No início não havia sequer a informação sobre público e renda dos jogos do campeonato estadual. Nos primórdios, até os gols eram difíceis de identificar nos jornais.
A partir da década de 1940, alguns periódicos passaram a informar o apurado das bilheterias nos campos do Recife, mas nada de público presente. Apenas estimativas.
Em 1960, enfim, público e renda, apesar de ter sido de forma intermitente.
Houve avanço nas décadas seguintes. No entanto, a FPF só passou a detalhar as arquibancadas do Pernambucano em 1990, com a média de público do torneio.
Neste post, todos os índices de público no estado, incluindo uma edição com 16 times em 1994 e outra com 185 partidas em 1995. Para quem acha inchado atualmente…
Como curiosidade, o blog tem o levantamento das melhores médias desde 2005. Daquele ano até 2008, Sport à frente. Nas últimas quatro temporadas, um Santa hegemônico.
Acompanhado de sua comitiva, o presidente coral, Antônio Luiz Neto, assistiu à final do Estadual em um camarote da tribuna de honra, na Ilha do Retiro.
Espaço cedido pela diretoria leonina, devolvendo a gentileza do jogo de ida.
No entanto, com o setor tomado por rubro-negros, a passagem de dirigentes corais com a camisa do clube acabou gerando algumas discussões.
Havia um time de seguranças para os tricolores. Para evitar qualquer atrito maior, o Batalhão de Choque foi acionado. Ficou de prontidão na porta do camarote até o fim…
Quando Sandro Meira Ricci encerrou a decisão, dando início à festa dos visitantes, Antônio Luiz Neto, naturalmente, quis descer até o campo, para a entrega do troféu.
Com o clima pesado, foi contido pelo comandante do Choque.
“Presidente, não é prudente sair agora. Tem muita gente aí fora e a torcida está nervosa.”
“Mas eu preciso sair, preciso comemorar o título.”
“Presidente, é melhor não sair.”
“Rapaz, eu tenho que sair daqui!”.
E saiu mesmo. Por sinal, o mandatário puxou a fila tricolor.
Abriu a porta, bem reticente com que o aguardava a partir dali.
Foi só aparecer no corredor que logo foi reconhecido pelos vários rubro-negros que deixavam o estádio. Um deles apontou o dedo para ALN, com a cara séria.
“Ei, é o presidente do Santa…”
Silêncio de alguns segundos e o complemento da frase.
“Parabéns pelo título, presidente”.
Com direito a uma salva de palmas dos demais rubro-negros. Surreal. E real…
Comandante coral nas duas conquistas estaduais, o técnico Zé Teodoro por muito pouco não foi contratado pelo Santa Cruz.
Em entrevista ao Superesportes, o presidente Antônio Luiz Neto revelou os bastidores daquela negociação, que mudaria para sempre a história do clube.
No início da atual gestão no Arruda, oito nomes foram estudados para a função técnica. No Dia D, todas as sugestões foram avaliadas em uma longa reunião.
Nome por nome, com os trabalhos realizados, perfil, metas estipuladas etc.
Entre eles, estava o de Zé Teodoro.
Pois justamante na apresentação de Zé, com a maioria da diretoria tricolor rechaçando a opção a princípio, o mandatário acabou disperso, numa conversa paralela.
“Avaliamos todos os nomes, mas me descuidei no nome de Zé. Quando voltei a atenção para a mesa, com quase todos contrários ao nome, o de Zé já tinha passado”.
Em casa, Antônio Luiz Neto refletiu. Ponderou sobre Zé Teodoro, campeão estadual com o Alvirrubro em 2004, no Arruda, logo contra o Santinha.
Pois o dirigente acabou ligando no dia seguinte para Sandro Barbosa, hoje assistente-técnico, mas então na função de gerente.
“Pedi para Sandro falar mais sobre aquele nome. Sandro o indicou e aceitei a opção.”
Faltava, no entanto, conversar com o próprio Zé Teodoro, numa ligação interurbana Recife-Goiânia. Foi uma conversa franca, sobre sobre valores e objetivos.
“Coloquei logo para o técnico que seria preciso utilizar a nossa base, que vinha com bons nomes, e que ele buscasse atletas que quisessem crescer, mesmo na Série D. Não era fácil. Zé Teodoro perguntou o valor da folha do elenco e eu disse que não passaria de R$ 140 mil, pois o clube estava sem dinheiro. Ainda está, na verdade”.
O conversa continuou, até que chegou a proposta salarial para o próprio técnico.
“Não adiantava nem negociar. Ofereci a Zé o valor máximo que poderíamos pagar, que era R$ 25 mil. Ele escutou atentamente e devolveu: ‘abra seu coração, presidente.'”
Nessa última parte, o presidente não conteve a gargalhada ao relembrar o papo.
“Só disse uma coisa: ‘Zé, meu coração já está todo aberto'”.
O valor não subiu, mas Zé Teodoro topou o desafio. Ganhou o Estadual. Dois, por sinal.
Na prática, havia abandonado o esporte. Desestimulado.
Nesta temporada, houve o convite do Santa Cruz, que topou fazer uma aposta no atacante, que havia brilhado pela última vez há cinco anos.
O condicionamento físico do jogador partiu do zero. Tanto que a sua estreia acabou ocorrendo apenas na 8ª rodada do campeonato estadual.
Acabou como campeão, como artilheiro isolado. Marcou 15 gols em 16 jogos. No post, o gol do título e o primeiro gol com a camisa coral.
Na Copa do Brasil, ele balançou a rede uma vez em duas partidas. Portanto, nos quatro primeiros meses do ano, 16 gols em 18 jogos, com a ótima média de 0,88.
Como veio de forma condicionada para o Recife, o seu salário foi baixo em relação ao padrão do futebol de alto nível no país. No contra-cheque, R$ 15 mil.
Será que algum torcedor coral (ou adversário) imaginava um custo benefício desse?
Ganhou R$ 60 mil e marcou 16 gols. Cada tento do jogador “custou” 3.750 reais.
Naturalmente, a conta aumentará a partir de agora. Propostas surgiram, dentro e fora do estado, algo comum no mercado. Cabe ao Tricolor o esforço para manter o seu centroavante rumo à caminhada na Série C, o principal objetivo do ano.
Um amistoso festivo pelo título, no dia 20 de maio, no Arruda, é o primeiro passo da campanha “Fica DM9”, com o objetivo de angariar recursos.
Os corais querem valorizar o novo ídolo. E esse já é um passo importante…
Em 2003, o futebol brasileiro passou por uma profunda transformação. Após 32 edições da Série A com fórmulas diferentes, o modelo passaria ser uniforme, por pontos corridos.
Mais longo, mais desgastante e com menos times. O campeonato foi enxugado de 24 para 20 clubes, com quatro deles caindo a cada ano.
A longa preparação técnica e tática se tornou essencial. Aquela era de times montados às pressas, buscando a última vaga para a fase seguinte, tentando daí por diante “arrancar” no torneio, não surte qualquer efeito.
Os Estaduais passaram a ser a verdadeira pré-temporada, a época de testes, para modelar pelo menos uma espinha dorsal da equipe. Para ganhar confiança.
Contratações de quatro meses deram lugar a reforços por uma temporada. No mínimo. Cada posição com duas opções de qualidade. Na criação de jogadas, a necessidade de ainda mais recursos. Até porque, conforme dito acima, a competição é longa.
Pois bem. Estamos em 14 de maio, um dia após o catastrófico aniversário do Sport.
Dentro de cinco dias, o Leão voltará a pisar no gramado com o status de primeira divisão. No entanto, parece entrar rebaixado após mais um vice estadual.
Autoestima no chão, logo numa era de “profissionalização” do departamento de futebol. Mas sem comando técnico, agora de forma literal. Enquanto tentava convencer a todos com os números, Mazola acabava rebatido com o time visto em campo, mal orientado.
Uma equipe que não sabe nem o que fazer com a bola após um simples rebote de escanteio, fora a falta de concentração, com zagueiro atuando como centroavante num esquema 3-5-2. Na prática, apenas um jogo voltado para as faltas próximas à area.
Aí, encontra-se um problema de elenco também, claro, com carência nos mais diversos setores, mesmo sendo um time caro, milionário. Sem cara de campeão.
No meio-campo, quantas vezes não se questionou o fato de ter apenas Marcelinho Paraíba, de 37 anos, como referência? O Brasileirão não dá espaço para algo assim. O torneio comprova ano a ano, do 17º colocado ao 20º, o quanto isso não funciona.
Portanto, não há outra solução. É preciso investir, ainda mais considerando as cotas milionárias para quem entra na disputa. Investimento em maio, com o fim dos campeonatos estaduais Brasil afora. Era esse o planejamento desde o início? Se a resposta for “sim”, então a situação está mesmo complicada.
Um antigo lema rubro-negro tem voltado a ficar em evidência.
As manchetes do bicampeonato pernambucano de futebol do Santa Cruz.
Confira as capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes desta segunda-feira, em três cores. No alto, os destaques “No peito e na raça” e “O presente é meu”.
Para ver as imagens em uma resolução maior, clique aqui e aqui.
Abaixo, as capas do título coral de 2011, “De corpo e alma” e “Ser Santa é luxo”
Das quatro manchetes, qual foi a que você mais gostou? Comente!
Ao ser apresentado, o então troféu oficial do Campeonato Pernambucano de 2012 foi bombardeado de críticas. Também pudera, a peça não era sequer uma taça (veja aqui).
A peça confeccionada pelo designer Hans Donner, que há 30 anos é o responsável pela identidade visual da Rede Globo, homenageada no Estadual, parecia um disco de platina. Muito diferente do que manda a tradição nos campeonatos de futebol.
Sem alarde, mas consciente de que era preciso arrumar uma solução urgente, a FPF encomendou rapidamente um novo troféu e entregou os dois ao campeão estadual. Em um mês, um novo troféu. Mais um, na verdade.
Acertou a federação, ao produzir uma taça de fato e de direito, até porque as duas apresentam elementos representativos da emissora.
Para não ficar nenhuma dúvida, eis os nomes oficiais das peças acima: Troféu Campeonato Pernambucano 2012 e Troféu Rede Globo Nordeste 40 anos.
Os dois foram parar nas Repúblicas Independentes do Arruda…