Após um teste mal executado no Mundial de Clubes, em dezembro de 2016, a Fifa voltou ao tira-teima tecnológico com um novo formato na Copa das Confederações de 2017. No jogo entre Chile e Camarões, com vitória da Roja por 2 x 0 na largada do torneio-teste, o árbitro de vídeo (sigla VAR, para video assistant referee) foi acionado duas vezes em lances bem ajustados.
Impedimento ou não? Em ambos, o chileno Vargas balançou as redes…
Uma característica interessante vista na tevê foi a medição do campo com linhas em 3D, ou “grid”, equalizando os ângulos duvidosos das câmeras. Na cabine instalada na arena do Spartak, três árbitros analisaram os lances.
1) No último lance do primeiro tempo (acima), Vargas recebeu um belo passe de Vidal, entre os zagueiros africanos, e finalizou com categoria. Porém, o VAR apontou o atacante adiantado. Gol anulado.
2) No fim da partida (abaixo), Alexis Sánchez foi lançado ainda no círculo central e desperdiçou a chance na sequência, com Vargas marcando no rebote. O VAR paralisou para conferir o passe para Sánchez. Gol validado.
Sobre o tempo gasto em cada lance, considerei aceitável, sem quebrar o ritmo da partida. No entanto, a partir de agora, em jogos de futebol com a função, o gol passa a ser comemorado à vera somente após a a confirmação da cabine. Nada muito diferente do que já vemos na NFL, NBA, tênis etc.
Melhor do que anular um lance legal ou validar um lance irregular…
Faz nem um ano que o Chile ganhou o seu primeiro título da Copa América. Aconteceu em 4 de julho de 2015. Passados 359 dias, o bi. Novamente diante da Argentina, outra vez numa final sem gols, decidida nos pênaltis. Sob olhares de 82 mil torcedores no Metlife Stadium, nos States, os chilenos mantiveram a aura de sua melhor geração futebolística. Time copeiro, de um senso coletivo de altíssimo nível. La Roja mereceu, passando o mata-mata da Copa América Centenário sem sofrer gols, contra mexicanos, colombianos e argentinos. Após um século de mãos vazias, duas taças em menos de uma temporada?
A proeza, acredite, não é inédita. O Uruguai foi o primeiro a levantar a taça sul-americana duas vezes em menos de um ano, em 02/12/1923 e 02/11/1924. Duas décadas depois, o bi dos argentinos, em 25/02/1945 e 10/02/1946. Falando em Argentina, o país mantém a seca de títulos desde 1993. E ainda viu o seu principal jogador, o melhor do mundo, Lionel Messi, isolar a sua cobrança.
Em 2019 o Brasil organizará o torneio pela quinta vez, após um hiato de três décadas. Até lá, o jejum das maiores potências do continente vai aumentando…
Ano do último título sul-americano e o tempo de jejum (total de títulos) 2016 – Chile, atual campeão (2) 2011 – Uruguai, 5 anos (15) 2007 – Brasil, 9 anos (8) 2001 – Colômbia, 15 anos (1) 1993 – Argentina, 23 anos (14) 1979 – Paraguai, 37 anos (2) 1975 – Peru, 41 anos (2) 1963 – Bolívia, 53 anos (1)
O jogo entre Brasil e Uruguai registrou o recorde de público da Arena Pernambuco, com 45.010 torcedores, sendo 43.898 pagantes e 1.112 gratuidades. Esse borderô correspondeu a 97,3% da capacidade máxima do estádio. Para isso, contabilizaram todas as entradas, inclusive de pessoas que acabaram nem entrando. A noite ainda reservou outro recorde. A bilheteria foi a maior da história da futebol do estado, arrecadando R$ 4.961.890 (tíquete médio de R$ 113). Para a marca ser reconhecida é preciso desconsiderar os torneios da Fifa em 2013 e 2014, com oito jogos na arena, uma vez que as rendas não foram divulgadas.
É até possível que alguns jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo tenham gerado mais dinheiro, pois a maioria dos ingressos foi comercializada a partir de R$ 180 – a carga com desconto foi bem enxuta. Portanto, levando em conta as arrecadações “abertas”, o clássico sul-americano superou outro jogo válido pelas Eliminatórias da Copa, Brasil 2 x 1 Paraguai, em 10 de junho de 2009. Naquela noite, o Arruda recebeu 55.252 pagantes, proporcionando R$ 4.322.555 (média de R$ 78), destinando 10% para o Santa Cruz.
Bilheteria à parte, esta foi a 9ª vez que um público na Arena passou da casa de 40 mil espectadores, em mais de cem jogos realizados em São Lourenço. Foram oito jogos entre seleções e apenas um entre clubes (Sport x São Paulo). Até hoje, nenhum ocupou 100% dos 46.214 lugares – dado pra lá de incomum, pois algumas partidas tiveram lotação máxima, com a quantidade de assentos reduzida por questões de segurança.
Maiores públicos da Arena Pernambuco 45.010 – Brasil 2 x 2 Uruguai (25/03/2016) 41.994 – Sport 2 x 0 São Paulo (19/07/2015) 41.876 – Alemanha 1 x 0 Estados Unidos (26/06/2014) 41.705 – Espanha 2 x 1 Uruguai (16/06/2013) 41.242 – Costa Rica (5) 1 x 1 (3) Grécia (29/06/2014) 41.212 – México 3 x 1 Croácia (23/06/2014) 40.489 – Itália 4 x 3 Japão (16/06/2013) 40.285 – Costa Rica 1 x 0 Itália (20/06/2014) 40.267 – Costa do Marfim 2 x 1 Japão (14/06/2014)
Qual foi o custo total da construção da Arena Pernambuco? A pergunta é direta, objetiva. Só não tem resposta (verdadeira), mesmo dois anos após a sua inauguração. A situação chegou a tal ponto que a vice-governadoria e a Odebrecht, empresa vencedora da licitação, tiveram que detalhar os contratos da obra ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE). No limite do prazo estipulado, vários CDs de difícil compreensão foram entregues pela empreiteira.
Após somar todos os números – pois é, o “custo” não foi repassado de forma absoluta -, se chegou ao seguinte dado: R$ 479 milhões, desconsiderando projeto executivo e operação. Achou estranho? Eu também. Afinal de contas, depois de tanta celeuma sobre o valor, a construtora repassou apenas o dado original, a preço de maio de 2009, sem os aditivos.
Vamos então ao bastidores de mais um capítulo nessa busca por um número necessário para o entendimento da parceria público-privada. Já era noite na sexta-feira quando Julia Schiaffarino, repórter da editoria de Política do Diario de Pernambuco, recebeu a informação sobre o valor. Ela estava de folga e a notícia havia sido dado por uma fonte, sem anúncio oficial do TCE. Coube à editoria Superesportes questionar o consórcio, uma vez que os aditivos para antecipar a obra em oito meses, visando a Copa das Confederações de 2013, foram completamente ignorados.
Em 2014, o então secretário extraordinário da Copa, Ricardo Leitão, deu uma pista, revelando que o gasto final, incluindo os aditivos, já considerava uma “ordem de grandeza de R$ 650 milhões”. Por sinal, o próprio número de 479 milhões de reais já não caberia na prática, pois o reajuste acumulado de 22,95% no Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) elevaria o valor para R$ 569 milhões. Mas aí faz parte da engenharia financeira regulamentada, ok.
Para a assessoria de imprensa – a Odebrecht só se posiciona oficialmente desta forma -, o jornal enviou os seguintes questionamentos, por e-mail. Abaixo.
A gente recebeu a informação de que o TCE chegou ao dado final sobre o custo da Arena Pernambuco, a partir dos relatórios enviados pela Odebrecht. E o valor seria de R$ 479 milhões, justamente o original do contrato. Por que, mesmo com a exigência do TCE, a Odebrecht não informou os valores dos aditivos? Apenas com esses valores, ainda não informados (dois anos após a inauguração), se chegaria ao real custo do estádio.
Considerando a pressão da sociedade sobre o custo do estádio somada à exigência do Tribunal de Contas do Estado, a empresa não vê falha ao insistir em divulgar um valor que não condiz com a realidade? Qual é a dificuldade de se fechar esse número?
Qual foi o custo do aditivo (para antecipar a obra em oito meses), além do valor do contrato original?
De fato, houve um posicionamento, também via e-mail. Eis a íntegra.
Nota oficial Esclarecimentos a respeito do contrato de PPP devem ser encaminhados ao Poder Concedente (Governo do Estado de Pernambuco) responsável pelo contrato.
O governo do estado cobra a Odebrecht, que repassa a responsabilidade ao governo e ambos informam o mesmo número (anterior à obra) ao TCE. Que o grupo técnico do tribunal se faça realmente independente e siga investigando. Tudo para responder uma pergunta teoricamente simples
O interesse do Recife na Copa do Mundo de 2014 era natural. Havia sido sede em 1950 e economicamente mostrava-se forte para repetir a história. As exigências de infraestrutura, claro, seriam bem maiores, começando pela oferta de um estádio moderno. Não cabia a nenhum dos palcos locais e o governo desde o começo não se mostrou disposto a articular qualquer reforma, por mais que existisse um lóbi para o Arruda através do plano de reforma com a Arena Coral. Com cinco meses de gestão, Eduardo Campos apresentou a candidatura do estado ao Mundial. Nada de São Lourenço da Mata, de Arena Pernambuco.
Já está caindo no esquecimento, mas a ideia inicial era a Arena Recife-Olinda, também com 45 mil lugares, mas encravada no bairro olindense de Salgadinho. O orçamento era de R$ 335 milhões, valor que rapidamente foi multiplicado pela necessidade de desapropriar quase todo o terreno selecionado. Durou algum tempo, até o último dia de inscrição de projetos em todo o país visando o torneio da Fifa. Em 15 de janeiro de 2009, num evento surpreendente, foi apresentada a Cidade da Copa, um novo complexo urbano na zona oeste da região metropolitana, tendo o estádio como mola mestra. Uma previsão de investimento em dez anos de R$ 1,59 bilhão.
Na ocasião, Eduardo Campos justificou a mudança como a necessidade de criar uma nova direção no crescimento do Recife e a facilidade na execução do projeto – apesar da pessão para desapropriar Jardim Penedo de Baixo, o pequeno centro rural que havia na área. Com a Arena Pernambuco, Pernambuco não só ganhou força na corrida da Copa do Mundo como se candidatou à Copa das Confederações de 2013. Neste caso, os laudos de execução não foram levados tão em conta. Valeu a articulação política (praxe), com junto a Ricardo Teixeira (então um interlocutor com a Fifa) e Lula (e a aproximação de Dilma, então aliada).
A cada declaração de Jérôme Valcke, batendo forte (e com justiça) na preparação brasileira, Pernambuco parecia mais longe do evento-teste. O torneio acabou crescendo mesmo, de quatro para seis sedes e Recife e Salvador foram confirmados em 8 de novembro de 2012. “A Copa das Confederações é matéria vencida”, dizia dias antes Eduardo Campos. O plano de aceleração da obra do estádio funcionou, com a antecipação da entrega em oito meses. O custo da arena, no entanto, extrapolou, dos R$ 532 milhões previstos para uma “projeção” de R$ 650 milhões.
Com mais de um ano de operação, o estádio segue sem o seu preço final, numa conta que Eduardo jamais respondeu – e que vingará até 2043, numa parceria público-privada cujo faturamento iniciou muito abaixo do esperado, com menos da metade dos R$ 73 milhões exigidos sob contrato anualmente. No presente, o estado tem em seu histórico uma realização de sucesso na Copa das Confederações e na Copa do Mundo, com um total de oito jogos.
Mais de 400 mil turistas vieram ao estado, entre brasileiros e estrangeiros, com aceitação acima de 90%, segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas (turista doméstico) e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (internacional). Índices puxados pela receptividade de um torneio inesquecível em todo o país, mas que não apagam, de forma alguma, os problemas vistos na mobilidade. Esse ponto era o de maior expectativa de transformação na capital, impulsionado pelos investimentos públicos no Mundial.
Entretanto, o atraso – haja burocracia – respingou forte no Mundial, com a criação de um plano B para o transporte, focado exclusivamente para os torneios, com estacionamentos e ônibus especiais, num cenário bem diferente daquele imaginado em 15 de janeiro de 2009. Mas algo precisava ser feito. Se a infraestrutura não foi plenamente entregue – as obras, ainda necessárias, ao menos continuam -, um plano paralelo foi perfeitamente executado. As duas Copas passaram. E o legado ainda é o grande desejo da população. Era o de Eduardo também, em outro ritmo.
São mais de vinte anos de tradição. A cada Copa do Mundo, a Seleção Brasileira embarca em um avião temático. A versão de 2014 é, sem dúvidas, a mais diferente na história da canarinha. Utilizando mil latas de spray, o grupo Os Gêmeos pintou a diversidade de etnias do país em um boeing 737-800, da Gol.
O avião, customizado no aeroporto de Confins, em Minas Gerais, irá transportar a delegação brasileira em todo o Mundial. A princípio, a aeronave não irá pousar no Aeroporto dos Guararapes. Porém, há uma possibilidade. Quando não estiver a serviço da CBF, a aeronave entrará na operação regular da companhia.
Será a primeira vez que a Gol irá transportar a Seleção em um Mundial. De 1962 a 2006 a viagem foi via Varig. Em 2010, foi a TAM. Abaixo, os aviões desde o Mundial de 1994 e da Copa das Confederações no país. Qual foi o mais bonito?
Em 2013, a Copa das Confederações marcou a estreia da parceria CBF/Gol. A aeronave foi a mesma escolhida para o Mundial. A pintura chapada, com amarelo, azul e verde cobriu mais da metade do avião.
Em 2010, na África do Sul, a TAM escolheu um Airbus A330 de sua frota, com capacidade para 219 pessoas. O nariz foi pintado com a bola do Mundial de 70.
Na última viagem da Canarinha a bordo da Varig, em 2006, o avião foi um MD-11. Antes de chegar na Alemanha, a festa na intertemporada em Weggis.
Na viagem mais longa já feita, para o outro lado do mundo, em 2002, a Varig utilizou um boeing 767-300. Na Ásia, o pentacampeonato mundial.
Na primeira tentativa para o penta, na França, a Varig disponibilizou um boeing 737. Em 1998 a companhia já havia apresentado um novo logotipo.
Em 1994 a seleção tetracampeã mundial foi transportada por um DC-10 da Varig. Na volta, o desembarque aconteceu no Aeroporto dos Guararapes
A partida entre Náutico e Portuguesa, pela Série B, foi a 38ª e última no primeiro ano de operação da Arena Pernambuco, administrada através de parceria público-privada.
O estádio foi inaugurado oficialmente em 22 de maio de 2013, com o empate em 1 x 1 entre Náutico e Sporting, com 26.803 torcedores em São Lourenço. Na ocasião, uma renda de R$ 1.040.104, a maior do local até hoje, descontando a Copa das Confederações, com três jogos, cuja arrecadação sequer foi divulgada pela Fifa.
O faturamento no período foi bem abaixo da estimativa anual de R$ 73,2 milhões, que considera na verdade o prazo de janeiro a dezembro. Contudo, neste recorte específico, a bilheteria foi de R$ 11,1 milhões, com uma média de R$ 294 mil. Dado um pouco maior que o contrato de naming rights com a cervejaria Itaipava, com R$ 10 milhões anuais por uma década.
As arquibancadas vermelhas em boa parte dos jogos são justificadas pela baixa taxa de ocupação de 24,57% do 46.214 assentos. Colaborou bastante o mau rendimento do Náutico, o único clube de contrato assinado com o consórcio e que mandou 33 dos 38 jogos realizados. E possivelmente a mobilidade inacabada.
Eis os números sob administração do consórcio:
Público absoluto: 431.492 pessoas
Público médio: 11.355 pessoas
Renda absoluta: R$ 11.199.636
Renda média: R$ 294.727
Gols: 95 (índice de 2,5)
Maior público: 30.061 (Náutico 0 x 1 Sport, 23/04/2014)
Menor público: 354 (Náutico 2 x 0 América-RN, 13/05/2014)
Divisão através dos mandos de campo:
Náutico (33 jogos)
Público absoluto: 353.013 pessoas
Público médio: 10.697 pessoas
Renda absoluta: R$ 9.226.046
Renda média: R$ 279.577
Gols: 81 (índice de 2,4)
Sport (2 jogos)
Público absoluto: 41.134 pessoas
Público médio: 20.567 pessoas
Renda absoluta: R$ 958.425
Renda média: R$ 479.212
Gols: 9 (índice de 4,5)
Santa Cruz (2 jogos)
Público absoluto: 27.676 pessoas
Público médio: 13.838 pessoas
Renda absoluta: R$ 646.615
Renda média: R$ 323.307
Gols: 4 (índice de 2)
Botafogo (1 jogo)
Público absoluto: 9.669 pessoas
Renda absoluta: R$ 368.550
Gol: 1
Ainda falta um número neste balanço geral…
Com um ano de operação oficial, ainda não se sabe quanto realmente custou a construção da Arena Pernambuco.
Do contrato original de R$ 532 milhões, com base em maio de 2009, do reajuste nos três anos de obra através do IPCA e do plano de aceleração que antecipou o empreendimento em oito meses. Uma soma cuja “ordem de grandeza” já seria superior a R$ 650 milhões. O número exato? O governo do estado já deveria ter respondido…
Nova competição, novos kits para os voluntários. E mais fiscalização em 2014.
Os produtos que serão entregues aos 14 mil voluntários do Mundial foram apresentados. O conjunto básico inclui boné, camisa, calça que vira bermuda, tênis e meia. Em Porto Alegre, Curitiba e São Paulo, serão dados gorro, luvas e casaco de inverno. Nas demais subsedes, um casaco mais fino.
A Adidas, patrocinadora do evento, irá produzir todo o material.
Contudo, há a preocupação com o possível “desfalque”. É comum, após o treinamento e a entrega dos materiais, que alguns voluntários abandonem as tarefas, levando os produtos. O kit está avaliado em cerca de R$ 1.000.
Na Copa das Confederações de 2013, também no país, o blog denunciou o sumiço os voluntários no Recife após a entrega na area (veja aqui).
Dois dias depois da publicação, em 15 de junho, a Fifa respondeu o blog, através de uma nota. Vale recordar o texto, certamente válido para a Copa.
“É comum, em qualquer grande evento, ocorrerem casos isolados como esse. Por esse e outros motivos como eventuais desistências por motivos pessoais de força maior, o Comitê Organizador Local (COL) trabalha com contingência de uniformes e um número maior de voluntários que o necessário para garantir o sucesso operacional do evento. Com o objetivo de reduzir ao máximo a ocorrência de desistências, o COL, como é de praxe por parte de qualquer comitê organizador de grandes eventos, implementa ainda um programa motivacional durante todo o processo de seleção até o fim do torneio.”
Há um ano foram 5.652 inscritos no programa. Agora será quase o triplo. Logo…
Economicamente, a participação no evento em 2013 rendeu quase R$ 1 bilhão ao produto interno bruto (PIB) da capital pernambucana, além de 26 mil empregos – mesmo com o plano de mobilidade falho na competição.
Os dados são do estudo divulgado pelo Ministério do Turismo quase um ano depois do evento-teste da Fifa. Apesar da injeção econômica, a cidade ficou em 5º lugar entre as seis subsedes.
O levantamento produzido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), sobre o impacto econômico do torneio no país, aponta uma movimentação financeira bruta de R$ 20,7 bilhões.
Deste montante, 11 bilhões de reais são da soma dos gastos de turistas, comitê organizador local e investimentos públicos e privados, e mais 9,7 bi de acréscimo no PIB nacional. O ministério estima em 303 mil o número de empregos gerados.
Dos 247 mil turistas brasileiros no evento, 25.051 vieram ao Recife, gerando um gasto de viagem de R$ 23,5 milhões. Já em relação aos torcedores estrangeiros – e foram apenas 25.630, bem abaixo do esperado -, o estado recebeu 4.084 gringos. Eles ficaram, em média, uma semana na cidade.
Sobre o impacto econômico, vale lembrar a projeção de outra pasta federal, o Ministério do Esporte, em 2010, quando foram projetados nada menos que R$ 183 bilhões para a Copa do Mundo (veja aqui).
Oito das doze sedes do Mundial de 2014 terão mais de quatro jogos, incluindo a Arena Pernambuco, com quatro na fase de grupos e uma nas oitavas de final. Para estas cidades, a Fifa exige que a infraestrutura seja composta de um campo oficial de treinamento (COT) reserva, à parte dos dois obrigatórios.
Em Pernambuco, os centros de treinamento de Náutico e Sport foram os escolhidos para o Mundial. E o local reserva? Há um sério impasse.
Para 2014, a estrutura indicada no papel é o IFPE, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco. Com a burocracia, a verba acabou travada, segundo o secretário de Esportes e da Copa no Recife, George Braga. O orçamento é de R$ 4 milhões, dos quais R$ 1 milhão com o novo piso, com drenagem e grama bermuda, com dimensões 105m x 68m.
A liberação do dinheiro a menos de 70 dias para o início do evento deixou em xeque a estrutura. A prefeitura ainda avalia se é possível concluir a obra.
Vale lembrar que hoube o cenário com um campo reserva na Copa das Confederações, em 2013. Os campos originais eram o CT do Timbu e o Arruda. A existência de um plano B foi essencial, pois o estádio coral foi vetado pela má situação do gramado e do túnel de acesso. Entrou em ação o CT do Leão, que também foi criticado, por causa do acesso, sem asfalto algum.
Novamente em junho, no inverno, a Copa no estado deverá contar apenas com os CTs de alvirrubros e rubro-negros. Os dois locais receberam investimentos da prefeitura, melhorando o acesso. Mas que não seja preciso usar de novo um campo reserva… Era pra existir.