O dia em que o Haiti venceu o Brasil

Amistoso-2004: Haiti 0 x 6 Brasil

O dia em que uma derrota por 6 x 0 foi comemorada como um título. Isso aconteceu em 2004, quando a Seleção Brasileira disputou um amistoso beneficente contra o Haiti, na capital Porto Príncipe.

Em 18 de agosto, o pobre país do Caribe parou para ver o time campeão do mundo.

Time titular do Brasil naquele jogo: Júlio César; Belleti, Juan, Roque Júnior e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Juninho Pernambucano, Edu e Roger; Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo. Técnico: Carlos Alberto Parreira

A cada gol do Brasil, sorrisos na arquibancada do estádio Sylvio Cator, superlotado. Festa total. Um jogo que parecida fadado a nunca acontecer, ainda mais em um amistoso, com as suas cotas milionárias. Mas aconteceu. E a causa foi a mesma que move o mundo em direção ao Caribe neste momento.

Aquele 18 de agosto de 2004 ficou marcado na memória dos haitianos como um dia de paz. Tudo o que o Haiti busca há séculos…

Abaixo, um vídeo com a emocionante passagem da Seleção no país.

Desafio às avessas

Pernambucano-2009: Santa Cruz 2 x 1 Central

Os desafios de Fernando Bezerra Coelho.

Em 2009, o presidente do Santa Cruz fez inúmeros desafios à torcida coral.

O primeiro foi o maior de todos. Para reabrir o Arruda (que havia passado por ampla reforma), o mandatário queria 60 mil pessoas no estádio, diante do Central, em 18 de janeiro, pelo Estadual. Foi atendido em 50%.

O público oficial daquele jogo foi de 30.086 torcedores. Visualmente, até parecia mais… Não importa se não chegou a “60 mil”, pois metade disso numa partida do Pernambucano, contra um time intermediário, já é muita coisa.

Na Série D, FBC reapareceu com a “proposta”. Convocou o povão para colocar mais de 40 mil pessoas no Arruda. Algo espetacular numa 4ª divisão nacional.

Novamente, êxito. Em 11 de julho, nada menos que 45.007 pessoas!

Curiosamente, outro jogo entre Santa e Central. Um empate por 2 x 2.

Para este domingo, o dirigente quer ver mais uma vez o Arruda com 40 mil pessoas.

O jogo? Santa Cruz x Central, é claro. 😯

Certamente, o público no Mundão será enorme… Mesmo que Fernando Bezerra Coelho não tivesse lançado o 3º desafio. Fazendo isso sempre, acaba parecendo um discurso demagógico. Ou de alguém que simplesmente não conhece a torcida tricolor. Os corais vão continuar enchendo o estádio, presidente…

Está na hora da torcida fazer um desafio ao dirigente: tire o Santa da Série D, FBC.

Foto: Ricardo Fernandes/DP

Volta Nordestão! Em 2011…

Placar de 2001 sobre o NordestãoUm campeonato com 16 times.

Com semifinal e final, em jogos de ida e volta.

Total: 19 datas.

A ideia proposta pela Liga dos Clubes de Futebol do Nordeste é excelente. Mas emperra em algo lógico em 2010: a falta de datas.

Caso seja confirmado o acordo com a CBF (que ficaria livre de pagar uma indenização de R$ 15,2 milhões), o regional voltaria ainda nesta temporada (leia a matéria do DP AQUI).

Seriam utilizadas as 10 datas da Copa Sul-Americana (entre 11 de agosto e 8 de dezembro) e outras 9 a partir de maio, entrando até no período da Copa do Mundo.

Sou 100% a favor do Nordestão (fiz até um post em dezembro), mas atropelar um calendário só para emplacar a competição não parece a melhor saída. Se o acordo judicial sair (garantindo 3 edições), a LCFN poderia esperar até 2011. Sem Copa do Mundo, com tempo para captar patrocinadores, acordos vantajosos com a TV…

Tudo bem que a empresa TopSports já está no páreo para encontrar esses investidores. É provável que encontre, mas a toque de caixa.

Além disso, o Vitória está inscrito na Copa Sul-Americana, pois acabou em 13º lugar na última Série A do Brasileiro. 😯

Uma sugestão: Por que não realizar um torneio enxuto neste ano? Ou nos moldes de 1997, com mata-mata durante toda a competição (8 datas), ou como em 2000, com 4 grupos de 4 times e mata-mata a partir das quartas de final (12 datas).

Abaixo, alguns números das edições de 2001 (capa da revista Placar) e 2002, as mais bem sucedidas, e com o formato proposto pela liga para uma reedição. Veja mais sobre todas as edições do Nordestão, entre 1994 e 2003, AQUI.

Média de público
2001 – 8 mil (Série A: 11.401)
2002 – 11 mil (Série A: 12.866)

Faturamento
2001 – R$ 11 milhões
2002 – R$ 15 milhões

Cota de TV (média) por clube
2001 – R$ 600 mil
2002 – R$ 750 mil

Kukê, Kukê, Kukê!

Kuki

Kuki.

Nada menos que 389 jogos pelo Náutico.

Em quase 109 anos, ninguém vestiu mais a camisa alvirrubra do que ele.

Uma honra que já valeria um busto no clube. No mínimo.

Mas o “menino” foi além.

Gols? Foram “apenas” 179. O 4º maior artilheiro do clube. Na frente dele, só mitos de Rosa e Silva, como Bita, Fernando Carvalheira e Baiano.

E olhe que o atacante até hoje briga por outros 5 tentos pelo time B, na Copa Pernambuco de 2003.

Esses números já o transformam em um mito. No primeiro deste século.

Literalmente, pois a sua história começou a ser escrita nos Aflitos em 2001, quando chegou já com 29 anos. Uma aposta digna de mega-sena. Vitória digna de prêmio acumulado.

Mas s história de Kuki parece ter tido o seu último capítulo nesta semana.

Jogador e diretoria não chegaram a um acordo.

Sempre achei que um clube é feito, sobretudo, de ídolos.

Kuki foi um dos gigantes da história do Náutico. Chegou numa fase sombria do Timbu e foi 3 vezes campeão pernambucano e 3 vezes artilheiro do Estadual.

Ele está na história do futebol pernambucano. Por cima.

A idade chegou, é verdade. Aos 38 anos, Kuki não rende mais como antes no ataque timbu. Mas a sua saída precisa ser digna de sua história nos Aflitos, e não decidida numa desavença em um escritório.

A torcida merece gritar “Kukê, Kukê, Kukê!” pela última vez.

E Kuki merece ouvir isso pela última vez.