Os nomes secretos dos campeonatos de futebol

Contratos de naming rights da Série A (Petrobras) Copa do Brasil (Kia) e Pernambucano (Coca-Cola) em 2012

Certamente, o torcedor já chamou a divisão de elite do nosso futebol de Campeonato Brasileiro. E de Série A? Quase sempre. Está na boca do povo e na imprensa.

Brasileirão? Também é um apelido popular. Campeonato nacional, mais formal.

Eis então o Brasileirão Petrobras.

Pois é. Quase ninguém fala. Quase ninguém escreve. Quase ninguém lê.

Acredite, esse é o nome oficial da competição, através do contrato de naming rights.

A gigante estatal de economia mista paga R$ 18 milhões por ano a CBF para associar a sua marca ao torneio. No entanto, a empresa de petróleo encontra uma dificuldade comum no mercado, que é a inserção de um novo nome junto ao público.

Nos estádios dos vinte clubes, placas de publicidade mostram o nome. Fica nisso.

Várias competições vêm sendo realizadas com o naming rights, sofrendo o mesmo golpe, como a Copa Kia do Brasil e o Estadual, que fez a sua estreia no ano passado, com a Coca-Cola. No certame local, uma verba anual de R$ 600 mil para o Pernambucano.

Daí, o questionamento com as cinco competições exibidas nesta postagem.

Você já chamou algum desses torneios pelo nome “oficial”?

Será que os patrocinadores estão dispostos a manter esse investimento, mesmo com o retorno de mídia desvirtuado pela não aceitação do nome fantasia?

Complica um pouco a transição de marcas, fato ocorrido com as duas principais copas internacionais do continente, a Libertadores e a Sul-americana (veja aqui).

Nesse amplo segmento, aplicado também em estádios e até mesmo em equipes, há quem tenha se consolidado, como a Fifa, com sete contratos na Copa do Mundo.

Vale destacar que nenhum deles engloba o nome do torneio, mas sim outros tópicos com uma relação direta, como bola oficial, cronômetro e prêmios individuais (veja aqui).

Nos Estados Unidos, meca do naming rights, a prática começou em 1970, na NFL.

Naming rights da Libertadores e da Copa Sul-americana

Ativando os Jogos na BBC

A tradicional BBC de Londres ativou o seu comercial oficial para a Olimpíada de 2012, na capital inglesa. No caso, uma edição com cara de videogame…

Entre os dias 27 de julho e 12 de agosto, dez mil atletas de 200 nações irão competir em 39 modalidades espalhadas em 26 esportes.

O mercado em euros da Seleção Brasileira Olímpica

Avaliação da Seleção Brasileira Olímpica. Crédito: Pluri

Os 18 jogadores brasileiros convocados por Mano Menezes para a Olimpíada de Londres estão avaliados em 323 milhões de euros. Ou R$ 818 milhões…

Na média, R$ 45,4 milhões por cada atleta, de acordo com o estudo da Pluri Consultoria.

A tabela acima considera os 22 jogadores chamados para a Seleção, incluindo os quatro nomes da lista de espera, cajo ocorra algum imprevisto de última hora.

Sem surpresa, a maior cotação foi para o craque Neymar, do Santos. Nada menos que R$ 139  milhões, valor próximo ao já oferecido pelos gigantes Real Madrid e Barcelona.

Do montante estipulado pela empresa, 56% do valor corresponde aos jogadores em atividade no exterior e 44% para atletas ainda em solo brasileiro.

No quadro abaixo, a divisão do mercado por setor. Quem não queria ser atacante?

Será interessante reavaliar esse quadro após o torneio de futebol dos Jogos de Londres, onde o país tentará pela enésima vez a inédita medalha de ouro.

Quem são os cinco jogadores com maior potencial de mercado desta Seleção? Comente.

Divisão dos valores por setor. Crédito: Pluri Consultoria

O caro desembarque de craques estrangeiros na Série A

Seedorf no Botafogo e Forlán no Internacional. Fotos: Botafogo e Internacional/divulgação

Clarence Seedorf, holandês de 36 anos. Diego Forlán, uruguaio de 33 anos.

Craques internacionais, renomados. Ambos estavam na poderosa liga italiana.

Chegam ao país com muita bagagem no mundo da bola e contratos longos pela frente.

O ex-jogador do Milan assinou com o Botafogo até 2014.

O ex-atleta da rival Internazionale ficará no Internacional até 2015.

Futebol à parte, pois os dois meias têm amplas condições de apresentar um bom rendimento no campeonato nacional, vamos às cifras, altíssimas.

Tetracampeão da Liga dos Campeões da Uefa, Seedorf receberá R$ 625 mil mensais. O contrato todo gira em R$ 15 milhões.

Eleito pela Fifa como o craque da Copa do Mundo de 2010, Forlán deverá custar ao cofre colorado a bagatela de R$ 480 mil por mês.

Dois nomes emblemáticos que escancaram de vez o novo patamar financeiro do futebol brasileiro. Mesmo com conhecido déficit, os clubes vêm mostrando vigor.

Aliado à oratória dos empresários, que estão conseguindo aplicar supersalários no país, a Série A vem importando estrelas.

Manter tudo em ordem é o que parece ser um desafio ainda maior. Nos casos citados, os times vão associar os reforços a pesadas campanhas de marketing.

Para aumentar o quadro social e também corporativo, com patrocinadores.

No embalo disso, até o Figueirense ousou e acertou com o uruguaio Loco Abreu, de 35 anos, por R$ 295 mil a cada trinta dias.

Seedorf, Forlán e Abreu somados irão gerar uma despesa de R$ 1,4 milhão.

Mais. Nos últimos três anos, quatro brasileiros, Ronaldo, Neymar, Adriano e Ronaldinho Gaúcho, fecharam contratos no país com salários acima de R$ 1 milhão!

Isso é um indício claro sobre o caminho que os demais clubes deverão tomar para continuar competitivos ou o início de uma bolha econômica?

O produto interno do bruto brasileiro se mostra sólido. Veremos então o nível de gestão.

Até bem pouco tempo, um salário de R$ 100 mil era top no esporte. Hoje em dia, tem quem fique no banco de reservas por esse valor…

Saiba mais sobre o Risco Brasil devido ao novo patamar dos salários aqui.

Seedorf no Milan e Forlán na Internazionale