Dez clubes em 2014, a meta possível

Camisa

Um novo presidente. Uma nova gestão.

Uma nova forma de enxergar o futebol pernambucano.

A princípio, nem melhor nem pior, mas diferente, podendo gerar, de cara, uma mudança importante em um futuro breve.

Em entrevista nesta segunda-feira, Evandro Carvalho revelou ao Diario ser favorável ao Estadual com dez clubes, algo que Carlos Alberto Oliveira sempre rechaçou.

Mais. O novo presidente da FPF afirmou que em 2008, quando o torneio foi inchado com mais dois clubes, estava viajando a trabalho, numa ação do seu escritório de advocacia.

Ou seja: não participou do processo que modificou a composição do Estadual.

Agora, aguarda a chegada do relatório sobre o Campeonato Pernambucano de 2011, encomendado por Carlos Alberto Oliveira há alguns meses.

O documento trata, inclusive, sobre a mudança do número de clubes, relacionando o tema com o custo-benefício. Um campeonato mais enxuto a caminho?

Para 2012, após dois anos com a mesma fórmula, o regulamento da competição já poderia ser modificado, seguindo as normas do Estatuto do Torcedor.

Porém, para evitar atrito com os clubes do interior, a medida sequer foi cogitada.

No entanto, em 2013 o campeonato poderá ter, sim, quatro clubes rebaixados e apenas dois times promovidos da Série A2, totalizando 10 participantes na edição de 2014.

Títulos fatiados por mandatos

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Os torcedores costumam associar o sucesso (ou fracasso) do seu clube com o “time” do presidente da respectiva federação estadual de futebol.

É bom informar que o novo presidente da FPF, Evandro Carvalho, é torcedor do Sport.

Vamos, então, a um balanço do passado da entidade.

As três gestões mais longas da história da Federação Pernambucana de Futebol pertencem a Rubem Moreira (1955/1982), Carlos Alberto Oliveira (1995/2011) e Fred Oliveira (1985/1994), respectivamente.

Considerando apenas os períodos, eis uma lista de campeões pernambucanos nesses mandatos, abaixo. Vale lembrar que Rubem Moreira era torcedor do Santa Cruz, enquanto os irmãos Oliveira eram Náutico (Fred) e Sport (Carlos Alberto).

Ao todo, foram 30 presidentes. O último título estadual fora do Trio de Ferro teve Alfredo Jorge da Silva Ramos como mandatário da FPF, em 1944, com o América.

Entre parênteses, a porcentagem de títulos em relação à gestão.

Sport
SportRubem Moreira – 10 (35,7%)
Carlos Alberto Oliveira – 11 (64,8%)
Fred Oliveira – 4 (40%)

Santa Cruz
Santa CruzRubem Moreira – 10 (35,7%)
Carlos Alberto Oliveira – 3 (17,6%)
Fred Oliveira – 4 (40%)

Náutico
NáuticoRubem Moreira – 8 (28,6%)
Carlos Alberto Oliveira – 3 (17,6%)
Fred Oliveira – 2 (20%)

O novo presidente da FPF

Evandro Carvalho, novo presidente da FPF. Foto: Celso Ishigami

Começa uma nova gestão, ainda nebulosa.

Com uma estrutura complexa, dotada de três vice-presidências executivas, secretário-geral e núcleo de futebol profissional, quem seria, de fato e de direito, o sucessor de Carlos Alberto Oliveira à frente da Federação Pernambucana de Futebol?

De acordo com o estatuto da entidade, a vaga pertence ao advogado Evandro Barros Carvalho, primeiro vice-presidente executivo da FPF.

Assume de forma imediata o comando de 93 filiados, entre clubes e ligas municipais.

Durante todo o tempo à frente da FPF, Carlos Alberto Oliveira sempre evitou falara sobre o possível sucessor. Aos poucos, começava a pensar um nome para 2015.

Infelizmente, não houve tempo para isso.

Evandro Carvalho assume o cargo até 2015, com longos quatro anos de gestão.

O dirigente, um ex-delegado de 54 anos e torcedor do Sport, diz que só vai falar sobre as suas futuras diretrizes nesta quarta-feira, após o sepultamento de Carlos Alberto.

Certamente, vai pensar bastante. Até mesmo se irá topar tamanha responsabilidade.

De qualquer forma, eis o novo homem-forte do futebol do estado.

O fim da segunda era do futebol pernambucano

Carlos Alberto Oliveira. Foto: Jaqueline Maia/Diario de Pernambuco

Ele foi empossado presidente aos 52 anos, no distante ano de 1995, no lugar do irmão.

Só deixaria a cadeira em dezembro de 2015, duas décadas depois, aos 73 anos.

A foto de Jaqueline Maia deixa claro todo o tempo à frente da Federação Pernambucana de Futebol, com um dirigente já consumido pelo cansaço de cinco mandatos, pelas inúmeras brigas, confusões e estilo de confronto, em prol do estado, sob sua ótica.

Bateu de frente até mesmo com a CBF, durante boa parte de sua gestão, até retomar a amizade com Ricardo Teixeira em 2009.

Na manhã desta segunda-feira, aos 69 anos, bem antes de seu desejo de comandar o futebol pernambucano no centenário da FPF, em 2015, Carlos Alberto Oliveira faleceu.

Vítima de um infarto fulminante.

Chega ao fim a segunda maior era de um dirigente na presidência da federação, com 16 anos, abaixo apenas de Rubem Moreira, com intermináveis 27 anos, entre 1955 e 1982.

Com Carlos Alberto, Pernambuco viveu, indiscutivelmente, altos e baixos.

Do Estadual com estádios cada vez mais vazios nos anos 90 ao Pernambucano recordista de público, mas dependente de subsídios do governo do estado.

Do torneio radicado apenas no Grande Recife a uma competição que desbravou todo o interior, chegando até o Sertão do São Francisco.

Uma história com regulamentos feitos sob medida para tentar nivelar velhos rivais nos campeonatos (apesar do abismo entre eles), passando por cima de critérios técnicos.

De inchaços em competições que asfixiaram o calendário futebolístico de Pernambuco.

De torneios transmitidos apenas pelo rádio, sem receita alguma para os clubes, à geração da TV ao vivo, incluindo pacotes modernos como o pay-per-view.

Transformou a FPF em uma entidade rica, com patrimônio de R$ 2,8 milhões, valor suficiente para bancar torneios de várias categorias, como infantil, juvenil, Copa do Interior, amador e feminino. Por outro lado, viu ao mesmo tempo a gangorra dos clubes profissionais nas divisões nacionais, saindo da Série A e pisando até na D.

Foram 14 anos sem jogos da Seleção no Recife por causa de discussões de ego. No meio disso, a vitória do estado como subsede do Mundial de 2014. Apoiou o projeto.

Enfim, altos e baixos. Ditadura para uns, gestão firme para outros.

Polêmicas e divergências de opinião à parte, o futebol pernambucano está de luto.

Amizade mais que renovada até segunda ordem

Convite da FPF à CBF para o amistoso Brasil x Gana. Crédito: FPF/divulgação

Trata-se de uma relação cada vez mais estreita.

Os presidentes da FPF, Carlos Alberto Oliveira, e da CBF, Ricardo Teixeira, passaram 14 anos afastados politicamente. Carlos Alberto chegou a lançar à sua candidatura à CBF.

O longo hiato é simbolizado pela ausência da Seleção Brasileira no Recife, justamente neste período, entre o amistoso com a Polônia em 19 de junho de 1995 e o duelo contra o Paraguai, em 10 de junho de 2009, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Vitória por 2 x 1 nos dois jogos. Alegria na arquibancada e rompimento fora dela. A punição mais clara ao futebol do estado foi mesmo a distância da Seleção Brasileira.

Aos poucos, o contato não só voltou, como vem ocorrendo de forma pública…

Em junho, Carlos Alberto Oliveira foi convidado pelo mandatário da CBF para chefiar a delegação brasileira durante o 61º Congresso da Fifa, marcado pela eleição presidencial.

Representando o Brasil, Carlos Alberto confirmou o voto em Joseph Blatter.

Agora, novo convite. Desta vez para presidir a delegação nacional no amistoso contra Gana, em 5 de setembro, em Londres.

Destaque para a frase final do ofício encaminhado à sede da FPF.

“Aproveito o ensejo para renovar a vossa senhoria meus protestos de elevada estima e distinta consideração.”

O que representa essa reaproximação de fato? Política, política, política…

Pelos gramados do interior

Copa do Interior 2011. Foto: FPF/divulgação

Começou a Copa do Interior de Futebol Amador, com 28 seleções de ligas municipais de Pernambuco, todas elas filiadas à FPF e base maior do eleitorado do atual mandatário.

Em 2011, o tradicional torneio estadual, no qual a FPF abre mão de todas as receitas ao contrário dos campeonatos profissionais, chega à 29ª edição.

A competição já foi reformulada algumas vezes. Num passado não muito distante, a liga campeã ganhava até o direito de inscrever um clube profissional na Série A2 de clubes.

Agora, a Copa do Interior serve para movimentar as ligas, com alguns confrontos marcados por muita rivalidade, e revelar, se possível, alguns atletas.

A revelação de novos talentos, contudo, não é a coisa mais fácil de acontecer.

Basta ver o deplorável estado do campo da abertura da copa, no estádio Erasmo Feitosa, em Gravatá, sob o olhar de Carlos Alberto Oliveira…

Copa do Interior 2011. Foto: FPF/divulgação

Falta mais um passo nas câmeras de segurança

Sistema de segurança da CBF. Foto: CBF/divulgação

Câmeras de segurança em estádios de futebol…

Segundo o Estatuto do Torcedor, arenas com capacidade mínima de 20 mil lugares precisam contar com o sistema de monitoramento eletrônico nas arquibancadas.

Apontado como um avanço, esse sistema já está, na verdade, defasado.

O inglês Simon Clements, procurador geral da Coroa Britânica e responsável pela divisão de crimes no esporte, afirmou ao blog, durante um intercâmbio com o Juizado do Torcedor, que a estrutura da Premier League já demanda por câmeras externas.

Para ele, isso deveria ser tratado como a prioridade máxima no Brasil na segurança, com o intuito de evitar confusão envolvendo torcedores. Uma ampliação do raio de ação.

“A confusão não começa necessariamente dentro do estádio. Há muita confusão fora. Com esse sistema a segurança ganha uma segunda oportunidade de visar os incentivadores da violência, de observar o comportamento do público”.

Em Pernambuco, apenas a arena para a Copa do Mundo de 2014 prevê o serviço…

Para evitar a zorra pernambucana em 2012

Em 2011, o Campeonato Pernambucano da primeira divisão viveu uma das melhores edições de sua história, apesar da polêmica do tapetão e do calendário apertado…

A média de público da competição foi de 8.548 pessoas, a maior do país. Na final, um público de 62 mil torcedores, o maior do ano até aqui.

Paralelamente a isso, a segunda divisão desta mesma temporada vai sendo um fiasco, com a participação de apenas oito clubes na briga por duas vagas na elite de 2012.

Um caminhão de times foi excluído do torneio devido à problemas na inscrição de atletas, regularização de estádios etc. Então, a diretoria da FPF emitiu uma resolução com normais para a inscrição de clubes. Algo que já deveria existir faz tempo…

Entre as medidas, a obrigação de permanecer no município por um período (interessante) e a punição de dois anos caso dispute apenas uma edição do torneio.

Adversários do Real Madrid em ação

Série A2 do Pernambucano 2011. Foto: FPF/divulgação

Ao campeão pernambucano de 2012, um bônus.

Nada menos que o direito de enfrentar o poderoso Real Madrid em um amistoso em julho do ano que vem, no estádio do Arruda.

A partida seria uma das três planejadas pelo clube espanhol em solo pernambucano durante uma pré-temporada de 23 dias.

Então, vamos aos candidatos para um jogo pra lá de especial, caso a ideia saia do papel. Ao todo, 18 clubes têm o direito de sonhar com o título estadual de 2012.

Dez clubes já estão garantidos na elite do próximo Pernambucano: Santa Cruz, Sport, Náutico, Porto, Central, Salgueiro, Petrolina, Araripina, América e Ypiranga.

Outros oito clubes na Série A2 desta temporada lutam pelas duas vagas restantes: Tmbaúba, Olinda, Chã Grande, Atlético Pernambucano, Serra Talhada, Vera Cruz, Belo Jardim e Ferroviário do Cabo.

Acima, o Timbaúba, líder da Segundona, jogando em sua casa, o estádio municipal Ferreira Lima. Na teoria, um possível adversário do Real em breve…

Calendário do maior impasse do mundo

Calendário oficial do Náutico

Na agenda oficial do Náutico, o impasse.

Segundo o cronograma de jogos do Timbu na Série B, o clássico contra o Sport, marcado para 30 de julho, segue na Ilha do Retiro, segundo o material de imprensa.

Neste dia, o estádio do Leão vai abrigar o Maior show do mundo, com bandas de axé music e pagode. Um contrato que poderá render até R$ 400 mil ao clube.

Por causa disso, a diretoria rubro-negra solicitou à CBF, via FPF, a mudança de local. E foi atendida, invertendo o mando de campo.

Assim, o jogo do primeiro turno da Segundona será nos Aflitos. Ação a contragosto dos dirigentes de Rosa e Silva, que não aceitaram a mudança.

O tempo está passando… O show segue marcado, com ingressos à venda…

Porém, há quem diga que o Clássico dos Clássicos ainda será na Ilha…