Com gol improvável de Vinícius Araújo, Sport empata no fim e deixa Inter no Z4

Série A 2016, 22ª rodada: Sport 1 x 1 Internacional. Foto: Peu Ricardo/DP

O Sport sem Diego Souza é um time extremamente previsível, com ataques apressados, gerando contragolpes na mesma intensidade. Quando resolve sair com um pouco mais de calma, a bola roda pelos zagueiros e pelos volantes, até alguma tentativa de bola enfiada por alguém do quarteto. Gabriel Xavier, que poderia exercer o papel, acaba quase sempre jogando mais à frente, nas pontas. Contra o Inter não foi diferente. Havia a expectativa pelo retorno do camisa 87, mas ele acabou ficando de fora mais uma vez. Rogério, contundido no clássico, também foi um desfalque. Dos mais importantes, pois trama velocidade e habilidade com mais eficiência que os companheiros de ataque. As ausências aumentaram a desconfiança dos sete mil espectadores na arena.

Diante de um time em crise, o Leão tinha a possibilidade de explorar a pressão proporcionada pelo longo jejum de vitórias (agora de 14 partidas). Os papéis foram invertidos em um pênalti bem questionável a favor dos gaúchos, convertido por Seijas. Nove minutos e um time completamente atrás da linha da bola. Com Celso Roth na área técnica, não havia qualquer surpresa. Tampouco a catimba, com um cai-cai sem fim. O preciosismo do árbitros (vamos dizer assim) também atrapalhou. Era sinalização de cobrança de falta com a bola rolando, lateral no lugar errado. Tudo de um lado, travando o jogo.

Mal em campo, o Sport ao menos batalhou. Correu e chegou ao empate, 1 x 1, aos 44 do segundo tempo, com Vinícius Araújo, vaiado ao ser anunciado como solução na última substituição. Antes de mandar para as redes, perdera uma chance incrível, mas enfim acertou a sua primeira finalização na barra neste Brasileirão – acredite. Valeu um ponto ao Sport e manteve o Colorado em baixa, sobretudo agora, no Z4. Agora, para voltar jogar de forma consistente e com a expectativa de uma pontuação melhor, a volta de DS87 ao leão é indispensável.

Série A 2016, 22ª rodada: Sport 1 x 1 Internacional. Foto: Peu Ricardo/DP

Recuperando a força da Ilha do Retiro para seguir na briga

Série A 2012: Sport 2x1 Cruzeiro. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Com um desempenho pífio na Ilha do Retiro no primeiro turno da Série A, com duas vitórias em dez jogos, o Sport só poderia almejar uma recuperação na competição com uma melhora significativa no rendimento em casa.

No primeiro jogo desta etapa, contra o Santos, uma suada vitória por 2 x 1. Na segunda apresentação no Recife no returno, novo 2 x 1, ainda mais batalhado. De virada.

Na noite deste domingo, pressionado pelas goleadas de Coritiba e Bahia, aumentando a distância sobre o Z4, o Leão precisou insistir bastante para vencer a meta mineira.

Com apenas oito minutos, o zagueiro Diego Ivo praticamente “entregou” o gol do Cruzeiro, numa saída de bola completamente sem noção.

Esperto, o atacante mineiro roubou a bola e Wallyson tocou rasteiro, entre as pernas do goleiro Saulo, substituto de última hora de Magrão,com uma contratura na coxa.

Se em outras jornadas o time acusou o golpe, dessa vez recebeu o apoio – ainda que o público tenha sido de apenas 13.562 torcedores – e criou oportunidades. Hugo e Diego Ivo perderam ótimas chances em bolas alçadas na área.

Aos 28, Edcarlos chegou a testar para as redes, mas o gol foi anulado por impedimento. Não estava, ainda que a distância fosse mínima. Dois minutos depois, enfim o empate.

William Rocha fez um longo lançamento e o volante Rithely, na entrada da área, cabeceou no ângulo. Sim, Rithely, em seu 48º jogo pelo clube. De contestado a elemento-surpresa. De perdedor de gols a salvador da noite.

O lance entusiasmou de vez a torcida e a equipe, que seguiu martelando. A virada no placar, contudo, saiu apenas no segundo tempo. Após a blitz, o gol aos 19.

Gilberto, que acabara de entrar no lugar do esforçado Gilsinho, foi acionado no meio-campo e tabelou com Rithely, que deu uma bela assistência, deixando G9 livre para finalizar. Depois da vantagem estabelecida, haja sufoco, o que seria natural.

A situação na tabela ainda é bem complicada. Com os pontos começando a aparecer na Ilha, porém, pelo menos a expectativa para deixar a zona de risco e torna mais otimista.

Série A 2012: Sport 2x1 Cruzeiro. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

G3

Após o título continental do Internacional, correu a notícia de que o Brasileirão teria apenas três vagas na Libertadores do ano que vem.

Conmebol: Copa Sul-americana x LibertadoresA justificativa seria o fato de que agora o campeão da Copa Sul-americana garante uma vaga na fase de grupos da Libertadores.

Essa notícia causou repulsa.

Seria um ato incrivelmente sem noção da Conmebol. Mais um na história.

Desde 1962, o campeão da Libertadores sempre gerou uma vaga extra ao país.

No caso, o Brasil, que atualmente tem direito a cinco vagas, ficaria com seis em 2011.

Nesta sexta-feira, a Conmebol parece ter “voltado atrás” e ratificou a vaga extra ao campeão da Libertadores.

Teremos seis vagas na próxima edição do maior campeonato das Américas.

Com duas vagas extras – em caso de título na Libertadores e na Sul-americana -, a lógica seria que o Brasil pudesse ter até sete vagas na Libertadores. Porém, não será mesmo assim.

Caso algum time brasileiro conquiste a vigente Copa Sul-americana, o 4º lugar da Série A será penalizado, perdendo a sua classificação. Assim, o G4 viraria G3…

Nesse cenário, o 3º lugar também sofreria, pois a sua vaga na fase de grupos acabaria, dando um passo para trás, iniciando a competição na Pré-Libertadores.

E pensar que a Venezuela tem três vagas na Libertadores… É demais.

Parabéns, Conmebol.

Dez anos do Nordestão à Libertadores, por Celso Roth

Celso Roth, campeão da Libertadores de 2010 com o Internacional

Foram mais de 3.600 dias de espera…

O técnico Celso Roth tinha apenas 40 anos quando conquistou o seu primeiro título profissional. Ganhou o Gauchão de 1997 treinado o Internacional.

Depois, assumiu o rival Grêmio. Em 1999, comandando o Tricolor, ganhou duas taças : outro Gauchão e a extinta Copa Sul.

Sempre o mesmo estilo linha-dura. Chamado algumas vezes de retranqueiro.

A peso de ouro, foi contratado pelo Sport em 2000. Era jovem, apontado como o sucessor de Luiz Felipe Scolari, mas o Leão abriu o cofre de forma quase desnecessária.

Eram R$ 120 mil mensais para um técnico em ascensão.

Ele veio para o Recife com uma boa dose de mau humor e teimosia tática.

Pegou um plantel com atletas em grande fase, como Leonardo, Bosco, Adriano, Sangaletti, Nildo e Leomar. Roth taxou o grupo de “mediano”. O clima turbulento.

Mas não é que mesmo assim ele ganhou mais um campeonato?

Com muito esforço, conquistou a Copa do Nordeste (veja AQUI).

Mas o time seguia travado, tropeçando e irritando a torcida (época do “Burroth”). Acabou caindo depois de uma derrota diante do Náutico, por 2 x 1. Em plena Ilha.

O Leão não perdia em casa para o Timbu havia cinco anos! Demissão consumada em 7 de maio de 2000, com uma trajetória de 20 vitórias, 7 empates e 4 derrotas.

E uma taça! A última… Depois, foram 10 anos sem uma medalha de ouro sequer.

E olhe que Roth treinou mais de dez clubes da Série A. Se adaptou aos pontos corridos, realizou boas campanhas e manteve o seu nome na lista de sondagens dos grandes.

Neste ano, estava no Vasco, ajustando o time, mas recebeu um convite da direção colorada, que estava sem paciência com o uruguaio Jorge Fossati.

E como não aceitar? Trocar um time irregular por outro já na semifinal da Libertadores?

Roth topou a aposta. E ganhou a mega-sena. Celso Roth, campeão da Libertadores. De fato, o time do Inter de fato melhorou bastante com a sua chegada…

O treinador pegou um time engessado e conseguiu tornar o Internacional em uma equipe veloz e competitiva, utilizando bem as peças de altíssimo nível como Tinga, D’Alessandro, Giuliano, Giuliano, Rafael Sóbis e Bolívar.

Deixou o 3-5-2 do time na Libertadores e encarou o 4-4-2. Deu certo.

Da Copa do Nordeste para a Copa Libertadores, uma década de aprendizado.

O maior da América. Replay

Internacional conquista a Taça Libertadores de 2010. Foto: Fifa/divulgação

Merecido.

Internacional, campeão da Taça Libertadores da América de 2010.

Campeão não… Bicampeão!

A conquista desta quarta-feira se junta ao título de 2006. Por sinal, o Inter engatou a 5ª marcha e ganhou o seu 5º título internacional desde então. Com isso, ultrapassou o rival Grêmio, dono de quatro taças internacionais oficiais.

O Colorado venceu o Chivas novamente, agora por 3 x 2, num Beira-Rio ensandecido pelo clima. Pelo tão falado “espírito Libertadores”.

O Inter, com o lastro de 100 mil sócios em dia, chegou ao seu segundo título da Libertadores após garantir a vaga na competição com o vice-campeonato brasileiro.

Foi assim em 2005 e em 2009. No ano passado, por sinal, o time perdeu o título nos minutos finais, depois que o Flamengo virou o jogo sobre o Grêmio, no Maracanã. O título ficou com o Fla.

O torcedor colorado no vídeo abaixo sofreu com o gol sofrido pelo Grêmio naquela ocasião. Desta vez, seja lá onde estiver, esse mesmo torcedor deve ter ido à forra!