Volta olímpica sem lugar marcado no PE2014

Foram 1.235 votos na enquete sobre o possível futuro da 1ª divisão do futebol do estado a partir de 2014. Com a Arena Pernambuco brotando, surgiu a possibilidade de tornar o estádio com “palco das decisões” do Estadual.

A pergunta foi feita de forma separada para as três maiores torcidas do estado, que se revezam na volta olímpica local desde 1945… Só a torcida do Náutico, único time de contrato assinado com a operadora do futuro estádio, concordou.

Qual é a sua opinião sobre a ideia de realizar toda a fase final (mata-mata) do Estadual na Arena Pernambuco a partir de 2014?

SportSport – 684 votos
A favor (26,75%, 183 votos)
Contra (73,25%, 501 votos)

Santa CruzSanta Cruz – 277 votos
A favor (18,77%, 52 votos)
Contra (81,23%, 225 votos)

NáuticoNáutico – 274 votos
A favor (70,07%, 192 votos)
Contra (29,93%, 82 votos)

Contradições em torno de uma arena pernambucana

Diário Oficial de Pernambuco, 24/11/2011

Eis o incrível texto publicado no Diário Oficial de Pernambuco, mudando as regras do jogo para a campanha promocional Todos com a Nota, a partir de 2013 (veja aqui).

Sendo direto: o ingresso promocional só será disponibilizado no Recife para os jogos realizados na Arena Pernambuco, numa tentativa de forçar Sport e Santa Cruz a mandarem seus jogos no futuro estádio em São Lourenço.

A notícia chega na mesma semana em que foi confirmado mais uma vez que a arena multiuso só poderá receber até 60 jogos de futebol por ano, sendo que 35 deles já estão garantidos com o Náutico, de contrato assinado.

Considerando que rubro-negros e tricolores jogaram em seus domínios, juntos, nada menos que 55 partidas nesta temporada, a defasagem na arena, com vaga para mais 25 partidas, teria sido de 30 jogos! Saiba mais aqui.

Algum deputado se preocupou com essa possibilidade absurdamente real ao mexer no texto da lei do TCN, criada em 10 maio de 2007?

Mesmo se forem apenas alguns jogos, o texto não diz a quantidade mínima, dando a entender que o único objetivo era apenas o de viabilizar o contrato com o consórcio.

Na prática, os dirigentes leoninos e corais foram colocados contra a parede.

De antemão, fica claro que esse foi apenas o primeiro passo, não só em Pernambuco como no restante do país, para levar clubes tradicionais para as arenas milionárias.

Nos bastidores, inclusive do próprio governo do estado, comenta-se que o regulamento da elite do Campeonato Brasileiro só vai liberar as arenas de 2014 em diante.

Quem não tiver uma teria que atender às demandas gradativas de modernização.

Todos com a nota. Nem todos com estádio…

Torcedor, Santa Cruz e Sport irão para a arena ou ficarão sem o TCN?

A arte da Cidade da Copa

Cidade da Copa. Crédito: Aecom

“Olinda, arte em toda parte”.

A alguns quilômetros de distância do Sítio Histórico olindense, outro lampejo de criatividade pernambucana.

Enquanto não sai do chão, a Cidade da Copa ganha versões em 3D, maquetes etc.

E até arte em seu conceito mais tradicional, a pintura… Literalmente.

Acima, uma dessas versões, produzida pela Aecom, ligada ao consórcio que irá operar a arena do Mundial de futebol. Veja a imagem em uma resolução maior clicando aqui.

Abaixo, um gráfico liberado pela Odebrecht com o novo masterplan da Cidade da Copa, que só deverá ficar completamente pronta por volta de 2025.

O orçamento geral do projeto, dividido em quatro fases, é de R$ 2 bilhões.

Confira a imagem abaixo também em alta resolução aqui.

Cidade da Copa. Crédito: Aecom

Com ou sem Arena Pernambuco, Arruda e Ilha vivos

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Sim, há uma cota máxima de jogos na Arena Pernambuco: 60 por temporada.

Planejada para receber shows de grande porte e convenções, a futura arena não deverá ultrapassar esse limite, segundo os executivos do consórcio que irá administrar o local pelos próximos 30 anos. A ideia era 20 jogos para cada um dos grandes do Recife. Mas…

Como o Náutico assinou um contrato para jogar até 35 partidas no estádio a partir de junho de 2013, isso significa que a negociação com Santa Cruz e Sport terá uma modelagem diferente, como revelou ao blog o secretário da Copa, Ricardo Leitão..

Em vez de exclusividade no mando de campo em São Lourenço da Mata, os dois times só poderiam disputar parte de seus jogos em “casa”.

Em 2011, o Santa jogou 22 vezes no Arruda, enquanto o Sport fez 33 jogos na Ilha.

Ou seja, nesta temporada, na qual o Tricolor jogou poucas vezes devido ao formato da Série D, a defasagem seria de nada menos que 30 partidas!

Então, caso qualquer um dos dois times das multidões chegue a um contrato com a Odebrecht, uma fatia do calendário terá que ocorrer na casa tradicional. Se os dois assinarem, a fatia seria ainda maior, claro.

Conclusão: não há como alijar Arruda e Ilha do Retiro do futebol pernambucano.

Enquete: fase final do Estadual só na Arena PE após 2014?

 

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Construída no padrão Fifa, Arena Pernambuco, com 46 mil lugares e a 19 quilômetros do Marco Zero, poderá virar a sede “única” da fase final do Estadual a partir de 2014.

Ainda em gestação, a ideia já é suficiente para iniciar o debate com os torcedores, sobretudo os dos grandes clubes de Pernambuco, que se revezam na conquista do título estadual desde 1945. Do debate para a enquete…

A decisão seria puramente comercial, para vender melhor a “marca” do Estadual.

Abaixo, a nova enquete do blog. Saiba mais sobre o assunto aqui.

Qual é a sua opinião sobre a ideia de realizar toda a fase final (mata-mata) do Estadual na Arena Pernambuco a partir de 2014?

  • Sport - Contra (41%, 501 Votes)
  • Santa Cruz - Contra (18%, 225 Votes)
  • Náutico - A favor (16%, 192 Votes)
  • Sport - A favor (15%, 183 Votes)
  • Náutico - Contra (7%, 82 Votes)
  • Santa Cruz - A favor (4%, 52 Votes)

Total Voters: 1.235

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Cobrança da Fifa ao vivo e a cores em Pernambuco

Governador de Pernambuco com representantes da Fifa. Foto: Roberto Pereira/divulgação

De fato, a Fifa não estava brincando…

Ao indicar o Recife como subsede da Copa das Confederações de 2013 de forma condicionada, a entidade deixou claro que não vai tolerar qualquer “remendo”.

Nesse contexto, além do estádio, surge a infraestrutura da cidade, principalmente em relação à mobilidade urbana, nosso calo mais visível, mas longe de ser o único.

No novo encontro entre o governo pernambucano e representantes da Fifa, nesta sexta, pela primeira vez uma voz além dos bastidores cobrou a construtora Odebrecht sobre a obra em São Lourenço da Mata (veja aqui).

Os executivos da empresa sempre garantiram o prazo de entrega para o estádio.

No entanto, o tal prazo será recalculado, para não ocorrer qualquer empecilho que possa colocar em risco a utilização do palco no torneio que antecede o Mundial.

Em vez do “Estamos dentro do prazo”, foi ouvido “Cumpram o prazo”, na voz da Fifa.

A chance para uma boa participação local na passagem da marca Fifa no Brasil, entre 2013 e 2014, foi dada. Para aproveitá-la, será preciso acelerar de vez o processo.

Por mais que se diga que há “folga no cronograma”, fica claro que não há.

Há, sim, muito trabalho pela frente…

Representantes da Fifa na Arena Pernambuco. Foto: Brenno Costa/Diario de Pernambuco

Volta olímpica, só na Arena Pernambuco

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

De fato, a Arena Pernambuco deverá mudar a cara do futebol local.

Inicialmente para a Copa do Mundo, mas agora encaminhado para a Copa das Confederações e confirmado para receber o Náutico, o estádio poderá fazer parte de forma ainda mais “direta” do Campeonato Pernambucano…

Para 2014, a FPF poderá articular a utilização do futuro melhor palco do estado para a fase final do Estadual. Ou seja, todos os seis jogos das semifinais e finais.

O objetivo seria agregar um valor de mercado maior à fase nobre da competição, aumentando, assim, a receita das cotas de televisionamento e patrocínios.

Para evitar qualquer tipo de vantagem para o time da casa, o Alvirrubro, a divisão das torcidas mandante e visitante nos clássicos, nessas fases decisivas, passaria dos atuais 80% e 20%, respectivamente, para 50% e 50%. Nos torneios nacionais, é bom lembrar, a relação é de 90% e 10%.

Esse modelo de mando de campo em campeonatos estaduais sob domínio das respectivas federações já é aplicado há algum tempo em São Paulo. Lá, em 2004, por exemplo, São Caetano e Paulista disputaram os dois jogos da decisão no Pacaembu.

Qual é a sua opinião sobre a possível realização de toda a fase final do Estadual na Arena Pernambuco a partir de 2014?

Confira a opinião de Carlos Alberto Oliveira sobre o assunto em março de 2010 aqui.

A um mês do formigueiro humano na arena

Capacete de obra

Segundo o cronograma oficial, a execução da Arena Pernambuco chegou a 20%.

A Odebrecht, através do seu portal para a Copa do 2014, uma vez que a construtora está erguendo quatro arenas para a competição, divulgou um vídeo de cinco minutos sobre o andamento das obras (veja aqui).

Atualmente, o número de trabalhadores na área em São Lourenço da Mata é de 1.420. Dentro de um mês, o número vai saltar para 2.150, no pico do planejamento.

No vídeo abaixo, destaque também para as declarações de Bruno Dourado, diretor de contrato da Arena Pernambuco, e Marcos Lessa, diretor-presidente do consórcio que irá operar o estádio e construir, posteriormente, a Cidade da Copa.

O formigueiro humano, após o período turbulento de ameaça de greve, deverá acelerar de uma vez por todas a construção da futura arena multiuso.

As propostas estão na mesa. O futuro cada vez mais concreto

André Campos e as propostas para os Aflitos. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Eis as nove concorrentes que já oficializaram as propostas para desenvolver projetos imobiliários nos 40 mil metros quadrados de área dos Aflitos:

Gabriel Bacelar, Odebrecht, Moura Dubeux, Conic, Carrilho, Muniz Araújo, Queiroz Galvão, Idom e um consórcio formado por Rossi, Rio Ave e Suassuna Fernandes.

As construtoras entregaram nesta segunda-feira ao presidente do Conselho Deliberativo do Náutico, André Campos, os pesados documentos para a avaliação do clube.

O desejado terreno alvirrubro, cujo futuro deverá ser ocupado por edifícios voltados para as classes A e B e empresariais – todos com percentual de aluguel vitalício para o Timbu -, está avaliado em cerca de R$ 200 milhões.

A resposta sobre o vencedor da licitação deve sair apenas em 2012, já sob nova gestão em Rosa e Silva, cujo processo eleitoral deverá ser bem acirrado.

Com o dinheiro da cota de transmissão da televisão, com a provável participação na elite nacional, além da receita da Arena Pernambuco, a partir de junho de 2013, fica claro que o futuro vermelho e branco é mesmo azul.

A diretoria alvirrubra acredita que todas as dívidas – na casa dos milhões – deverão ser sanadas em três ou quatro anos, caso o clube dispute a Série A no período.

Um novo Náutico se aproxima, aquele imaginado nos sonhos dos alvirrubros há anos.

Resta esperar por uma aplicação responsável de todo este montante no cofre.

Cofre alvirrubro. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Objetivo pernambucano alcançado para 2014?

Cronograma da Copa do Mundo de 2014

Eis o cronograma completo da Copa do Mundo de 2014. Confira mais detalhes aqui.

Abaixo, a opinião do blog sobre o anúncio da Fifa.

É impossível não enxergar o Recife abaixo de Fortaleza e Salvador na estrutura da Copa do Mundo de 2014.

As outras duas metrópoles nordestinas terão seis jogos, um a mais que Pernambuco, além de uma participação estendida até as quartas de final da competição.

Por aqui, o maior torneio de futebol do planeta chegará até as oitavas de final. Mas aí vale fazer um questionamento sobre essa disparidade…

Por mais que o torcedor pernambucano quisesse ver a Arena Pernambuco com um pouco mais de destaque na Copa do Mundo, será mesmo que o projeto local (estado e iniciativa privada) estava apto tecnicamente para ir além disso?

O estádio em São Lourenço da Mata terá capacidade para 46.154 pessoas, contra 50.223 da Fonte Nova – com possibilidade de ampliação – e 67.037 lugares do Castelão. Assim, a disputa regional parecia mais virtual que real.

Aqui, um novo estádio construído a partir do zero, ao custo de R$ 532 milhões. Em Salvador, um investimento de R$ 786 milhões, reconstruindo a Fonte a Nova.

Na capital alencarina, um estádio quase pronto. Mesmo assim, a necessidade de injetar R$ 519 milhões na modernização do maior estádio do Ceará e também da região.

Vale informar que Fonte Nova e Castelão eram estádios pertencentes aos respectivos governos do estado, com mais de 30 anos de uso, algo que o Recife jamais teve.

Por sinal, isso ainda é um entrave em relação ao futuro, uma vez que os grandes clubes baianos e cearenses devem aderir aos novos estádios, enquanto aqui apenas o Náutico sinalizou positivamente (e já está no papel, diga-se).

Sobre o custo benefício de um novo palco pernambucano, com capacidade modesta em relação aos “rivais” na disputa pelo mapa da Copa, o fato está se mostrando aceitável, ainda mais devido à grande chance de receber jogos da Copa das Confederações.

Para “antecipar” a sua participação na festa da Fifa, Pernambuco briga consigo mesmo. Basta não falhar na execução dos planos de mobilidade. Se não conseguir isso, vexame.

Essa sim é a maior missão do projeto. Em 27 de setembro, é bom recordar, o secretário estadual para a Copa, Ricardo Leitão, enumerou um ranking de quatro a sete jogos do estado nas duas competições da Fifa (2013 e 2014), indo de regular a ótimo (veja aqui).

Se receber pelo menos um jogo da Copa das Confederações, Pernambuco ficará no nível “bom”. Se forem dois jogos, chegará ao máximo desejado, sete, ou “ótimo”.

Para ser “ótimo”, basta não não ser comparado a Salvador ou, sobretudo, Fortaleza.

Portando, fica nítido que o estado alcançou o que buscou nessa emaranhada disputa, que foi iniciar de uma vez por todas uma nova centralidade urbana. Nem mais nem menos. Se isso é bom (ou suficiente), cabe a você decidir. Comente!