Nem mesmo a crise econômica no Velho Mundo foi capaz de brecar as projeções astronômicas do mercado da bola para os atletas que estarão na Eurocopa de 2012
Nesta 14ª edição, 368 jogadores estarão em ação pelas 16 seleções.
De acordo com o levantamento da Pluri Consultoria, o valor de mercado de todos os jogadores convocados chega a R$ 9,39 bilhões! Sem surpresa, a atual campeã europeia e mundial, a Espanha, está no topo da lista, com R$ 1,6 bilhão.
Curioso é destacar que o Santos, com o elenco mais valorizado do Brasil, segundo o mesmo processo de cálculo, apareceria em 9º lugar em uma comparação.
Somadas, Espanha, Alemanha e Inglaterra representam 40% de toda a competição.
Sobre o equilíbrio do torneio, o grupo C (Espanha, Itália, Croácia e Irlanda) é o de maior valor, com 1,18 bilhão de euros. Será, também, o mais difícil?
Falando em Eurocopa… Quem é o maior candidato para desbancar o título da Espanha?
“O futebol representa 0,2 do PIB nacional e tem potencial para 1,2 com mais empregos, tributos e riqueza para o País. Estádios modernos multiuso melhorarão o público, a renda, o patrocínio e valorizarão as marcas dos clubes.”
Palavras do ministro do esporte, Aldo Rebelo, através do seu perfil no twitter, antes de sua segunda visita na Arena Pernambuco.
O produto interno bruto do país em 2011 foi de US$ 2,48 trilhões, ou R$ 4,14 trilhões.
Montante que elevou o Brasil ao status de 6ª economia do planeta.
Mas vamos à porcentagem citada pelo ministro. Considerando 0,2%, a receita gerada pelo futebol chegou a 4,96 bilhões de dólares. É muito dinheiro…
Porém, caso o país chegasse ao máximo estipulado, levando em consideração o último PIB, o futebol brasileiro poderia ter produzido até US$ 29,76 bilhões.
Convertendo, o futebol poderia ser, hoje, um produto de 60 bilhões de reais. Para isso, seria necessário uma lista telefônica de exigências na administração do esporte. Menos corrupção, mais organização, mais investimentos, mais serviços, melhores serviços etc.
Enquanto isso, o clube mais popular do país não consegue sequer manter a sua folha de pagamento em dia, mesmo com a maior cota de TV da elite nacional.
Já o segundo time de maior torcida só está conseguindo tirar o seu estádio do chão após R$ 400 milhões em incentivos fiscais, sob polêmica, claro.
A evasão de renda, intimamente ligada ao futebol, ainda se faz presente, mesmo com modernos sistemas de bilhetes à disposição. Esquemas por toda parte, embaixo do nariz da segurança pública. A evasão se estende aos balancetes suspeitos, sem fiscalização.
Estádios sucateados nas principais divisões e pelo menos três arenas com padrão Fifa em cidades sem apelo algum no esporte, a não ser o político. Pois é.
E o torcedor? Este é tratado como gado, de norte a sul, com o Estatuto do Torcedor rasgado a cada dia. Jogadores como máquinas, sufocados pelo calendário ortodoxo.
Esse post seria o maior da história do blog caso listasse todas as mazelas.
Mas fica uma vaga ideia porque ainda estamos em 0,2% do PIB. Com tanta coisa para melhorar, o ministro foi até otimista no índice. Mas reconhece a necessidade de melhora.
Fica a torcida para que 1,2% seja um dia a verdade no futebol, bem administrado.
Turbulenta, a saída de Ronaldinho Gaúcho do Flamengo ainda rende.
Alegando salários atrasados, o jogador exige na justiça uma indenização de R$ 40 milhões do Fla. O clube, por sua vez, ameaça o Palmeiras, que teria sondado o atleta.
O time rubro-negro diz que pedirá à justiça uma indenização de R$ 325 milhões (sim, R$ 325.000.000) ao Verdão caso o R10 acerte com com o Palestra Itália.
Milhões para cá e para lá e, agora, uma mobilização nacional por parte da presidente flamenguista, Patrícia Amorim, que parece achar normal uma dívida de cinco meses.
Será que a atitude no vídeo abaixo não passou um pouco da conta…? Apelou.
Não dá pra negar. Foi um fiasco a volta de Ronaldinho ao futebol brasileiro (veja aqui).
O atleta de 32 anos não rendeu. Não quis. Se rendeu ao prazer extracampo. Acumulou atuações apáticas e o atraso na conta bancária, iniciado pelo patrocinador, piorou de vez. A assessoria do irmão, vidrado em cifras, não colaborou com a parte técnica.
Não há ninguém com plena razão no caso. A única certeza é que não vai sair barato…
A Ronaldinho, um bizu. Esqueça a Copa do Mundo de 2014.
Pela primeira vez, desde que foi criada há trinta anos, a Supercopa da Espanha, disputada entre os campeões da liga e da Copa do Rei da temporada, passará a ser realizada em apenas uma partida. E não será em solo espanhol.
A partir de 2013, um confronto decisivo a mais de nove mil quilômetros de distância.
Pois é. A tendência é que clássicos do porte de Real Madrid x Barcelona ocorram no moderníssimo estádio Ninho do Pássaro, em Beijing, na China.
O estádio dos Jogos Olímpicos de 2008 deverá abrigar a Supercopa da Espanha pelos próximos sete anos. A federação espanhola embolsará US$ 39,5 milhões no acordo com a United Vansen International Sport, com apoio do governo chinês, claro.
Coincidentemente, o mesmo local já recebe a Supercopa da Itália. Será a 3ª vez em quatro anos. Este ano, Juventus (campeão nacional) x Nápoli (vencedor da Copa Itália).
E o Brasil, onde fica nessa história? Não há mercado para os clubes brasileiros?
Corinthians x Vasco em 2012. Fluminense x Santos em 2011. Flamengo x Corinthians em 2010. São Paulo x Sport em 2009. Duelos que não aconteceram.
Não havia uma data sequer? Uma partida envolvendo os últimos campeões nacionais do país não é capaz de atrair patrocinadores e o interesse das redes de televisão?
A Supercopa do Brasil só aconteceu em duas oportunidades. Em 1990, o Grêmio bateu o Vasco. No ano seguinte, o Timão superou o Fla. Depois, caiu no ostracismo.
Eram outros tempos. Principalmente em relação à visibilidade. Negócios.
Hoje, a TV aberta alcança 100% do país. A TV por assinatura já conta com uma fatia considerável de telespectadores. Há o mercado da internet.
E há, sobretudo, o mercado internacional. Ainda que não fosse o caso de negociar um jogo entre os brasileiros na Ásia, como os europeus vêm fazendo, teríamos, no mínimo, doze arenas de última geração para essas partidas especiais a partir de 2014.
A Supercopa do Brasil poderia ser até o jogo oficial para abrir o calendário nacional…
E não precisa ser necessariamente no Ninho do Pássaro. Quem sabe um dia.
Monitoramento quase 24 horas por dia. São 20 horas, na verdade.
Há tempos a Odebrecht Infraestrutura contava com câmeras registrando o passo a passo da construção dos estádios da Copa do Mundo. A construtora está envolvida em quatro palcos, Arena Pernambuco, Fonte Nova, Maracanã e Itaquerão.
As imagens eram cedidas somente para o Comitê Organizador Local (COL) e para a Fifa, em sinais exclusivos de transmissão.
A partir de agora, o torcedor também poderá acompanhar esta evolução. Os intervalos das imagens são de 30 minutos após a gravação, sempre em vídeos de uma hora.
Acesse a câmera do estádio em São Lourenço da Mata aqui.
Confira a série Diário de uma Arena, sobre a construção do estádio, clicando aqui.
E se as Séries C e D forem canceladas pela Confederação Brasileira de Futebol?
A entidade alega que economizaria até R$ 30 milhões com a decisão, baseada na interminável chuva de liminares na Justiça Comum.
Imbróglio que já adiou duas rodadas e que parece longe do fim, mesmo com a ameaçadora interferência da Fifa…
Assim, o entrave Justiça Comum x Justiça Desportiva se torna mais uma vez em um beco sem saída, como havia sido especulado pelo blog (veja aqui).
Como em 2000, há quem opte pelo caminho mais fácil, o de propor um novo campeonato. Há doze anos, o Brasileirão foi substituído pela Copa João Havelange.
Os 20 times da Série C e os 40 da Série D seriam agrupados em uma só competição. A ideia “genial” partiu da diretoria do Paysandu (veja aqui).
Folclore (ou não) à parte, vamos à pior de todas as opções…
Repetindo: E se as competições forem canceladas?
Partindo do viés pernambucano, com dois times na Terceirona, com investimentos de médio e longo prazo, e dois na 4ª divisão, com recursos injetados a curto prazo.
1) Os clubes não conseguirão as vagas para 2013. Sem campeonato, sem acesso.
2) Os times teriam que arcar com as folhas estipuladas com os contratos em vigor. Ir à justiça para buscar uma indenização até seria um caminho, bem longo.
3) Organizar torneios de última hora, apenas para movimentar os times, até poderia fazer parte do roteiro. O prejuízo, contudo, é quase certo, devido à motivação.
4) Contratos de patrocínio terão que ser renegociados, uma vez que as marcas estão atreladas, claro, à visibilidade. No caso, nenhuma.
Qual seria a sua ideia para acabar com esse impasse? Um novo torneio? Inchar a Série C e acatar todas as decisões da Justiça Comum? Congelar a estrutura até 2013?
As perguntas estão martelando a cúpula da CBF há dias…