Novak e as suas 1000 faces

Ainda em tempo de uma homenagem ao sérvio Novak Djokovic, bicampeão do Australian Open, no fim de semana. Foi “apenas” o primeiro Grand Slam do tênis desta temporada.

Além da técnica, o número 3 do mundo é famoso no circuito pelo talento para imitar…

Abaixo, um show particular, com imitações dos trejeitos de feras como Roger Federer, Rafael Nadal e até da belíssima russa Maria Sharapova… Confira outro vídeo AQUI.

Número 1

Gustavo Kuerten em ação no Masters Cup de 2000. Foto: ATP/divulgaçãoParece até que foi ontem…

Deve ter sido mesmo, pois a memória segue intacta.

Dez anos, 3.650 dias…

Depois de Ayrton Senna, apenas Gustavo Kuerten foi capaz de acordar um país inteiro para torcer durante uma temporada nas manhãs esportivas de domingo.

Como o 3 de dezembro de 2000.

Um domingo, na histórica final do Masters Cup, em Lisboa.

Uma espécie de Copa do Mundo de tênis, com os oito melhores da temporada.

Guga, que ja havia em vencido em Portugal o mito Pete Sampras, teria que derrubar outro gigante do tênis na decisão, Andre Agassi.

Sabe quantos tenistas haviam conseguido superar os dois norte-americanos em um mesmo torneio? Nenhum. Até aquele dia…

Triplo 6/4 a favor do brasileiro, um dos maiores ídolos da história do país. A vitória deu ao carismático Guga o status de número 1 do mundo. O melhor do ano.

O post foi escrito em 3 minutos, pois, de fato, esse jogo aconteceu “ontem”.

Saiba mais sobre os 10 anos do Masters conquistado por Guga AQUI.

Abaixo, o vídeo da final. Assista a comemoração do título clicando AQUI.

A um ponto

Luciano Silva, o Soró, líder do ranking pernambucano de tênisLuciano Silva. Jogador de de tênis origem humilde.

Atleta que bate de frente com a histórica realidade de um esporte tido como elitizado.

Pois o ex-boleiro domina a modalidade por aqui. É o líder absoluto do ranking estadual.

Há seis anos ele busca ultrapassar a barreira internacional no Chesf Open, no Recife. Mesmo com muita luta, sempre ficou a um passo disso.

E também a um ponto da “afirmação”.

Na noite desta terça, Soró, de 28 anos, quase entrou para a história do tênis local.

Ele foi derrotado pelo paranaense Tiago Slonik, de 20 anos, por 2 sets a 1 (3/6, 7/5, 6/3). Chegou a agitar a quadra principal do Squash Tennis Center, em Boa Viagem, na 13ª divisão mundial do tênis (entenda a casta AQUI).

Pela primeira vez, Luciano Soró chegaria à segunda rodada de um Future, com premiação de US$ 15 mil. Realizaria o sonho de ingressar no ranking da ATP, que conta atualmente com 1.773 tenistas em todo o mundo (veja AQUI).

Seria a 1ª vez em que um pernambucano somaria um ponto na ATP com uma vitória.

Sabe aquele ranking com Roger Federer e Rafael Nadal?

Soró ainda não está lá. Ficou a um ponto da história. Ficou para 2011…

Sale

Produtos oficiais do US Open. O conjunto aí custa R$ 130...

Nova York é a sede do 4º e último Grand Slam de tênis d2 2010, em andamento.

O gigantismo impera no US Open, a edição norte-americana da elite do tênis.

Para se ter uma ideia, a final é disputada na quadra Arthur Ashe, com 23 mil assentos. O estádio dos Aflitos tem capacidade apra 19.800 pessoas, sem tanto conforto.

Fora das quadras, o merchandising também é potente. A loja virtual do US Open tem nada menos que 22 seções de produtos oficiais (veja AQUI).

Algumas lembranças são bem simples, como a capa do site, acima.

Um conjunto com uma bola usada em alguma partida oficial e dois copos: US$ 75.

Conversão: R$ 130. Por uma bola e dois copos… E o pior é que vende. Muito!

Terno e raquetadas

Roger Federer.

O suíço é apontado pela crítica, e pelos números, como um dos melhores tenistas de todos os tempos. Ou até mesmo o melhor. Para começar, basta dizer que Federer é o recordista absoluto de títulos no Grand Slam, com 16 troféus.

Ele também foi o número 1 do mundo durante 237 semanas consecutivas. Já arrecadou mais de 56 milhões de dólares apenas com premiações. E olhe que ele tem apenas 29 anos. Fez aniversário em 8 de agosto.

Apesar disso tudo, ainda surpreende a habilidade demonstrada pelo tenista no vídeo abaixo, durante a gravação de um comercial. E a coragem para ser o “alvo”?

“Não fique nervoso.”

Todo mundo vivo no tênis

Thomax BellucciFanático por tênis (acompanha, finge que joga e escreve sobre o assunto), o repórter Lucas Fitipaldi aparece novamente para colaborar com o blog, com uma análise interessante sobre um fato histórico nesta semana.

O brilho do alagoano Tiago Fernandes, 1º brasileiro a sagrar-se campeão de um Grand Slam juvenil, parece ter refletido sobre o tênis brasileiro nesta terça. Refletido e inspirado alguns de nossos principais tenistas. Na bela capital chilena, Santiago, e no palco principal da próxima Copa do Mundo, a capital sul-africana, Johanesburgo.

Particularmente, não lembro a última vez em que no mesmo dia quatro brasileiros tenham vencido jogos em torneios de nível ATP. Talvez nunca tenha visto. Como se embalados pela conquista do nosso novo xodó, na Austrália, Thomaz Bellucci, João Feijão, Ricardo Mello e Thiago Alves ganharam nas suas respectivas estréias. Os três primeiros no Chile e o último na África.

Thiago AlvesPode-se dizer que a única vitória esperada foi a de Bellucci. Mesmo diante de um perigoso adversário, o experiente equatoriano Nicolas Lapenti, 69º, dava pra apostar no nosso número 1, atual 35º do ranking mundial.

Bellucci já tinha levado a melhor sobre o adversário no último confronto entre ambos, no final do ano passado, no aberto de São Paulo. Pouco antes, porém, havia perdido em duelo válido pela Davis, dentro de casa. Depois de um primeiro set apático nesta segunda, 6/3 contra, o paulista atropelou com um duplo 6/1 na sequência.

Em Johanesburgo, Thiago Alves reencontrou-se com a vitória mais de seis meses depois de ter furado a primeira rodada em Wimbledon. Número 138 no ranking, ele passou pelo ucraniano Oleksandr Dolgopolov, 115º, por 5/7, 6/2 e 6/3.

FeijãoMas a maior surpresa do dia ficou mesmo a cargo de Feijão. A primeira rodada em Santiago contra o alemão Simon Greul, 63º do mundo, marcou a estreia do paulista, 208º, em torneios de nível ATP. Vindo do quali, ele superou uma batalha dramática para alcançar o maior feito da carreira. Ao final do primeiro set, o jogo parecia seguir um roteiro previsível. Um fácil 6/3 e o alemão rumava firme à segunda rodada.

Surpreso, me deparei com a virada do brasileiro. Com 6/4 a favor no segundo set e a vantagem de 4/2 no terceiro, ficou difícil não imaginar mais um triunfo do Brasil. Seria sofrido, porém. Em certo momento, parecia que não ia dar. No tiebreak, prevaleceu o tom verde e amarelo: 7/6 (7/5) foi o placar da terceira e decisiva parcial. Duas horas e 24 minutos depois, Feijão era recompensado.

Ricardo MelloPara encerrar o dia, no apagar das luzes, coube a Ricardo Melo fechar com chave de ouro. Atual 138º do mundo, ele não tomou conhecimento do uruguaio Pablo Cuevas, 47 º. Dois sets a zero, com parciais de 7/6 (7/5) e 6/3. Boquiaberto, tive a certeza de que o dia 2 de fevereiro de 2010 ficará marcado. Senão na história, pelo menos no campo estatístico.

Dificilmente veremos tal fato se repetir tão cedo. Sem dúvida, o dia de hoje merece registro. E talvez o blog seja mesmo o local mais adequado para homenagear algo que certamente passará batido.

Fotos: TênisBrasil

O futuro estava escrito

Tiago Fernandes, campeão do Aberto da Austrália, na categoria juvenilDe promessa a realidade.

O título no Grand Slam da Austrália na categoria juvenil elevou o alagoano Tiago Fernandes ao posto de maior esperança do tênis brasileiro, que viu um cometa chamado Gustavo Kuerten passar nas quadras e depois desapareceu.

O tenista de 17 anos (que fez aniversário na véspera da decisão) chega para ratificar as indicações dos técnicos. O jovem treinado por Larri Passos (o mesmo de Guga) já havia sido citado pelo Diario em setembro de 2009 como uma surpresa.

Durante o último Chesf Open do Recife, o repórter Lucas Fitipaldi, do Diario, produziu uma reportagem sobre o futuro do tênis brasileiro (veja AQUI).

Na época, o técnico Duda Matos (o único treinador profissional presente na competição) indicou Tiago Fernandes como ponto alto da safra nacional.

Com a conquista do título juvenil do Aberto da Austrália, Tiago Fernandes entrou no seleto grupo de brasileiros que já faturaram troféus em um Grand Slam. Antes dele, apenas três atletas do país tinham conseguido o feito. Confira

1) Maria Esther Bueno (18) – Wimbledon (simples – 59, 60, 64 – e duplas – 58, 60, 63, 65 e 66) , US Open (simples – 59, 63, 64, 66 – e duplas – 60, 62, 66 e 68), Aberto da Austrália (duplas – 60) e Roland Garros (duplas – 60)
2) Gustavo Kuerten (4) – Roland Garros (simples – 97, 00 e 01 – e duplas juvenil – 94)
3) Thomaz Koch (1) – Roland Garros (duplas mistas – 75)

Top 10 Sports Moments

TIME

O site da norte-americana TIME Magazine elaborou uma lista com os 10 melhores momentos do esporte em 2009. Abaixo, os três primeiros lugares da lista. O segundo surpreende qualquer país tropical. Confira a lista completa AQUI.

1º) Final de Wimbledon. A decisão do Grand Slam disputado na grama teve nada menos que 70 games, num jogaço entre o suíço Roger Federer e o americano Andy Roddick. Com a vitória por 3 sets a 2, numa disputa de 16-14 no set final, Federer conquistou o seu 15º Grand Slam, se tornando o maior de todos os tempos. Foi a final com mais games na história centenária de Wimbledon. Trecho do texto da Time:

“Quando o resultado de um 5º set se assemelha com o placar de um jogo de futebol, você sabe que presenciou um clássico numa partida de tênis em Wimbledon”. Naturalmente, o “futebol” do texto é o americano, onde o placar realmente terminar em algo como 16-14, 22-15, 18-10 etc. Abaixo o vídeo da história final.

2º) Aberto de Golf da Inglaterra. Tom Watson, de 59 anos, quase se tornou o campeão mais velho de um torneio deste porte. Teria sido o seu 6º título, 32 anos de sua primeira conquista. Mas na reta final, ele acabou perdendo o Aberto para Stweart Cink. Enquanto todos os jornalistas pensavam que ele ficaria ‘deprimido’ com o resultado, ele soltou a pérola: “Querem um título (pra matéria) bom? ‘O velhote quase conseguiu'”. Veja mais AQUI.

3º) Usain Bolt. O jamaicano, que já havia feito estrago na Olimpíada de Beijing, surpreendeu o planeta mais uma vez, ao quebrar novamente o recorde mundial nos 100 meotrs rasos, no Mundial de Berlim, com a marca de 9s58, tirando 0s11 do recorde anterior. A maior diferença desde a implantação do relógio eletrônico em 1968. Um raio! E olhe que nos 200m, ele fez 19s19 e também quebrou o recorde. Veja mais AQUI.

Complicado, porém justo

TênisVocê já procurou entender o ranking mundial de tênis? Pontuações diferentes, bonificação, apenas os melhores resultados da temporada, Top-100, Top-10… Não é a coisa mais simples de se explicar.

O ranking masculono foi criado em 1972 pela Association of Tennis Professionals (ATP). No seguinte, a Women’s Tennis Association (WTA) criou o ranking profissional feminino.

A ATP divide os inúmeros torneios de tênis em “castas”, sendo a primeira a mais conhecida de todas: Grand Slam, com os Abertos da Austrália e dos EUA, além de Roland Garros (França) e Wimbledon (Inglaterra). Depois, uma série de categorias e subcategorias (quadro abaixo). Ao todo, 14 divisões!

1) Grand Slam – 4 torneios por ano
2) Masters 1000 (ex-Masters Series) – 9 torneios
3) ATP 500 Series (série ouro internacional) – 9 torneios
4) ATP 250 Series (série internacional) – 44 torneio
5) Challenger – 146 torneios
6) Future – 356 torneios 😯

Chesf Open Internacional, que está sendo realizado nas quadras do Squash Tennis Center, no Recife, está na última categoria do Future (14ª divisão). A premiação é de US$ 10 mil dólares, enquanto o máximo nesta categoria é de US$ 15 mil.

Voltando ao ranking… A pontuação nos torneios varia de fase. E o número de fases, por sinal, varia. No Grand Slam, a chave principal (sem contar o qualifying) tem 128 tenisas, e mesmo quem sair nesta fase ganha 10 pontos. Já no Future, com 32 atletas, quem for eliminado na primeira rodada não ganha nada.

No ranking de entradas, como é mais conhecida a lista da ATP, o tenista pode acumular os seus 18 melhores resultados no período de um ano (o ranking é atualizado semanalmente). No fim da temporada, quando ele participa de uma competição que foi campeão no ano anterior, é comum ouvir que o jogador irá “defender” os pontos.

O brasileiro Gustavo Kuerten foi o primeiro sul-americano a “vencer” um ano, ao finalizar a temporada de 2000 em 1º lugar, com 839 pontos. 😎

Já o suíço Roger Federer ganhou 4 das últimas 5 temporadas. E já lidera em 2009

Quadro de torneios da ATP

É a mãe!

Kim Clijsters, campeã do US Open 2009

Por Tatiana Nascimento*

O argentino Juan Martin Del Potro pode ter estragado os planos do “papai” Roger Federer de se tornar o primeiro tenista a ganhar seis títulos seguidos de um mesmo Grand Slam na era aberta (veja AQUI). Mas na chave feminina do US Open, a belga Kim Clijsters faturou com justiça o troféu na noite do último domingo. O mais impressionante: até três torneios atrás, ela estava aposentada. Durante mais de dois anos Clijsters não disputou um jogo oficial sequer.

Em maio de 2007, a belga anunciou a aposentadoria do tênis “de maneira imediata”. Ela tinha apenas 23 anos. Não aguentava mais lutar contra as contusões. Nesse meio tempo, Clijsters se casou com o jogador de basquete americano Brian Lynch e teve a pequena Jada, uma coisa fofa de 1 ano e meio que acompanhou a vitória da mamãe da arquibancada do estádio Arthur Ashe.

Agora, aos 26 anos, Kim Clijsters tornou-se bicampeã do US Open graças a um convite da organização do torneio (como ela só tinha jogado dois torneios, não tinha ranking. Isso só acontece a partir do terceiro). Foi a primeira vez que uma convidada faturou o título em Flushing Meadows. Com a vitória sobre a dinamarquesa Caroline Wozniacki, Clijsters passou de tenista sem ranking a 19ª colocada no ranking feminino.

Ela também foi a primeira mãe a vencer um Grand Slam desde a australiana Evonne Goolagong (Wimbledon-1980). Na campanha do título, a belga passou pelas irmãs Williams. Primeiro, bateu Venus, a mais velha. Na semi, ganhou de Serena, a mais nova.

Kim Clijsters foi campeã do US Open pela primeira vez em 2005, batendo a francesa Mary Pierce. Antes de levantar esse primeiro troféu, ela já tinha disputado outras quatro finais de Grand Slam. Perdeu a decisão de Roland Garros em 2001 para a americana Jennifer Capriati. Em Roland Garros e no US Open de 2003 e no Australian Open de 2004, a carrasca foi a compatriota Justine Henin.

Agora, Clijsters é campeã de um Grand Slam tendo jogado, depois de recomeçar do zero, apenas 14 partidas (quatro em Cincinnati, três em Toronto e as sete de Nova York). O site do jornal mais vendido da Bélgica, Laatste Nieuws, colocou em sua manchete: “Mamãe Kim Clijsters faz história”. Faz mesmo.

*Tatiana Nascimento é repórter de Economia do DP e blogueira