Há algum tempo, assistir a um jogo de futebol no Recife requer o máximo de cuidado. O Ministério Público de Pernambuco produziu um extenso estudo sobre a violência no futebol do estado, transformando em números esse temor nas arquibancadas. A entidade colheu dados oficiais com a Polícia Militar, delegacias da capital e no Juizado Especial do Torcedor (Jetep). O número final assusta, apesar da consciência sobre a regularidade dos atos de vandalismo ocorridos nos três estádios da capital e num raio de até cinco quilômetros.
Foram 800 crimes em 1.825 dias. Na média, cerca de um a cada dois dias.
Furto, roubo, lesão corporal, formação de quadrilha…
No relatório, a autoria dos crimes está relacionada aos supostos integrantes das três maiores torcidas organizadas do estado. Em audiência pública neste ano, os presidentes das três uniformizadas revelaram a quantidade de torcedores cadastrados.
Torcida Jovem – 90 mil Inferno Coral – 80 mil Fanáutico – 20 mil
Segundo o promotor de justiça Ricardo Coelho, a ordem dos crimes praticados é proporcional à quantidade de membros. Com o documento, o MPPE encaminou uma ação à vara da Fazenda Pública pedindo a extinção das três uniformizadas, com base em decisões de São Paulo e Minas Gerais. Sobre o assunto, ainda vale um comparativo. Enquanto as três torcidas organizadas têm 190 mil integrantes, os três grandes clubes têm apenas 30 mil sócios em dia.
Segue a atualização da matemática na elite do Campeonato Brasileiro.
No blog, duas projeções para evitar o rebaixamento à Série B da próxima temporada. Vale a atenção dos dois representantes locais, cada vez mais distantes um do outro.
Tomando por base a pontuação do atual 16º colocado, o Coritiba (29 pontos), hoje a pontuação mínima para escapar do descenso seria de 41 pontos.
A projeção se manteve em relação à rodada passada.
Desta forma, o Náutico, cuja chance de cair varia entre 3% e 10,4%, precisa somar mais 7 pontos, em tese. Duas vitórias e um empate. E ainda terá seis jogos nos Aflitos.
Já o Sport, cuja probabilidade de queda à segunda divisão vai de 72% a 86,3%, precisa de mais 14 pontos, ou 4 vitórias e 2 empates. Afunilando na tabela.
Apesar disso, a ressalva. Segundo o Chance de Gol, com 41 pontos, a margem atual, há um risco de cair de 42%. A partir de 43 o percentual se torna remoto, com 7,8%.
Além dos sites de probabilidades em campeonatos de futebol, há os cálculos do departamento de matemática da UFMG. Nesta, Náutico em 7,8% e Sport em 57,3%.
Fim da vigésima sétima rodada da Série A, encerrando o giro em setembro.
Após um bom tempo, a classificação exata, com os vinte participantes com o mesmo número de jogos. Isso porque enfim houve o jogo Flamengo x Atlético-MG, adiado.
Sobre os jogos no fim de semana, a rodada para os pernambucanos começou com a vitória do Náutico sobre o último colocado, o Atlético Goianiense, por 2 x 0. Foi a 10ª vitória do Timbu, novamente entre os 10 primeiros colocados.
No domingo, o Sport jogou mais uma vez pressionado pelos resultados da rodada. Até segurou o Corinthians no primeiro tempo. No segundo, levou três gols e caiu por 3 x 0 no Pacaembu. Segue em situação delicada, há onze rodadas no Z4.
A 28ª rodada para os pernambucanos e os retrospectos no Brasileirão:
04/10 (21h00) – Portuguesa x Sport
Em São Paulo (11 jogos): nenhuma vitória rubro-negra, 6 empates e 5 derrotas
06/10 (16h20) – Náutico x Corinthians
No Recife (9 jogos): 5 vitórias alvirrubras, 1 empate e 3 derrotas
Havia a chance de deixar a zona de rebaixamento dez rodadas após o frustrante o ingresso. Era difícil, mas existia, com uma vitória fora de casa e um tropeço do Coritiba.
A oportunidade mexeu com o Sport. No Pacaembu, encarou o campeão da Taça Libertadores. Se no primeiro turno foi uma equipe mista na Ilha do Retiro, em São Paulo o técnico Tite mandou o melhor que tinha à disposição – no caso, só não teve os atacantes Emerson, suspenso, e Jorge Henrique, lesionado.
O Rubro-negro começou marcando bem, com os zagueiros atentos e Tobi correndo bastante. No entando, o time pernambucano pecava bastante no setor ofensivo. Nervoso, o jovem lateral-esquerdo Renê parecia querer se livrar rapidamente da bola.
Do outro lado, o experiente Cicinho se atrapalhou com a pelota e estragou contragolpes. Mesmo sem um grande desgaste, o Timão finalizou oito vezes no primeiro tempo e teve dez escanteios. Acuou o Leão, que tinha mais posse de bola, mas sem objetividade.
Em Curitiba, o empate sem gols ia agradando. Na etapa complementar, o Sport teve um pênalti não assinalado logo no primeiro lance, quando o goleiro Cassio derrubou Rithelly.
Os pernambucanos ficariam naquele lampejo. Enquanto isso, era um olho cá, o ouvido lá. Aos 9 minutos, o sistema de som informou o gol do Coxa. O que era péssimo se tornou pior no mesmo instante, com o gol de Paulinho, que entrou na área desmarcado.
Desandou de vez aos 25, em outra falha nas alas, dessa vez na direita, com Romarinho ampliando. A marcação já não era a mesma, com a bola respingando o tempo todo na área. O mesmo Romarinho ainda faria mais um, definindo o 3 x 0 a favor dos paulistas.
Se no começo do domingo os leoninos estavam a um ponto para deixar o Z4, no fim da tarde a distância aumentava para quatro. O único alento do dia foi o gol de empate do São Paulo, no finzinho. Fim do domingo e Sport a dois pontos de deixar o Z4.
Uma faixa preta composta por uma frase com letras brancas, exposta na arquibancada.
“Não irão nos derrubar no apito”.
A reação do árbitro, ao exigir a retirada da faixa nos Aflitos, desencadeou uma série de discussões país afora sobre o limite da liberdade de expressão nos estádios.
O próprio clube alvirrubro emitiu uma nota de apoio ao ato da torcida.
“A manifestação deste sábado partiu do povo, da massa vermelha e branca e nós, do Clube Náutico Capibaribe temos o orgulho dessa torcida, pois, não precisamos incentivar, convocar, agitar o torcedor para uma situação absurdamente escancarada contra o Náutico quando o assunto é arbitragem.”
De antemão, há o amparo da lei, como preza o artigo 5º da Constituição Federal vigente no país, elaborada em 1988.
Um dos trechos diz:
“É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a. informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.”
Ou seja, caso encerrado? Na prática, não. Há o debate. Há a divergência.
Não foi a primeira vez que uma torcida brasileira se manifestou assim em um jogo de futebol. O excesso de erros de arbitragem, cujo nível técnico no Brasil realmente é baixo, acaba gerando a “união” de pensamentos nas arquibancadas, gerando a reação.
Por muitas vezes, em coro. Em outras, simbolizadas em um cartaz, uma faixa.
Não se discute aqui se o Náutico (ou qualquer outro clube, em qualquer divisão) foi prejudicado desta forma. O post foca apenas o gesto da torcida alvirrubra.
A faixa foi ofensiva? De alguma forma, a presença dela na arquibancada pressionaria o desempenho do árbitro Leandro Pedro Vuaden?
Torcidas de Joinville, América de Natal (“Por favor, senhor juiz: nos roube com moderação”), Ceará e outras tantas já levaram mensagens semelhantes.
Em alguns casos, o protesto ficou visível o jogo inteiro. A torcida do Vasco, por exemplo, personificou o protesto, contra o árbitro Leonardo Gaciba (veja aqui).
No entanto, as reações aos protestos sempre foram distintas. Fato que de certa forma agrava a polêmica. Quem deixou a faixa foi omisso ou quem a tirou foi autoritário?
Juridicamente falando, nenhuma lei (regra) se sobrepõe à Constituição Federal. Aí, entra em ação o Estatuto do Torcedor, criado em 2003 para a proteção e defesa do torcedor.
Está lá, no 4º capítulo…
Da segurança do torcedor partícipe do evento esportivo
Artigo 13, inciso IV – Não portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo
Parágrafo único. O não cumprimento das condições estabelecidas neste artigo implicará a impossibilidade de ingresso do torcedor ao recinto esportivo, ou, se for o caso, o seu afastamento imediato do recinto, sem prejuízo de outras sanções administrativas, civis ou penais eventualmente cabíveis.
Uma das manifestações mais bem organizadas nos estádios brasileiros ocorreu em 2011, pedindo a saída do então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, alvo de inúmeras denúncias de corrupção. A atitude das massas se propagou nas redes sociais.
As maiores torcidas do país encamparam a ideia e levaram faixas “Fora Teixeira” aos jogos no mesmo dia, em 28 de agosto. Porém, houve a proibição em alguns estados, como Minas Gerais e Santa Catarina. Neste, o Ministério Público conseguiu derrubar a liminar da federação catarinense e liberou a manifestação de última hora.
Apesar de Teixeira ter deixado a entidade, no início deste ano, ficou registrado no megaprotesto o confronto entre o Estatuto do Torcedor, que proíbe mensagens tidas como “ofensivas”, e a liberdade de expressão garantida pela Constituição.
Há o limite para a censura? Precisa existir, no mínimo, o bom senso.
As faixas “Vergonha do Nordeste”, utilizadas várias vezes em direção à torcida nordestina do Flamengo nos jogos na região, ultrapassam esse ponto…
Leandro Pedro Vuaden bem que tentou ser o personagem principal da partida no estádio dos Aflitos, na noite deste sábado, ao exigir a retirada de uma faixa de protesto da torcida alvirrubra, exposta no meio da arquibancada, numa manifestação pacífica.
A mensagem “Não irão nos derrubar no apito” não agradou ao árbitro gaúcho. Ele só começou a partida depois da retirada da faixa, com a solicitação junto à Polícia Militar.
Foram 16 minutos sem o ponta-pé inicial. Vuaden foi autoritário ou agiu corretamente?
Quando a bola rolou, coube a Kieza se tornar o protagonista da partida, e em apenas 45 minutos, marcando os gols da vitória sobre o lanterna Atlético-GO, por 2 x 0.
Liberdade de expressão da torcida à parte, Kieza, que chegou a pedir aos torcedores que tirassem a faixa para iniciar o jogo, mostrou o quanto é importante à equipe.
No primeiro gol, um pênalti bem cobrado. No segundo, se aproveitou da falha do goleiro adversário e tocou de cabeça. Com presença de área, chegou a nove tentos na Série A.
Como atacante vinha sem ritmo, e sentiu dores na coxa esquerda, Gallo optou por preservar Kieza, que saiu no intervalo, para a entrada do recém-contratado Reis.
Com a boa vantagem imposta, foram quase 45 minutos de futebol de puro marasmo, até que Rhayner, no finzinho, acertou a trave duas vezes. O seu gol virou uma odisseia.
Ali, a verdade é que ninguém mais nem se lembrava da faixa de protesto. O sentimento dos treze mil torcedores presentes era outro.
Era a confiança retomada, uma vez que o resultado aumentou ainda mais o domínio vermelho e branco em seu reduto – apesar de que a equipe jogou de verde, com a estreia do quarto padrão oficial do clube.
Até esta rodada, o aproveitamento em casa era de 72% dos pontos disputados. Agora, com treze partidas em Rosa e Silva, o índice subiu para 74%.
Com 34 pontos na classificação, o Náutico se aproxima da zona de segurança para se garantir na elite nacional em 2013, entre 43 e 45 pontos. Com ou sem protesto.
No futebol brasileiro, o sistema de pontos corridos só foi disputado pela primeira vez na Série A em 2003. A primeira competição nacional, oficial, havia sido realizada em 1959…
Esta temporada marca a 10ª edição do Brasileirão com esta fórmula. Começou com 24 clubes em 2003, caiu para 22 em 2005 e finalmente 20 em 2006.
No regulamento, sempre um formato simples: o time que somar mais pontos fica com o título. Tal sistema está consolidado? Agrada ao torcedor?
Seja qual for a resposta, existe uma articulação para que em um futuro breve ocorra algumas modificações no campeonato.
As emissoras de televisão gostariam de recriar a “decisão” da competição, extinta há uma década. Para isso, seria preciso criar meandros…
Ideias já estão na pauta. Os campeões de cada turno na decisão ou os dois melhores do campeonato, independentemente da pontuação. Ou, ainda, um G4 com semifinal e final.
Tudo em prol do reforço na audiência, uma vez que a concorrência não para de crescer, com a evolução das emissoras de TV por assinatura.
Portanto, vamos à enquete para saber o grau de satisfação com o atual modelo.
Você concorda com a atual fórmula de disputa do título do Brasileirão?
Pela primeira vez em 111 anos, o Clube Náutico Capibaribe irá vestir um uniforme sem as suas cores tradicionais. Em nome do marketing.
Com um verde claro inspirado no Rio Capibaribe, resgatando o passado náutico do clube, o Timbu tem, enfim, o seu quarto padrão, produzido pela Penalty/Cavalera (veja aqui).
Um difencial neste padrão é a ausência do escudo oficial da agremiação de Rosa e Silva. No caso, representado pelas iniciais do clube, como em seu primeiro distintivo.
A camisa já chega ao mercado com data para a estreia. Após a apresentação na sexta-feira, o jogo no sábado, diante do Atlético Goianiense, nos Aflitos.
Os rivais Sport e Santa Cruz já haviam usado camisas fora dos dois padrões oficiais.
O Rubro-negro usou a camisa dourada em 2009, uma amarela em 2011 e um uniforme de tom cinza com fotos de torcedores este ano. Já o Tricolor lançou durante três temporadas a camisa azul, simbolizando a Fita Azul conquistada pelo clube.
Em todos os casos, o mesmo objetivo traçado pelo Alvirrubro, visando a rentabilidade.
Torcedor alvirrubro, o que você achou do novo uniforme do clube?
Com um regulamento simples, o título da Série A é definido através da maior pontuação alcançada após as 38 rodadas do torneio. Pontuação agregada no turno e no returno.
Existe uma premiação para os melhores colocados de cada metade do campeonato?
Na Europa, há um século existe a tradição dos “campeões de inverno”, com as melhores campanhas no primeiro turno. Há ainda a valorização do melhor no returno.
Desde 2004, um ano após a implantação do sistema de pontos corridos no Brasileirão, o jornal Lance! passou a oferecer duas taças especiais para os vencedores de cada turno. No início, com 24 clubes, eram 23 jogos. Hoje, com 20 equipes, são 19 partidas.
São homenagens a dois grandes nomes do jornalismo esportivo do país. O locutor Osmar Santos para o primeiro turno e o comentarista João Saldanha para o segundo turno.
Os troféus foram criados pelo artista plástico Leo Santana, que assina a obra Drummond no Calçadão, uma escultura que já virou ponto turístico em Copacabana (veja aqui).
Abaixo, os vencedores de todas as edições dos troféus, num lampejo da ideia de “Apertura” e “Clausura”, que durante duas décadas foi adotada no futebol argentino. Na lista, o primeiro ano dos pontos corridos, 2003, ainda sem a premiação do periódico.
A melhor campanha de um time pernambucano foi o 8º lugar do Náutico no returno de 2007. Será que neste returno algum representante recifense irá superar a marca?
Acompanhe a classificação da Série A 2012 separada por turnos clicando aqui.
Troféu Osmar Santos
2003 – Cruzeiro
2004 – Santos
2005 – Corinthians
2006 – São Paulo (Santa Cruz 20º)
2007 – São Paulo (Sport 11º e Náutico 18º)
2008 – Grêmio (Sport 9º e Náutico 15º)
2009 – Internacional (Náutico 18º e Sport 20º)
2010 – Fluminense
2011 – Corinthians
2012 – Atlético-MG (Náutico 11º e Sport 19º)
Troféu João Saldanha
2003 – Cruzeiro
2004 – Santos
2005 – Internacional
2006 – São Paulo (Santa Cruz 20º)
2007 – São Paulo (Náutico 8º e Sport 14º)
2008 – São Paulo (Sport 11º e Náutico 13º)
2009 – Flamengo (Náutico 18º e Sport 20º)
2010 – Grêmio
2011 – Fluminense
Tomando por base a pontuação do atual 16º colocado, o Coritiba (28 pontos), hoje a pontuação mínima para escapar do descenso seria de 41 pontos.
A projeção caiu dois pontos em relação à rodada passada.
Desta forma, o Náutico, cuja chance de cair varia entre 7% e 18,3%, precisa somar mais 10 pontos, em tese. Três vitórias e um empate. E ainda terá sete jogos nos Aflitos.
Já o Sport, cuja probabilidade de queda à segunda divisão vai de 63% a 78,7%, precisa de mais 14 pontos, ou 4 vitórias e 2 empates. Sem espaço para tropeços.
Segundo o Chance de Gol, somar 41 pontos, a margem mínima atual, dá uma segurança de 34%. A partir de 43 pontos o percentual se torna remoto, com 5%.
Caso necessite de uma terceira fonte para “desempatar”, então eis as probabilidades do departamento de matemática da UFMG. Nesta, Náutico em 14,6% e Sport em 46,1%.