Não há mais pato morto no futebol brasileiro

Alexandre Pato, contratado pelo Corinthians em 2013. Crédito: Corinthians/divulgação

Uma dinheirama depositada por um jogador de futebol, por um novo contrato.

Escolha a moeda… Em euros, 15 milhões. Em dólares, 19,5 milhões. Em reais, 40 milhões.

O que surpreende é o destino do depósito e origem do comprador, surreal.

Não será em mais um banco com titularidade de algum clube brasileiro, negociando atletas com o obscuro futebol ucraniano ou com a badalada Inglaterra.

Desta vez a cifra astronômica vai para a Europa.

Até uma conta corrente em Milão, cujo acesso é restrito a pouquíssimas pessoas. Entre elas, o presidente da agremiação, Silvio Berlusconi.

O Milan vendeu 100% dos direitos econômicos do atacante Alexandre Pato, de 23 anos.

À frente da transação, o Corinthians inverte a ordem que sempre marcou o Brasil.

Antes do recorde, o caso anterior havia sido tocado pelo próprio Timão, em 2005, na compra do argentino Carlos Tevez, também atacante, junto ao Boca Juniors.

Na ocasião foram 13,2 milhões de euros.

Também fora da realidade. Porém, havia o lastro da parceria do clube paulista, a MSI.

Agora, coube à administração corintiana a transação completa.

Assim, Alexandre Pato, que já era a quinta maior venda do futebol nacional, retorna ao país na 10ª maior negociação envolvendo um time brasileiro (veja aqui).

Já retorna com uma pesada campanha de marketing do alvinegro, a locospirose.

O recado sobre esse momento econômico já havia sido dado quando saíram as primeiras estimativas do orçamento do Corinthians para esta temporada, com R$ 300 milhões.

Entre 2003 e 2012, as receitas dos clubes brasileiros saltaram de R$ 805 milhões a R$ 2,9 bilhões, segundo estudo do consultor de gestão esportiva Amir Somoggi (veja aqui).

Deste valor, 66% está concentrado em apenas dez clubes. Em 2003 o índice era 57%.

Nesta tendência, em breve outros clubes da Série A também deverão ter capital para investimentos pesados. Tudo a partir de uma visão empresarial, responsável.

Torcida + marca + administração + contratos vultosos + economia nacional sólida.

Vá somando tudo… Não tem pato nessa história.

Receitas dos clubes brasileiros de 2003 a 2012. Fonte: Amir Somoggi/divulgação

One Reply to “Não há mais pato morto no futebol brasileiro”

  1. Eu acho que com a economia da Europa quebrada e só com 4 ou 5 clubes com disposição para gastar, nos próximos ano poderemos ver no Brasil outros jogadores de nivel internacional.
    Só acho muita grana por ele, o mercado vai inflacionar e isso vai prejudicar equipes que nao tem este poderio financeiro. 

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