Cinema pré-Emirados

Mundial de Clubes de 2010, nos Emirados Árabes. Imagem: Fifa/divulgação

Acabaram todas as quatro séries do Campeonato Brasileiro. Então, finalmente chegou ao fim a temporada de 2010? Não. Ainda falta “a” competição.

Nada menos que o Mundial de Clubes, que será realizado novamente em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, entre 8 e 18 de dezembro (veja AQUI). O Brasil estará lá.

Atual campeão da Libertadores, o Inter viaja nesta quarta para o Oriente Médio, onde tentará repetir a glória de 2006, quando foi campeão do mundo no Japão. Antes, nesta terça, o clube vai lançar o filme oficial sobre o título continental deste ano.

A sessão especial do filme “Absoluto”, que vai marcar a despedida do time, será em pleno estádio Beira-Rio. Mais um filme do Internacional?

Sim. A diretoria colorada já avisou: sempre que ganhar algo relevante, fará um filme comemorativo. Acho a ideia bacana. Então, espero que 2011 já comece com a películo do bicampeonato mundial.

Chuva…

Grenal no Olímpico pela Séria A de 2010. Foto: Grêmio/divulgação

Veja bem a foto acima. Tem algo errado?

Esta foto foi tirada no clássico Grenal deste domingo, no estádio Olímpico, em Porto Alegre. O Tricolor em busca da vaga na Taça Libertadores da América e o Colorado, já garantindo na competição em 2011, querendo evitar a companhia centenária.

Cerca de 3 mil torcedores do Internacional conseguiram ingressos. Quase todos os bilhetes para a torcida visitante foram para o setor de arquibancada, no anel inferior, enquanto o restante foi destinado para as cadeiras, no anel superior do estádio.

A torcida vermelha, porém, não foi completamente isolada. Logo acima, ficou a torcida do Grêmio, numa cena incomum para os padrões de segurança.

Neste caso, a educação – e a atuação da Polícia Militar – deve ter sido primordial para evitar a desordem em um dos clássicos mais acirrados do país.

Ou, então, uma chuva amarela deve ter sido inevitável…

Libertadores e futuro

Confira abaixo o vídeo com a apresentação detalhada do projeto do Internacional para o estádio Beira-Rio, um dos 12 selecionados para a Copa do Mundo de 2014.

O atual campeão da Taça Libertadores vai dar um salto grande em organização.

Ao todo, o clube gaúcho vai investir R$ 150 milhões na reforma. A futura arena deverá ser uma das mais bonitas do próximo Mundial.

E em dezembro o clube ainda terá o “bônus”, com a disputa do Mundial de Clubes.

Gigante…

Metamorfose

Internacional 3x0 Chivas, na final da Libertadores, e Estudiantes 0x0 LDU, na final da Recopa. Fotos: Internacionale  Conmebol (divulgação)

Internacional e LDU. Campeões continentais em 2010.

Até 2006, os dois clubes não tinham títulos internacionais em seus currículos. Para o Colorado, o tabu era motivo de gozação. O rival o chamava de “Inter-regional”.

A Liga Deportiva Universitaria de Quito, por sua vez, era uma digna representante do futebol equatoriano. Difícil de ser batida na altitude. E só.

Naquele ano, os times se enfrentaram nas quartas de final da Taça Libertadores da América. O time brasileiro avançou e acabou faturando o seu primeiro título além das fronteiras. A glória desencadeou uma sequência de taças para os dois clubes.

2006 – Libertadores e Mundial (ambos com o Inter)
2007 – Recopa (Inter)
2008 – Libertadores (LDU) e Copa Sul-americana (Inter)
2009 – Copa Sul-americana e Recopa (ambas com a LDU)
2010 – Libertadores (Inter) e Recopa (LDU)

Ao todo, 9 títulos em cinco temporadas! E ainda falta a disputa do Mudial de 2010…

Cinco temporadas e a história reescrita, com a entrada noo “clube dos copeiros.” Uma motivação a mais para outros emergentes de plantão.

O que esses dois times têm em comum? Belos estádios, força jogando em casa, equipes estruturadas, sem tantas mudanças. E uma boa dose de poder de decisão, é claro.

Organização, planejamento e, consequentemente, dinheiro.

Aos emergentes, o sonho de viver um dia de LDU. Ou de Internacional…

Libertando a voz

Narrações inesquecíveis… Várias delas se confundem com as conquistas no gramado. Que o diga Galvão Bueno, com o se “É tetra! É tetra!”, na Copa do Mundo de 1994.

Abaixo, um vídeo especial com locuções incríveis, em português e espanhol, em finais da Taça Libertadores da América. Na sequência: Peñarol (1987, com um gol no último minuto da prorrogação), Colo Colo (1991), Olimpia (2002), Once Caldas (2004), São Paulo (2005), Boca Juniors (2007) e LDU (2008).

Para conferir a narração do título do Inter em 2010, na TV argentina, clique AQUI.

G3

Após o título continental do Internacional, correu a notícia de que o Brasileirão teria apenas três vagas na Libertadores do ano que vem.

Conmebol: Copa Sul-americana x LibertadoresA justificativa seria o fato de que agora o campeão da Copa Sul-americana garante uma vaga na fase de grupos da Libertadores.

Essa notícia causou repulsa.

Seria um ato incrivelmente sem noção da Conmebol. Mais um na história.

Desde 1962, o campeão da Libertadores sempre gerou uma vaga extra ao país.

No caso, o Brasil, que atualmente tem direito a cinco vagas, ficaria com seis em 2011.

Nesta sexta-feira, a Conmebol parece ter “voltado atrás” e ratificou a vaga extra ao campeão da Libertadores.

Teremos seis vagas na próxima edição do maior campeonato das Américas.

Com duas vagas extras – em caso de título na Libertadores e na Sul-americana -, a lógica seria que o Brasil pudesse ter até sete vagas na Libertadores. Porém, não será mesmo assim.

Caso algum time brasileiro conquiste a vigente Copa Sul-americana, o 4º lugar da Série A será penalizado, perdendo a sua classificação. Assim, o G4 viraria G3…

Nesse cenário, o 3º lugar também sofreria, pois a sua vaga na fase de grupos acabaria, dando um passo para trás, iniciando a competição na Pré-Libertadores.

E pensar que a Venezuela tem três vagas na Libertadores… É demais.

Parabéns, Conmebol.

Dez anos do Nordestão à Libertadores, por Celso Roth

Celso Roth, campeão da Libertadores de 2010 com o Internacional

Foram mais de 3.600 dias de espera…

O técnico Celso Roth tinha apenas 40 anos quando conquistou o seu primeiro título profissional. Ganhou o Gauchão de 1997 treinado o Internacional.

Depois, assumiu o rival Grêmio. Em 1999, comandando o Tricolor, ganhou duas taças : outro Gauchão e a extinta Copa Sul.

Sempre o mesmo estilo linha-dura. Chamado algumas vezes de retranqueiro.

A peso de ouro, foi contratado pelo Sport em 2000. Era jovem, apontado como o sucessor de Luiz Felipe Scolari, mas o Leão abriu o cofre de forma quase desnecessária.

Eram R$ 120 mil mensais para um técnico em ascensão.

Ele veio para o Recife com uma boa dose de mau humor e teimosia tática.

Pegou um plantel com atletas em grande fase, como Leonardo, Bosco, Adriano, Sangaletti, Nildo e Leomar. Roth taxou o grupo de “mediano”. O clima turbulento.

Mas não é que mesmo assim ele ganhou mais um campeonato?

Com muito esforço, conquistou a Copa do Nordeste (veja AQUI).

Mas o time seguia travado, tropeçando e irritando a torcida (época do “Burroth”). Acabou caindo depois de uma derrota diante do Náutico, por 2 x 1. Em plena Ilha.

O Leão não perdia em casa para o Timbu havia cinco anos! Demissão consumada em 7 de maio de 2000, com uma trajetória de 20 vitórias, 7 empates e 4 derrotas.

E uma taça! A última… Depois, foram 10 anos sem uma medalha de ouro sequer.

E olhe que Roth treinou mais de dez clubes da Série A. Se adaptou aos pontos corridos, realizou boas campanhas e manteve o seu nome na lista de sondagens dos grandes.

Neste ano, estava no Vasco, ajustando o time, mas recebeu um convite da direção colorada, que estava sem paciência com o uruguaio Jorge Fossati.

E como não aceitar? Trocar um time irregular por outro já na semifinal da Libertadores?

Roth topou a aposta. E ganhou a mega-sena. Celso Roth, campeão da Libertadores. De fato, o time do Inter de fato melhorou bastante com a sua chegada…

O treinador pegou um time engessado e conseguiu tornar o Internacional em uma equipe veloz e competitiva, utilizando bem as peças de altíssimo nível como Tinga, D’Alessandro, Giuliano, Giuliano, Rafael Sóbis e Bolívar.

Deixou o 3-5-2 do time na Libertadores e encarou o 4-4-2. Deu certo.

Da Copa do Nordeste para a Copa Libertadores, uma década de aprendizado.

O maior da América. Replay

Internacional conquista a Taça Libertadores de 2010. Foto: Fifa/divulgação

Merecido.

Internacional, campeão da Taça Libertadores da América de 2010.

Campeão não… Bicampeão!

A conquista desta quarta-feira se junta ao título de 2006. Por sinal, o Inter engatou a 5ª marcha e ganhou o seu 5º título internacional desde então. Com isso, ultrapassou o rival Grêmio, dono de quatro taças internacionais oficiais.

O Colorado venceu o Chivas novamente, agora por 3 x 2, num Beira-Rio ensandecido pelo clima. Pelo tão falado “espírito Libertadores”.

O Inter, com o lastro de 100 mil sócios em dia, chegou ao seu segundo título da Libertadores após garantir a vaga na competição com o vice-campeonato brasileiro.

Foi assim em 2005 e em 2009. No ano passado, por sinal, o time perdeu o título nos minutos finais, depois que o Flamengo virou o jogo sobre o Grêmio, no Maracanã. O título ficou com o Fla.

O torcedor colorado no vídeo abaixo sofreu com o gol sofrido pelo Grêmio naquela ocasião. Desta vez, seja lá onde estiver, esse mesmo torcedor deve ter ido à forra!

360 graus de Libertadores

Estádio Beira-Rio, no 360º

O título da Libertadores será decidido em Porto Alegre pela 3ª vez nos últimos cinco anos. Em 2006, o Internacional conquistou o título numa decisão contra o São Paulo, no Beira-Rio. No ano seguinte, o Grêmio viu a festa do Boca Juniors em pleno Olímpico.

Nesta quarta, o Beira-Rio será palco da finalíssima mais uma vez. O Colorado joga por um empate contra o Chivas para ficar com o bi.

O jornal gaúcho Zero Hora desenvolveu um excelente infográfico com uma volta em 360º no estádio do Inter. São ângulos em vários setores. Para ver a partir do centro do gramado, clique AQUI.

Estamos a 2.977 km do sucesso

Mapa, com a distância entre Recife e Porto Alegre: 2.977 quilômetros

Internacional, o clube de maior transformação do país nesta década. Um time que, apesar da tradição, estava à margem do Grêmio. O Colorado cansou de ver o maior rival conquistar títulos nacionais e internacionais na década de 90. O campeonato estadual era o único consolo. Então, como sair daquela mesmice e voltar a ser rolo compressor dos anos 70, quando o Inter conquistou nada menos que três edições do Brasileirão?

Começou com uma gestão voltada à fidelidade do seu torcedor. Acima de tudo, com a fidelidade do seu sócio. Finalmente um programa de sócio-torcedores saía do papel de forma sustentável, com medidas comuns em nossa economia. Como o uso do cartão de crédito para pagar mensalidades. Débito automático. Medidas simples que estenderam o número de sócios para o interior gaúcho.

Não é por acaso que o número de sócios do Internacional ultrapassou a barreira dos 100 mil cadastrados, em dia. Gente suficiente para proporcionar uma renda mensal de R$ 3,5 milhões. Dinheiro reinvestido no time profissional e nas categorias de base. Uma engrenagem que rendeu ainda mais dinheiro.

De acordo com a consultora financeira Crowe Horwath, o Inter foi o clube brasileiro que mais arrecadou com a negociação de atletas para o exterior entre 2003 e 2008. O clube ganhou R$ 250 milhões no período – R$ 33 mi a mais que o segundo colocado, o São Paulo. Com um futebol se fortalecendo como bola de neve, chegaram os títulos.

O apelido de “Interregional”, por causa da falta de títulos além da fronteira, sumiu do mapa. Libertadores e Mundial em 2006, Recopa em 2007 e Copa Sul-americana em 2008. Nesta quarta, o time vermelho entrará num Beira-Rio com lotação esgotada precisando de um simples empate para conquistar o bi da Libertadores. Em cinco anos, o clube saiu do ostracismo para se tornar uma potência.

Há quem considere tudo isso coincidência. Eu considero consequência. Fica a dica para que este modelo implantado em Porto Alegre seja trazido para o Recife. Estamos a 2.977 quilômetros do sucesso. Não é tão longe quanto parece.