Com duas falhas clamorosas do sistema defensivo, o Sport perdeu do América Mineiro na Ilha do Retiro, de virada. Abriu mão de três pontos importantíssimos na luta pelo acesso à elite nacional, aumentando bastante a pressão na reta final da Série B. Na verdade, o Leão perdeu seis pontos contra o Coelho, lá e lô.
O gol de voleio de Marcos Aurélio deixou o time em vantagem logo aos 13 minutos, diante de 18.737 torcedores nesta terça. Os pernambucanos até criaram algumas chances para ampliar, mas o ataque não esteve numa noite objetiva, ciscando bastante e finalizando de forma afobada, de muito longe.
De uma forma geral, o Sport não esteve bem, fato percebido logo pela torcida, nervosa. Ainda no primeiro, uma bola levantada sem tanta pretensão resultou no empate. Patric, em outra péssima jornada, só observou a escorada de Elsinho.
Na etapa final, com mexidas sem melhora na equipe, com as entradas de Chumacero e Nunes – nas vagas de Ailton e Neto Baiano -, o time passou a improvisar, abusando das bolas levantadas ainda da intermediária.
Paralelamente a isso, os contragolpes foram surgindo, levando aquele velho temor. Veio a surpresa negativa, claro. Bady, aos 34 e aos 40, definiu o 3 x 1. O gol de desempate saiu numa trapalhada inacreditável de Rithely e Anderson Pedra. Os volantes bateram cabeça e deixaram a bola com o adversário.
A partir daí, vaias até o apito final, com a 13ª derrota leonina em 30 jogos, num campeonato no qual deveria estar em uma situação bem mais confortável. Com 49 pontos, segue no G4, mas sem espaço para novos erros…
Historicamente, as eleições presidenciais nos grandes clubes pernambucanos sempre focaram mandatos de dois anos no comando executivo. Durante décadas o sistema funcionou desta forma, de biênio em biênio. Somente em 2014 houve uma mudança, no Arruda, com a implantação do triênio.
Em relação ao formato da disputa, o último a adotar a eleição direta, com a participação de todos os sócios, foi o Náutico. Até 2011, apenas os membros do Conselho Deliberativo podiam votar.
Paralelamente à modernização dos estatutos, os clubes vêm convivendo com seguidos embates políticos. Se até os anos 1990 a formação do “consenso” era quase uma regra no processo eleitoral, hoje em dia o bate-chapa se tornou quase inerente às urnas nos Aflitos, no Arruda e, sobretudo, na Ilha do Retiro, que já contou até com urnas eletrônicas, com 21 equipamentos em 2000. Em Caruaru o consenso também vem passando longe.
Confira os dados das eleições com mais de uma chapa inscrita, com pleitos históricos do passado e todos os embates desde 2000, com percentuais dos votos válidos, e os curiosos nomes das candidaturas…
Última atualização em 06/12/2017
Náutico
1978 – 160 votos (apenas conselheiros)
João de Deus (Situação) – 108 votos (67,5%)
Virgínio Cabral de Melo (Oposição) – 52 votos (32,5%)
1979 – dado desconhecido
João de Deus (União e Trabalho) – vencedor
José Ventura (Movimento de Restauração Alvirrubro)
2009 – 160 votos (apenas conselheiros)
Berillo Albuquerque (Náutico Acima de Tudo) – 121 votos (75,62%)
Paulo Alves (Náutico Para Todos) – 39 votos (24,37%)
2011 – 1.632 votos
Paulo Wanderley (Náutico de Primeira) – 1.139 votos (69,79%)
Marcílio Sales (Movimento Transparência Alvirrubra) – 475 votos (29,10%)
Paulo Henrique (Renovação) – 18 votos (1,10%)
2013 – 2.146 votos
Glauber Vasconcelos* (Movimento Transparência Alvirrubra) – 1.575 votos (73,39%)
Marcílio Sales (Alvirrubros de Coração) – 458 votos (21,34%)
Alexandre Homem de Melo (Renovação) – 70 votos (3,26%)
Alberto de Souza (Náutico pra frente) – 43 votos (2,00%)
2015 – 1.544 votos
Marcos Freitas* (Náutico de Todos) – 777 votos (50,32%)
Edno Melo (Vermelho de Luta, Branco de Paz) – 767 votos (49,67%)
Santa Cruz
1975 – 1.387
José Nivaldo de Castro (Situação) – 1.195 votos (86,15%)
José Marcionilo Lins (Oposição) – 192 votos (13,84%)