Confiante, Gomes partiu para a cobrança.
Apinhado, o Arruda aguardava o lance quase em silêncio.
O zagueiro encheu o pé. Chute seco, estufando as redes… Um gol para sempre.
O Santa Cruz era tri-supercampeão pernambucano. Um feito há exatamente três décadas, em 18 de dezembro de 1983.
Naquela tarde noite os corais conquistaram a maior taça de sua quase centenária história. Um título diante dos rivais alvirrubros, no jogo extra, mas também passando pelos rubro-negros, no triangular.
A campanha foi longa, com técnica e, sobretudo, raça da trupe de Ricardo Rocha, Zé do Carmo e Henágio, todos eles comandados por Carlos Alberto Silva.
Em três turnos – cada um vencido por um dos grandes clubes, provocando o supercampeonato final -, o Tricolor entrou em campo em 47 oportunidades, com 29 vitórias, 13 empates e apenas 5 derrotas.
Dono de uma defesa sólida, com apenas 22 gols sofridos, e um ataque arrasador, com 100 tentos marcados.
A presença coral no triangular veio somente no terceiro turno, em uma decisão contra o Sport. Campo neutro, em Caruaru. Vitória por 1 x 0.
A partir daí, mais três clássicos até a faixa de campeão.
Na finalíssima, o Clássico das Emoções atraiu nada menos que 76.636 pagantes, em um dos maiores públicos da história do Mundão.
Empate em 1 x 1 e triunfo nas penalidades por 6 x 5.
Completava-se o ciclo com 1957, 1976 e 1983.
Ainda hoje o tri-super é uma exclusividade nas bandas da Avenida Beberibe…