Após a derrota em solo gaúcho, havia a plena necessidade de recuperação em casa. Encarar o líder do campeonato, com cinco vitórias consecutivas, não era o caminho mais fácil para o Sport, novamente com três atacantes.
Tentando jogar de igual para igual, o Leão sofreu o seu mais duro golpe até aqui na competição, evidenciando a diferença no rendimento ofensivo e defensivo.
Dos doze gols do Sport na Série A, dez foram marcados por atacantes.
Balançaram as redes Marquinhos Gabriel (3), Felipe Azevedo (3), Henrique (2) e Gilberto (2). O décimo tento do setor ofensivo saiu diante do Atlético-MG, na Ilha do Retiro.
Gilberto escorou um cruzamento após boa jogada de Cicinho, mas a festa dos 18 mil torcedores presentes no estádio na noite deste sábado parou por aí.
Isso porque o sistema defensivo voltou a comprometer, de forma vexatória. A defesa já sofreu 18 gols em 11 partidas no Brasileirão. Em apenas uma a zaga não foi vazada.
Após os três tentos do Grêmio no 2º tempo no Olímpico, outra atuação para esquecer. Com uma falta de atenção impressionante, com a bola partindo do goleiro do Galo até as redes de Magrão com os rubro-negros apenas observando, o Sport foi goleado.
Por mais que a torcida protestasse, Vágner Mancini parecia não enxergar o óbvio. A lateral direita do Sport estava fragilizada. Apesar da assistência, Cicinho não conseguiu conter os rápidos contragolpes do Atlético Mineiro. Faltava cobertura.
O gol de empate saiu ainda no primeiro tempo, com Danilinho. A virada não veio logo depois porque Jô perdeu duas chances, numa cabeçada e num chute cruzado.
Os lances só indicavam que o volume dos visitantes crescia de forma exponencial. No intervalo, a entrada de Moacir parecia certa, mas não houve mudanças. Com algum gás, Cicinho se esforçou, mas a falta de combate na saída de bola do rival não colaborou.
Para completar a má fase do setor, uma mudança difícil de entender, com a entrada de Gilsinho, que nada produziu desde que chegou ao Leão, e a saída de Marquinhos Paraná.
O volante fazia o de sempre, pegando a bola e tocando para o lado. Na marcação, pelo menos havia o esforço. Ocupava espaço.
Com quatro atacantes e apenas um volante, o Sport se abriu de vez, desordenado. Oratória à parte, o técnico havia influenciado. Jogando nos erros (muitos erros) do Sport, o Atlético deitou e rolou. A virada veio num golaço de Ronaldinho Gaúcho.
Depois, enfim entrou Moacir. Não adiantou, pois o terceiro gol saiu logo depois, em jogada iniciada pela direita. Cabeçada de Jô e fatura liquidida.
Na verdade, ainda haveria mais um gol, desencadeando a revolta na arquibancada. Aos 28 minutos, Bernard, no enésimo contragolpe, tocou por cobertura, 4 x 1.
A evolução nas últimas rodadas cedia espaço para uma nova crise na llha.
Pedidos por Hamilton, fora dos planos, e Henrique, ausente dos últimos jogos.
Além do coro de burro. Noite difícil para o Sport. Mancini que o diga.