Cumprida a promessa de muitos gols nos Aflitos, infelizmente

Série A 2012: Náutico x Coritiba. Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press

Até o início da 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Coritiba tinha a pior defesa, com 23 gols sofridos. O Timbu aparecia com a terceira pior, com 20 tentos.

Os dois ataques até funcionaram, mas num ritmo bem mais lento. Mensurando essas estatísticas, era díficil imaginar um empate sem gols no confronto entre os dois times.

Na prática, foi imp0ssível. Em dezessete minutos já haviam sido marcados três gols!

Dois deles a favor do Náutico, com Souza e Kieza, que já balançou as redes em 30 oportundades com a camisa alvirrubra. Nesta quarta, aliás, foi o seu jogo de número 50.

Empurrado pela torcida nos Aflitos, o Timbu se portou bem no primeiro tempo, apesar do ímpeto do adversário, buscando a recuperação após seis jogos sem vitória.

Mesmo assim, a vitória parcial no primeiro tempo não escondeu os errros da equipe, com o goleiro Felipe sendo bastante cobrado pela torcida, além do beque Márcio Rosário, já marcado na arquibancada. Taticamente, não havia consistência.

No comecinho na segunda etapa, a virada a favor do vice-campeão da Copa do Brasil.

Logo no primeiro minuto, Leonardo empatou. Uma tremenda falta de atenção da equipe pernambucana. Fato repetido, pois o primeiro gol paranaense na noite também saiu no lance seguinte ao primeiro gol timbu.

Aos dez minutos, um lance daqueles. O lateral-direito Alessandro cortou uma cabeçada com a mão. Reflexo, com cCartão vermelho e pênalti… Leonardo bateu firme.

A partir daí, com um a menos, o Alvirrubro até tentou impor alguma pressão, lançando Kieza. O atacante parecia mais preocupado em cavar faltas. Faltou finalizar mais.

Com a sequência de jogos, o desgaste físico Araújo tornou-se inevitável. Não ajudou.

No fim, a zaga timbu, numa síntese do rendimento visto até aqui na Série A, ficou estática na cobrança de escanteio. Sem nada a ver com isso, Pereira subiu e testou para decretar o vexatório revés em Rosa e Silva.

No finzinho, Rico ainda marcou. Insuficiente. Náutico 3 x 4 Coritiba.

Entre gols marcados e sofridos, as 22 partidas anteriores de Náutico e Coritiba haviam registrado 73 gols, com média de 3,3. No embate nesta quarta, um jogo de sete gols.

Infelizmente, a quantidade atípica de gols não foi por acaso.

Série A 2012: Náutico x Coritiba. Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press

Pontinho rubro-negro suado em Campinas

Série A 2012: Ponte Preta x Sport. Foto: DENNY CESARE/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/AE

Pode até parecer um discurso batido, mas o sistema defensivo do Sport precisa de um ajuste urgente para o restante da temporada.

A crítica não se restringe apenas à dupla de zaga, mas a todo o setor.

A falta de confiança para sair jogando, os erros infantis na cobertura, a afaboação etc.

E assim caminha o Sport na Série A, tendo a meta vazada em quase todos os jogos. Em doze apresentações, não sofreu gol em apenas uma partida.

Com apenas cinco minutos nesta quarta, no estádio Moisés Lucarelli, a vantagem já era da Ponte Preta, num gol de André Luís após cruzamento de letra de Rildo.

Lance no lado direito da zaga leonina, uma avenida no primeiro tempo. A Macaca cansou de articular as suas jogadas por ali nesta noite, sempre com perigo.

Cicinho até vinha rendendo ofensivamente. No entanto, o fôlego não é o mesmo. Faltou cobertura. A contenção não esteve numa jornada feliz.

Mesmo sem jogar bem, o Sport empatou ainda no primeiro tempo, num golaço de Marquinhos Gabriel, de fora da área. Foi o seu quarto tento na competição, 1 x 1.

No comecinho da etapa complementar, Mancini promoveu a entrada de Moacir no lugar de Willians. Deu equilíbrio ao time.

Cicinho ficou, enfim, mais solto, flutando nos dois lados do campo. Criando.

Aos 25 minutos, uma mudança difícil de entender, pois a equipe estava estabilizada.

O técnico leonino colocou Magno Alves no lugar de Cicinho. Assim, deixou o Sport com três atacantes. Ou quatro, contando com Marquinhos Gabriel.

Deixou o Leão exposto demais, novamente. Resultou numa chuva de contragolpes.

No fim, com pelo menos três ótimas defesas de Magrão, o pontinho conquistado em Campinas ficou de bom tamanho. Mas há muito o que melhorar.

Não atrapalhar já seria um começo.

Tanto quem está no campo como quem fica na área técnica.

Série A 2012: Ponte Preta 1x1 Sport. Foto: DENNY CESARE/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/AE

Quando não basta o espírito olímpico

Bandeiras das Coreias do Sul e do Norte

Em 2000, na Olimpíada de Sydney registrou um ato histórico. Sob uma única bandeira, as delegações das Coreias do Norte e do Sul desfilaram juntas no estádio Olímpico.

Seria aquele um marco de união de uma nação dividida ao meio há décadas?

O norte comunista e o sul capitalista. Alvos de uma longa Guerra Fria.

A península da Coreia conta com a demarcação desde 1945, num acordo após a Segunda Guerra Mundial entre os governos de Washignton e Moscou. Pois é.

Entre 1950 e 1953, as duas Coreias chegaram guerrear, com mais de dois milhões de mortos no conflito e a criação de uma faixa de segurança desmilitarizada entre as duas nações com 4 quilômetros de largura e 238 de comprimento.

Das capitais Seul e Pyongyang, a ordem continua para 72 milhões de coreanos.

Irmãos até que se prove o contrário…

A disputa entre soviéticos e americanos acabou, inclusive na Olimpíada, mas o imbróglio na fronteira asiática mantém o clima sempre tenso. Até mesmo com ameaça de mísseis.

A cada quatro anos, o espírito olímpico parece apaziguar a pseudo-rivalidade construída por regimes políticos, à parte da vontade do povo.

Nos Jogos Olímpicos na Austrália, apesar da bandeira unificada, os países não competiram juntos. Tampouco seria assim em 2012, em Londres.

Logo no primeiro dia de competições, um insólito episódio e desde já histórico, mostrando de forma visceral que o racha está longe de terminar.

A seleção de futebol feminino da Coreia do Norte enfrentaria a Colômbia na primeira rodada do torneio olímpico.

Na entrada das equipes, a bandeira apresentada no telão foi a do Sul. As jogadoras se recusaram a jogar. A partida só foi iniciada com a divulgação da bandeira do país.

Nem sempre é possível empregar o lema olímpico do Barão de Coubertin.

Do boicote de capitalistas em 1980 e socialistas em 1984 a uma simples bandeira…

Desfile das Coreias do Sul e do Norte na Olimpíada de 2000, em Sydney

O peso da janela de transferências na Série A 2012

Janela da Pluri Consultoria

Com o fim da janela de transferências para o futebol europeu, o Campeonato Brasileiro apresentou um saldo negativo de 32 milhões de euros (R$ 80 milhões) sobre o valor de mercado dos 23 principais clubes do país, nas Séries A e B.

O valor bruto das equipes agora é de 1.046 bilhão de euros.

De acordo com o estudo da Pluri Consultoria, a desvalorização do futebol nacional – apesar dos reforços de grande porte, como Seedorf e Diego Forlán – continuará caso não ocorra um ajuste na janela unificando os mercados da Europa e do Oriente Médio.

Sobre o levantamento, uma curiosidade. O Sport foi o clube que mais se beneficiou com a janela, levando em conta o valor dos direitos econômicos dos atletas. O Leão teve um acréscimo de 16,8%, turbinado pela chegada dos meias Felipe Menezes e Hugo.

Por sinal, apenas oito times tiveram um saldo positivo na balança. O Náutico ficou em 19º lugar, com uma queda de 9,9% no elenco, devido à saída de Auremir e Derley.