. Eles ficaram, em média, uma semana na cidade.

Sobre o impacto econômico, vale lembrar a projeção de outra pasta federal, o Ministério do Esporte, em 2010, quando foram projetados nada menos que R$ 183 bilhões para a Copa do Mundo (veja aqui).

Fan Fest no Recife é recalculada para R$ 6 milhões. Se sair, só com dinheiro privado

Projetos oficiais das Fifa Fan Fests de Porto Alegre (2014), Cuiabá (2014), Curitiva (2014) e Rio de Janeiro (2010). Crédito: arte de Cassio Zirpoli/DP/D.A Press sobre imagens de divulgação

Inicialmente, a Fan Fest da Fifa no Recife foi avaliada em R$ 20 milhões.

O valor do investimento assustou o prefeito Geraldo Júlio, cuja gestão começou em 2013, por mais que o acordo local com a Fifa vigorasse desde 30 de maio de 2009. De acordo com o o secretário de Esportes e Copa do Mundo da capital, George Braga, o prazo está correto, mas a entidade teria colocado a Fan Fest como obrigação de uma subsede num documento simples. Depois, num detalhamento maior, o caderno de encargos saltou para 90 folhas.

Como se sabe, a Prefeitura do Recife já anunciou que não pretende bancar os custos do projeto no Recife Antigo – tendo como resposta, ameaça de processo por parte da Fifa. Após algumas negociações e mudanças na concepção original, a despesa caiu para R$ 11 milhões. Não adiantou.

Agora, após três meses de idas e vindas de gestores recifenses e diretores da Fifa, foram firmados (e recalculados) três modelos definitivos: completo, médio e básico. Este último, o mais barato, claro, sairia por R$ 6 milhões. Nada muito diferente do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Cuiabá.

Martelo batido? Ainda não. Geraldo Júlio mantém a posição de não injetar dinheiro público. O básico só sairá dos croquis se a verba for 100% privado.

A grande diferença é que a Fifa autorizou a prefeitura a buscar novos patrocinadores, à parte dos oficiais (Coca-Cola, Ambev, Itaú, OI, Hyundai/KIA, Sony, Jonhson & Jonhson). Como as empresas ainda não se propuseram a assumir a conta, o Recife pode prospectar outras marcas. Só há uma ressalva: os produtos não podem chocar com os listados. Ou seja, sem refrigerantes, bancos, automóveis, equipamentos eletrônicos e produtos para saúde.

Nesse novo cenário, portanto, é possível acertar as pontas para uma Fan Fest no Recife, a menos de 70 dias da Copa do Mundo? A articulação continua.