O lançamento da Copa do Nordeste de 2016 será em Natal, em 24 de setembro. Como vem ocorrendo há três temporadas, além do sorteio dos grupos, dados do torneios devem ser revelados no evento, como faturamento e cotas dos clubes. Mais uma vez, porém, a divulgação do regional será restrita. Em meio à disputa entre as principais operadoras de televisão por assinatura, Net e Sky, e o canal Esporte Interativo, que busca entrar no catálogo das duas, tendo como contrapartida a exclusividade da Champions League, o Nordestão, também ligado à emissora, segue à parte do público nacional. Ao menos nesta área, vai de encontro ao tema da festa de lançamento, “Um país chamado Nordeste”.
O longo impasse, com a queixa de torcedores nordestinos, faz com o que o regional de faturamento milionário não alcance nem 20% do país propriamente dito. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), de julho de 2015, apontam 19.638.138 domicílios brasileiros com serviços de tevê paga. E as duas maiores operadoras somam 15.831.816 clientes, que correspondem a 80,6% do mercado. Numa conta bruta, no máximo 3,8 milhões de lares com assinatura teriam acesso às transmissões do Nordestão. Até hoje, só houve uma exceção, com 4,5 milhões de telespectadores na decisão de 2014, entre Sport e Ceará, transmitida simultaneamente entre Esporte Interativo e Space, veículo presente na Net e na Sky. O acordo foi articulado nos bastidores pelo grupo americano Turner Broadcasting System, proprietário dos dois canais.
Apesar do sucesso daquela transmissão experimental, o formato não se repetiu, pois a direção do EI quer exibir o seu próprio sinal, naturalmente. Faz sentido, pois pagou caro e detém os direitos do Nordestão na tevê paga, aberta (parabólicas) e plataformas digitais até 2022, com previsão de investimento de R$ 100 milhões no futebol da região. Em 2015, a audiência média nos 74 jogos da copa foi de 1,65 milhão de telespectadores, mas o alcance deste “país chamado Nordeste” poderia ser muito maior, do tamanho do impasse em vigor.