Mais gente na Arena, mais uma vitória do Náutico e uma velha meta voltando

Série B 2014, 18ª rodada: Náutico x América-RN. Foto: Marlon Costa/FPF

Num cenário caótico, técnica e financeiramente, o Náutico estava num flerte cada vez maior com o Z4. Pela qualidade técnica limitada, o blog chegou a cravar que o Náutico não brigaria mais pelo acesso nesta temporada, num texto publicado há onze dias. Três rodadas depois, o clube vai derrubando todos os prognósticos. Mudou o comando técnico, ganhou três vezes e se aproximou da zona de classificação à elite. Os alvirrubros realmente passaram a olhar a tabela de forma diferente…

Buscando a terceira vitória seguida, o Náutico voltou à Arena Pernambuco num cenário mais favorável, com um bom público, tomando quase todo anel inferior. Foram 11.239 torcedores neste sábado. Mais gente, mais pressão, mais responsabilidade num jogo de muita luta contra o América de Natal, 2 x 1.

Pressionando a saída de bola, o Timbu forçou o adversário ao erro. Foi assim que saiu o primeiro gol, aos 20 minutos, com Paulinho roubando a bola numa saída errada do América e finalizando prensado, encobrindo o goleiro.

O empate veio aos 41, num escapada pela direita, com Max chutando e a zaga desviando. O lance deixou o Timbu atordoado e o Mecão teve duas chances para virar antes do intervalo. No apito, os alvirrubros deixaram o campo conversando bastante, cobrando atenção um do outro. Coube a Dado cobrar todo mundo junto, no mesmo tom.

É verdade que o jogo voltou mais amarrado, mas o time pernambucano seguia forçando mais, tocando mais. Acabou surpreendendo o rival potiguar na individualidade. No caso, de Vinícius, que driblou dois jogadores na grande área e mandou no ângulo.

Série B 2014, 18ª rodada: Náutico x América-RN. Foto: Marlon Costa/FPF

A 16ª classificação da Segundona 2014

Classificação da Série B 2014, na 16ª rodada. Crédito: Superesportes

Durante boa parte da segundona, o Náutico ficou com um jogo a menos na tabela. Agora é a vez do Santa Cruz, que perdeu a chance de se aproximar na 16ª rodada do G4, a zona de acesso à elite. Já o Alvirrubro se distanciou do Z4, onde havia um flerte perigoso. Fora de casa, venceu a Luverdense, dado um fôlego à campanha.

No G4, um carioca, um cearense, um mato-grossense e um catarinense.

A 17ª rodada dos representantes pernambucanos
19/08 – Náutico x Oeste (19h30)
19/08 – Sampaio Corrêa x Santa Cruz (19h30)

A tabela segue com um jogo a menos. Na 16ª rodada, devido à morte do ex-governador de Pernambuco, Santa x Bragantino foi adiado – e ainda sem data.

Uma tarde de obediência tática e vitória timbu em Cuiabá

Série B 2014, 16ª rodada: Luverdense 0x2 Náutico. Foto: CHICO FERREIRA/FUTURA PRESS

A goleada sofrida no clássico no Arruda e a derrota em casa no jogo adiado contra o Vasco abalaram bastante o ambiente do Náutico, tendo a troca de treinador como principal expoente da crise. Dado Cavalcanti chegou para ocupar o lugar de Sidney Moraes e treinou a equipe apenas duas vezes. Mesmo com um grupo bem limitado, num flerte enorme com o Z4, o treinador parece ter incutido no time um esboço de estratégia, de obediência tática.

Foi o que se viu em Cuiabá diante da Luverdense, que buscava fincar seu lugar no G4. Num sábado de bastante empenho – ainda de luto pela morte do torcedor ilustre e ex-governador do estado, Eduardo Campos -, o Náutico venceu por 2 x 0. Dado havia dito que conhecia mais a Luverdense que o próprio Alvirrubro. De fato.

Série B 2014, 16ª rodada: Luverdense 0x2 Náutico. Foto: CHICO FERREIRA/FUTURA PRESS

Ele montou o mesmo sistema defensivo da última partida. Do meio para frente, várias novidades, com Paulinho, Crislan e até a volta de João Ananias. Jogando de forma leve na Arena Pantanal – como indicava a escalação -, o Alvirrubro foi contra os prognósticos. Abriu o placar no primeiro tempo Crislan, lançado em velocidade e concluindo com categoria, se aproveitando de uma saída atrapalhada do goleiro. O Timbu teve uma saída de bola mais organizada, evitando a ligação direta, uma queixa recorrente até então.

A posse de bola era baixa (41%), mas se o adversário controlava a pelota, não soube pressionar. A tática timbu do contragolpe já era clara. Em vantagem, então, nem se fala. Aos 7 minutos, o time pernambucano praticamente matou o jogo em outra bola lançada, desta vez para Sassá, fazendo 2 x 0 e encaminhando uma tarde como há muito não se via entre os alvirrubros…

Série B 2014, Luverndese 0x2 Náutico. Foto: FPF/divulgação

Podcast 45 minutos (49º) – Vexame coral, Dado no Náutico e Diego Souza no Sport

A nova edição do 45 minutos traz uma análise sobre a eliminação do Santa Cruz na Copa do Brasil diante do inexpressivo Santa Rita, além de comentários sobre as contratações dos meias Diego Souza e Ibson pelo Sport e do técnico Dado Cavalcanti no Náutico. Para completar, o cenário na Copa Sul-Americana, com a presença do Leão…

O 49º podcast teve 1h20min de gravação. Estou na discussão com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro.

Ouça agora ou quando quiser…

O cenário era adverso. Sem forças, o Náutico só confirmou a má fase

Série B 2014, 5ª rodada: Náutico 0x1 Vasco. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Time remendado, treinador interino, estádio vazio, salários atrasados. Apesar disso, até havia um sentimento de mudança entre os alvirrubros, mas a melhora não vem apenas com isso. Não mesmo.

O cenário adverso no jogo contra o Vasco – adiado desde a 5ª rodada por causa da greve da polícia militar – foi confirmado e o Náutico sofreu mais uma derrota nesta dura caminhada na segunda divisão, 1 x 0.

O único gol na noite desta terça saiu com apenas seis minutos de bola rolando. Numa espanada bisonha da zaga, Dakson marcou com outra senhora colaboração da defesa, no desvio de Gilmak, matando qualquer reação do estreante Júlio César.

Série B 2014, 5ª rodada: Náutico 0x1 Vasco. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Em um camarote na tribuna da Arena Pernambuco, o novo técnico Dado Cavalcanti – anunciado duas horas antes do início da peleja – via o óbvio.

Terá um trabalho gigante para incutir a sua estratégia num arremedo, que até se esforçou no segundo tempo, no abafa. O treinador terá que cumprir um papel que não cabe tanto ao seu perfil, o de motivador. A falta de confiança, aliás, sofreu outro golpe, com a expulsão do meia argentino Cañete, a injeção de técnica no elenco.

O cenário está difícil, mas o Timbu segue fora do Z4. Manter isso tornou-se a única meta de 2014, não há espaço para outro discurso… Dado sabe disso.

Série B 2014, 5ª rodada: Náutico 0x1 Vasco. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Sorte ajuda o Santa Cruz, uma vitória ainda mais

Série C 2012: Santa Cruz 2x1 Luverdense. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press

Está lá no dicionário Michaelis a descrição da palavra “sorte”. Como significado direto, fado ou destino. É o que vem acontecendo com o Santa Cruz nesta conturbada campanha na Série C. Mesmo com apenas quatro vitórias em dezesseis jogos, o bicampeão estadual seguia próximo à zona de classificação.

Eram apenas dois pontos de diferença. Entrava na jogada, então, o segundo significado para a palavra supracitada. Acaso, risco. Faltando duas rodadas para encerrar a primeira fase da competição, não haveria mais espaço para sorte, não como “destino”.

Seria preciso agir, trilhar o próprio rumo. Dois jogos, duas vitórias e vaga nas quartas de final. Mentalizado. Encarar o sólido vice-líder, mesmo jogando no Mundão, deixou muita gente com o pé atrás nas repúblicas independentes.

Nas primeiras horas da manhã deste sábado, aquela dúvida na cuca do torcedor. Dessa vez vai? Para saber, só indo ao Arruda. Ainda com a memória fresca sobre a apresentação passada, quando fez um bom primeiro tempo e acabou derrotado de virada pelo Fortaleza, os corais tentaram não desperdiçar a chance. E lá foram 23 mil.

A sorte que tanto ajuda nos resultados dos rivais não encarna no próprio time. Uma bola passa rente à trave, outro chute certeiro acaba nas mãos do goleiro, um passe errado no último instantes etc. Pois o “pessimismo” só durou quinze minutos de jogo

Num cruzamento de Tiago Costa, o atacante Dênis Marques encobriu o goleiro, de cabeça. Nada de sorte. Técnica. O gol silenciou as cobranças sobre o artilheiro.

Mas o sufoco foi grande na etapa final. Aos 43, Valdir Papel empatou de cabeça. A sorte parecia abandonar o Santa, pois no lance seguinte Fabrício Ceará acertou a trave. Aos 47, pênalti! À parte da palavra da hora, uma outra seria necessária: eficiência. Assim DM9 definiu a importantíssima vitória por 2 x 1 sobre o Luverdense, já à noite.

Gol para tranquilizar o povão no domingo, no desfecho da 17ª rodada da Terceirona, em busca do G4. Aí sim, que a sorte siga acompanhando o Tricolor. Sem acaso ou risco.

Série C 2012: Santa Cruz 2x1 Luverdense. Foto: Bruno Reis/Rádio Clube AM

A cada partida de futebol, 100 novas árvores

Luverdense Esporte Clube

Esporte e meio-ambiente, em interação absoluta.

No pequeno município Lucas do Rio Verde, a 350 quilômetros da capital do Mato Grosso.

São apenas 45 mil habitantes, conscientizados com o “verde”.

O Luverdense, adversário dos pernambucanos Santa e Salgueiro na Série C, ostenta o título de “primeira equipe a neutralizar a emissão de CO² em uma partida de futebol”.

Uma não, todas.

Os jogos do Luverdense têm uma média de público de 2.500 torcedores.

Isso significa uma emissão de 35 toneladas de gás carbônico através do público a cada 90 minutos. Em tese, cada árvore plantada na cidade neutraliza 350 quilos de gás carbônico, segundo estudos internacionais. Daí, a quantidade de 100 novas árvores.

As árvores vêm sendo plantadas em áreas degradadas da cidade, em uma parceria com a secretaria ambiental do município. Mais de mil já foram plantadas.

Saiba mais sobre o compromisso “verde” do clube mato-grossense clicando aqui.

A ideia encampa o cenário atual da sociedade, voltado para a preservação do meio-ambiente. Aos grandes clubes do estado, uma luz verde para futuros projetos.

Enquete: Favoritismo no Clássico das Emoções na semi?

NáuticoSanta CruzNáutico x Santa Cruz.

O mais que tradicional Clássico das Emoções vai definir uma das vagas na decisão do Campeonato Pernambucano de 2010.

Timbu x Cobra Coral.

No sistema da Copa do Brasil, os rivais terão a chance de voltar a disputar uma final do Estadual. O Santa esteve lá pela última vez em 2006, e perdeu para o Sport. O Timbu jogou a sua última decisão em 2004, e ganhou justamente dos corais.

Alvirrubro x Tricolor.

Os times dos artilheiros Carlinhos Bala e Joelson, dos meias Zé Carlos e Jackson, dos volantes Derley e Léo, dos zagueiros Diego Bispo e Alysson…

Fanáutico x Inferno Coral.

Os jovens técnicos Gallo e Dado Cavalcanti, sendo que o segundo pertence à novíssima geração, sub-30. O primeiro quer retomar o status de revelação.

Aflitos x Arruda.

Duas equipes que oscilaram bastante na competição. Porém, com a consciência de que agora começa um novo campeonato, do zero, em pé de igualdade. Por isso, este será o tema da nova enquete do blog. 😈

Nova enquete: Quem é o favorito no Clássico das Emoções para avançar para a final do Pernambucano?

Última enquete: Você é a favor da volta do Nordestão em plena Copa do Mundo?

  • Sim (62%, 125 votos)
  • Não (38%, 76 votos)

Total de votos: 201

Uma foto, três caminhos

Dado Cavalcanti em 2000, jogando pelo Santa Cruz

Uma foto emblemática.

Gravada na história há 10 anos.

Uma imagem que fala dos 3 grandes clubes do Recife. Momentos bem distintos.

Na disputa de bola, um meia rubro-negro e um lateral-esquerdo tricolor.

Ambos com 18 anos. Clássico das Multidões na categoria júnior.

Os meninos Cléber e Dado. Uma dupla com potencial. Sport e Santa Cruz, por sinal, decidiram o título pernambucano sub-20 daquele ano. Deu Tricolor!

Espera um pouco… Cléber e Dado? Sim, Cléber Santana e Dado Cavalcanti. O meia revelado pelo Sport (vendido em 2004 ao Vitória/BA por R$ 1,5 milhão) e o técnico mais novo a conquistar um título estadual (Rondoniense de 2006, com 24 anos).

Em 2010, os dois têm as mesmas cores: branco, preto e encarnado. Cléber no São Paulo, que pagou R$ 3,8 milhões ao Atlético de Madri, e Dado no Santa, como treinador efetivado. Duas histórias que não se cruzaram, apesar do mesmo ponto de partida.

A foto é do arquivo pessoal de Dado, que encerrou a carreira com apenas 20 anos. Preferiu virar técnico mesmo. Por sinal, o repórter José Gustavo, do Diario, fez uma excelente reportagem contando toda a história do jovem comandante tricolor. Matéria publica na edição de sábado do jornal. Veja AQUI.

Uma curiosidade… Qual foi o palco daquele Clássico das Multidões Sub-20 em 2000? Arruda? Ilha do Retiro…? Nada disso. O jogo foi realizados no estádio dos Aflitos.

O estádio do Náutico passava por uma profunda transformação. Era praticamente um novo campo, acabando com todo o histórico “Balança mas não cai”. A primeira etapa da reforma havia começada em 1997, mas só acabaria em 7 de abril de 2002. Neste dia, o estádio timbu inagurou o seu formato atual (veja AQUI).

Tem dado certo

Dado CavalcantiLori SandriO Santa Cruz já disputou 12 partidas oficiais em 2010 (11 pelo Estadual e 1 pela Copa do Brasil.

Foram 7 jogos sob o comando do experiente técnico Lori Sandri, 61 anos, e outras 5 com o jovem Dado Cavalcanti, de 28 anos. Abaixo, o retrospecto de cada um.

Lori Sandri: 3 vitórias, 1 empate e 3 derrotas (47,6% de aproveitamento).

Dado Cavalcanti: 3 vitórias, 1 empate e 1 derrota (66,6% de aproveitamento).

Com o novo treinador, o Tricolor ganhou os últimos 3 jogos, sendo um deles pela Copa do Brasil, algo que não acontecia há muito tempo…

Dado deu um padrão de jogo à equipe, recolocou o Santa no G-4 e ainda deu passo enorme para avançar na Copa do Brasil. Se o título da Copa Pernambuco de 2009 foi colocado em xeque por causa do nível da competição, agora Dado mostra que tem, sim, condições de seguir treinando o Santa. Boa sorte! 😎

Fotos: site do Santa Cruz