Estou indo agora para o plantão da editoria de Esportes, para trabalhar na cobertura do clássico neste domingo. Abaixo, o resultado final da enequete sobre o Clássico dos Clássicos. Apesar da leve vantagem para o Sport (50% x 45%), é fácil perceber que o equilíbrio foi grande.
11h – Praia, piscina? Feijoada na casa do tio? Tanto faz.
14h30 – A primeira “lembrança” de que haverá clássico.
15h – Contato com os amigos, para articular a ida ao jogo. Camisa do clube separada, ingresso na mão (melhor comprar antes, para não correr risco), chave do carro (ou passe-fácil), etc.
16h/17h – Um dia todos os caminhos levaram até Roma. Nesta tarde, no Recife, os caminhos levarão até a Ilha do Retiro. Ou então para os bares da cidade, com telas de LCD de 40 polegadas. Ou quem sabe ainda para a casa de parentes e vizinhos. Aqueles que compraram o velho pacote do pay-per-view…
16h50/16h55 – Saberemos, finalmente, as escalações de Sport e Náutico. César ou Wilson? Willian jogará no meio-campo ou no ataque? Uma certeza: 11 x 11, devidamente escalados e numerados.
17h10 – Salvo alguma exceção, o árbitro mineiro Alício Pena Júnior irá autorizar o início do jogão.
17h55 – Final do primeiro tempo. Festa de um lado. Silêncio do outro. Qual lado festeja? Não importa. As gozações da semana já estão 50% garantidas.
19h – Seguindo a mesma regra da exceção, o jogo acaba. Para evitar confusão, a PM irá liberar primeiro a torcida derrotada.
19h15 – Buzinaço na cidade. Fôlego na classificação. A vitória que importa.
Pois é. O Recife, felizmente, não foi contemplado com essa mudança de rotina nos próximos meses.
(PS. Mas se o clássico for empate? Se isso acontecer, que pelo menos seja animado)
A Federação Paulista de Futebol divulgou a relação completa com os 88 clubes que disputarão a 40ª Copa São Paulo de Futebol Júnior, que será realizada em janeiro de 2009. Os dois representantes pernambucanos na copinha serão os mesmos deste ano. Ambos do interior.
Porto e Ypiranga – que decidiram o Estadual de 2008 da categoria, vencido pelo time de Caruaru – levarão mais uma vez as cores do estado para os estádios paulistas. Serão 22 cidades subsedes espalhadas em toda a região, fazendo valer o nome da Copa São Paulo.
Em 2008, o Figueirense surpreendeu e ficou com o título. Os pernambucanos, no entanto, ficaram na primeira fase. Experiente – e com uma boa base para a formação de atletas -, o Porto irá para a sua 5ª participação, enquanto o representante de Santa Cruz do Capibaribe irá para a sua 2ª. Tomara que seja melhor que a primeira, na qual passou um vexame histórico. Em 12 de janeiro, na estréia do time, a Máquina de Costura levou uma lapada de 12 x 1 do Grêmio. Somente o atacante Rafael Martins (foto abaixo) marcou 7 gols.
Pernambuco, que sempre foi um celeiro de grandes jogadores, nunca teve uma participação de destaque na Copa SP. Na última década, os melhores resultados foram alcançados em 1992 e 1997, quando Santa Cruz e Sport, respectivamente, foram eliminados nas quartas-de-final.
Como ainda não será dessa vez que Sport, Náutico e Santa estarão lá, os times do Recife vão deixando passar mais uma oportunidade de colocar seus jogadores nessa vitrine de ouro (por mais que atualmente a disputa seja utilizada por empresários com clubes de aluguel).
Ao todo, foram 18 participações de Pernambuco desde 2001. Porém, em apenas 3 um time local conseguiu avançar de fase – mas mesmo assim caiu logo na etapa seguinte (oitavas-de-final). Um fiasco! Veja abaixo as campanhas pífias dos times do estado nos últimos anos.
Participações pernambucanas no século XXI
2001 – Santa Cruz (8as-de-final), Sport e Náutico (ambos na 1ª fase)
2002 – Santa Cruz (1ª fase)
2003 – Santa Cruz (8as-de-final) e Náutico (1ª fase)
2004 – Náutico, Santa Cruz (ambos na 1ª fase)
2005 – Santa Cruz, Sport e Porto (todos na 1ª fase)
2006 – Porto e Santa Cruz (ambos na 1ª fase)
2007 – Porto (8as-de-final)
2008 – Porto e Ypiranga (ambos na 1ª fase)
2009 – Porto e Ypiranga
Faltam exatamente 24 horas para começar o Clássico dos Clássicos, o último em Pernambuco neste ano.
Para os torcedores de Sport e Náutico parecem, na verdade, que ainda restam 50, 60 horas para o início da partida…
“Vair chegar segunda-feira mas o relógio não marca 17h10 do domingo”, exageram alguns.
A Ilha do Retiro estará lotada, com certeza. Os rubro-negros serão maioria, exercendo o direito do Sport, o mandante, que terá 90% dos bilhetes disponíveis.
Os alvirrubros, por sua vez, deverão esgotar os 3.200 ingressos cedidos ao clube. Barulho garantido do lado vermelho e branco também.
Na sexta-feira, enquanto os leoninos se acotovelavam na Ilha na para a troca dos 15 mil bilhetes promocionais do Todos com a Nota, torcedores do Náutico (foto ao lado) alugaram um ônibus para ir até o centro de treinamento do clube, no bairro da Macaxeira.
Demonstração de apoio, confiança e paixão. Dos dois lados, é claro. Será um jogaço.
Caso você tenha lido rápido, agora faltam 23 horas e 59 minutos para o apito inicial.
Inaugurado em 1984, o Museu do Barcelona recebe anualmente cerca de 1,2 milhão de visitantes. Para os não sócios, o ingresso para conhecer a rica história do clube catalão custa o equivalente a R$ 36 (para adultos), com direito ao “Camp Nou Tour”, no estádio.
Somente com a visitação, o Barça arrecada mais de R$ 30 milhões. Sem contar que no final do passeio, devidamente acompanhado de um guia, o turista ainda encontra a loja oficial do clube. Ou seja, depois de viajar no tempo, você ainda é levado a gastar algo mais… E acaba gastando mesmo.
Na área de 3.500 metros quadrados estão expostos troféus – de competições locais até as taças das Ligas dos Campeões da Uefa de 1992 e 2006 -, fotos dos grandes esquadrões (e foram muitos, repletos de brasileiros), uniformes de todas as épocas da centenária agremiação, além de um arquivo audio/visual. E no centro disso tudo, uma maquete do Camp Nou. Para quem gosta de futebol, e história, deve ser realmente fantástico.
Mas nem é preciso ir tão longe para conferir um memorial tão espetacular. Em Buenos Aires, o Museu Boquense, do campeoníssimo Boca Juniors, atrai 500 mil pessoas por ano. O destaque é a sala com o áudio da torcida. Um show à parte. Apesar de ser uma excelente fonte de renda, os clubes brasileiros ainda engatinham nesse segmento.
Um dos mais modernos é o Memorial das Conquistas, do Santos, que tem uma área de 380 metros quadrados, e tem na geração de Pelé o seu ponto forte. A entrada custa R$ 7, e segue o modelo do Barcelona e do Boca, com passeio monitorado e visita ao campo da Vila Belmiro. Inaugurado em 17 de novembro de 2003, o local sai da mesmice das salas de troféus. Provavelmente por isso, é o museu de um clube de futebol mais visitado no Brasil. Em 2007 foram 100 mil pessoas.
No país, São Paulo, Corinthians e Grêmio também têm museus sofisticados. No do Tricolor Paulista, por exemplo, ainda existem exposições, como os “85 anos de Leônidas da Silva” e “Um traço tricolor”. No Gaúcho, uma atração é a visita virtual dentro do próprio museu, que foi inaugurado em 2004, durante as festividades dos 50 anos do Olímpico.
Além dos troféus do Mundial de 83 e das Libertadores de 83 e 95, uma das peças mais procuradas é a da Série B de 2005, quando o Grêmio venceu a “Batalha dos Aflitos“. O memorial gremista é o 2º em número de visitas no país. Na última temporada foram 85 mil.
Pernambuco – No estado, a situação está ainda mais longe. O único projeto em andamento é o do Sport, que pretende inaugurar o seu memorial até o final de 2009. Ele ficará ao lado da loja Espaço Sport. Troféus, padrões e imagens históricas, e até mesmo arquivos de vídeos, ficarão à disposição da torcida. Já foram catalogados mais 1.700 objetos do clube.
Três dos troféus mais importantes da história rubro-negra já têm o seu lugar garantido: a taça Leão do Norte, conquistada em 1919 após uma vitória por 3 x 2 sobre o combinado Remo-Paysandu (que deu origem ao mascote), e os troféus do Brasileiro de 1987 e da Copa do Brasil de 2008.
O Náutico, por sua vez, até reformou a sua sala de troféus neste ano. Porém, a visitação é restrita aos sócios. Já a sala do Santa Cruz não vem sendo aberta ultimamente. Dinheiro jogado fora.
Com uma grande geração nos 60, o Náutico foi primeiro time pernambucano tetracampeão estadual, de 1963 até 1966. Depois, também foi o primeiro penta, em 67. No ano seguinte, alcançou a seqüência máxima, com seis títulos seguidos na categoria profissional. Um feito ainda não igualado em Pernambuco.
Mas isso não é o que parece, ao observar o anel superior do estádio do Arruda.
Lá em cima da arquibancada, após o último degrau, a mensagem é bem clara: “1º hexacampeão pernambucano 59, 60, 61, 62, 63, 64”
Mas no final da glória coral, porém, vem a explicação: juvenil
De fato, em nenhuma outra categoria do futebol do estado um clube havia sido hexacampeão antes de 1964.
O experiente tricolor Sylvio Belém ainda exercia a função de diretor de futebol do Santa Cruz, neste ano, quando perguntei a ele se a mensagem pintada era uma provocação aos alvirrubros. Calmo como sempre, Sylvio respondeu de forma curiosa.
“Provocação? Nada disso… Jamais faríamos isso aqui no Arruda. Mas que o Santa foi o primeiro hexa, foi…”
Piadinha típica da enorme rivalidade que move o futebol pernambucano. Depois que os tratores começaram a retirar o gramado do Arruda nesta quinta-feira (na verdade, uma camada de 40 centímetros do solo), deixando uma enorme faixa de barro puro, alguns tricolores aproveitaram a situação para alfinetar os rubro-negros.
“Pronto. Finalmente o campo do Arruda ficou tão ruim quanto o da Ilha do Retiro”.
Em 1910, o futebol já não era praticado somente pelos componentes da elite recifense. É verdade que os principais jogos envolviam apenas os sócios do Náutico e do Sport, além dos funcionários, geralmente ingleses, da Great Western e da Western Telegraph. Esse clubes se enfrentaram algumas vezes também, assim como times formados por marujos de navios ingleses ancorados no Porto do Recife.
Nos subúrbios, porém, o futebol começava a ganhar impulso. Os jornais registravam, com freqüência, a fundação de novos clubes. Entre eles:
Caxangá Foot-ball Club, Club Athletico de Pernambuco, Olinda Foot-ball Club, Brazilian Foot-ball Club, Recreio Sportivo Pernambucano, Principe Foot-ball Club, Clube Sportivo Almirante Barroso, Centro Sportivo do Peres e Minas Geraes Foot-bal Club.
No ano de 1912, as atividades futebolísticas do Sport, do Náutico e dos clubes de ingleses foram resumidas. Um jogo entre Náutico e Sport marcado para o dia 13 de maio, data do oitavo aniversário do Sport, não foi realizado. No dia 26 de maio foi realizado um jogo entre o “Mundo” (time de estrangeiros) e um combinado Sport/Náutico, com público diminuto. De uma maneira geral, contudo, o interesse pelo futebol era crescente.
Diversos estados brasileiros já realizavam seus campeonatos. Pernambuco deveria, também, organizar o seu certame. Assim, em fevereiro de 1912, sob a presidência do então conhecido “foot-baller” Eugênio Silva, foi criada a Liga Pernambucana de Foot-ball, formada pelos clubes: Internacional F. C., Mina Geraes F. C., Riachuelo F. C., Brazil F. C. e Peres F. C.
Foi organizado um campeonato, do qual algumas partidas foram disputadas. Depois toda a diretoria da Liga renunciou e suas atividades foram encerradas (o campeonato não foi oficializado depois).
*Carlos Celso Cordeiro é escritor e pesquisador do futebol pernambucano
O setor ofensivo do Brasil passou em branco nos últimos 3 jogos em casa. Três empates por 0 x 0. Fora de casa, a Seleção goleou o Chile (3 x 0) e a Venezuela (4 x 0). Um desempenho bem curioso. Apesar das críticas ao ataque do time quando joga no país, o sistema defensivo vem recebendo elogios.
E com justiça. Após o jogo o empate com a Colômbia, no Maracanã, o goleiro Júlio César, de 29 anos, quebrou o recorde brasileiro de invencibilidade em Eliminatórias para a Copa do Mundo, que pertencia a Taffarel, em 1993, durante a seletiva para o Mundial dos EUA.
Júlio César está há 492 minutos sem levar um golzinho sequer. O último foi marcado por Cabañas (olha ele de novo…), aos 4 minutos do segundo tempo na derrota por 2 x 0 para o Paraguai, em 15 de junho. Depois foram mais 5 jogos invicto.
Com os zagueiros Juan e Lúcio fazendo a proteção com absoluta segurança, como reconhece o camisa 1. “Fico feliz, não só por mim, mas por todo o sistema defensivo”.
Bem que o ataque do Brasil poderia estar fazendo a sua parte também…
No comando da azeitada seleção paraguaia está o técnico Gerardo Martino.
Que é argentino, diga-se. Nascido na cidade de Rosário, em 20 de novembro de 1962. Ele assumiu o comando do time em fevereiro de 2007.
No lugar do uruguaio Aníbal Ruiz. Globalizado esse futebol do Paraguai, hein…
Mas essa aposta da Asociación Paraguaya de Fútbol vem dando resultado.
A base da carreira de Martino – conhecido como “Tata” – foi dentro do próprio futebol paraguaio, onde comandou os tradicionais Cerro Porteño e Libertad. Ganhou os títulos nacionais de 2002, 2003, 2004 e 2006. Sem dúvida, o treinador chegou respaldado por um ótimo desempenho local.
Como jogador, atuou como meio-campista entre 1980 e 1996. O seu melhor momento foi no Newell’s Old Boys, onde foi campeão argentino em 1988 e 1992 (Clausura). Pela Seleção, atuou 2 vezes, ambas em 1991.
Guarde este nome: Gerardo Martino. Poderá dar bastante trabalho ao Brasil ainda.
Você pode ver mais informações sobre a Seleção do Paraguai clicando AQUI.