O termômetro no Recife registrava 27 graus na noite desta quarta, com céu limpo. Na Ilha do Retiro, o clima parecia muito pior. Pesado, nebuloso. Um momento sofrível vivido pelo Leão neste início de temporada, com torcedores fazendo campanha para um jogo vazio, como se o ambiente atual condicionasse uma boa presença. Entre os poucos na arquibancada, vaias sistemáticas a todo mundo.
Vadão chegou a ouvir “elogios” ao contrário ainda no intervalo. E o que dizer de Gilsinho? Se machucou em um lance e a torcida vibrou por causa da sua saída. Nas redes sociais também era grande o número de rubro-negros esperando o pior, aguardando o pior, torcendo por um revés diante do Serra Talhada.
Como se uma derrota na Ilha, que seria a segunda seguida no Estadual, fosse mudar o panorama no clube. Tiraria o técnico? Forçaria o presidente a radicalizar, com dispensas e contratações? Desejo bem difícil de se tornar realidade na prática. O tropeço só complicaria mais a vida leonina no Estadual
Vadão tentou apostar num novo time, sacando medalhões como Cicinho, Hugo e Felipe Menezes. O objetivo seria apontar as peças erradas? Perguntas no ar e respostas imprecisas. A verdade é que outros atletas em má fase continuaram.
Felipe Azevedo, um dos mais contestados mantidos no time, abriu o placar aos 19 minutos. Recebeu de Moacir, outro no olho do furacão, e bateu forte. Marcos Aurélio teve a chance de ampliar, mas acertou a trave numa cobrança de pênalti e, ainda no primeiro tempo, Júnior Ferrim empatou.
O empate após 45 minutos terminava de impregnar a crise, na visão do público. Até que Roger, que não acertara nada a noite inteira, desempatou aos 31. Nem precisou se esforçar. Pegou um rebote na linha do gol. Parecia o fim da penumbra, se não fosse mais um erro da defesa, algo corriqueiro há algumas temporadas. Alex Costa, a 14 minutos do fim, empatou de novo.
Faltavam poucos segundos para o apito final do árbitro Sandro Meira Ricci. O gogó das 7.101 testemunhas estava preparada para uma vaia daquelas. Mesmo com a torcida contra, de forma surreal, o Sport venceu por 3 x 2. Aos 44, o tento da primeira vitória rubro-negra no Pernambucano. Até os mais teimosos vibraram. E saíram do estádio sem saber se a crise passou. Vencer, venceu.