Sem mata-mata, Estadual registra 414 mil torcedores e renda de R$ 4,8 milhões

Pernambucano 2015, 10ª rodada: Sport 1x1 Santa Cruz, Salgueiro 4x1 Náutico e Serra Talhada 2x1 Central. Fotos: Daniel Leal/DP/D.A Press (Ilha), Jorge Burégio/FPF (Cornélio de Barros) e FPF/site oficial (Pereirão)

Resta apenas o mata-mata no Estadual de 2015. Claro, é a fase com o maior potencial de captação de público, e, também, a última chance de elevar o baixo índice de 3.666 torcedores – o pior desde 2005. Teremos oito jogos, incluindo a disputa pelo 3º lugar, que vale vaga nas Copas do Nordeste e do Brasil.

Seguem na disputa Sport e Santa Cruz, protagonistas do campeonato das multidões, até aqui com liderança coral. No domingo, no Clássico das Multidões, 18.015 pessoas foram à Ilha do Retiro numa partida que pouco valia – contudo, o borderô só foi divulgado pelos rubro-negros na segunda. Capital à parte, os estádios Luiz Lacerda (Caruaru) e Cornélio de Barros (Salgueiro) devem registrar os maiores público no interior na edição de 2015.

Por sinal, Central e Salgueiro já ultrapassaram a média de público do Náutico, a penúltima do hexagonal principal. Em relação à arrecadação, a bilheteria após os 98 jogos “abertos” foi de R$ 4,8 milhões. A FPF, como se sabe, fica com 8% da renda bruta. Logo, a federação já abocanhou R$ 384.056.

Confira abaixo os dados de público e renda atualizados após cinco rodadas dos hexagonais do título e do rebaixamento, de acordo com o borderô oficial da FPF. Confira todas as médias de 1990 a 2014 clicando aqui.

1º) Santa Cruz (5 jogos como mandante, 4 no Arruda e 1 na Arena)
Total: 71.690 pessoas
Média: 14.338
Taxa de ocupação: 25,03%
Renda: R$ 1.169.822
Média: R$ 233.964
Presença contra intermediários (3): T: 32.833 / M: 10.944

2º) Sport (5 jogos como mandante, 3 na Ilha e 2 na Arena)
Total: 58.465 pessoas
Média: 11.693
Taxa de ocupação: 30,54%
Renda: R$ 1.002.062
Média: R$ 200.412
Presença contra intermediários (3):T: 26.931 / M: 8.977

3º) Salgueiro (5 jogos como mandante, no Cornélio)
Total: 25.392 pessoas
Média: 6.348
Taxa de ocupação: 64,01%
Renda: R$ 191.365
Média: R$ 47.841

4º) Central (12 jogos mandante, no Lacerdão)
Total: 64.444 pessoas
Média: 5.370
Taxa de ocupação: 27,57%
Renda: R$ 628.565
Média: R$ 52.380

5º) Náutico (5 jogos como mandante, na Arena)
Total: 23.082 pessoas
Média: 4.616
Taxa de ocupação: 9,98%
Renda: R$ 499.800
Média: R$ 99.960
Presença contra intermediários (3): T: 12.393 / M: 4.131

6º) Serra Talhada (12 jogos como mandante, no Nildo Pereira)
Total: 44.316 pessoas
Média: 3.693
Taxa de ocupação: 73,86%
Renda: R$ 341.226
Média: R$ 28.435

As capacidades (oficiais) dos estádios usadas para calcular a taxa de ocupação: Arruda (60.044), Arena Pernambuco (46.214), Ilha do Retiro (32.983), Lacerdão (19.478), Cornélio de Barros (9.916) e Nildo Pereira (5.000).

Geral – 113 jogos (1ª fase, hexagonais do título e da permanência e mata-mata)*
Público total: 414.355
Média: 3.666 pessoas
TCN: 311.246 (75,11% da torcida)
Média: 2.754 bilhetes
Arrecadação: R$ 4.800.708
Média: R$ 42.484
* Foram realizadas 116 partidas, mas 3 jogos ocorreram de portões fechados.

Fase principal – 30 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 243.503
Média: 8.116 pessoas
TCN: 151.047 (62,03% da torcida)
Média: 5.034 bilhetes
Arrecadação total: R$ 3.487.534
Média: R$ 116.251

Análise da semifinal pernambucana de 2015 – Central

Pernambucano 2015, 6ª rodada: Central 1x0 Sport. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Campeão da Taça Eduardo Campos, classificado à semifinal do Estadual após cinco anos, escrevendo a segunda melhor campanha, e um calendário garantido no segundo semestre com a presença na Série D. A temporada alvinegra está acima das expectativas de uma torcida sempre desconfiada.

Procurando pagar em dia, o Central foi montando um grupo sólido entre os concorrentes do interior, com um nome experiente na cidade no comando técnico, Laelson Lima. Nem mesmo o Salgueiro, com campanhas bem mais representativas nos últimos anos, o superou. Na semifinal, enfrentará o Santa Cruz, de lembranças em campeonatos brasileiros das Séries B, C e D.

Obter a inédita vaga no Nordestão (o rival Porto já disputou) e voltar à Copa do Brasil (participou 2 vezes) é a meta do clube, que alcançá-la como vice ou na 3ª colocação. Para isso, uma premiação de R$ 80 mil já está acertada pela diretoria. E pelo título? Ainda em negociação. Jogadores, diretoria e torcida sabem o preço de erguer o troféu máximo de Pernambuco pela primeira vez.

Desempenho na semifinal (2010/2014)
1 participação e nenhuma classificação

Formação básica do Central no Estadual 2015. Crédito: this11.com com arte de Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Destaque
Candinho. O mei distribui bem o jogo e arrisca bastante de fora da área. No Arruda, para citar o futuro adversário, acertou o travessão, e no Lacerdão foi o herói da classificação, com dois gols, um em cobrança de falta.

Aposta
Madona. Não é exatamente uma aposta, até pela idade, 29 anos. Entretanto, o lateral-esquerdo Janilson (sim, é aquele ex-Araripina, com o nome trocado) aumentou a variedade de jogadas de uma equipe limitada tecnicamente.

Ponto fraco
A preparação física. Foi justamente no confronto contra o Santa, no Lacerdão, que a Patativa apresentou essa deficiência em um maior grau, com o time com a língua do lado de fora aos 20 minutos do segundo tempo.

Campanha no hexagonal (10 jogos)
14 pontos (2º lugar)
4 vitórias (2º que mais venceu)
2 empates (2º que mais empatou)
4 derrotas (2º que menos perdeu)
10 gols marcados (3º melhor ataque)
10 gols sofridos (2ª melhor defesa)

Melhor apresentação: Central 1 x 0 Sport, em 1º de março, no Lacerdão .

Análise da semifinal pernambucana de 2015 – Santa Cruz

Pernambucano 2015, 5ª rodada: Náutico 1x2 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A largada na 101ª edição do campeonato estadual foi a pior da história coral. Duas duras derrotas por 3 x 0. A classificação do Santa Cruz tornou-se preocupante na ocasião, com Ricardinho balançando. Contudo, a atual gestão (continuidade de ALN) prima pelo respaldo aos treinadores. Neste caso, funcionou. O técnico teve tempo para trabalhar, com intervalos de até 15 dias entre os jogos, devido à ausência no Nordestão e na Copa do Brasil.

Ganhando força física e raça (uma cobrança séria da torcida, inconformada com a apatia inicial), a Cobral Coral subiu na classificação nas costas do Náutico, derrotou o Central (adversário no mata-mata) duas vezes e acabou alcançando a vaga com tranquilidade. Até o improvável Betinho contribuiu.

No fim do hexagonal, a cena de João Paulo vibrando com o rosto ensanguetado após o gol marcado aos 47 minutos do 2º tempo, empatando o Clássico das Multidões, virou um ícone da determinação. Uma imagem trabalhada pelo clube e incorporada pela torcida. Com confiança, nem o jogo de volta da semifinal longe do Arruda preocupa. Não faz muito tempo e vimos um roteiro semelhante, de reviravolta e título Tricolor no fim. Em 2015, a busca é pela 28ª taça.

Desempenho na semifinal (2010/2014)
5 participações e 3 classificações

Formação básica do Santa Cruz no Estadual 2015. Crédito: this11.com com arte de Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Destaque
Tiago Costa. O lateral-esquerdo não renovou no fim de 2014, indo para o Ceará, mas rendeu pouco no Vozão e logo voltou ao Arruda. Chegou como o último reforço neste Estadual (o 17º no geral). Entrou e deu volume na lateral.

Aposta
Raniel. O meia de 18 anos começou o torneio temendo ficar de fora por causa da liminar sobre a sua suspensão por doping. Com a cabeça no lugar, focando o futebol, o garoto surpreendeu quando foi acionado, mesmo oscilando (normal).

Ponto fraco
O setor ofensivo. Foram apenas 9 gols em 10 jogos, menos 1 por jogo. O pior ataque do hexagonal. Com Bruno Mineiro de molho, o técnico Ricardinho vai se virando com Anderson Aquino, Betinho e Waldison. Nenhum agradou.

Campanha no hexagonal (10 jogos)
14 pontos (3º lugar)
4 vitórias (2º que mais venceu)
2 empates (2º que mais empatou)
4 derrotas (2º que menos perdeu)
9 gols marcados (pior ataque)
11 gols sofridos (3ª melhor defesa)

Melhor apresentação: Náutico 1 x 2 Santa Cruz, em 25 de fevereiro, na Arena.

Análise da semifinal pernambucana de 2015 – Salgueiro

Pernambucano 2015, 7ª rodada: Salgueiro 1x0 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O Salgueiro está em mais uma semifinal do Estadual, a terceira em sua história. Terminou o hexagonal a 14 pontos de distância do líder Sport, seu adversário no mata-mata. Derrotado pelo Leão nos dois jogos na primeira fase, o time conta agora com um entrosamento melhor, sobretudo pelas boas campanhas no Nordestão e na Copa do Brasil – no certame local foram apenas três vitórias.

O Carcará chegou a atuar nas três frentes simultaneamente, já com uma formação com a cara do técnico Sérgio China, com muita força. Para alcançar a sua primeira final no Pernambucano, o Carcará terá que superar o seu passado. Nas duas primeiras semifinais disputadas, esteve pertinho da decisão, ganhando o jogo de ida no calor do Cornélio de Barros.

Em 2012, contra o Santa Cruz, teve o empate a favor, mas perdeu no Mundão. No ano passado, por causa do regulamento, até perdendo teria chance, através da disputa de pênaltis. Dito e feito, mas saiu derrotado de todo jeito, frustrando a população salgueirense, que assistiu à partida em um telão na cidade.

Desempenho na semifinal (2010/2014)
2 participações (2012 e 2014) e nenhuma classificação

Formação básica do Náutico no Salgueiro 2015. Crédito: this11.com com arte de Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Destaque
Rodolfo Potiguar. Além da marcação, o cabeça de área vai ganhando mais liberdade no ataque. No Nordestão marcou um belo gol no Castelão e contra o Náutico, no 4 x 1 que valeu a vaga na semi, apareceu como centroavante.

Aposta
Anderson Lessa. O atacante começou a temporada desperdiçando um pênalti na Arena. Se recuperou, ganhou a titularidade e passou a ser referência na área. Ainda está longe daquele jogador que despontou no Náutico, em 2008.

Ponto fraco
Luciano. O experiente goleiro do Carcará já passou em inúmeras divisões do Brasileiro vestindo a camisa 1 do clube. Porém, falha mais do que a média, principalmente em finalizações de média distância.

Campanha no hexagonal (10 jogos)
11 pontos (4º lugar)
3 vitórias (5º que mais venceu)
2 empates (2º que mais empatou)
5 derrotas (5º que menos perdeu)
10 gols marcados (3º melhor ataque)
13 gols sofridos (5ª melhor defesa)

Melhor apresentação: Santa Cruz 0 x 1 Salgueiro, em 21 de fevereiro, na Arruda.

Capital x Interior nas semifinais do Campeonato Pernambucano de 2015

Semifinais do Campeonato Pernambucano de 2015: Sport x Salgueiro x Central x Santa Cruz. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O interior nunca chegou tão forte à fase decisiva do Campeonato Pernambucano desde a criação do sistema com semifinal e final, em 2010. Com dois representantes neste ano (Central e Salgueiro), aumenta a chance de por fim ao incômodo jejum na história do futebol local. Apenas Pernambuco e Rio de Janeiro jamais consagraram um campeão estadual fora da capital. Por aqui, o máximo foi o vice-campeonato, em 1997 e 1998 com o Porto e em 2007 com Central. No atual formato, foram cinco eliminações em cinco semifinais.

Não por acaso, a presença de Sport (40 títulos) e Santa Cruz (27) na semifinal é um indício fortíssimo de que a taça deve permanecer no Recife. Além de já terem decidido a competição em 23 edições, desde a implantação da fórmula vigente, com o G4, os troféus só ficaram no Arruda (3) e na Ilha do Retiro (2).

Contudo, para manter a taça à beira-mar, o Leão precisará viajar viajar até Salgueiro (515 km), enquanto a Cobra Coral irá a Caruaru (130 km)…

Análise dos semifinalistas: Sport, Central, Santa Cruz e Salgueiro.

Qual será a final do Campeonato Pernambucano de 2015?

  • Sport x Central (41%, 400 Votes)
  • Sport x Santa Cruz (36%, 352 Votes)
  • Salgueiro x Santa Cruz (16%, 159 Votes)
  • Salgueiro x Central (7%, 73 Votes)

Total Voters: 984

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Presenças na semifinal estadual de 2010 a 2015: Sport (6), Santa Cruz (6), Náutico (5), Salgueiro (3), Central (2), Porto (1) e Ypiranga (1).

Confira mais detalhes sobre a rodada final do hexagonal do título clicando aqui.

Pernambucano em 2 linhas – 10ª/2015

Pernambucano 2015, 10ª rodada: Sport 1x1 Santa Cruz, Salgueiro 4x1 Náutico e Serra Talhada 2x1 Central. Fotos: Paulo Paiva/DP/D.A Press (Ilha), Jorge Burégio (Cornélio de Barros) e twitter.com/FcTalhada (Serra)

As semifinais definitivas: Sport x Salgueiro e Central e Santa Cruz.

A 10ª rodada foi muito movimentada, com dez gols. O desfecho do hexagonal proporcionou cenário inédito no mata-mata. Pela primeira vez, desde que o sistema de semifinais foi implantado, em 2010, dois times do interior terminaram no G4. Com a presença da Patativa e do Carcará, já é certo que o interior será representado na Copa do Nordeste de 2016, uma vez que o estado tem três vagas – claro, há a possibilidade de os dois se classificarem.

Quanto ao Náutico, lanterna na fase, ficou o registro da sua pior campanha de 1997, apesar das queixas de seu presidente, Glauber Vasconcelos, sobre o suposto uso de imagens da TV na derrota no Cornélio de Barros, que resultaram na volta atrás em pênalti marcado. Acho improvável que o jogo seja anulado.

Saíram 69 gols nos 30 jogos desta fase do #PE2015, com média de 2,3. Porém, em relação à artilharia oficial, na qual a FPF considera os dois hexagonais e o mata-mata. Portanto, Kiros, do Porto, tem 10 gols e é o líder, mesmo atuando apenas no hexagonal do rebaixamento. Curiosamente, o centroavante marcou outros 9 gols no 1º turno, que não entram na conta.

Sport 1 x 1 Santa Cruz – Em um clássico sem tanto apelo, mas disputado, os corais empataram no último lance do domingo, com João Paulo.

Salgueiro 4 x 1 Náutico – Focado totalmente no jogo, o Carcará não perdoou nem quando Júlio César foi expulso, com um jogador de linha indo para o gol.

Serra Talhada 2 x 1 Central – O Cangaceiro marcou o gol da vitória aos 45 do 2º tempo, com Jessuí, o suficiente para deixar a última posição do hexagonal.

Destaque: João Paulo. Mesmo puxado, conseguiu cabecear para as redes de Magrão. Além disso, foi o jogador mais lúcido do Santa no clássico na Ilha.

Carcaça: Nielson Nogueira. Não vai admitir a consulta às imagens da TV, mas a forma como conduziu o lance no Cornélio minou a sua arbitragem.

Tabela das semifinais:

Ida
19/04 – Salgueiro x Sport
19/04 – Santa Cruz x Central

Volta
26/04 – Sport x Salgueiro
26/04 – Central x Santa Cruz

Classificação do hexagonal do título do Pernambucano 2015 após a 10ª rodada. Crédito: Superesportes

Mando de campo dos clubes do interior na Arena sob protesto, moral e esportivo

Protesto da torcida o Central. Foto: Raniere Marcelo/twitter

Sobre o local da partida entre Salgueiro e Flamengo, pela Copa do Brasil, o presidente do Carcará, Clebel Cordeiro vetou a mudança para a Arena:

“Por que o comedor de rapadura de Salgueiro só pode ver jogo pequeno no estádio e os grandes na televisão? Ele tem que assistir a todos no estádio”.

Sobre o local da partida entre Central e Santa Cruz, pela semifinal do Estadual, o presidente da Patativa, Francisco Noé, revelou a negociação com a Arena:

“Se for algo interessante para o Central, nós levamos o jogo para lá, sem problema algum. A partir de R$ 400 mil seria vantajoso para nós”.

A diferença na atitude dos dirigentes dos maiores clubes do interior do estado explica um pouco o protesto da torcida alvinegra no Lacerdão (acima), exigindo a manutenção do confronto contra os tricolores em Caruaru. Enquanto isso, o Salgueiro já confirmou o local em seu facebook (abaixo).

Sobre a possível mudança do Central, elaborei alguns pontos.

1) O Central não chegava à fase final do certame local desde 2010. E agora, na hora ponto alto, a direção simplesmente tira o jogo do Agreste e o leva à região metropolitana, no reduto dos torcedores adversários? Por mais que alguns baluartes do juridiquês insistam na tese da não inversão (afinal, o jogo seria em São Lourenço, e não no Recife), há um favorecimento esportivo claro.

2) A situação seria igual àquela de Sport x Náutico, na Arena Pernambuco? Não vejo igualdade. No clássico o palco é um campo neutro, tanto que o estádio foi erguido para abrigar os 20 principais jogos dos três grandes clubes. O mando ali, à parte da Ilha e do Arruda, seria natural. Não por acaso, em 2014 o Santa Cruz jogou 6 vezes como mandante e o Sport atuou em 7 oportunidades.

3) Sobre a proposta de R$ 400 mil, que poderia ajudar o caixa do Central, vale observar também pelo prisma do consórcio. Considerando a cota ao clube do interior e a despesa operacional da partida, a bilheteria teria que superar os R$ 500 mil. Em toda a história local, menos 40 jogos superaram essa marca. Caso a meta não seja alcançada, quem pagaria a conta? O governo do estado (a gente), de novo. Em 2013 e 2014 o rombo foi de R$ 54 milhões.

4) O Lacerdão é um estádio com 19.478 lugares, o maior palco particular do interior do Nordeste, em uma cidade com quase 400 mil habitantes. Ignorar todo esse contexto é jogar um balde de água gelada na torcida alvinegra.

5) Apenas Náutico, Santa e Sport podem mandar jogos na Arena Pernambuco? Não, obviamente. Mas um time do interior como mandante contra um da capital parece um tanto óbvio o erro no mérito esportivo.

Esta foi apenas a opinião do blog. Comente também…

Salgueiro confirmando jogo com o Flamengo no Cornélio de Barros: Crédito: facebook.com/SalgueiroAtleticoClube

Prejuízo milionário na Arena Pernambuco pelo segundo ano seguido. O estado paga

Arena Pernambuco na Copa do Mundo de 2014. Foto: Fifa/divulgação

A Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. já fechou dois balanços anuais de operação. Em ambos, prejuízo. O rombo já chega a R$ 54,1 milhões. O número está presente no balanço da parceria público-privada no Diário Oficial do Estado deste 31 de março de 2015. As duas primeiras temporadas tiveram períodos distintos. Em 2013, com prejuízo de R$ 29,7 milhões, a operação começou em julho, após a Copa das Confederações, enquanto em 2014 (déficit de R$ 24,4 mi) o estádio passou quase dois meses sob administração da Fifa.

No texto enviado pela assessoria (abaixo), a direção da arena enumera os principais motivos para o péssimo desempenho, frisando mais uma vez a mobilidade falha (fato, sobretudo com a Radial da Copa incompleta), mas também os jogos às 22h e com transmissão na tevê, além da falta de mais partidas de Santa Cruz e Sport. Em relação aos horários dos jogos, por mais que a administração tenha uma certa razão, o fato não pode ser encarado como surpresa, pois qualquer um sabia desta agenda. Antes mesmo do início das obras em São Lourenço.

Com o déficit milionário, a contraprestação pública segue no mesmo nível. Na PPP, o governo do estado tem que cobrir o rombo no faturamento anual caso a receita seja abaixo de 50% da meta (inatingível) de R$ 110 milhões. Em 2014, a receita foi de apenas R$ 23,4 milhões. A Fundação Getúlio Vargas irá produzir um estudo de reavaliação do contrato, mas vai ser difícil fechar esta conta…

Faltam 11 jogos para o Pernambucano ao menos superar a média de 4 mil pessoas

Pernambucano 2015, 9ª rodada: Santa Cruz 3x0 Serra Talhada, Náutico 0x2 Sport e Central 2x1 Salgueiro. Fotos: João de Andrade Neto (Arruda) e Daniel Leal (Arena), ambos do DP/D.A Press e FPF/site oficial (Lacerdão)

Faltam apenas 11 jogos para o fim do Campeonato Pernambucano de 2015, incluindo a rodada final do hexagonal do título e os jogos do mata-mata. Sem a esvaziada fase que definiu os rebaixados, esta é a chance de elevar a média de público e renda da competição. A título de curiosidade, a fase principal do Estadual tem um índice de 8 mil espectadores. Caso esse dado seja ao menos mantido nas partidas restantes, a média final (com 121 jogos) seria de 3.952. A última edição com menos de quatro mil torcedores por jogo foi a de 2004. Obviamente, há uma chance razoável de superar esse número, caso os jogos decisivos enfim registrem públicos numerosos.

Para isso, é preciso que as torcidas de Santa Cruz e Sport se empolguem um pouco mais. Na última rodada, com 14.301 pessoas contra o Serra, os corais mantiveram a liderança no campeonato das multidões em relação aos rubro-negros (14 mil x 10 mil). Em relação à arrecadação, a bilheteria após os 98 jogos “abertos” foi de R$ 4,47 milhões. A FPF, como se sabe, fica com 8% da renda bruta. Logo, a federação já abocanhou R$ 357.748.

Confira abaixo os dados de público e renda atualizados após cinco rodadas dos hexagonais do título e do rebaixamento, de acordo com o borderô oficial da FPF. Confira todas as médias de 1990 a 2014 clicando aqui.

1º) Santa Cruz (5 jogos como mandante, 4 no Arruda e 1 na Arena)
Total: 71.690 pessoas
Média: 14.338
Taxa de ocupação: 25,03%
Renda: R$ 1.169.822
Média: R$ 233.964
Presença contra intermediários (3): T: 32.833 / M: 10.944

2º) Sport (4 jogos como mandante, 2 na Arena e 2 na Ilha)
Total: 40.450 pessoas
Média: 10.112
Taxa de ocupação: 25,53%
Renda: R$ 727.882
Média: R$ 181.970
Presença contra intermediários (3):T: 26.931 / M: 8.977

3º) Salgueiro (4 jogos como mandante, no Cornélio)
Total: 25.392 pessoas
Média: 6.348
Taxa de ocupação: 64,01%
Renda: R$ 191.365
Média: R$ 47.841

4º) Central (12 jogos mandante, no Lacerdão)
Total: 64.444 pessoas
Média: 5.370
Taxa de ocupação: 27,57%
Renda: R$ 628.565
Média: R$ 52.380

5º) Náutico (5 jogos como mandante, na Arena)
Total: 23.082 pessoas
Média: 4.616
Taxa de ocupação: 9,98%
Renda: R$ 499.800
Média: R$ 99.960
Presença contra intermediários (3): T: 12.393 / M: 4.131

6º) Serra Talhada (11 jogos como mandante, no Nildo Pereira)
Total: 43.577 pessoas
Média: 3.961
Taxa de ocupação: 79,23%
Renda: R$ 335.676
Média: R$ 30.56

As capacidades (oficiais) dos estádios usadas para calcular a taxa de ocupação: Arruda (60.044), Arena Pernambuco (46.214), Ilha do Retiro (32.983), Lacerdão (19.478), Cornélio de Barros (9.916) e Nildo Pereira (5.000).

Geral – 110 jogos (1ª fase, hexagonais do título e da permanência e mata-mata)*
Público total: 389.258
Média: 3.538 pessoas
TCN: 296.510 (76,17% da torcida)
Média: 2.695 bilhetes
Arrecadação: R$ 4.471.858
Média: R$ 40.653
* Foram realizadas 113 partidas, mas 3 jogos ocorreram de portões fechados.

Fase principal – 27 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 218.406
Média: 8.089 pessoas
TCN: 136.311 (62,41% da torcida)
Média: 5.048 bilhetes
Arrecadação total: R$ 3.158.684
Média: R$ 116.988

Pernambucano em 2 linhas – 9ª/2015

Pernambucano 2015, 9ª rodada: Náutico 0x2 Sport, Santa Cruz 3x0 Serra Talhada e Central 2x1 Salgueiro. Fotos: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press (Arena), Marlon Costa/FPF (Arruda) e FPF/site oficial (Lacerdão)

A última rodada será daqui a duas semanas, mas já existem algumas certezas sobre o futuro do Pernambucano de 2015. Uma das semifinais será entre Santa e Central, restando na 10ª rodada a decisão sobre quem terá o mando de campo no segundo jogo do mata-mata. Hoje, a vantagem é alvinegra. Do outro lado, o Sport consolidou a melhor campanha geral. A tal ponto que (independentemente da pontuação nas semifinais) já teria até a vantagem de decidir o título em casa, caso avance na semi. No primeiro mata-mata, aliás, enfrentará Náutico ou Salgueiro, que se enfrentarão no desfecho do hexagonal, com o Timbu jogando pelo empate. Já o Serra Talhada está eliminado.

Saíram 59 gols nos 27 jogos desta fase do #PE2015, com média de 2,18. Porém, em relação à artilharia oficial, na qual a FPF considera os dois hexagonais e o mata-mata. Portanto, Kiros, do Porto, tem 10 gols e é o líder, mesmo atuando apenas no hexagonal do rebaixamento. Curiosamente, o centroavante marcou outros 9 gols no 1º turno, que não entram na conta.

Hoje, as semifinais seriam: Sport x Náutico e Central x Santa Cruz.

Santa Cruz 3 x 0 Serra Talhada – Após o 1º tempo morno, o garoto Raniel incendiou na segunda etapa, com Betinho acertando a pontaria. Vaga certa.

Náutico 0 x 2 Sport – Era uma decisão, para o Náutico. Porém, Leão (mais confiante) soube tirar proveito das deficiências do rival, agora no limite do G4.

Central 2 x 1 Salgueiro – O gol de empate do Carcará na reta final parecia o filme de sempre, mas o Alvinegro arrancou a vitória e a merecida classificação.

Destaque: Candinho. Marcou os gols da vitória que recolocou a Patativa na semifinal após 5 anos. Dois chutes de fora da área, um a sete minutos do fim.

Carcaça: Sebastião Rufino Filho. O árbitro pecou bastante na distribuição de cartões no Clássico dos Clássicos, deixando os jogadores bastante nervosos.

Próxima rodada:
05/04 (16h00) – Sport x Santa Cruz
05/04 (16h00) – Salgueiro x Náutico
05/04 (16h00) – Serra Talhada x Central

Classificação do hexagonal do título do Pernambucano 2015 após a 9ª rodada. Crédito: Superesportes