Essa palavra se aplica bem ao contexto atual do Carcará, dentro e fora de campo. Após um início animador na Série B, o clube sertanejo só fez despencar na competição.
Começou a preencher a cartilha do rebaixamento. Só neste sábado foram dois episódios, com a demissão de Neco e a dispensa de Rosembrick, atleta mais renomado no elenco.
Na estreia do técnico Maurício Simões, então, mais turbulência… Um jogo maluco, para ser mais exato. Na média, um gol a cada 7 minutos e 30 segundos, num rimo alucinante.
No primeiro tempo foram seis tentos.
O time da casa abria vantagem e logo o visitante indigesto empatava. Bragantino e Salgueiro fizeram o improvável jogão da rodada, num deserto estádio no interior paulista.
Otacílio Neto aos 5, Élvis aos 15.
Lincom aos 29, Piauí aos 35.
Lincom aos 44, Fabrício Ceará aos 44.
No segundo tempo, “apenas” dois gols. Um do Bragantino… e o outro também.
Mudança no script. Bragantino 5 x 3. Obviamente, mais turbulência no Sertão…
Líder da Série B, a Portuguesa chegou com um cartel de respeito no Recife.
7 jogos como visitante, com 4 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota.
O elenco tem qualidade e o padrão de jogo é bem definido. Tocando bem a bola, a equipe busca reduzir a pressão dos mandantes, esfriando a partida, variando o jogo.
Depois, o bote. Foi exatamente o que aconteceu neste sábado, na Ilha do Retiro.
No caso, o Leão, até então invicto em sua jaula. Após a vitória no clássico, os rubro-negros tiveram uma prova de fogo para saber se havia chegado o momento de arrancar.
A torcida compareceu e a equipe treinada por Mazola mostrou o mesmo ímpeto diante do Náutico. No primeiro tempo foram pelo menos quatro ótimas oportunidades.
Por preciosismo, falta de pontaria ou mérito do goleiro, o time pernambucano não conseguiu balançar as redes. Apesar disso, desceu para o vestiário sob aplausos.
Mas, contra a melhor equipe da competição, isso seria venal…
De fato, a atuação não era ruim. Na etapa final, modificado, uma vez que Paulista não vem rendendo, o Sport tentou impor o mesmo ritmo. A mesma tática, o mesmo discurso.
Não conseguiu. Aí, já era o momento da Lusa, como nas rodadas anteriores. A própria torcida parecia saber disso, tensa a cada falta marcada a favor do adversário.
Em uma dessas infrações, logo aos 12 minutos, o meia Marco Antônio acertou uma cobrança no ângulo direito de Magrão. O ídolo falhou no lance…
E o camisa 1 voltaria a falhar aos 24, quando espalmou mal um chute, bem na frente de Henrique, que só teve o trabalho de empurrar para as redes.
A chuvas já tomava conta, a torcida já deixava o estádio. O Sport até lutou, diminuindo o placar com Williams. Mas Edno, em cobrança de pênalti aos 39, fez o terceiro.
Na base do abafa, Maylson marcou mais um. Não evitou a primeira derrota rubro-negra na Ilha: 2 x 3. Assim, o Sport ainda não conseguiu encaixar uma série de vitórias.
Pior, agora o Leão, abatido, sai de sua jaula para duas rodadas na savana…
O mascote da Portuguesa? Curiosamente, também é um leão. Selvagem.
Com o título pernambucano de 2011, o Santa Cruz revitalizou a luta pela renovação de sua torcida. Foi uma conquista de peso, contra rivais que investiram bastante.
A diretoria do clube aproveitou a oportunidade para entregar a faixa de campeão a crianças de até 12 anos, a nova geração de fiéis tricolores, os curumins corais.
O evento simbólico teve o objetivo de fortalecer essa base de um futuro próximo, até então contaminada por sucessivos fiascos no Arruda. Na estreia, 167 crianças.
O presidente coral, Antônio Luiz Neto, chegou a gravar um vídeo para o site oficial sobre a iniciativa realizada neste sábado, com a presença dos jogadores campeões.
Ação simples e eficaz.
Como curiosidade, a presença do lateral-esquerdo Dutra, agora coral, mas que no Estadual defendeu as cores do Sport, justamente o rival vencido na decisão…
Em 2011, o Campeonato Pernambucano da primeira divisão viveu uma das melhores edições de sua história, apesar da polêmica do tapetão e do calendário apertado…
A média de público da competição foi de 8.548 pessoas, a maior do país. Na final, um público de 62 mil torcedores, o maior do ano até aqui.
Paralelamente a isso, a segunda divisão desta mesma temporada vai sendo um fiasco, com a participação de apenas oito clubes na briga por duas vagas na elite de 2012.
Um caminhão de times foi excluído do torneio devido à problemas na inscrição de atletas, regularização de estádios etc. Então, a diretoria da FPF emitiu uma resolução com normais para a inscrição de clubes. Algo que já deveria existir faz tempo…
Entre as medidas, a obrigação de permanecer no município por um período (interessante) e a punição de dois anos caso dispute apenas uma edição do torneio.
Ao todo, o plano de mobilidade urbana no Grande Recife custará R$ 1,5 bilhão.
Dados do governo do estado.
Serão cerca de 100 quilômetros de corredores exclusivos, distribuídos em toda a área metropolitana. No projeto, uma novidade: quatro viadutos transversais sobre a Avenida Agamenon Magalhães, principal corredor da capital (saiba mais aqui).
Tudo isso visa reduzir o fluxo de veículos de uma frota gigantesca, que hoje quase não anda, sufocada. Segundo o Detran, são 978 mil veículos registrados na RMR.
Até o fim do ano, a marca de um milhão de carros será alcançada. E até 2014..?!
Melhor nem pensar…
Melhor dizendo, tem que pensar sim, pois a mobilidade urbanda é uma das principais exigências da Fifa na matriz de responsabilidades para o próximo Mundial de futebol.
Com engarrafamentos nas principais vias até fora dos horários de pico, só torcendo para o estado não fazer um papelão na Copa, no auge de sua publicidade internacional.
Mas, indo além do bilionário torneio, a cidade precisa voltar a respirar. A estrutura atual não comporta mais a circulação de uma massa de 3,7 milhões de habitantes.
No próprio Campeonato Pernambucano, em jogos na capital, ir e voltar de um estádio (Arruda, Aflitos ou Ilha do Retiro) é um desafio, seja em carros particulares ou através do transporte público. Há quem gaste horas apenas com o traslado para o campo.
Esse legado viário é vital para a população. Muito além da Copa do Mundo…
Os ingleses costumam dizer que a segunda divisão do país é a melhor do mundo.
Clubes organizados, ricos e com estádios de primeira… Cara de elite.
De fato, a estrutura é sensacional. Confira no vídeo abaixo os estádios (arenas) dos 24 clubes que vão participar da temporada 2011/2012 da Segundona da Inglaterra.
E haja tradição. A primeira edição foi em 1893! O hoje milionário Manchester City é o maior vencedor, com 7 troféus. Veja a lista de campeões aqui.
Na última temporada, a média de público do torneio por pontos corridos foi de 17.369 pessoas, com direito à transmissão internacional dos jogos pela TV.
Em 2010, a média da Série A do Campeonato Brasileiro foi de 14.800…
A estreia de Mano Menezes foi até animadora, em Nova Jersey, com vitória por 2 x 0 sobre os Estados Unidos, com Neymar e Ganso mostrando um “novo” Brasil.
Depois, apatia. No período, a Seleção disputou quatro jogos contra a nata do futebol.
Três derrotas e um empate.
17/11/2010 – Brasil 0 x 1 Argentina (Doha, Catar)
09/02/2011 – Brasil 0 x 1 França (Saint-Denis, França)
04/06/2011 – Brasil 0 x 0 Holanda (Goiânia, Brasil)
10/08/2011 – Brasil 2 x 3 Alemanha (Stuttgart, Alemanha)
Na tarde desta quarta-feira, o jogo estava bem disputado. Aí veio o segundo tempo…
Começou com uma penalidade certeira, deslocando o goleiro Júlio César.
O camisa 1 do Brasil caiu para o canto esquerdo, enquanto a pelota chutada por Bastian Schweinsteiger foi para as redes pelo lado direito.
Depois, o meia Mario Götze, de apenas 19 anos, recebeu pela direita, avançou rapidamente, driblou o goleiro e marcou mais um…
Robinho, de pênalti, diminuiu. Porém, não evitaria outro fiasco do Brasil sob o comando de Mano Menezes, diante do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que assistiu in loco ao duelo das seleções com mais finais de Copa do Mundo no currículo, sete para cada um.
Os germânicos, que dominaram amplamente a Canarinha, ainda fizeram outro tento, com Schürrle. Neymar reduziu de novo, mas parou aí.
Foram 360 minutos contra os grandes e apenas decepções contra potenciais candidatos à Taça Fifa. No meio disso, a pior campanha do país na Copa América, com o 8º lugar.
Preocupante, não?
Convocação contestada (Ralf, Luiz Gustavo, Fernandinho, Jádson etc), destaques preteridos (Hernanes e Marcelo), padrão de jogo sem agressividade, falta de confiança e resultados inexistentes. O trabalho não está bom.
Para um país que poderá gastar até R$ 64 bilhões na organização da Copa do Mundo, a sensação é de que o time terá muito trabalho para corresponder a essa expectativa…
De forma surpreendente, o tetracampeão Romário vai se tornando um dos principais expoentes da oposição em relação ao andamento das obras no Brasil para a Copa do Mundo de 2014.
Como deputado federal, o baixinho acaba de lançar um site (www.romario.org) para acompanhar a preparação do país para o próximo Mundial de futebol.
De cara, enumerou 50 obras atrasadas…
Segundo o estudo elaborado pelo consultor legislativo do Senado, Alexandre Guimarães, com dados do Portal da Transparência e da Infraero, 5 obras estão em Pernambuco.
1) BRT Norte-Sul (trecho Igarassu, Joana Bezerra Centro do Recife), desde 08/2010
2) Corredor Caxangá (Leste-Oeste), desde 10/2010
3) Metrô: estação Cosme e Damião, desde 01/2011
4) BRT Leste-Oeste – Ramal Cidade da Copa, desde 04/2011
5) Aeroporto dos Guararapes – Construção da Torre de Controle, desde 06/2011
Nesta apresentação, a subsede mais atrasada é Porto Alegre, com 10 tópicos. Confira a lista completa das obras das matrizes de responsabilidades da Copa 2014 aqui.
Eis um esboço clássico do projeto para um centro de treinamento como tantos outros.
Vários campos de futebol com dimensões oficiais, 105m x 68m, como na Copa do Mundo, além de um alojamento compacto, bem equipado para a concentração.
Há pelo menos 15 anos isso se tornou algo vital para um clube de tradição, estruturado.
Em março de 2001, quando acabou a Lei do Passe, muitos dirigentes enxergaram a mudança da pior forma. No Sport, um exemplo claro, com o fim das categorias de base.
Para muitos, os clubes haviam perdido o benefício de revelar um atleta, dando suporte desde o infantil, o que, convenhamos, não é barato, se analisado em grande escala.
Pois não foi o que aconteceu. Contratos mais longos, com multas rescisórias, além de vantagens para a agremiação formadora, deixaram claro que esse ainda era o caminho…
Os anos foram passando e os principais clubes do país modernizaram os seus centros. Alguns tão grandes que ganharam o apelido de “cidade”, no caso do Atlético-MG.
Outros passaram a ter mais de um CT, separando o profissional da base. Mais à frente, a evolução, com o CFA, o Centro de Formação de Atletas, com direito a acompanhamento pedagógico, médico e odontológico. Mérito do São Paulo.
Em Pernambuco, uma marcha lenta, primeiro pela supracitada falta de interesse e depois devido aos recursos escassos. Verba originada da venda. Ou seja, era um ciclo.
No Náutico, na Guabiraba, o Centro de Treinamento Wilson Campos caminha desde 1999, aos poucos, com muito esforço, sempre evoluindo.
No Sport, em Paratibe, o Centro de Treinamento José de Andrade Médicis, comprado por R$ 2 milhões em 2008, só agora começa a registrar a construção do alojamento.
Mas e o Santa Cruz? Tantos recordes no Arruda e nenhuma esperança de revelação?
A base deste ano, campeã pernambucana, pode ser apontada como um golpe de sorte. Não por causa da competência dos olheiros e técnicos da base, mas por causa da falta de estrutura oferecida para a geração que luta para tirar o time da Série D.
Ocorreu o mesmo com um tal de Rivaldo… Não dá pra viver esperando cair um raio.
Então, neste 10 de agosto de 2011, o Santa inicia a recuperação do tempo perdido.
O anúncio feito pelo presidente coral, Antônio Luiz Neto, de que um terreno de 10,5 hectares foi adquirido em Paratibe, a 18 quilômetros do Arruda, foi realmente animador.
Ainda sem maiores detalhes, o projeto terá cinco campos e alojamento (projeto clássico, como dito no início do post), em 60% da área do terreno, plano.
Certamente, o investimento do clube do povo não será barato.
Tomando por base os projetos de Sport e Náutico, de R$ 6 milhões e R$ 5 milhões, respectivamente, é de se esperar no mínimo a metade desses valores. Parcerias deverão ser articuladas para bancar parte disso, como ocorreu com o rival da Ilha.
CT, cidade, CFA… Pode chamar como quiser. Inclusive de Ninho das Cobras. É real.