A vitória no sufoco sobre o Ceará manteve a montanha-russa do Sport, agora na ascendente, com nove vitórias e seis derrotas ao todo. Nada de empates numa campanha com muitos gols nos jogos do Leão. Em 15 partidas foram 52 tentos, com média de 3,46. Haja emoção. Foram 28 gols a favor e 24 contra. O time da Ilha segue no G4, ainda descolado dos dois primeiros colocados.
A 16ª rodada do representante pernambucano
16/08 – Sport x Atlético-GO (21h50)
* Dois jogos foram adiados pela CBF, ambos da Chapecoense. Contra o América/MG (20/08) e América/RN (27/08).
“Sei que venho ajudando muito a equipe fazendo gols, nas bolas paradas e colocando os companheiros na cara do gol. Por ter uma boa finalização, arrisco mais os chutes. Estou vivendo a minha melhor fase desde que cheguei ao clube. Por isso, sei que fiz falta ao time.”
Marcos Aurélio saiu do discuso batido entre os jogadores de futebol. Na véspera da partida contra o Ceará, na qual retornaria após cumprir a suspensão automática pelo terceiro amarelo, o atacante chamou para si a responsabilidade.
Fez falta em São Caetano, num time com cobranças de falta sem direção, com os atacantes cansando de errar a meta, com a falta de criatividade.
Nesta Série B, o jogador se apresenta mesmo como um dos destaques.
Na noite desta terça, em duas cobranças de falta, ele justificou a pouca modéstia. Foi decisivo na apertada vitória do Sport por 2 x 1, num duelo regional no qual o rubro-negro se segurou com um a menos durante os vinte minutos finais. O rival alencarino se postou melhor em campo em boa parte do jogo.
Vale frisar que os dois times erraram quase 100 passes: Sport 50 x 49 Ceará.
Nos passes mais lúcidos do Leão, Marcos Aurélio. Que o seu bom futebol não vire uma dependência técnica. Foi assim com Marcelinho Paraíba, outro camisa 10 recente. É preciso articular variações de jogo. O São Caetano foi a lição.
Ofensivamente, o caminho está traçado. Na defesa, o Leão segue engasgado. A cada nova formação na zaga e na cabeça de área, os mesmos erros. A defesa foi vazada 24 vezes em 15 partidas, um dado quase inviável para quem quer subir, nesse perde e ganha. E aí não cabe tanto a Marcos Aurélio…
A relação das torcidas organizadas com as direções dos clubes de futebol é quase umbilical. As primeiras aglomerações organizadas de torcedores surgiram em Pernambuco na década de 1970, num cenário completamente diferente, inclusive pela estrutura de comunicação da época.
Acredite, as torcidas dividiam o mesmo espaço nas arquibancadas. O objetivo era cantar mais alto, levar mais sacos de papel picado e bandeiras.
É difícil precisar o momento exato em que essas torcidas ganharam um poder além da conta, mas foi nos anos 1990. Um fenômeno de norte a sul. Ganharam espaços nos estádios, salas nas sedes dos clubes, caminho livre.
Foram ganhando dinheiro com produtos de suas próprias marcas, elevando o status entre os torcedores, sobretudo os mais jovens, em busca de uma identidade. E os gritos do clube foram abafados pela autoexaltação.
Aos poucos, 50 viraram 500, que viraram 5 mil e hoje são 50 mil.
No Recife não foi diferente. Disputas internas acabaram os grupos menores, incorporados à Fanáutico (20 mil), Inferno Coral (80 mil) e Torcida Jovem (90 mil). Uma massa humana assim, num processo democrático, pode ser utilizada de inúmeras formas. Nos jogos, determina a pressão ou apoio a um jogador ou dirigente na arquibancada. Nas eleições, uma conta exata de votos.
Conscientes disso, os diretores locais abraçaram as organizadas, alheios aos problemas causados pelas mesmas, responsáveis por 800 crimes em cinco anos, segundo o Ministério Público. Brigas, roubos, depredação etc.
Tudo via uma contrapartida extraoficial, de apoio financeiro por apoio maciço nas urnas, com mensalidades quitadas faltando poucos dias para o pleito.
Contudo, no palanque o tom até de presidentes é de apoio à presença das uniformizadas nas partidas, dentro e fora de casa. Tratam casos de violência como pontuais, por mais que a sensação seja onipresente em relação aos episódios envolvendo os supostos integrantes dessas facções.
Vestir uma camisa ou colocar um boné de uma organizada pode até gerar o apoio segmentado de parte da torcida a um dirigente.
Na maioria do público, o ato não parece ser encarado da melhor forma.
Os dirigentes também sabem disso. Mas enquanto isso não influenciar nas urnas, dentro e fora dos clubes, não deverá fazer muita diferença…
Restam duas vagas para a centésima edição do Campeonato Pernambucano. Os últimos integrantes do torneio de 2014 serão definidos através da segunda divisão, composta por quinze clubes. O torneio deste ano terá duas novidades.
Em relação à formação dos elencos, cada time só poderá ter no máximo cinco jogadores com mais de 22 anos. A medida, claro, visa fomentar a revelação de novos atletas. A segunda é a transmissão ao vivo na televisão.
Acredite, o curioso fato não é inédito. Em 1999 a segundona local foi exibida pela TV Pernambuco, que passou a final entre Central e Íbis, em Caruaru, para todo o estado. Desta vez, novamente em sinal aberto, os jogos vão passar aos domingos na TV Nova Nordeste. Resta conferir o nível técnico da boleirada.
A transmissão será em estádios precários a partir de três mil lugares…
Participantes: Altinho, América, Araripina, Cabense, Jaguar, Centro Limoeirense, Ferroviário do Cabo, Flamengo de Arcoverde, Íbis, Olinda, Serrano, Sete de Setembro, Timbaúba, Vera Cruz e Acadêmica Vitória.
Na sua opinião, quais são os dois clubes favoritos ao acesso?
Saiba mais detalhes sobre a Série A2 de 2013 clicando aqui.