Os primeiros nordestinos patrocinados pela Caixa em 2016, Sport, Vitória e CRB

Sport, Vitória e CRB, patrocinados pela Caixa desde 2014

A Caixa Econômica Federal confirmou, através do Diário Oficial da União, os dez primeiros clubes patrocinados em 2016. Entre os times de contrato assinado, tendo como novidade Cruzeiro e Galo, segundo a curta nota na página 78 da edição desta terça, seguem presentes três nordestinos. Sport e Vitória, com R$ 6 milhões cada, e o CRB, o único da Série B até o momento, com R$ 1 milhão. O trio, representando parte do mercado de Recife, Salvador e Maceió, expõe a marca como “master” no uniforme desde 2014 – a empresa pública havia despontado como a maior investidora do futebol brasileiro dois anos antes.

Apesar da renovação, a estagnação. O patamar financeiro dos dois rubro-negros, o mesmo da dupla Atletiba, por exemplo, está congelado desde o início da parceria. Em relação aos dez contratos divulgados, a nota publicado no DOU justifica o fato de não haver necessidade para fazer uma licitação no processo devido ao artigo 25 da Lei 8.666. Neste formato de patrocínio, além do óbvio acordo com o banco, o clube precisa ter em mãos as certidões negativas de débito, uma exigência no processo com a Caixa – os documentos de órgãos públicos declaram que não existem pendências.

Nordestinos em negociação: Bahia, Santa Cruz, Náutico, Ceará e Fortaleza.

Clubes patrocinados pela Caixa em 2016*
Flamengo R$ 25 milhões
Cruzeiro – R$ 12,5 milhões
Atlético-MG – R$ 12,5 milhões
Sport – R$ 6 milhões
Vitória – R$ 6 milhões
Atlético-PR – R$ 6 milhões
Coritiba – R$ 6 milhões
Chapecoense – R$ 4 milhões
Figueirense – R$ 4 milhões
CRB – R$ 1 milhão

Nordestinos na Caixa (valores por temporada)
2016*
Série A – Sport e Vitória (ambos R$ 6 milhões)
Série B – CRB (R$ 1 mi)
* Até o momento.

2015
Série A – Sport (R$ 6 mi)
Série B – Vitória (R$ 6 mi), ABC (R$ 2 mi) e CRB (R$ 1 mi)

2014
Série A – Sport e Vitória (ambos R$ 6 mil)
Série B – ABC e América-RN (ambos R$ 2 mi)
Série C – CRB e ASA (ambos R$ 500 mil)

Confira a projeção de patrocínio da Caixa para outros clubes na temporada aqui.

Os patrocínios da Caixa no futebol em 2016, incluindo Sport e Santa Cruz

Valores das cotas de patrocínio da Caixa Econômica Federal em 2016, segundo reportagem da globo.com

Em 2014, quando entrou no futebol, a Caixa Econômica Federal patrocinou nada menos que 15 times das Séries A, B e C, sendo seis do Nordeste, incluindo o Sport. Um investimento de R$ 111,9 milhões. Em 2015, o momento econômico instável do país parecia indicar um freio neste gasto da Caixa, mas o noticiário em janeiro de 2016 aponta uma injeção R$ 188 milhões em 16 clubes. Uma ampla reportagem do globo.com projetou os valores de cada clube.

Após dois anos recebendo R$ 6 milhões, o Leão negocia um aumento para R$ 7,5 milhões no ano. A novidade é a inclusão do Santa, que enfim conseguiu as certidões negativas de débito, uma exigência no processo com o banco estatal – os documentos de órgãos públicos declaram que não existem pendências. Os corais receberiam R$ 3,5 milhões, o menor valor entre os integrantes da Série A, junto ao América. Porém, as duas receitas podem ser maiores.

O blog apurou que a cota do Rubro-negro pode chegar a R$ 8 mi, com o Tricolor recebendo até R$  6 mi – ambos, até janeiro, sem assinatura. Pelo quadro, o valor faria mais sentido, ficando no patamar entre Coxa, Furacão, Vitória e Chape. Talvez o fato de ser o primeiro contrato puxe para baixo. Dos times listados, só um está na B, o Vasco. Entretanto, as negociações para mais times na Segundona não estão descartadas. Desde fevereiro de 2014 se articula a entrada do Trio de Ferro, inclusive politicamente. O Náutico também pode pintar em 2016 – receberia no máximo R$ 2 milhões. Ainda na região, o Bahia divulgou que conseguiu todas as certidões, num claro indício para este negócio.

Sobre o quadro divulgado, causa surpresa, sem dúvida, os R$ 17 milhões ao Botafogo, bem acima de Cruzeiro e Atlético-MG, que ganharam tudo nos últimos anos (Libertadores, Brasileiro e Copa do Brasil) e contam com públicos bem maiores, em projeção de torcida, consumo de pay-per-view e número de sócios, por exemplo. O endereço carioca certamente deve ter influenciado nisso.

O bizarro estampado no uniforme oficial

Paulistão 2015, Rio Claro x São Paulo. Crédito: PFC/reprodução

O Corinthians receberá R$ 30 milhões da Caixa Econômica Federal, em 2015, para estampar a marca do banco no peito do seu uniforme. É o chamado “patrocínio master”, comum nos grandes clubes do país. No entanto, nem todos os times conseguem encontrar investidores com facilidade… e o jeito acaba sendo submeter o padrão a sugestões incomuns.

Botafogo e Rio Claro abusaram neste domingo. No clássico carioca contra o Fla, a Estrela Solitária estampou o preço de um celular! Por R$ 179, seria possível comprar o aparelho na “liquidação maluca da Casa & Vídeo”. Tudo isso presente na camisa. O mesmo Fogão, em 2014, estampou a polêmica Telexfree, acusada de pirâmide financeira (veja aqui).

E o que dizer do Rio Claro, recebendo o São Paulo no Paulistão? No calção, na parte de trás, o clube do interior colocou o logotipo do grupo de humor Portas dos fundos. Mais objetivo, impossível. Pelo fator bizarro, o marketing funcionou nos dois casos, gerando algum dinheiro aos dois clubes. Também ficou provado que tem quem se submeta a qualquer coisa por dinheiro.

Qual foi a marca mais “incomum” já estampada na camisa oficial seu clube?

Carioca 2015, Botafogo x Flamengo. Crédito: Marketing Esportivo/twitter

A expansão da Caixa Econômica no Nordeste passa pelo Santa Cruz

Caixa Econômica Federal e Santa Cruz. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A negociação dos clubes pernambucanos com a Caixa Econômica Federal foi iniciada ainda em 2012, quando o banco começou a despejar muito dinheiro nos times do país. Só nesta temporada o investimento em patrocínio deve ser de R$ 111,9 milhões em 15 clubes das Séries A, B e C, sendo seis deles do Nordeste.

Só em 2014 assinaram contrato Sport, CRB, América-RN e ABC. Ao menos cinco clubes da região seguem em negociação, como Náutico, Santa Cruz, Ceará, Fortaleza e Icasa. Desses, um já tem o contrato totalmente protocolado. Informação do próprio diretor coral, Constantino Júnior.

O Tricolor aguarda apenas as certidões negativas com a receita federal. O departamento jurídico, aliás, vem trabalhando basicamente nisso – independentemente da possível Lei de Responsabilidade Fiscal. Vale lembrar que em fevereiro o senador pernambucano Humberto Costa se reuniu em Brasília com o presidente da Caixa, Jorge Hereda. Na pauta, a adesão do trio.

Depois aquele episódio, somente o Leão, bem mais ajustado que os rivais financeiramente, conseguiu. Ainda assim, teve que gastar R$ 4 milhões para ficar em dia com os tributos e obter a certidão necessária.

No caso coral – mirando 2015 -, já há até o sinal positivo do Cimento Poty, o único patrocinador estampado no uniforme. Em relação ao valor, basta ver a distribuição das receitas nas três divisões. O Santa não deve embolsar menos de R$ 2 milhões em um ano. O clube quer ao menos três milhões…

Patrocínio da Caixa Econômica Federal no Nordeste

Série A
Sport – R$ 6 milhões
Vitória – R$ 6 milhões

Série B
ABC – R$ 2 milhões
América-RN – R$ 2 milhões

Série C
ASA – R$ 500mil
CRB – R$ 500 mil

Patrocínio da Caixa nos clubes do Nordeste: ABC, América, ASA, CRB, Sport e Vitória

Caixa Econômica nos uniformes pernambucanos, femininos

Campeonato Brasileiro de futebol feminino de 2014

A Caixa Econômica Federal tornou-se o principal patrocinador do futebol brasileiro. É quem mais estampa a marca na Série A, com oito times. Em todas as divisões, o banco paga cotas anuais de R$ 1 milhão a R$ 30 milhões.

Tamanho investimento gerou uma corrida para firmar acordos com a instituição. Contudo, era (é) preciso ter as certidões negativas, organizando as dívidas fiscais (milionárias). Claro, nem todos os clubes conseguiram.

No futebol feminino, por outro lado, a adesão é total. Os vinte participantes do Brasileiro contam com a Caixa como patrocinador-master.

A explicação é a operação financeira da competição. Pela segunda edição seguida, a Caixa investe R$ 10 milhões no campeonato, ajudando a bancar os baixos salários e com os direitos de tevê. Neste ano, três times pernambucanos estão na disputa. O pentacampeão estadual Vitória, o Sport e o Náutico.

Em 2013, o Centro Olímpico-SP foi campeão num torneio de 70 jogos, envolvendo 14 estados. Ao todo foram marcados 253 gols.

Náutico – 2 vezes campeão pernambucano (2005 e 2006)

Time feminino do Náutico no Brasileiro de 2014. Foto: Site oficial do Náutico/assessoria

Sport – 5 vezes campeão pernambucano (1999, 2000, 2007, 2008 e 2009) e uma vez vice-campeão da Copa do Brasil (2008)

Time feminino do Sport no Brasileiro de 2014. Foto: Ney Gomes/Sport

Vitória – 5 vezes campeão pernambucano (2010, 2011, 2012, 2013 e 2014) e duas vezes vice-campeão da Copa do Brasil (2011 e 2013)

Time feminino da Acadêmica Vitória no Brasileiro de 2014. Foto: Site oficial do Vitória/assessoria

Articulação na Caixa Econômica Federal para o patrocínio em bloco com Náutico, Santa Cruz e Sport

Senador Humberto Costa em reunião sobre patrocínio da Caixa Econômica Federal aos clubes do Recife. Foto: twitter.com/humbertocostapt

“Converso, agora, com o presidente da Caixa, Jorge Hereda, sobre patrocínio aos nossos times pernambucanos.”

A declaração do senador Humberto Costa, nesta quarta-feira, em seu perfil no twitter, aconteceu após uma reunião em Brasília. E assim o petista acabou o revelando o que há muito tempo se desconfiava.

Há quase dois anos, a instituição financeira entrou de cabeça no futebol brasileiro, acertando cotas milionárias de patrocínios com onze clubes.

Grandes, pequenos, rivais ou não. Todos os times foram firmando contratos de patrocínio-master na camisa, num investimento bruto de R$ 96,9 milhões. Apesar disso, o Recife ficou de fora.

O principal empecilho na negociação foi a dificuldade em conseguir as certidões negativas de débito, uma exigência no processo com a Caixa Econômica Federal. São documentos de órgãos públicos declarando que não existem pendências. Agora, com a política em campo, a ideia volta a ganhar força.

Náutico e Sport iniciaram 2014 sem patrocinadores no uniforme, enquanto o Santa Cruz conta com o Cimento Poty na parte frontal.

Jorge Hereda, pelo visto, pode dar a resposta final em breve…

Os valores dos contratos da Caixa envolvendo clubes porte semelhante aos centenários pernambucanos variam de R$ 3 milhões a R$ 6 milhões por ano.

Vale lembrar ainda que o patrocínio em bloco no Recife não é algo tão raro.

Em pelo menos três oportunidades os três grandes clubes do Recife foram patrocinados pela mesma empresa ao mesmo tempo: Banorte (anos 1980/1990), Coca-Cola (1993/1994) e Excelsior Seguros (1998/1999).

Náutico, Santa Cruz e Sport patrocinados por Banorte (1980), Coca-Cola (1990) e Excelsior Seguros (1998/1999). Fotos: Manula Galo/Picasa

 

16 milhões de apostas recifenses em 6 anos da Timemania

Apostas acumuladas na Timemania em 2013. Crédito: Timemania

Encerrada a sexta temporada da Timemania, os clubes pernambucanos cadastrados na loteria federal registraram mais de quatro milhões de apostas. Pela segunda vez, os três maiores times do estado ultrapassam a barreira de um milhão de apostas cada um. No entanto, houve uma redução de 2,81% em relação aos dados ao ano passado.

Pelo terceiro ano consecutivo, o Santa Cruz foi o líder de apostas em Pernambuco. Desta vez, foi o único que aumentou o seu volume de apostas na torcida. Com isso, no acumulado nos seis anos de existência da loteria, os corais passaram à frente dos leoninos, 5,9 mi x 5,7 mi.

Ao todo, foram 16 milhões de apostas de alvirrubros, tricolores e rubro-negros. Apesar do montante, os clubes não deverão ter uma grande margem de lucro. Do faturamento absoluto da loteria – cujo montante ainda não atingiu o imaginado pelos organizadores -, 22% é repassado para os 80 clubes inscritos, em uma verba destinada para abater dívidas com o poder público.

Do dinheiro destinado aos times brasileiros 65% vai para os vinte primeiros lugares do ranking de apostas. Os demais dividem 35%. Pela colocação dos recifenses, bem abaixo do G20, nota-se que a fatia da última temporada foi modesta. Até hoje, apenas o Sport, em 2008, conseguiu ficar no G20.

Entre os vinte primeiros lugares de 2013 estão clubes como Fortaleza, Goiás e ABC. O time nordestino com mais apostas foi o Bahia, 13º colocado, com 2,4 milhões. Ainda assim, o tricolor de Salvador teve 139 mil apostas a menos.

Número de apostas na loteria federal Timemania de Náutico, Santa Cruz e Sport, de 2008 a 2013

Caixa, BMG, Coca-Cola, Banorte, Excelsior e o cíclico patrocínio em massa

Náutico, Santa Cruz e Sport patrocinados por Banorte (1980), Coca-Cola (1990) e Excelsior Seguros (1998/1999). Fotos: Manula Galo/Picasa

Em um processo acelerado, a Caixa Econômica Federal já estampa a sua marca em onze clubes brasileiros, gerando um aporte anual em patrocínios no futebol de R$ 96,9 milhões. O banco ligado ao governo federal repete o formato massivo de patrocínios no esporte, cíclico.

No final da década de 1980, a Coca-Cola patrocinou quase todos os integrantes do Brasileirão. A companhia de refrigerantes era quase onipresente na televisão. Com isso, conseguiu associar a sua imagem ao esporte. Duas décadas depois, o banco BMG, privado, retomou o processo, com cifras bem maiores.

Na ocasião, o banco, cuja marca ocupava espaços enormes nos uniformes, alcançou 19 clubes. Em 2011, nada menos que metade da Série A foi bancada pela empresa. Das treze agremiações de maior torcida no Brasil, oito eram patrocinadas pela instituição, o que correspondia, na época, a 42% da população nacional. Ao todo, um investimento de R$ 100 milhões por temporada.

Visando o Mundial de 2014, a Caixa vai se estendendo nas mais diversas regiões. Já firmaram com o banco: Flamengo, Corinthians, Vasco, Coritiba, Atlético-PR, Vitória, Atlético-GO, Figueirense, Avaí, Chapecoense e ASA. Ou seja, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Bahia, Santa Catarina, Goiás e Alagoas. Outros estados estão na mira, inclusive Pernambuco.

Algumas negociações estão travadas porque os clubes ainda não conseguiram as certidões negativas de débito, exigidas no processo com um parceiro estatal. São documentos de órgãos públicos declarando que não existem pendências.

No Recife, Sport e Santa Cruz já tiveram contato. O objetivo é assinar contratos entre R$ 3 mi e R$ 6 milhões. Em pelo menos três oportunidades os três grandes locais já foram patrocinados pela mesma empresa ao mesmo tempo: Banorte (anos 1980), Coca-Cola (1993/1994) e  Excelsior Seguros (1998/1999).

É cada um por si ou vale negociar em bloco? É preciso observar a tendência do mercado, com o domínio das marcas entre os rivais…

Ciclos de patrocínio em massa: Caixa Econômica Federal, BMG e Coca-Cola. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press