O preço não era convidativo. Um latão de Brahma por R$ 9 ou um latão de Budweiser por R$ 12. No entanto, depois de quatro anos, era a grande chance de tomar uma cerveja geladinha em um estádio de futebol no estado.
Fundamentada como foco da violência no futebol local, a cerveja estava proibida desde 24 de março de 2009, com o decreto oficializado na assinatura do governador sobre o projeto de lei estadual nº 932/2009, de autoria de Alberto Feitosa, após a Lei Seca iniciada pelo Juizado do Torcedor.
Neste ano, como se esperava, a comercialização e o consumo de bebidas alcoólicas foram liberados exclusivamente na Copa das Confederações. Uma imposição da Fifa através da Lei Geral da Copa, uma vez que a cervejaria Budweiser é uma das principais patrocinadoras da entidade, há anos.
Em março do ano passado, por 15 votos a 9, uma comissão da Câmara dos Deputados havia aprovado a mudança na lei, em caráter extraordinário.
Portanto, foram disputados três jogos na Arena. O consumo nos bares foi intenso nas três ocasiões. Mesmo contando apenas com os stewards no trabalho de segurança, não foram registrados casos de violência. Obviamente, alguns torcedores ficaram levemente exaltados, mas foram contidos.
Com o fim do evento teste no Recife, volta a valer a velha regra…
No estádio em São Lourenço, cujo contrato de naming rights adotou uma cervejaria, com Itaipava Arena Pernambuco, a venda está vetada. Contraditório.
Há uma pressão dos clubes para a revogação da lei, pois a receita com bar era substancial no orçamento. A própria Itaipava não ficará satisfeita em emplacar apenas o seu nome. Quer o seu produto junto ao público.
Será que o bom comportamento da torcida na Copa das Confederações, rivalidade à parte, poderá influenciar na revisão da lei estadual? É possível…
A intertemporada do futebol nacional forçada pela realização da Copa das Confederações está na reta final. Enquanto Náutico, Santa Cruz e Sport continuam aprimorando as equipes em Natal, Camaragibe e Chã Grande, respectivamente, uma outra atividade, estrutural, corre contra o tempo.
Apesar da paralisação, todos os campos foram castigados pelas chuvas intensas em junho. Numa temporada marcada pela enorme seca, bastaram algumas pancadas de chuva. Confira a situação de cada um.
Hora de recuperar o piso para a sequência do Campeonato Brasileiro.
A Arena Pernambuco enfim passa a ser a nova casa do Náutico, que disputou as duas primeiras partidas como mandante na Série A nos Aflitos. O estádio teve apenas três jogos no evento teste da Fifa. No terceiro, contudo, a grama do tipo bemuda e colocada em março apresentou alguns pontos claros. Apesar da ótima drenagem, a falta de luz natural mais intensa durantes alguns dias atrapalhou o cultivo do campo. Por sinal, esse episódio deve acarretar na necessidade de adquirir uma máquina de luz artificial para a Copa 2014.
Intervalo: 13 dias
Última partida: Uruguai 8 x 0 Taiti, em 23 de junho
Próximo jogo: Náutico x Ponte Preta, em 7 de julho
O Arruda deveria ter recebido três seleções durante a fase de treinamentos da Copa das Confederações. No entanto, mesmo sob a coordenação de técnicos da Fifa, o gramado piorou no período, inviabilizando o uso pelas delegações. Os corais alegam que os membros da entidade tiveram duas semanas para o trabalho, mas acabaram atrasando a realização, feita às pressas. Até a apresentação do tricampeão estadual será preciso perfurar o campo para uma forração de areia, o que ajudaria a escoação de água acumulada das chuvas.
Intervalo: 34 dias
Última partida: Santa Cruz 2 x 0 Luverdense, em 2 de junho
Próximo jogo: Santa Cruz x Cuiabá, em 7 de julho
Nos jogos contra Palmeiras e Bragantino o campo da Ilha do Retiro ficou alagado. Enormes poças d’água atrapalharam bastante as equipes. O Sport aproveitou o intervalo para reforçar a drenagem, o verdadeiro problema – até porque o gramado foi trocado recentemente. De fato, era preciso fazer algo, uma vez que o sistema tem trinta anos. O clube investiu R$ 100 mil. São 16 horas por dia de trabalho, com 22 homens envolvidos ao todo. Tudo para concluir a instalação de 1,6 mil metros de tubos e 200 conectores.
Intervalo: 34 dias
Última partida: Sport 0 x 2 Bragantino, em 11 de junho
Próximo jogo: Sport x Avaí, em 16 de julho
Encerrada a participação pernambucana na Copa das Confederações.
Passagem com a classe do toque de bola espanhol, a emoção do duelo entre italianos e japoneses, a supergoleada uruguaia e a despedida taitiana.
Em uma semana, foram três jogos no novo estádio em São Lourenço da Mata, com cinco países diferentes, sérios problemas de mobilidade, soluções emergenciais, melhora e ótimos públicos na Arena Pernambuco.
Nessas três partidas, com 84,5% do borderô composto por torcedores do estado, o palco recebeu ao todo 104.241 pessoas.
41.705 – Espanha 2 x 1 Uruguai
40.489 – Itália 4 x 3 Japão
22.047 – Uruguai 8 x 0 Taiti
Como contrapartida, o público presente viu vários craques e seleções tradicionais, com todo respeito aos taitianos, e muitos gols.
A média foi de 34.747 torcedores, excelente. Com 18 gols no campo, o índice de bolas na rede foi de incríveis 6 tentos a cada noventa minutos.
Você assistiu a algum jogo na arena nesta Copa? Qual será a maior lembrança?
Esse clima diferente em torneios da Fifa voltará ao estado apenas em 2014, numa escala ainda maior, com cinco jogos, numa tal de Copa do Mundo.
Com show de bola, o Brasil conquistou o tetra no 3 x 0 sobre a Espanha.
A Arena Pernambuco foi selecionada para receber três jogos na Copa das Confederações de 2013. A contrapartida para isso seria antecipar a obra em oito meses, o que aconteceu.
Contudo, ainda há trabalhar a fazer no empreendimento, sobretudo no acabamento. Para o público, uma lacuna perceptível foi a iluminação da cobertura lateral do estádio, inspirada na Allianz Arena de Munique.
As membranas da fachada, com 25 mil metros quadrados, são formadas de almofadas de etileno tetrafluoretileno. Já no evento teste algumas dessas almofadas apresentaram desgaste
Além disso, a fachada de 12 milhões de euros deveria, ser combinada com LED, proporcionando uma iluminação especial – a cor fica a critério dos organizadores a cada partida.
Ao todo são quatro quilômetros de componentes de LED. Mas a instalação ainda não foi sequer iniciada. Ou seja, a versão final da Arena Pernambuco será conhecida apenas na Copa 2014…
Ambos são jovens, milionários e apontados como as principais esperanças de seus países. Duas seleções de peso. Uma é penta e a outra é tetra.
Com características diferentes, mas invariavelmente presentes nos holofotes, Neymar e Maior Balotelli convivem com a pressão da torcida, da imprensa e conscientes da responsabilidade em campo.
Contudo, ambos recebem tratamentos bem distintos dos respectivos técnicos. No Brasil, Neymar foi abraçado por Luiz Felipe Scolari, que virou um verdadeiro escudo para o atacante.
Não aceita críticas sobre o atleta e não discorre sobre qualquer problema, fazendo uma verdadeira blindagem sobre o craque do Barcelona.
“Ele não joga com 11 camisas no corpo. Acho que a imprensa brasileira tem que proteger o ídolo que temos. Parece que a finalidade não é proteger, é execrar”.
Na Azzurra, o ambiento foge do paternalismo. Se no time verde e amarelo Felipão reforça o grupo na base da “família”, na Itália o técnico Cesare Prandelli faz questão de externar que deve partir do próprio atleta uma mudança no perfil.
“Falar do Mario é bem difícil, porque ele sempre muda de uma hora para outra. Mas ele está motivado para vestir a camisa da Azzurra e se juntou a um grupo que já ganhou muito e que quer ganhar mais. Isso o ajudou a amadurecer.”
Entre os treinadores de futebol os dois perfis são tradicionais. Na sua opinião, qual é o melhor modo de trabalho no comando técnico?
Nos três jogos agendados no Recife, pela Copa das Confederações, apenas uma seleção foi sortetada para atuar duas vezes por aqui.
O Uruguai. Na primeira passagem, o caos tomou conta da delegação celeste.
Começou pela falta de campo para treinar. Era para ser no Arruda, mas o estado do gramado coral e o corredor alagado inviabilizaram os treinamentos.
Partiu, então, para o centro de treinamento do Sport, no limite da cidade.
Com um acesso através de uma encharcada estrada vicinal, após um congestionamento daqueles na rodovia BR-101, o treino acabou cancelado.
Teve que se contentar numa academia. As imagens correram o mundo…
Uma pavimentação meia boca e enfim o ônibus chegou ao CT. No percurso, 1h30 para ir e 1h30 para voltar. Desgastante, sobretudo no Padrão Fifa.
No domingo, perderam da Espanha. Na quinta, se recuperaram com uma vitória sobre os nigerianos, em Salvador. Ficaram a uma vitória simples sobre o fraquíssimo Taiti para alcançar a semifinal do evento teste.
E voltaram para a capital do estado. No dia 23, de novo a Arena Pernambuco. No primeiro dia, novo cronograma no Arruda. E mais uma mudança…
Os uruguaios partiram para o CT Wilson Campos, do Náutico.
A manchete do jornal Ovación retrata a reação uruguaia sobre o retorno…