Nem o Todos com a Nota vem salvando a média do Estadual

Pernambucano 2013, 2º turno: Sport 3x2 Serra Talhada. Foto: Brenno Costa/DP/D.A Press

Cada um dos três grandes clubes do Recife disputou um jogo em casa no segundo turno do Estadual. Portanto, foram 25 mil bilhetes promocionais à disposição. Somando os bilhetes, pagos, promocionais, gratuitos, as três partidas atraíram apenas 23.299 torcedores. Do TCN foram 15.746, ou 62% da carga. O que afastou o público? Violência, futebol fraco, infraestrutura, fadiga?

O maior público segue no Cornélio de Barros, com quase nove mil torcedores, por mais que o estádio não tenha aparentado tanta gente. No segundo turno o borderô contabiliza 63.026 pessoas em doze partidas, com média de 5.252. No geral são 235.598 pessoas em 48 jogos, segundo os dados da federação pernambucana. Na média, apenas 4.908, a mais baixa desde 2007, quando a competições registrou 4.509.

Confira as cinco maiores médias de público do Pernambucano de 2013.

1º) Salgueiro (1 jogo como mandante)
Total: 8.998
Média: 8.998

2º) Santa Cruz (1 jogo como mandante)
Total: 8.501
Média: 8.501
Contra intermediários (1) – T: 8.501 / M: 8.501

3º) Náutico (5 jogos como mandante)
Total: 37.003
Média: 7.400
Contra intermediários (5) – T: 37.003 / M: 7.400

4º) Sport (1 jogo como mandante)
Total: 7.101
Média: 7.101
Contra intermediários (1) – T: 7.101 / M: 7.101

5º) Central (5 jogos como mandante)
Total: 31.265
Média: 6.253

Dados da FPF. Confira os dados do Campeonato das Mutidões de 2012 aqui.

A volta do campeonato paralelo, restrito às arquibancadas pernambucanas

Pernambucano 2013, 2º turno: Santa Cruz 2x1 Pesqueira. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Historicamente, a corrida pela maior média de público do Estadual desperta interesse nos torcedores pernambucanos, sobretudo entre tricolores e rubro-negros, quase sempre nas duas primeiras posições desta lista. Nos últimos quatro anos o Santa ficou à frente, registrando ótimos índices de assistência. Em 2012 a média na campanha do bicampeonato estadual foi de 26.642.

Na estreia no Pernambucano de 2013, porém, o número foi bem mais modesto. Apesar dos 15 mil bilhetes promocionais disponíveis para a partida, o público geral no sábado foi de 8.501 pessoas no Arruda.

Surpreendentemente, a liderança neste momento pertence ao Salgueiro. Mesmo sediado em um município de apenas 57 mil moradores, a estreia no certame local foi vista por quase nove mil pessoas no Cornélio de Barros. Abaixo, a primeira atualização, levando em conta o borderô oficial, contestado em algumas ocasiões pelo público desconexo com o visual no estádio.

Se no ranking dos pênaltis o blog irá considerar os dados apenas do segundo turno, na média de público o levantamento será o critério recorrente mundo afora, com todos os jogos como mandante, independentemente da fase.

Segundo o borderô, o primeiro turno registrou 172.572 torcedores, com média de 4.793. Alguns deles fantasmagóricos. Já a renda geral foi de R$ 1.061.721.

Confira as quatro maiores médias de público do Pernambucano de 2013.

1º) Salgueiro (1 jogo como mandante)
Total: 8.998
Média: 8.998

2º) Santa Cruz (1 jogo como mandante)
Total: 8.501
Média: 8.501
Contra intermediários (1) – T: 8.501 / M: 8.501

3º) Náutico (5 jogos como mandante)
Total: 37.003
Média: 7.400
Contra intermediários (5) – T: 37.003 / M: 7.400

4º) Central (5 jogos como mandante)
Total: 31.265
Média: 6.253

Entre os clubes com as médias relacionadas, o Sport ainda não estreou.

Dados da FPF. Confira os dados do Campeonato das Mutidões de 2012 aqui.

Ranking dos pênaltis e dos cartões vermelhos (1)

Pernambucano 2013, 2º turno: Náutico 8x0 Petrolina. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O blog realizou o primeiro levantamento sobre as penalidades marcadas no Campeonato Pernambucano, além do número de cartões vermelhos nos jogos dos grandes clubes, em 2009. Desde então, sempre o mesmo formato, com a lista fcando o turno classificatório, com 22 rodadas.

Neste ano, na 5ª edição do ranking, o blog optou por iniciar a lista apenas no segundo turno, com os doze clubes, para não haver distorção nos dados, uma vez que no primeiro foram apenas nove times.

Desta forma, eis a primeira atualização, após a primeira rodada do segundo turno do Estadual de 2013, com quatro penalidades assinaladas (e convertidas).

Confira as edições anteriores dos rankings: 2009, 2010, 2011 e 2012.

Pênaltis a favor (4)
1 pênalti – Sport, Náutico, Ypiranga e Porto
Nenhum pênalti – Santa Cruz, Central, Chã Grande, Belo Jardim, Pesqueira, Petrolina, Salgueiro e Serra Talhada

Pênaltis cometidos
1 pênalti – Salgueiro, Petrolina, Porto e Ypiranga
Nenhum pênalti – Sport, Náutico, Santa Cruz, Pesqueira, Serra Talhada, Chã Grande, Central e Belo Jardim

Cartões vermelhos (só para os grandes)

1º) Náutico – 1 adversário expulso; nenhum cartão vermelho
2º) Santa e Sport – nenhum adversário expulso, nenhum cartão vermelho

Pernambucano em 2 linhas – 1ª/2013

Uma primeira rodada movimentadíssima no Estadual. Agora com a presença de todos os doze participantes, os seis jogos registraram 25 gols, proporcionando a incrível média de 4,16 tentos. O ritmo daqui por diante será domingo/quarta, frenético. Sem espaço para tropeços, como o Leão, logo na estreia. O Timbu referendou o título do insípiro primeiro turno com uma supergoleada.

No geral, o #PE2013 já teve 98 gols em 42 partidas, com índice de 2,33. Na artilharia da competição, empate entre o alvirrubro Rogério e Diogo, do Ypiranga. Cada um balançou as redes cinco vezes.

Santa Cruz 2 x 1 Pesqueira – Mesmo em uma atuação apagada, os corais viraram o jogo arrancando com três pontos na briga pelo tricampeonato.

Náutico 8 x 0 Petrolina – Mesmo sem Kieza, negociado, o Timbu passou o rodo em cima da Fera. A maior goleada no estado desde 2008.

Salgueiro 2 x 1 Sport – Ambos do Nordestão para o Estadual. O Carcará foi superior durante todo o jogo e venceu o desalmado time de Vadão.

Central 1 x 0 Belo Jardim – Jorge Luís marcou ainda no primeiro tempo. No fim, a Patativa tomou sufoco, mas segurou o importantíssimo resultado.

Ypiranga 3 x 3 Porto – Duelo animado no Limeirão. O Gavião, que só marcara um gol no primeiro turno, deslanchou. A Máquina reagiu bem e empatou.

Serra Talhada 4 x 0 Chã Grande – O Cangaceiro parecia fora de ritmo nas rodadas finais do primeiro turno. Guardou as energias para este momento.

Confira a tabela da competição clicando aqui

Destaque da rodada: Rogério. O alvirrubro marcou três gols. Calibrou o pé.

Carcaça da rodada: Petrolina. So não está rebaixada de véspera por causa do insano regulamento, que só definirá no octogonal.

Classificação do Pernambucano 2013 na 1ª rodada do 2º turno. Crédito: Superesportes

Os grandes clubes e a responsabilidade titânica no G4 do Estadual

Filme: Fúria de Titãs

Onze rodadas, tiro curto. Agora sim teremos o Estadual. Será que Náutico, Santa Cruz e Sport irão confirmar o favoritismo mais uma vez? Nas três torcidas, o índice de confiança beira os 60% com a presença do trio na fase final. Realmente não será tão fácil ir contra a maré da história.

Tirar um dos titãs do futebol local da reta final é algo raro…

Um G4 com apenas dois grandes clubes: último em 2008.
Um G4 com apenas um grande clube: último em 1930.
Um G4 sem grandes clubes: nunca.

Quantos grandes clubes do Recife irão se classificar à semifinal do Campeonato Pernambucano 2013?

Sport – 323 votos
SportTrês – 56,96%, 184 votos
Dois – 20,74%, 67 votos
Um – 16,71%, 54 votos
Zero – 5,57%, 18 votos

Santa Cruz – 258 votos
Santa CruzTrês – 60,07%, 155 votos
Dois – 16,27%, 42 votos
Um – 18,60%, 48 votos
Zero – 5,03%, 13 votos

Náutico – 233 votos
NáuticoTrês – 61,80%, 144 votos
Dois – 20,17%, 47 votos
Um – 15,02%, 35 votos
Zero – 3,00%, 7 votos

FPF, a terceira federação estadual mais lucrativa do país

As cinco federações de futebol que mais lucraram no Brasil em 2011. Crédito: Pluri Consultoria

Em março deve ser divulgado o balanço financeiro de 2012 da Federação Pernambucana de Futebol com os dados sobre receitas, despesas e patrimônio líquido. A situação atual, no entanto, é bem favorável. Mais do que se imagina…

Existem 27 federações estaduais futebolísticas no Brasil. Todas elas naturalmente subordinadas à Confederação Brasileira de Futebol. Eis que em 2011 a FPF teve o terceiro maior lucro entre as entidades estaduais, à frente até da poderosa federação paulista, de acordo com o estudo da Pluri Consultoria.

Confira a tabelha detalhada clicando aqui.

Isso é consequência do crescimento elevadíssimo nas últimas temporadas. Em um ano, o patrimônio líquido da FPF subiu de R$ 2.858.889 para R$ 3.757.389, turbinado pelo lucro de R$ 898.500. Ou seja, um crescimento de 31,4%.

E olhe que neste ano a direção da entidade subiu a sua taxa de administração sobre todos os jogos no Estadual de 6% para 8%. Como entidade privada, a Federação Pernambucana de Futebol é uma das mais lucrativas da praça.

O dinheiro vem sendo bem aplicado? Os clubes vêm obtendo resultados à altura dessa saúde financeira? Verba tem.

Um jogo por dia no Recife, e só

Torcidas de Santa Cruz, Sport e Náutico

A estreia do programa Todos com a Nota foi no dia 25 de janeiro de 1998. No Recife, Sport x Petrolândia, Náutico x Vitória e Santa Cruz x 1º de Maio. Todos no mesmo horário. As partidas reuniram 20 mil pessoas com o vale lazer. Na época foi um no número incrível, pois o Estadual do ano anterior havia sido o de pior média de público da história, com menos de 2 mil torcedores por jogo.

Aquela tarde marcou também o último domingo no Pernambucano com as três grandes massas circulando em direção aos seus estádios no mesmo horário. Com o aumento da violência no futebol, a agenda foi sendo modificada.

Neste 18 de fevereiro de 2013, a mais radical das decisões para evitar confrontos entre torcidas organizadas. Se até recentemente era liberada apenas a realização de dois jogos na capital no mesmo dia, mas em horários diferentes, uma reunião entre Polícia Militar, Ministério Público, FPF e Juizado do Torcedor definiu que a partir de agora só poderá ter um jogo de grande clube por dia.

Em vez de enfrentar o problema, a tentativa de “driblar” a situação. Considerando que são três grandes clubes, alguém que se prepare para atuar na sexta ou na segunda-feira, caso a tabela aponte três partidas no Recife na mesma rodada. Será suficiente? Estão tapando o sol com a peneira…

O problema está nas organizadas, mas também está bem além delas. Nasce na educação do cidadão. Ou falta dela.

Fim dos rabiscos nas súmulas pernambucanas

Súmula antiga e súmula eletrônica da FPF.

Os garranchos nas súmulas, dificultando a compreensão das informações, a demora na entrega, a lentidão na digitalização na federação.

Em Pernambuco, nunca foi fácil acompanhar o futebol através dos documentos oficiais das partidas.

O jogo Náutico 2 x 1 Serra Talhada marcou uma mudança importante na organização local. Foi implantado o sistema eletrônico de súmulas, dando um caráter mais profissional à competição.

O duelo nos Aflitos acabou por volta das 22h da quarta-feira. Cerca de uma hora depois o documento já estava disponível no site da FPF.

Com direito às assinaturas digitais do árbitro Emerson Sobral e de seus assistentes. A ideia é implantar o sistema o quanto antes nas demais partidas do campeonato. O investimento em tecnologia chega a R$ 35 mil.

Confira as súmulas num tamanho maior: tradicional e eletrônica.

A CBF havia anunciado o início do treinamento há exatamente um ano.

Segundo a entidade, o objetivo é que os juízes liberem as súmulas ainda no vestiário, minutos após o término das partidas (veja aqui).

Nos Aflitos, funcionou, de forma pioneira.

Agilidade e clareza nas informações. Ponto a favor.

A nova capacidade de público dos estádios pernambucanos

Arruda, Lacerdão, Carneirão, Ilha do Retiro, Aflitos e Cornélio de Barros

Os principais estádios de futebol de Pernambuco passaram por uma aferição completa sobre a capacidade público.

O estudo foi encomendado pela Federação Pernambucana de Futebol. A maioria dos dados, com laudos de engenharia publicados no site oficial da entidade, foram diferentes em relação ao último cadastro nacional de estádios de futebol, desenvolvido pela CBF em 2012.

Antes da medição, os dez estádios selecionados tinham uma capacidade absoluta de 170.344 pessoas. Agora subiu para 177.395. Enquanto a Ilha do Retiro diminuiu, o estádio dos Aflitos cresceu.

No estudo, o espaço mínimo para cada torcedor teria necessariamente uma largura de 45 centímetros. Confira os documentos aqui.

Abaixo, a nova capacidade de público. Entre parênteses, a diferença em relação ao número oficial anterior.

Arruda – 60.044 (igual)
Ilha do Retiro – 32.983 (-1.217)
Aflitos – 22.856 (+3.056)
Lacerdão – 19.478 (+1.478)
Carneirão – 10.911 (+2.911)
Cornélio de Barros – 9.916 (-384)
Sesc-Mendonção – 7.050 (+2.050)
Otávio Limeira – 6.039 (+1.039)
Nildo Pereira – 5.000 (igual)
Paulo de Souza Coelho – 3.118 (-1.882)

A média de público fantasma do Estadual

Pernambucano 2013: Pesqueira 2 x 1 Chã Grande. Crédito: Rede Globo/reprodução

Com o seu estádio vetado por falta por falta de capacidade mínima para o público e gramado sofrível, o Pesqueira vem jogando na cidade de Belo Jardim, a 46 quilômetros de distância. Em sua estreia no Estadual, a Águia vem atraindo um bom público, em tese. Nos três primeiros jogos com o seu mando, foram 6.060, 6.004 e  6.014 torcedores, respectivamente.

Se for comparado com outros centros, trata-se de um dado excelente. Mas com uma ressalva que vem colocando a credibilidade do Pernambucano em xeque.

Em todos as partidas, o time tinha direito a seis mil bilhetes promocionais da campanha Todos com a Nota. Todos eles trocados. Porém, o estádio estava longe de sua lotação. Quase vazio, na verdade. Acima, a imagem do jogo de domingo, na vitória por 2 x 1 sobre o Chã Grande. Abaixo, o empate em 1 x 1 com o Petrolina.

O Sesc-Mendonção, em Belo Jardim, foi inaugurado com capacidade para 5.000 pessoas. Uma nova avaliação neste ano, encomendada pela FPF, aumentou para até 7.050 pessoas, mesmo sem qualquer ampliação. Confira o laudo aqui.

A nova regra do Todos com a Nota destina 6 mil entradas promocionais a estádios com menos de 10 mil lugares desde que essa carga corresponda a no máximo 80% do total. Ainda assim, o Sesc teria que ter 7.500 lugares, insuficiente para o dado atual. Com a capacidade original, o clube teria recebido apenas 4 mil ingressos do TCN.

Em contato com a coordenação do programa governamental, o blog recebeu a informação de que o estado cobra apenas os vales-cidadão recebido pelos clubes, não fazendo diferença alguma o borderô da FPF. A troca, um dia antes do jogo, é suficiente para o repasse da verba. O governo alega não ser lesado se o público não comparecer nos jogos, desde que as notas fiscais sejam entregues à secretaria da fazenda.

Ou seja, sem esta obrigação, qual seria o sentido dos públicos altíssimos no borderô, visto em outros jogos no interior e desconexos com as imagens? Dos 18 jogos no interior, 13 tiveram 100% da presença do TCN. A exceção é o Petrolina. De certa forma, esses dados vêm funcionando como uma espécie de maquiagem na média de público no estadual, amplamente divulgada como a maior do país.

Atitude rechaçada pela presidente da FPF, Evandro Carvalho. “Nós zeramos a catraca a cada jogo. Não há razão lógica ou técnica para que achem esse público errado. Acho que não estamos conseguindo absorver o choque de realidade”, argumenta.

Neste momento, com jogos sem tantos atrativos no primeiro turno, o índice do Pernambucano está em 5.316 pessoas a cada partida.

Quantas delas no estádio? Difícil saber…

Antes fosse um caso isolado. O blog já havia alertado isso em 2012 (veja aqui).

Pernambucano 2013: Pesqueira 1 x 1 Petrolina. Crédito: Rede Globo/reprodução