A era das modernas arenas no futebol brasileiro deverá transformar o perfil do público presente nas arquibancadas. Nas cadeiras, para ser mais exato. A mudança passará inevitavelmente pelo bolso, com os elevados custos.
Um novo estudo da Pluri Consultoria mediu o gasto médio do torcedor nos jogos do Campeonato Brasileiro da Série A desta temporada, ja com a presença de sete arenas – na próxima edição a quantidade deverá dobrar.
Em um ano, os dezenove jogos do time como mandante poderão custar R$ 1.440,96 para uma pessoa ou R$ 2.022,17 se for considerado um adulto e uma criança (meia entrada). Por cada jogo, o entretendimento sai por R$ 75,84.
Em Pernambuco ainda há o Todos com a Nota. O programa, até onde se sabe, não será eterno. Portanto, é bom ficar atento aos novos valores do futebol…
Nas últimas quatro temporadas o formato do Campeonato Pernambucano possibilitou uma série de mata-matas envolvendo os três grandes clubes de futebol do estado, nas semifinais e nas decisões.
Nos duelos de ida e volta, ânimos acirrados no gramado, nas arquibancadas e entre os dirigentes, com direito a veto de camarotes para as diretorias dos co-irmãos e, posteriormente, até assédio aos atletas e treinadores com contato em vigor nos bairros vizinhos.
Desta forma, cresceu a rivalidade nos Aflitos, no Arruda e na Ilha do Retiro…
Há um ano o blog realizou uma enquete para que cada torcedor apontasse o maior rival do seu time. Ao todo, foram duas mil participações. Relembre aqui.
Em entrevista ao site da Fifa, o tetracampeão mundial Ricardo Rocha, zagueiro pernambucano revelado pelo Santa Cruz, afirmou o seguinte sobre a maior rivalidade local: “A rivalidade mais acirrada é essa: todo mundo contra o Sport.”
Portanto, vamos realizar mais uma enquete, nos mesmos moldes da primeira.
Qual é o clássico de maior rivalidade envolvendo o seu clube?
Com a definição de todas as participações dos clubes pernambucanos nos campeonatos nacionais desta temporada, confira a quantidade de campanhas de cada um nos torneios oficiais organizados pela CBD e pela CBF e as melhores colocações, respectivamente. Os 19 times que já representaram o estado disputaram 276 edições de 8 competições diferentes.
Atualização em 14 de maio de 2013.
Náutico – 70 participações de 1961 a 2013
Brasileirão (34)
6 – Taça Brasil (vice em 1967)
1 – Robertão (17º em 1968)
27 – Série A (6º em 1984)
18 – Copa do Brasil (3º em 1990)
1 – Copa dos Campeões (12º em 2002)
16 – Série B (vice em 1988 e 2011)
1 – Série C (4º em 1999)
Sport – 67 participações de 1959 a 2013
Brasileirão (35)
3 – Taça Brasil (4º em 1962)
32 – Série A (campeão em 1987)
19 – Copa do Brasil (campeão em 2008)
2 – Copa dos Campeões (vice em 2000)
11 – Série B (campeão em 1990)
Santa Cruz – 66 participações de 1960 a 2013
Brasileirão (23)
1 – Taça Brasil (4º em 1960)
2 – Robertão (12º em 1970)
20 – Série A (4º em 1975)
20 – Copa do Brasil (11º em 1997)
17 – Série B (vice em 1999 e 2005)
3 – Série C (14º em 2012)
3 – Série D (vice em 2011)
Central – 30 participações de 1972 a 2013
2 – Série A (36º em 1986)
2 – Copa do Brasil (26º em 2008)
17 – Série B (1º em 1986, não oficializado como título)
6 – Série C (8º em 2000)
3 – Série D (12º em 2009)
Porto – 10 participações de 1994 a 2011
1 – Copa do Brasil (57º em 1999)
8 – Série C (4º em 1996)
1 – Série D (39º em 2011)
Salgueiro – 7 participações de 2008 a 2013
1 – Copa do Brasil (2013, em andamento)
1 – Série B (19º em 2011)
4 – Série C (4º em 2010)
1 – Série D (a disputar, em 2013)
América – 5 participações de 1972 a 1991
4 – Série B (8º em 1972)
1 – Série C (26º em 1990)
Vitória – 5 participações de 1992 a 2005
5 – Série C (11º em 1992)
Ypiranga – 4 participações de 1995 a 2013
2 – Série C (64º m 2006)
2 – Série D (28º em 2012)
Estudantes – 2 participações de 1990 a 1991 1 – Série B (37º em 1991)
1 – Série C (11º em 1990)
Petrolina – 2 participações de 2008 a 2012
1 – Série C (58º em 2008)
1 – Série D (39º em 2012)
Santo Amaro – 1 participação em 1981
1 Série C (vice em 1981)
Paulistano – 1 participação em 1988
1 – Série C (19º em 1988)
Itacuruba – 1 participação em 2004
1 – Série C (23º em 2004)
Unibol – 1 participação em 1999
1 – Série C (28º em 1999)
Serrano – 1 participação em 2005
1 – Série C (43º em 2005)
Centro Limoeirense – 1 participação em 1997
1 – Série C (47º em 1997)
Flamengo de Arcoverde – 1 participação em 1997
1 – Série C (54º em 1997)
Vera Cruz – 1 participação em 2007
1 – Série C (58º em 2007)
O futebol brasileiro passou por uma revolução orçamentária na temporada passada. A renegociação das cotas de transmissão do Campeonato Brasileiro, das Séries A e B, os acordos com operadoras de arenas de norte a sul, a ampliação dos programas de sócios torcedores e as novas fórmulas de contratos de patrocínios e ações de marketing turbinaram de uma forma nunca antes vista as receitas operacionais dos clubes.
O fenômeno se estendeu até Pernambuco, mas de modo heterogêneo. Considerando os balanços agregados de Náutico, Sport e Santa Cruz, o número em 2011 já era considerável, com R$ 76.488.086. Em 2012 houve o grande salto. O acréscimo foi de 66,4%, chegando a R$ 127.321.458, por causa da presença de alvirrubros e leoninos na Série A e as novas cotas de tevê.
Curiosidade: caso a receita tivesse sido dividida de forma igualitária, cada um teria recebido no ano passado exatamente R$ 42.440.486.
Em relação às dívidas, a soma do trio alcança R$ 170 milhões. Assusta.
Os dados do gráfico estão presentes nos balanços financeiros publicados pelos clubes no site da FPF em 26 de março (Tricolor), na Folha de Pernambuco em 29 de março (Leão) e no Diário Oficial do Estado em 28 de abril (Timbu).
Pela segunda temporada seguida a prestação de contas do Santa Cruz foi publicada no site oficial da FPF, acessível a qualquer um desde 26 de março de 2013. Deveria ser uma prática dos rivais, que costumam divulgar os balanços financeiros em jornais, sem produzir um arquivo digital.
No caso tricolor, a receita operacional de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2012 foi de R$ 13,1 milhões, sofrendo uma queda de 23% em relação ao balanço anterior (R$ 17,1 mi), mesmo jogando a Série C em vez da D. A arrecadação no borderô pesou bastante para a redução.
Em 2011, o Tricolor teve três jogos com cerca de um milhão de reais de bilheteria (São Paulo, Sport e Treze) e a venda dos direitos econômicos do atacante Gilberto por R$ 2 milhões. No ano passado ninguém foi negociado.
Na planilha apresentada pelos corais, o destaque é o avanço no ganho com patrocínios e publicidade, chegando a R$ 313 mil mensais. A dívida coral, somando os passivos circulante e não circulante, subiu 2,5% e chegou a R$ 71.536.863. Confira a íntegra do documento aqui.
O Campeonato Brasileiro da Série C desta temporada será exibido na televisão aberta. O canal que adquiriu os direitos de transmissão foi a Empresa Brasil de Comunicação, a EBC, através da TV Brasil (veja aqui).
No contrato, pelo menos dois jogos dois por rodada, um no sábado e um no domingo, às 19h. Neste ano, a Terceirona terá clubes de massa no futebol nacional, como Santa Cruz e Fortaleza. E é justamente o Tricolor que irá puxar a fila nas transmissões, com cinco partidas ao vivo para todo o país.
Ao todo, serão 17 partidas na programação da emissora no primeiro turno, confirmado nesta semana. Vale lembrar que o Sportv, disponível na televisão por assinatura, também irá transmitir o torneio.
5 Santa Cruz
4 Brasiliense e Treze
3 Sampaio Corrêa, CRB e Barueri
2 Macaé e Betim
1 Caxias, Cuiabá, Vila Nova, Crac, Mogi Mirim, Baraúnas, Guarani e Fortaleza
A CBF divulgou a tabela da Série C desta temporada, que terá o Santa Cruz como único representante local. Esta será a terceira tentativa coral para retornar à segunda divisão, que daria um calendário mais digno, de janeiro a dezembro.
Porém, o bicampeão estadual precisa mudar o seu retrospecto na Terceirona. A estreia tricolor na Série C foi em 2008, logo na última edição inchada da competição, com 63 times. No ano seguinte seria criada a quarta divisão.
Com apenas duas vitórias em doze jogos, o Santa acabou na 29ª colocação, rebaixado à Série D. O retorno só viria em 2011. No ano passado, nova campanha modesta, com a 14ª posição geral, longe da fase final.
Em 2013 o regulamento repete o do último ano, com dois grupos de dez em jogos de ida e volta. Em seguida, os quatro melhores de cada chave disputam as quartas de final. Este mata-mata já define os classificados à Série B de 2014.
A estreia coral será em 2 de junho, no Mundão, contra o Luverdense. Na última rodada, duelo contra o Treze, em Campina Grande, em 13 de outubro.
Confira também as tabelas completas da Série A e da Série B.
No calendário da CBF a pré-temporada deste ano seria de 2 a 18 de janeiro.
Trata-se de um período válido para todos os clubes profissionais. Obviamente, várias equipes, sem jogos oficiais, iniciaram a preparação ainda no fim do ano passado.
Outras, priorizando as fases finais dos primeiros torneios de 2013, irão demorar um pouco mais, focando o condicionamento do grupo principal.
O contexto se aplica de norte a sul. Além do período, o próprio local da pré-temporada é visto como fator de destaque para um melhor rendimento de novas e velhas caras.
Com uma condição financeira melhor, há quem opte por realizar o trabalho fora do estado, isolando o elenco e usufruindo da estrutura.
Buscar um novo clima e integrar o plantel é questão prioritária no período.
Deixar a sede a uma curta distância também pode ser determinante. Sobretudo com o apoio de prefeituras de cidades pequenas, dispostas a gastar para ter durante duas semanas um clube tradicional em seu território, movimentando a região.
Por fim, a estrutura completa dentro de casa. Alguns clubes, mesmo com centros de treinamento bem equipados, optam pela viagem. Mas boa parte das agremiações acaba ficando no próprio CT, ainda mais se o tempo for maior que o plano básico do futebol.
Em quase todos os casos são disputadas partidas sem apelo, o chamado “jogo-treino”, para soltar mais a musculatura e desenvolver o ímpeto para a longa temporada.
Na sua opinião, qual é o melhor modelo para uma pré-temporada, levando em consideração o tempo e a relação custo/benefício?
Entre os grandes clubes do estado, um ponto positivo. Bons gramados nos três casos.
Náutico
Local: Centro de Treinamento da Guabiraba, na região metropolitana
Distância dos Aflitos: 15 quilômetros
Período: 25 dias, de 4 a 28 de janeiro
Santa Cruz
Local: Estádio Municipal de Sairé, no Agreste de Pernambuco
Distância do Arruda: 141 quilômetros
Período: 10 dias, de 7 a 16 de janeiro
Sport
Local: Centro de Treinamento do Corinthians Alagoano, em Maceió
Distância da Ilha do Retiro: 265 quilômetros
Período: 12 dias, de 6 a 17 de janeiro
Superintendente, diretor executivo ou gerente de futebol.
Tanto faz a nomenclatura oficial, uma vez que a função na prática é quase a mesma.
Em comum, a remuneração para o dirigente profissional, um método tratado ainda como tabu no futebol pernambucano, sempre reticente a esse modelo de gestão.
Antes do novo nome no “mercado” local, um breve histórico.
No contracheque, o salário equivale ao de um diretor de uma grande empresa. Nos bastidores, de R$ 20 mil a R$ 50 mil. No Sudeste há quem ganhe R$ 100 mil.
A estrutura recifense viu o primeiro diretor remunerado em 1999, no Sport, com a chegada de Rudy Machado. O dirigente paulista ficou menos de um ano.
Trabalhou no Brasileirão, trazendo dois reforços que sequer foram titulares. Com o Leão na lanterna, a direção optou por enxugar a folha. Rudy encabeçou a lista.
De agosto de 2011 a 6 de dezembro de 2012, a segunda tentativa, com Cícero Souza. Consciente de que era um estranho no ninho, o gaúcho também acabou dispensado.
No Arruda, o Santa Cruz já contou com um dos maiores nomes do país, José Carlos Brunoro, protagonista da vitoriosa co-gestão Palmeiras/Parmalat de 1992 a 1997.
Além de Brunoro, com rápida passagem no Tricolor em 2001, o clube teve Joel Zanata, Galante, Antônio Capella e Raimundo Queiroz, sempre com períodos curtos.
A saída de Queiroz, o último nome no Arruda, aconteceu após uma eliminação na Série D, em 13 de setembro de 2010. Nota-se que o resultado de um torneio acaba sendo primordial para a continuidade do diretor profissional na mesa de articulações.
Por outro lado, o Náutico é o clube da capital com o histórico mais recente, quase sempre com um gestor profissional ligado ao presidente, com Sangaletti (2008), Gustavo Mendes (2011), Carlos Kila (2012) e agora Daniel Freitas (2013), que estava no Vasco.
Ao todo, 5 tricolores, 4 alvirrubros e 2 rubro-negros. Onze nomes em quinze anos.
Em quase todos os casos os dirigentes tradicionais justificaram o fiasco da ação por causa da “falta de experiência” no futebol pernambucano. Qual é a sua opinião?