O controverso incentivo do governo ao BRT na Arena, com a passagem mais cara

O trajeto do Expresso Arena, a partir do Derby. Crédito: governo do estado/google maps

Na concepção da Arena Pernambuco, em 2009, o metrô foi apontado como o modal mais importante para o transporte público, escoando até 35% da torcida. Como se sabe, a Estação Cosme e Damião, imaginada a 700 metros do estádio, ficou a 2,5 quilômetros, inviabilizando a ideia. O BRT (Bus Rapid Transit) era o complemento, que, com o andamento das obras, tornou-se o principal meio. A nova falha foi a falta de regularidade. Aos poucos, o governo do estado fez o óbvio, a circulação de uma linha expressa nos jogos, com até 15 veículos dando conta da demanda. Agora, falta uma política de precificação.

Com o BRT, partindo da praça do Derby, o discurso sobre o uso do transporte público voltou a ganhar força, curiosamente, após a gestão da arena voltar para as mãos do poder público. O objetivo, claro, é reduzir o tráfego de carros, com até cinco mil veículos em jogos acima de 25 mil pessoas. Entretanto, o trajeto de 40 minutos, além de eficiente, precisa caber no bolso do torcedor. Ao criar um esquema especial para Sport x Flamengo, abrindo o returno do Brasileirão de 2016, o preço da passagem (idea e volta) subiu, chegando a R$ 15. Ingressos para sócios leoninos, no leste superior, foram colocados à venda por R$ 10.

Mais. Considerando que o estacionamento na arena custa R$ 20, um carro com cinco pessoas continuará com esse valor. Se essas cinco pessoas decidirem ir no BRT, o gasto agregado será de R$ 75 – fora o deslocamento até o Derby. Como convencer o público desta forma? E não se trata de um padrão. Em 25 de março, foi registrado o recorde de público na arena, com 45.010 torcedores. Na ocasião, o BRT, nos mesmos moldes, custou R$ 12. E o estacionamento R$ 40. A diferença, ali, teve como explicação… o incentivo à mobilidade.

As linhas expressas para a Arena Pernambuco*:

Praça do Derby/Arena
Tempo: 40 minutos (cada trecho)

BRT
R$ 12 – Brasil x Uruguai, 25/03/2016 (estacionamento: R$ 40)
R$ 15 – Sport x Flamengo, 13/08/2016 (estacionamento: R$ 20)

Linha 058 (ônibus tradicional)
R$ 7 – Sport x São Paulo, 19/07/2015
R$ 7 – Náutico x Vitória, 25/07/2015 (13

Ônibus fretados (luxo)*:

Aflitos/Arena
R$ 20 – Náutico x Tupi, 29/07/2016

Ilha do Retiro/Arena
R$ 15 – Sport x São Paulo, 19/07/2015

* Em todos os casos, os valores contemplam as passagens de ida e volta.

Governo organiza para Seleção, na Arena, a mobilidade esperada pelos clubes

Reunião na sede da FPF, em 26/02, para definir o esquema de organização de Brasil x Uruguai, na Arena Pernambuco. Foto: FPF/twitter/assessoria

A expectativa é de casa cheia na Arena Pernambuco. Em apenas 24 horas foram vendidos 35 mil ingressos para Brasil x Uruguai. Sem surpresa, o jogo terá um esquema operacional especial. O empenho começa já mobilidade, o maior entrave do estádio, cujo plano original de transporte não saiu. Para o jogo pelas Eliminatórias, funcionará o BRT(bus rapid transit), do Derby à Arena. Uma exigência da torcida em jogos regulares de Náutico, Santa e Sport, que contam no máximo em ônibus convencionais, dependendo do porte da partida.

Até mesmo o metrô poderá ser estendido, com uma base na estação Cosme e Damião. A rede ferroviária fecha diariamente às 23h, o que inviabilizaria a volta – pois o jogo terminará meia-noite -, mas o governo do estado está negociando a ampliação do horário junto à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Palavras das secretaria executiva das cidades, Ana Suassuna, presente na reunião de operações para a partida, que ocorreu na sede da FPF, neste 26 de fevereiro, com a presença do diretor de competições da CBF, Manoel Flores.

“Teremos BRTs funcionando na saída do Derby para a Arena Pernambuco.”

“O metrô estará em operação no dia do jogo e estamos em tratativas para que ele também esteja funcionando no final da partida.” 

Essas medidas são necessárias, pois o numeroso público em 25 de março – com possível quebra de recorde, de 41.994 espectadores – merece toda a atenção. Só fica a lamentação por não haver uma esquema assim nos jogos dos clubes locais, sempre com paliativos. Entre outros motivos, talvez isso explique a taxa de ocupação do estádio, de apenas 23% em 2015.

Reunião na sede da FPF, em 26/02, para definir o esquema de organização de Brasil x Uruguai, na Arena Pernambuco. Foto: FPF/twitter/assessoria

Da recomendação de táxi ao plano de mobilidade pontual, o calo da Arena Pernambuco via governo do estado

Plano de mobilidade para o jogo Sport x São Paulo, pela Série A de 2015. Crédito: governo do estado

A mobilidade falha é o grande calo na Arena Pernambuco em relação ao torcedor. Não bastasse a distância de 19 quilômetros do Marco Zero, os meios para chegar até o estádio apresentam várias barreiras. Proporcionadas pelo próprio estado, que não entregou o projeto conforme a demanda original. Em vez de 700 metros, a estação de metrô ficou a quase três quilômetros, a linha BRT só foi implantada durante a Copa do Mundo e a BR-232, o acesso mais comum, segue defasada, sem a triplicação até o entrocamento com a BR-408. A soma disso tudo nós enxergamos jogo a jogo por lá. Para completar, a falta de bom senso político ainda acaba desagradando as torcidas.

Em uma mesma semana, dois jogos de peso foram agendados no empreendimento. Na quarta, Náutico x Flamengo pela Copa do Brasil. No domingo, Sport x São Paulo pela Série A. Havia expectativa de bons públicos, numa intensidade maior para o segundo. Ambos ocorreriam após Sport 2 x 2 Palmeiras, com 35 mil pessoas e uma infinidade de problemas, como a falta de metrô, estacionamento superlotado e vias congestionadas.

O que fez o governo do estado para os alvirrubros? Recomendou o uso de veículos particulares e até táxis. A chiadeira foi justa. Um descaso ao jogo, que, apesar do horário (22h) e das chuvas, teve 16 mil espectadores. No jogo seguinte, um plano pontual foi apresentado para os rubro-negros, com linha de ônibus semi-expressa, estacionamento extra e segurança reforçada nas estações de metrô. Foi feito o mínimo do que se cobra desde junho de 2013, data da inauguração da arena. Longe do ideal, mas ao menos o mínimo!

O que chamou mais a atenção foi a apresentação do plano após a pressão do presidente do Sport, ameaçando deixar de jogar por lá. Aí, vale um adendo. Agora, não há mais o Todos com a Nota prendendo os clubes ao novo estádio. Nos casos de Sport e Santa Cruz, qualquer mando por lá ocorrerá em caso de uma proposta rentável, e não por causa de uma esdrúxula lei estadual – condicionando os ingressos subsidiados à presença na arena.

Ao Náutico, com contrato por 30 anos, as soluções parecem ficar em segundo plano. Ao menos em uma semana estratégica como essa. Nunca houve pressão da direção timbu? É claro que houve. E o governo do estado que se justifique porque nunca deu ouvidos. Portanto, que o novo plano de mobilidade – na verdade, um Plano C em relação ao projeto original, de 15 de janeiro de 2009 – não seja voltado para a apenas uma partida, com público estimado em 40 mil pessoas. A Arena Pernambuco precisa da mesma atenção em todo o seu calendário. E isso, francamente, é de uma obviedade irritante…

Plano de mobilidade para o jogo Sport x São Paulo, pela Série A de 2015. Crédito: governo do estado

“E se o Brasil for a sede da Copa daqui a vinte anos?” A conversa real de meninos olindenses no tetra

Brasil tetracampeão mundial de futebol em 1994, nos Estados Unidos. Foto: Fifa/divulgação

Acredito que todo mundo, quando criança sobretudo, já teve conversas com amigos imaginando o futuro, mas daqueles bem utópicos.

“Já pensasse… Uma Copa do Mundo aqui no Brasil?”

“Peraê, né véi… Já teve aquela de 1950. Duvido que a Fifa faça outra aqui.”

“Danosse.”

“Mas e se fizesse? Será que colocariam o Recife de novo? E seria muito maior, com 24 países. Seria arretado, vá por mim.”

“Seria, né velho. Mas tás viajando na maionese. A gente teria que construir um bocado de estádio. O Brasil tá liso.”

“Era só reformar o Arruda. Ano passado deu quase 100 mil lá com a Seleção. Como é que tu vai dizer que não serve? Ainda tem o Maracanã, o Morumbi, a Fonte Nova, o Serra Dourada…”

“Bote fé, po. Mas a turma ia roubar tão pouquinho mesmo…”

“Vixe, nem fale. Mas daqui a 20 anos a gente vê então.”

Não exatamente com essas palavras, mas algo bem próximo disso aconteceu em 1994, na época do tetra, em Rio Doce, Olinda. Na rodinha de conversa furada, eu e meus amigos, entre 11 e 12 anos de idade.

Após um tempão com cada um querendo falar mais alto que o outro, o consenso foi de que, se tivéssemos uma chance, seria com no mínimo vinte anos.

Com boa vontade e ainda achando impossível. A arenga logo tomou outro rumo, sobre sobre quem seria o Romário do futuro…

Quanto à Copa do Mundo, o maior evento com o esporte mais popular que existe, era algo realmente distante da gente, sempre alvo de admiração.

Tinha sido assim em 1990, na Itália. Foi, e como, em 1994, nos Estados Unidos. Dos 24 países imaginados, a competição evoluiu para 32. Cada vez mais agigantada.

Veio a beleza da França em 1998, a tecnologia de japoneses e sul-coreanos em 2002 e a plena organização germânica em 2006. Aquela mesma emoção guardada a cada quatro anos sempre voltava bem viva durante o Mundial.

Até que em 30 de outubro de 2007, direto da sede da Fifa, em Zurique, Joseph Blatter tirou de um envelope um papel branco com o seguinte texto na cor azul:

2014 Fifa World Cup Brazil

Era fato. O país seria novamente a sede de uma Copa do Mundo. O momento econômico em expansão, os índices sociais enfim melhorando.

A história havia, sim, virado a nosso favor.

Joseph Blatter confirma o Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014, em 30 de outubro de 2007. Foto: Fifa/divulgação

Na ocasião, a escolha veio com a seguinte mensagem. Curta e direta.

“O Comitê Executivo decidiu, unanimamente, dar a responsabilidade, não apenas o direito, mas a responsabilidade de organizar a Copa de 2014 ao Brasil.”

Teríamos sete anos para nos prepararmos. Nunca um país havia tido tanto tempo para fomentar a infraestrutura e logística necessária.

Estádios, aeroportos, mobilidade urbana, telecomunicações, serviços etc. Bilhões seriam investidos. E foram, na verdade… Mais de R$ 25 bi.

A aplicação desses recursos e a forma é que corroboraram com as indagações dos meninos de duas décadas atrás.

A incompetência na gestão pública em todas as esferas – municipal, estadual e federal – acabou deixando o sonho parcialmente embaçado.

É da índole do brasileiro se contagiar com a Copa, quanto mais com uma Copa aqui. Ao mesmo tempo, soa errado – para alguns – aproveitar o momento sabendo a forma na qual ela foi executada.

Daí, uma mistura histórica de entusiasmo e protesto.

A contagem regressiva acabou. Infelizmente, antes de parte das obras.

A Copa do Mundo começa neste 12 de junho de 2014.

Não foi como eu imaginei há 20 anos – e muito menos esperava participar da cobertura como jornalista, pois eu queria ser piloto de avião. Ainda assim, me sinto prestigiado de ver o sonho se tornando real.

A responsabilidade de organizar uma Copa nos foi dada pela segunda vez, com a expectativa de três milhões de pessoas assistindo aos 64 jogos nos estádios e três bilhões acompanhando na televisão.

Em junho de 2014, de minha parte, em campo, irei curtir bastante o Mundial.

Em outubro de 2014, de minha parte, nas urnas, cobrarei tudo o que não foi cumprido nesse sonho tão antigo… desde menino.

Maracanã na Copa das Confederações. Foto: Fifa

As direções da Arena na Copa em português e inglês e com volta universal

Placa de mobilidade na Arena Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Os caminhos até a Arena Pernambuco já estão traçados.

Nas cinco partidas agendadas para o estádio na Copa do Mundo são esperados 200 mil torcedores, dos quais 119 mil estrangeiros…

O plano de mobilidade armado pelo governo do estado engloba metrô, ônibus e estacionamentos especiais. Tudo feito em cima da hora – ou quase feito.

Para todo este público, a sinalização já está pronta na entrada o local. Em português e inglês.

A infraestrutura de mobilidade urbana no Grande Recife foi a grande falha local na organização. Há tempos se sabe disso. Há tempos se cobra isso.

Agora, é esperar que a operação de urgência criada pelo poder público funcione.

Que os sinais de transporte sejam suficientes para o deslocamente da torcida, sobretudo no caminho de volta, o principal empecilho local na Copa das Confederações.

A demanda será enorme…

Acesso à Arena Pernambuco em junho de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Do Galeão aos Guararapes, aeroportos à espera de milhares

Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Brasil foi confirmado como país-sede da Copa do Mundo de 2014 há sete anos. Desde o princípio, a Fifa alertou sobre dois pilares na infraestrututra do torneio: estádios e aeroportos.

Já estamos em junho, mês do Mundial. Alguns estádios ainda na reta final das obras. No caso dos aeroportos, a maioria ainda corre contra o  tempo, com ajustes para a enorme demanda de voos durante a competição. Seleções, delegações da competição e torcedores, muitos torcedores.

Na rota Rio de Janeiro (Galeão) / Recife (Guararapes), após a cobertura dos treinos da Seleção em Teresópolis, pude ver um pouquinho desta correria.

No Rio, a colocação de banners e adesivos relacionados à Copa ocorre paralelamente ao trabalho de acabamento nos corredores.

Placas de linha preferência para a Copa do Mundo já estão montadas.

“Isso é para melhorar a condução dos torcedores aos voos, para evitar atrasos nos jogos?”

Embarque no Aeroporto do Galeão, com tapete da Copa do Mundo de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A pergunta foi feita a duas pessoas, que disseram basicamente o mesmo. Eis a resposta:

“Que placa? Não sei direito. Ah, aquela na entrada? É para o pessoal da Fifa.”

Pois é. Os milhares de torcedores que irão atravessar o país pelos céus deverão mesmo ter um pouco de paciência.

Passando pelo check-in, despacho de bagagem e embarque, surge uma pequena mensagem subliminar do Mundial…

Chegando no Recife, visivelmente mais estrutura, mas também com uma decoração tímida, há banners indicando pontos específicos para o embarque de táxis e vans específicas para os torcedores da Copa…

Resta agora colocar em prática. E aí o número será algo jamais visto no Brasil…

Aeroporto dos Guararapes, no Recife. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A execução do Plano B da mobilidade na Copa, com o apoio dos dias facultativos no Recife

Plano de mobilidade de Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014. Foto: Emanuel Leite/DP/D.A Press

O investimento seria bilionário na mobilidade da região metropolitana do Recife. Contudo, o enorme atraso das obras visando a Copa do Mundo acabou resultando num “Plano B” de Pernambuco para o evento. A estrutura montada, apresentada nesta terça pela Secopa, é uma ampliação daquela já paliativa utilizada na Copa das Confederações, com estacionamentos remotos e metrô.

Agora, uma grande diferença. Apoiada na Lei Geral da Copa, o estado irá decretar “ponto facultativo” nos cinco dias com jogos por aqui. A opção estava prevista. O seu uso dependida da (falta de) estrutura oferecida…

14/06 (sábado, 22h) – Costa do Marfim x Japão
20/06 (sexta, 13h) – Itália x Costa Rica
23/06 (segunda, 17h) – Croácia x México
26/06 (quinta, 13h) – Estados Unidos x Alemanha
29/06 (domingo, 17h) – oitavas de final (1D x 2C)

Aa medidas foram anunciada pelo secretário extraordinário da Copa, Ricardo Leitão, no centro de convenções. Com isso, espera-se uma razoável diminuição de veículos nas ruas, até porque existem 1.197.732 no Grande Recife, dos quais 713.295 carros, segundo o Detran.

Tudo para evitar congestionamentos antes, durante e depois dos jogos no estádio localizado a 19 quilômetros do Marco Zero.

Plano de mobilidade de Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014. Foto: Emanuel Leite/DP/D.A Press

O problema não estava centrado nos feriados, sobretudo porque o estacionamento da Arena Pernambuco, com cinco mil vagas, não será aberto ao público. Daí, as soluções propostas, todas com gambiarras. Confira as opções.

Plano de mobilidade de Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014. Foto: Emanuel Leite/DP/D.A Press

1) Quem for de carro às partidas deve aproveitar os estacionamentos periféricos, como Parqtel, Riomar e Parque de Exposições do Cordeiro, com ônibus expressos até a arena. A projeção é de 9.600 vagas. Na Copa das Confederações foi usada a área da UFPE, substituída pelo shopping neste ano.

Plano de mobilidade de Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014. Foto: Emanuel Leite/DP/D.A Press

2) Já o BRT (bus rapid transit), o sistema de ônibus expresso, que era a grande aposta local para o Mundial, não funcionará plenamente. Bem longe disso. O corredor Norte-Sul, de Igarassu ao Centro, terá apenas 4 ônibus, enquanto o corredor Leste-Oeste, do Centro até Camaragibe, irá operar com 46. Apesar do investimento de R$ 296,3 milhões, poucas estações serão abertas em junho, deixando claro que o possível legado será usufruído somente após o Mundial.

Plano de mobilidade de Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014. Foto: Emanuel Leite/DP/D.A Press

3) Nos trilhos devem chegar 15 mil dos 40 mil torcedores esperados a cada jogo. Esse público irá desembarcar na Estação Cosme e Damião, a três quilômetros da arena. Com a expectativa de muitos estrangeiros neste modal, o metrô terá uma assistência em vários idiomas. O bilhete com a garantia de ida e volta, incluindo os ônibus circulares da estação ao estádio, custará R$ 7,50. Em 2013, a entrada foi gratuita para quem embarcou nas estações apresentando ingressos.

4) Ainda há a possibilidade de ir de táxi ou em vans fretadas. Neste caso, é preciso parar no TIP ou no Parqtel, completando o trajeto de ônibus.

Obras inacabadas, transporte paliativo e ponto facultativo. A nossa mobilidade.

Plano de mobilidade de Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014. Foto: Emanuel Leite/DP/D.A Press

A bilionária mobilidade pernambucana só deve ficar pronta a 30 dias da Copa

Obra da Via Mangue em março em 2014. Foto: Rafael Bandeira/Secopa

A Secretaria Extraordinária da Copa em Pernambuco, a Secopa, divulgou imagens aéreas atualizadas das obras de mobilidade urbana na Região Metropolitana do Recife com foco na Copa do Mundo.

A menos de 100 dias do evento no país, algumas obras, como a Via Mangue, precisam acelerar. Outras, como a Radial da Copa, seguem arrastadas há tempos…

Inicialmente, a previsão do governo do estado era de um investimento de R$ 2,2 bilhões em mobilidade e infraestrutura. Com alguns projetos abortados ou não iniciados (como a triplicação da BR-232 e o corredor da BR-101), o valor caiu para R$ 1.463,9 bilhão- por mais que algumas obras vigentes tenham ficado mais caras -, num orçamento distribuído em 19 pontos, desde novas vias na capital à aquisição de mais trens para o sistema metroviário.

De acordo com a Secopa, 13 tópicos já foram concluídos. Confira a lista aqui.

Os seis projetos restantes, entretanto, formam um peso muito muito maior no plano local. Essas obras representam um investimento agregado de R$ 817,1 milhões, ou 55,81% do montante.

Todos os prazos de entrega já foram estourados desde julho de 2013. Agora, o estado prevê o início da operação em maio de 2014. Ou seja, só ficará pronto a um mês da Copa – isso se a previsão, enfim, for cumprida. Pressão? Bastante.

Sobre o valor estipulado, é bom lembrar que esses dados são tabelados, sem a soma de aditivos para uma possível aceleração. Para se ter ideia do que isso representa, a Arena Pernambuco como exemplo maior. O “custo” foi R$ 532 milhões, mas ordem de grandeza, motivada pela antecipação de oito meses para a Copa das Confederações, chegou a R$ 650 milhões…

Corredor Leste-Oeste, com investimento do estado
Responsável: governo do estado
Prazo original de conclusão: maio/2013
Operação estimada: maio/2014 (12 meses de atraso)
Investimento: R$ 145,3 milhões

Do centro do Recife à São Lourenço da Mata, passando também por Camaragibe, uma via de 12,5 quilômetros com finalidade expressa, com faixa exclusiva para o sistema de ônibus via bus rapid transit (BRT).

Obra do Corredor Leste-Oeste em março de 2014. Foto: Rafael Bandeira/Secopa

Obra do Corredor Leste-Oeste em março de 2014. Foto: Rafael Bandeira/Secopa

Corredor Norte-Sul
Responsável: governo do estado
Prazo original de conclusão: outubro/2012
Operação estimada: maio/2014 (19 meses de atraso)
Investimento: R$ 151 milhões

Do Recife a Igarassu, passando por outros seis municípios, uma via de 33 quilômetros com finalidade expressa, com faixa exclusiva para o sistema de ônibus via bus rapid transit (BRT).

Obra do Corredor Norte-Sul em março de 2014. Foto: Rafael Bandeira/Secopa

Obra do Corredor Norte-Sul em março de 2014. Foto: Rafael Bandeira/Secopa

Passarela do Aeroporto dos Guararapes
Responsável: governo do estado
Prazo original de conclusão: julho/2013
Operação estimada: maio/2014 (10 meses de atraso)
Investimento: R$ 23,7 milhões

Um corredor de 460 metros viabilizando uma ligação direta do aeroporto à estação de metro da linha sul.

Obra da Passarela do Aeroporto dos Guararapes em março de 2014. Foto: Rafael Bandeira/Secopa

Ramal da Copa (trecho externo)
Responsável: governo do estado
Prazo original de conclusão: abril/2013 (trechos interno e externo)
Operação estimada: maio/2014 (13 meses de atraso)
Investimento: R$ 46 milhões (R$ 131 milhões ao todo)
Confira o trecho interno, no entorno da arena, clicando aqui.

Via de acesso entre o Corredor Leste-Oeste e o estádio em São Lourenço, com 6,3 quilômetros ao todo. São vias duplicadas e pistas exclusivas para ônibus.

Obra do Ramal da Copa, no trecho externo, em março de 2014. Foto: Rafael Bandeira/Secopa

Terminal Integrado Cosme e Damião, com investimento
Responsável: governo do estado
Prazo original de conclusão: fevereiro/2013
Operação estimada: maio/2014 (15 meses de atraso)
Investimento: R$ 18,1 milhões

Terminal de ônibus anexo à estação de metrô mais próxima da arena. Projeto visado para reforçar a frota de ônibus à arena e à comunidade.

Obra do Terminal Integrado Cosme e Damião em março de 2014. Foto: Rafael Bandeira/Secopa

Via Mangue
Responsável: Prefeitura do Recife
Prazo original de conclusão: julho/2013
Operação estimada: maio/2014 (10 meses de atraso)
Investimento: R$ 433 milhões

A única obra viária bancada pela prefeitura da capital pernambucana, num projeto idealizado há décadas, visa o desafogo da Zona Sul, numa pista de 4,7 quilômetros erguida em uma área de manguezal.

Obra da Via Mangue em março de 2014. Foto: Rafael Bandeira/Secopa