Nunca um G4 foi tão criticado

Série B 2011: Sport 1x1 Duque de Caxias. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Na Ilha do Retiro não caiu uma gota d’água na noite desta terça-feira. Mas choveu demais. Um verdadeiro toró. De críticas…

Todas sobre o técnico Hélio dos Anjos e seu esquema intensamente reservado, precavido, pouco ousado e irritante para boa parte da torcida. Tanto fora de casa quanto em casa, o Sport vem entrando mais preocupado em não sofrer gols.

Os ataques, em contragolpes, não funcionam pela falta de atacantes na área adversária e, sobretudo, pela pontaria. Pela falta dela, naturalmente.

Contra o lanterna Duque de Caxias, o Leão tinha a chance de voltar à liderança isolada em caso de vitória. Esteve à frente do placar durante boa parte do jogo, é verdade.

Após várias chances desperdiçadas, finalmente o 1 x 0 através de Willians. Nas duas partidas anteriores no Recife isso bastou, diante do falso domínio.

Mas uma hora a defesa cairia em casa. Chegou o dia, digo a noite. Somália empatou no segundo tempo e a Ilha ficou enfurecida, com vaias ainda com a bola rolando.

De Marcelinho Paraíba e Carlinhos Bala a Danielzinho e Paulista, todos eles ineficientes.

Aos 48 minutos da etapa final, na chance derradeira, Bala deu um chute que acertou a arquibancada… Foi a senha para um coro bem organizado com 15 mil vozes e difícil de suportar, mesmo para um treinador experiente.

Um medíocre empate em 1 x 1 que, ainda assim, manteve o Sport no G4 da Série B. Em todas as rodadas até aqui, como Hélio havia prometido. Incrível, não?

Série B 2011: Sport 1x1 Duque de Caxias. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Dever de casa fora de casa

Série B 2011: Salgueiro 0x2 Náutico. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Não havia como repetir o erro apenas três dias depois. Abrir uma vantagem por 2 x 0 e não conquistar a vitória? Isso tiraria qualquer alvirrubro do sério. Mas não dessa vez!

Mesmo jogando na região metropolitana contra um clube sertanejo, o Náutico se viu na condição de visitante com torcida completamente adversa, pró-Salgueiro.

O primeiro duelo pernambucano na Série B, nesta terça, teve cara de clássico no Ademir Cunha, com 9.714 pessoas, discussão em campo, alguns bons lances, expulsões etc.

Mas foi um “clássico” até no pior sentido nesta noite, infelizmente. Registro de chuva de pedras entre as torcidas… Mais um mau exemplo copiado.

No jogo, o Timbu se mandou para o ataque no 2º tempo e conseguiu construir um resultado para colocá-lo novamente próximo ao G4. Mesmo com um futebol irregular…

Kieza, que já havia balançado as redes na última rodada, acertou um chute cruzado e abriu o marcador. Logo depois, Eduardo Ramos ampliou de pênalti, no cantinho.

Vitória por 2 x 0 para apagar o tropeço nos Aflitos.

Dessa vez, os comandados de Waldemar Lemos aprenderam a lição…

Ao Salgueiro, a segunda derrota seguida, com o choque de realidade em uma dura competição como esta Série B do Brasileiro.

Série B 2011: Salgueiro 0x2 Náutico. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Advogado tributário pós-Fifa e pós-PE2011

Direito tributárioSão Paulo – Numa rápida conversa que não durou um minuto, ouvi esta declaração:

“Ainda bem que não teve polêmica na final.”

Frase do árbitro Sálvio Spínola, num inusitado encontro no Instituto Internacional de Ciências Sociais, no bairro de Bela Vista, na capital paulista.

O árbitro da Fifa, que comandou a decisão do último Estadual – além da segunda semifinal no Clássico dos Clássicos -, também estava no prédio para aprender.

No meu caso, jornalismo em mídias móveis. No caso de Spínola, uma especialização em Direito Tributário.

Sim, o juiz (de futebol) de 41 anos é formado em Economia e Direito.

De óculos, terno e gravata, ele se mostrou aliviado pelo desfecho do Pernambucano sem lances capitais mal marcados…

Não houve tempo sequer para uma foto no celular. Ele estava correndo.

“Estou atrasado demais. Tenho que ir.”

O pior é que ele estava atrasado mesmo, 15 minutos.

Sálvio projeta ganhar mais dinheiro na futura função que na arbitragem, cuja carreira acabará dentro de 4 anos, com o limite da Fifa. Mas, por enquanto, ele vem bem.

Apenas pelos dois jogos no Pernambucano, com a taxa da FPF, ele ganhou R$ 6 mil, sendo R$ 2.500 por jogo e mais 20% por ter o emblema da Fifa.

Logotipo do Recife para 2014

Logotipo oficial do Recife para a Copa do Mundo de 2014

Divulgado o emblema oficial do estado para a Copa do Mundo de 2014.

Apesar da Arena Pernambuco estar localizada em São Lourenço da Mata, a 19 quilômetros do Marco Zero, um acordo envolvendo o governo local e  comitês da CBF e da Fifa efetivou o nome “Recife” no emblema. Medida visando o turismo, é claro.

Logotipo oficial do Recife para a Copa do Mundo de 2014. Crédito: governo de PernambucoO blog já havia “antecipado” esse logotipo em 7 de outubro do ano passado, com o post Submarcas de 2014, quando foi divulgado a marca de Salvador.

Ali, a apuração foi via dedução e photoshop…

Ao lado, a versão original da Fifa, revelada pelo governo do estado nesta terça-feira.

As duas marcas – cartaz, criado pela agência RGA, e o emblema padrão – vão ganhar toda a região metropolitana a partir de agora, entrando no clima do Mundial…

Valorizado pelo caráter

Dutra é apresentado no Santa Cruz em 2011. Foto: Santa Cruz/divulgação

Aos 37 anos, ele se recusou a parar. Era ídolo no clube com as cores rubro-negras, onde viveu muito mais alegrias que decepções desde a primeira passagem, em 2000.

Exatamente por isso, e pelo respeito durante toda a sua passagem no Sport, com 249 jogos, a saída de Dutra foi sentida pela torcida, que não concordou com a dispensa oficializada pela diretoria.

Veterano, mas consciente de que ainda pode desempenhar um bom papel no futebol, o lateral-esquerdo passou a procurar um novo clube.

Desde o começo, no entanto, algum rival no Recife parecia o destino. Desde o primeiro dia… Casado e com filhos já matriculados na cidade, crescendo com o sotaque pernambucano, Dutra optou pela prudência.

Eis que nesta terça-feira o Santa Cruz anunciou a sua contratação para a Série D. A cor branca foi somada à camisa do jogador, 11 anos depois.

Ele vai disputar a posição com Renatinho, quase a metade de sua idade.

A experiência começou já na apresentação, ao estipular uma possível parceria com a revelação coral no time que tentará tirar o Tricolor do abismo nacional.

Boa sorte ao Dutra. Bom caráter no futebol precisa ser valorizado. Sempre.

Dutra é apresentado no Sport em 2000. Foto: Diario de Pernambuco

Entre o Aeroporto dos Guararapes e o TIP

Ônibus e avião

Dúvida é antiga no futebol pernambucano…

Já tem algumas décadas.

Treinadores, diretores e até torcedores tendem a valorizar mais os reforços que chegam no Aeroporto Internacional dos Guararapes em relação àqueles que desembarcam no Terminal Integrado de Passageiros?

Mesma idade, porte físico semelhante, futebol parecido. Um é mais rápido, o outro é mais habilidoso. Um prima pelo desarme, outro pelo cabeceio. Um finaliza com força, outro bem colocado, sempre. E por aí vai…

Diferente mesmo, só a conta bancária dos atletas e o investimento do próprio clube. Além, é claro, do valor das passagens e da titularidade.

Isso é apenas uma impressão do blogueiro ou é mesmo um vício do futebol pernambucano? A discussão foi levantada pelo internauta alvirrubro Joaquim Costa, através do Twitter.

De avião ou de ônibus, a esperança é a mesma.

Íntegra de um clássico de 23 minutos pelo Recife

Filme: Dia de clássico

Assista à íntegra do documentário “Dia de clássico”, gravado em Pernambuco durante um confronto entre Sport e Náutico, na Ilha do Retiro.

O vídeo de 23 minutos foi produzido por Rafael Travassos e Paulo Sano, em um trabalho de conclusão da dupla no curso de Rádio e TV na UFPE.

Os diretores exploraram o que acontece no Recife simultaneamente a um grande jogo de futebol na cidade.

A mudança na rotina ocorreu em um Clássico dos Clássicos sob os olhares de quatro fotógrafos, desde a mobilização das torcidas ao vazio das ruas.

Visualmente, “90 minutos” sintetizados em um curta-metragem com as emoções de uma das maiores metrópoles do país, que respira futebol há mais de 100 anos.

É difícil ficar alheio a um clássico. Seja ele qual for…

Dia de Clássico from Rafael Travassos on Vimeo.