Buenos Aires – Em San Juan, no início de uma rodada dupla pelo grupo C, mais um favorito não correspondeu à expectativa…
Antes da abertura da Copa América, os três campeões mundiais do continente eram apontados como “Argentina de Messi”, “Brasil de Neymar” e “Uruguai de Forlán”.
Equipes com uma “cara”, de qualidade. Porém, depois dos empates dos dois primeiros países contra Bolívia e Venezuela, respectivamente, a Celeste seguiu o caminho e também empatou com uma equipe tecnicamente inferior.
O empate em 1 x 1 com o Peru, nesta segunda, manteve o torneio sem brilho nos gramados, devido à economia dos atacantes.
Após os gols na primeira etapa, Diego Forlán, eleito como o melhor jogador do último Mundial, teve uma chance daquelas para virar o jogo.
Na frente da barra, cara a cara com o goleiro… Isolou. Chutou por cima.
Mas, assim como brasileiros e argentinos, os uruguaios ainda têm crédito na Copa América. O bom futebol pode, sem problemas, voltar na próxima rodada. É o limite.
Buenos Aires – Na capital, apenas um estádio será utilizado na Copa América de 2011. Um estádio e um jogo. O Monumental de Nuñez, do River Plate, será o palco da final, em 24 de julho. No entanto, o campo mais visitado do país continua sendo a Bombonera.
Inaugurada em 1940, a “cancha” jamais recebeu um jogo da Copa América. E olhe que no período o país sediou a competição em 1946, 1959 e 1987. A aura criada em torno de uma edificação que parece brincar com as leis da física basta.
Mesmo com o intervalo na temporada argentina de futebol – aqui, o ritmo é o mesmo da Europa, começando no segundo semestre -, a casa do Boca Juniors, com capacidade para 57.503 pessoas, virou um ponto oficial do turismo argentino.
O principal caldeirão da América do Sul está sempre no catálogo das agências.
A prática turística no local foi iniciada no início da década passada, no embalo dos títulos internacionais do clube xeneize, com Libertadores e Mundiais. Porém, colaborou bastante a construção do museu do clube, o mais visitado da cidade.
Aproveitando a folga da Seleção Brasileira nesta segunda, o blog deu uma passada no bairro de La Boca. O espírito copeiro de lá faz falta à Seleção…
Buenos Aires – Implantada pela Fifa durante a Copa do Mundo de 2006, a Fan Fest se tornou algo rentável e de alto valor de promoção. No Mundial da África do Sul, o evento se estendeu até a outras cidades. O Rio de Janeiro, por exemplo, foi palco de uma Fan Fest. Agora, tornou-se também algo relacinado à Copa América.
Na Plaza San Martín, no centro da capital argentina, foi instalado um palco para shows e eventos da Copa América de 2011.
Em Pernambuco, uma Fan Fest será montada ao lado da futura arena em São Lourenço da Mata. Assim como em San Martín, fora do perímetro dos estádios do torneio continental, o Recife poderá ter mais uma Fan Fest, na praia de Boa Viagem.
No frio ou na praia, o objetivo é falar de futebol e conhecer novas pessoas, com a reunião de torcedores de todos os cantos da América. Ou, falando de 2014, do mundo.
Sinal fechado para o mau humor, apesar do futebol mandrake dos favoritos…
Buenos Aires – Finalmente, a credencial na mão. Do tipo C1, para a imprensa escrita, válida para jornais e web. No caso do blog, o trabalho duplo. Crachá de número 681.
Segundo a organização do centro de imprensa da Recoleta, o maior da Copa América, mais de oito mil pessoas ligadas à mídia realizaram o credenciamento. Jornalistas de toda a América Latina, e alguns da Europa e da Ásia, ainda estão chegando ao país…
De fato, o número de 2011 é bem expressivo. Para se ter uma ideia, na África do Sul, no último Mundial de futebol, foram 16 mil jornalistas.
Aqui, não basta ter apenas a credencial para ir aos jogos. Na Argentina ocorre uma disputa diária para conseguir um ingresso, com um pré-cadastramento via internet.
O blog está listado nos jogos de La Plata e Córdoba. A cidade de Mendoza, a 1.058 quilômetros da capital, também foi assinalada. Só para garantir…
Buenos Aires – Se o empate sem gols entre Brasil e Venezuela foi uma surpresa daquelas, o 0 x 0 entre Paraguai e Equador, completando o grupo B, foi esperado…
Historicamente, o time guarani monta boas defeses, mas costuma encontrar dificuldades para um articulador de jogadas e, sobretudo, um ataque entrosado.
O Equador, por sua vez, carece de qualidade de uma maneira geral. Entrou na chave para brigar por uma possível terceira vaga.
Neste domingo, em Santa Fé, a partida quase não teve lances de perigo. Um verdadeiro velório, que acabou fazendo justiça ao nome do estádio, o Cemitério de Elefantes.
Eis que agora o grupo tem quatro líderes e quatro lanternas. Todos com um ponto, nenhum gol a favor e nenhum sofrido. Rigorosamente iguais. Pelo lado ruim…
Buenos Aires – Durante as quase duas horas no terminal de ônibus de La Plata, para tentar retornar à capital, vários brasileiros seguiram caminhando devagar nas filas com cachecóis, bandeiras e camisas da Seleção, tentando driblar o frio intenso.
Eles conversavam de forma discreta sobre o resultado, aceitando a brincadeira dos venezuelanos, que, pela primeira vez, pontuaram diante do Brasil em uma competição.
É quase certo que a torcida pernambucana, sempre presente, daria o ar da graça.
No lado canarinho, além da camisa da Seleção, inúmeros uniformes dos clubes brasileiros. Inclusive dos grandes times do Recife! Náutico, Santa Cruz e Sport estiveram “representados” na arquibancada. No vídeo abaixo, a família de Ana Izabel, de 32 anos, que veio com um grupo de dez pessoas para passar 9 dias na Argentina.
Buenos Aires – Centro de imprensa no estádio Único, em La Plata.
Grande, com segurança, inúmeras televisões de 40 polegadas com a transmissão em HD das partidas da Copa América e internet à vontade…
Ou quase isso, pois o sistema wi-fi vem deixando muita gente na mão durante os jogos, com a cobertura na arquibancada, no espaço reservado à imprensa. Inadmissível.
Em 2014, o centro de imprensa dos estádios brasileiros para a Copa do Mundo poderão chegar a ser três vezes maior que o ambiente da foto acima.
Aqui, a Fifa exige capacidade para pelo menos 200 profissionais da mídia…
Buenos Aires – Em vez do churrasquinho, o choripán… A fumaça densa nos arredores do belíssimo estádio em La Plata era a dica principal de que havia algum estbelecimento improvisado com o tal pão misturado com chorizo.
Argentinos da província sul, os vendedores se esforçaram bastante para falar o portunhol – os dois lados da conversa, por sinal -, mas durante o jogo, sem movimento algum, a diversão foi secar a Canarinha na TV. Sem pena.
Depois de ficar no 1 x 1 com a Bolívia, curiosamente no mesmo estádio Único, nada melhor que ver o arquirrival sair cabisbaixo.
Desanimado, talvez o torcedor brasileiro tenha deixado de comer o choripán no fim…
Buenos Aires – Badalada, a Seleção Brasileira estreou disposta a vencer e convencer. O show parecia bem ensaiado, com os artistas afinados.
O desempenho na partida contra a fraca, porém aguerrida, Venezuela não foi muito diferente do que o torcedor brasileiro tem visto nos últimos tempos.
Uma equipe de uma nota só, com um ou outro lampejo de técnica e explosão (Pato, no travessão). Falta o conjunto. Só com o nome não funciona mais…
O regulamento da Copa América evita qualquer desespero mesmo em um tropeço como esse 0 x 0, neste domingo, uma vez que dos três grupos, dois vão classificar três equipes, com os dois melhores terceiros colocados.
Portanto, tranquilidade na volta à Campana. De volta ao rachão com goleadas e treinamentos com muitas firulas, tudo sob o olhar sério do técnico Mano Menezes.
Qualidade o time tem. Basta olhar as duas fotos desta postagem. No entanto, transformar uma convocação em equipe é um passo à frente.
Por sinal, esse passo começa com algo simples no futebol, o passe.
Buenos Aires – Em relação ao cuidado com as seleções e com a imprensa, com muitos voluntários prestativos, de fato a Copa América começou em alto nível. Para o público, infelizmente a ação foi restrita apenas à acomodação e segurança. Faltou algo básico, o transporte. Apontada como a arena mais moderna do país, o Estádio Único, em La Plata, acabou sendo um disfarce para o deslocamento do público, completamente caótico.
No domingo, muitos brasileiros – aproveitando o frio de 7 graus – foram torcer pela Canarinha na estreia da Copa América. Para alguns, corridas de táxi de até 250 pesos, só a ida. Nem todo mundo topou pagar R$ 200 para ir voltar de um jogo de futebol. Por isso, para a imensa maioria, o trajeto foi de ônibus. Com apenas duas empresas fazendo o traslado direto, as filas foram enormes. O blog acompanhou essa viagem/odisseia.
Na saída, a concentração em Constitución, em um bairro central em Buenos Aires. Pelo menos a passagem era barata, por 10 pesos (R$ 3,80). O estádio onde o Brasil ficou no frustrante empate sem gols com a Venezuela fica em uma área isolada. Então, foi necessário caminhar um “pouco” até o portão de entrada. Daí, a facilidade para a polícia montar barricadas de até um quilômetro da roleta.
Não havia mais ingressos, mas alguns torcedores que compraram na web não conseguiram retirar o tíquete no local, gerando queixas na delegacia do estádio. O clima no domingo, no entanto, era de pura cordialidade, com uma presença maciça de venezuelanos, uniformizados, animados e “conscientes” de uma suposta derrota.
Mesmo após o 0 x 0, o ambiente pacífico permaneceu. O tropeço não tirou ninguém do sério, mas a falta de informação irritou. Na saída, o blog encontrou diversos brasileiros buscando orientação para retornar à capital, na luta para comprar a passage.
Aí, o clima da Copa América já havia perdido toda a sua graça. Na porta do estádio, taxistas de Buenos Aires (com seus carros preto e amarelo) e de La Plata (branco e verde) negavam qualquer corrida que fosse para um ponto dentro do próprio município. Assim, uma multidão encarou uma caminhada de 40 minutos até o terminal de ônibus da cidade. Lá, fila dando voltas tanto na bilheteria quanto no embarque no coletivo, com o luxo de um ônibus leito.
O jogo terminou por volta de 18h10. A viagem de volta para Buenos Aires, onde a maioria da torcida estava hospedada – inclusive o blogueiro -, só partiu às 19h40. Depois do combate ao frio seguindo um jogo insosso, veio, finalmente, a chegada na Avenida 9 de Julio, a principal da capital dos hermanos.
Nos últimos minutos do trajeto, a conversa em português dentro do ônibus foi inevitável, com direito a um comentário que arrancou risadas. “A gente vai dar o troco neles (argentinos) em 2014, porque, aguardem, na Copa do Mundo eles não vão nem conseguir entrar em um transporte público.”
Com obras de infraestrutura cada vez mais atrasadas nas 12 subsedes do próximo Mundial de futebol, o “fiel” torcedor até tem um pingo de razão, e, como sabemos, o brasileiro costuma rir de si mesmo.