Há quarenta anos, Chiaki Ishii iniciava a saga olímpica do judô brasileiro.
Bronze na categoria meio-pesado, em Munique.
A medalha surgiu três anos depois da criação da confederação brasileira da arte marcial aperfeiçoada pelo japonês Jigoro Kano, em 1882.
O esporte é a modalidade de luta mais popular nas escolas brasileiras.
As crianças passam da faixa branca para a cinza. Azul, amarela, laranja…
E poucos jovens avançam além disso. O afinco, a dedicação, como em qualquer esporte, acaba sendo um ato reservado aos abnegados.
Os investimentos sazonais não ajudam muito a aumentar a força dos tatames.
Ainda assim, o judô tornou-se cada vez mais representativo para o país na Olimpíada.
Desde 1984 se faz presente no pódio. Vieram os dois ouros, com Aurélio Miguel em 1988 e Rogério Sampaio em 1992, e outros tantos medalhistas.
Até este sábado, o judô era o quarto esporte em número de medalhas, abaixo da vela e do vôlei (quadra e praia), ambos com 16 medalhas, e do atletismo, com 15.
Com duas jornadas emocionantes, Felipe Kitadai e Sarah Menezes mudaram a história.
O bronze de Kitadai foi conquistado no seu aniversário de 23 anos. Um desempenho que o próprio atleta revelou que não acreditava ser possível… Choro incontrolável.
E o outro de Sarah Menezes, um fenômeno. Uma vontade incessante no tatame, intimidando as adversárias. A primeira judoca campeã olímpica. Piauiense de 22 anos.
Logo no primeiro dia, o judô saltou para 17 medalhas. Confira todos os vencedores aqui.
São 14 atletas na armada brasileira, cada vez mais confiante, técnica.
Sem a badalação vista em outras modalidades e com uma estrutura bem mais enxuta, os judocas mostram um custo/benefício espetacular…
Que poderia ser ainda maior se o investimento do Comitê Olímpico Brasileiro fosse aplicado de melhor forma. Mais responsável e justa. Melhorou, mas falta um raio maior.
Organização à parte, a vibração a cada conquista, demasiadamente suada, emociona.
Mais de cinco medalhas de ouro? Mais de quinze medalhas no quadro geral?
O pódio oficial de Londres já recebeu os primeiros medalhistas brasileiros na Olimpíada.
Se depender do otimismo pernambucano, a delegação verde e amarela deverá voltar com a mala cheia da disputa na Inglaterra.
Mais da metade dos torcedores locais acredita que o recorde nacional de cinco conquistas douradas, em Atenas 2004, será superado em 2012.
Na enquete que mediu a expectativa de torcedores de Náutico, Santa e Sport, as duas opções que consideram mais de 5 ouros nesta Olimpíada tiveram 57% dos 617 votos.
De forma separada, a opção com a marca absoluta, quebrando o recorde de ouros e geral de medalhas, teve 34,36%. Em 1996 e 2008 o país abocanhou quinze medalhas.
Apenas 17% do público não acredita que seja possível estabelecer um novo patamar olímpico em solo inglês.
Curiosamente, o primeiro dia em Londres registrou a melhor arrancada da história do país nos Jogos Olímpicos, com um ouro, uma prata e um bronze.
O Brasil conseguirá quebrar algum recorde de medalhas na Olimpíada de 2012?
Sport – 312 votos
Passa de 5 ouros e 15 medalhas – 31,73%, 99 votos
Supera os 5 ouros – 24,04%, 75 votos
Mais de 15 medalhas no geral – 23,72%, 74 votos
Não conseguirá – 20,51%, 64 votos
Santa Cruz – 173 votos
Passa de 5 ouros e 15 medalhas – 39,88%, 69 votos
Supera os 5 ouros – 21,39%, 37 votos
Mais de 15 medalhas no geral – 27,75%, 48 votos
Não conseguirá – 10,98%, 19 votos
Náutico – 132 votos
Passa de 5 ouros e 15 medalhas – 33,33%, 44 votos
Supera os 5 ouros – 23,49%, 31 votos
Mais de 15 medalhas no geral – 25,76%, 34 votos
Não conseguirá – 17,42%, 23 votos