Surpreendeu o anúncio do Santa Cruz de que 2 mil ingressos promocionais do Todos com a Nota poderiam ser reservados por torcedores do Náutico. Foi a primeira vez que o visitante em um clássico teve direito a isso, através de uma reserva mista. Nas redes sociais, alguns corais se queixaram da decisão, sobretudo porque no Clássico das Emoções na Série B de 2014, com o Tricolor num momento melhor, o Timbu não cedeu mais bilhetes (pagos) à torcida adversária. Rivalidade à parte, a ideia do Santa teve o claro objetivo de gerar uma arrecadação maior. Ao menos nos clássicos.
Explica-se: os grandes clubes da capital não vêm conseguindo trocar todos os ingressos disponíveis do TCN. Longe disso. E a verba só é paga pelo governo do estado em caso de reserva (“troca”), através dos portadores de cartões magnéticos do programa residentes na região metropolitana (hoje, existem 420 mil). Até o clássico entre tricolores e alvirrubros, no returno do hexagonal estadual de 2015, foram realizadas oito partidas tendo Náutico, Santa ou Sport como mandantes.
Neste contexto, foram disponibilizados 84 mil bilhetes promocionais – já considerando as cargas do TCN na Arena (15 mil nos clássicos e 10 mil contra intermediários), Arruda (10 mil nos clássicos e 8 mil contra intermediários) e Ilha (8 mil). Apenas 36.895 foram reservados, o que corresponde a 43,92%. Calculando os ingressos promocionais que sobraram (variando de R$ 7,5 a 25, dependendo do jogo), o trio deixou de arrecadar R$ 918.119, ou cerca de R$ 114 mil a cada partida. Nota-se que a gentileza foi bem fundamentada…
Considerando que a sua torcida não esgote a carga máxima do TCN, o que você acha do repasse de ingressos ao rival num clássico? Comente.
Ingressos reservados no TCN
6.361 – Santa Cruz 0 x 3 Sport
3.519 – Náutico 0 x 0 Salgueiro
7.974 – Sport 1 x 0 Náutico
1.540 – Náutico 4 x 0 Serra Talhada
4.139 – Santa Cruz 0 x 1 Salgueiro
5.482 – Sport 4 x 2 Serra Talhada
2.547 – Náutico 1 x 2 Santa Cruz
5.333 – Sport 1 x 0 Central
Entre 2007 e 2012, projetos grandiosos voltados para o esporte foram lançados na capital de Pernambuco. Os investimentos viriam tanto da esfera pública quanto da iniciativa privada. Na verdade, houve até acerto público-privado. Três novos estádios, no Padrão Fifa, um moderníssimo centro de esportes, incluindo atletismo e natação, dois ginásios poliesportivos de última geração e até um novo bairro na cidade. Somados, esses projetos estão avaliados em R$ 2,96 bilhões. Boa parte deste montante deveria ter sido aplicado até este ano. Porém, todos os prazos de execução das obras expiraram. Sem resultado.
As arenas de Náutico, Santa Cruz e Sport não saíram, o Santos Dumont segue abandonado, o Geraldão está com as obras paradas e a Cidade da Copa é apenas um pedaço de papel na mesa. Na prática, dos modelos projetados em 3D tornaram-se realidade apenas a Arena Pernambuco (ao custo de R$ 532 milhões, fora o imenso aditivo – não revelado – para a sua conclusão), que é apenas uma parte da Cidade da Copa, além de parte da reforma do tradicional ginásio na Imbiribeira (R$ 19,2 milhões).
Casos as ideias e/ou promessas tivessem sido cumpridas, o Recife teria, hoje, capacidade estrutural para organizar, sozinho, uma Copa das Confederações de futebol e, praticamente, uma edição dos Jogos Pan-Americanos. Uma “potência esportiva”, ao menos no campo da fantasia…
Cidade da Copa
Lançamento: 15/01/2009
Custo: R$ 1,59 bilhão (4 módulos)
Prazo original de conclusão (1º módulo): 2014
A Cidade da Copa foi apresentada pelo governador do estado, Eduardo Campos, no início de 2009. Um projeto bilionário a 19 quilômetros do Marco Zero, às margens da BR-408. Além da Arena Pernambuco, que eventualmente saiu do papel, um novo bairro, com até 40 mil habitantes, estava planejado. O projeto recebeu inúmeros elogios da Fifa, como um verdadeiro “legado”. Essa nova centralidade urbana, com centro comercial, hotéis, escolas e órgãos públicos seria construída em quatro etapas: 2014, 2015-2019, 2020-2024 e 2025. O primeiro módulo (abaixo) teria uma Arena Indoor (15 mil lugares), um centro de convenções (9.500 m²), um hotel com 300 quartos, campus educacional e o Centro de Comando e Controle Integrado. Basta passar na área para saber que apenas o estádio corta o horizonte verde. O interesse do empresariado esfriou e hoje não há prazo prático para que a Cidade da Copa realmente saia do papel.
Ginásio Geraldão
Lançamento: setembro de 2012
Custo: R$ 45,7 milhões (no lançamento seriam R$ 40 milhões)
Prazo original de conclusão: julho de 2014
Ainda na gestão de João da Costa, a Prefeitura do Recife anunciou “a primeira reforma estrutural no ginásio, após 40 anos de sua fundação”. Fundado em 1970, o Ginásio Geraldo Magalhães passaria por uma reforma completa, com recuperação estrutural, climatização do espaço para 10 mil espectadores, adequação da quadra poliesportiva aos padrões internacionais e novo placar eletrônico, além de um novo alojamento para 160 pessoas e sala de imprensa, possibilitando ao empreendimento torneios de grande porte, como ocorreu em 2002, na Liga Mundial de Vôlei. O prazo original para finalizar a reforma – publicado na licitação oficial – expirou há sete meses, mas apenas 42% dos trabalhos previstos foram executados (gasto de R$ 19,2 mi). Após uma viagem a Brasília, o atual prefeito da capital, Geraldo Júlio, recebeu uma sinalização positiva do Ministério do Esporte para mais recursos. Faltam R$ 26,5 milhões.
Centro Esportivo Santos Dumont
Lançamento: agosto de 2012
Custo: R$ 84,9 milhões
Prazo original de conclusão: primeiro semestre de 2014
O guia oficial de treinamento Pré-Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, enumera 176 pontos no país para a preparação das delegações internacionais. Apenas um em Pernambuco. Inaugurado em 1975, o Centro de Esportes e Lazer Alberto Santos Dumont reúne inúmeras modalidades. No papel, é o representante local na Olimpíada. Contudo, o estado de abandono é inacreditável, com equipamentos quebrados, sujos, sem manutenção. Utilizado por 2.500 pessoas, o empreendimento em Boa Viagem – com pista de atletismo, piscina olímpica e quadras – sobrevive com reformas paliativas. A grande promessa veio há três anos, com um orçamento de R$ 84.994.736 para a requalificação física e estrutural, através do decreto 38.395 no Diário Oficial do Estado. Na divisão, 65,32% do governo do estado e 34,68% do Ministério do Esporte. Pois bem, a obra visando os Jogos sequer começou.
Arena Coral
Lançamento: 28/06/2007
Custo: R$ 190 milhões
Prazo original de conclusão: 2014
Era o grande projeto do Santa Cruz. Emplacar uma reforma completa no Arruda para colocar o estádio na Copa do Mundo de 2014. O tamanho (60 mil lugares) já era suficiente, mas a ideia contemplava uma ampliação, para receber até 68,5 mil pessoas, podendo se candidatar a palco de uma semifinal do Mundial. A “Arena Coral”, apresentada pelo mandatário do clube em 2007, Edson Nogueira, foi uma alternativa à Arena Recife-Olinda, apresentada numa parceria entre governo do estado e prefeitura de Olinda. O custo de R$ 190 milhões – ou R$ 145 milhões a menos que o concorrente, que sairia do zero – seria dividido entre reforma (R$ 150 mi) e construção de prédio de serviço, sede e estacionamento (R$ 40 mi). “O melhor é que o clube não vai precisar gastar nada. Todo o dinheiro virá da iniciativa privada. Hoje já temos contatos com quatro investidores interessados no projeto”, garantiu David Fratel, diretor da Engipar, a empresa paulista que firmou a parceria com o Tricolor, responsável pela captação de recursos. Os recursos não foram captados. Nem mesmo no relançamento, já com o presidente Antônio Luiz Neto, em março de 2012.
Arena Timbu
Lançamento: 18/11/2009
Custo: R$ 300 milhões
Prazo original de conclusão: 2014
A direção do Náutico anunciou a ideia de construir um novo estádio em 2007. Na época, outros dois projetos já tinham sido lançados. A Arena Coral, do Santa, e a Arena Recife-Olinda, em Salgadinho, o primeiro projeto pernambucano para o Mundial de 2014. Dois anos depois, o Timbu remodelou sua ideia e a apresentou ao então prefeito, João da Costa. Com capacidade para 30 mil pessoas, o projeto seguia os traços modernos dos novos estádios, já contendo um capítulo explicando detalhes de uma ampliação até 42 mil lugares. Localizado entre a rodovia BR-101 e a Avenida Recife, no Engenho Uchôa, o estádio seria operado durante 30 anos pelo consórcio envolvendo Camargo Corrêa, Conic Souza e Patrimonial Investimentos. O estádio, que não chegou a conseguir a autorização da PCR, foi deixado de lado quando o clube começou a negociar a assinatura de contrato para mandar seus jogos na Arena Pernambuco, o que acabou se concretizando em 17 de outubro de 2011. Arena Timbu abortada.
Arena Sport
Lançamento: 17/03/2011
Custo: R$ 750 milhões (no lançamento seriam R$ 400 milhões)
Prazo original de conclusão: 2015
À parte do estádio erguido em São Lourenço da Mata, o Sport sempre articulou a sua própria arena, no lugar da Ilha do Retiro. O plano era demolir o clube inteiro para erguer um estádio multiuso, um shopping center, dois empresariais e um hotel era a ideia. No entanto, a direção leonina não esperava tantas barreiras burocráticas junto à Prefeitura do Recife. A principal autorização, dada pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), só viria em dezembro de 2013 – essa demora resultou numa mudança completa na arena, saindo da DDB/Aedas e para o escritório Pontual Arquitetos, cujo projeto foi revelado em março de 2012. Ainda assim, era preciso regularizar outros documentos. Quando tudo para iniciar a obra ficou ok, o investidor anunciado, a Engevix, acabou não entrando mais em contato com o clube. À procura de outro megainvestidor, o clube acredita que pode começar a construção já em agosto. Considerando este prazo, mesmo sem garantia, a arena ficaria pronta no mínimo em 2019.
O Santa Cruz segue à frente do Sport no campeonato das multidões, 17 mil x 10 mil. A verdade é que apelido serve apenas para esta disputa particular, pois o campeonato estadual em si é um dos mais fracos em presença de público na era do futebol subsidiado pelo governo do estado, desde 1998. A média geral é de 3.274 pessoas. O índice do Náutico, para se ter uma ideia, não passa de 4,2 mil torcedores. E o que dizer do hexagonal do rebaixamento? A 5ª rodada desta fase teve apenas 1.924 torcedores computados (média de 641). Vimos os estádios vazios de sempre, mas ao menos desta vez o Todos com a Nota parece estar sendo contabilizado corretamente. Sem fantasmas.
Voltando às duas principais correntes de público do Pernambucano de 2015, abaixo das últimas edições, a diferença na média entre corais e leoninos é de 6.207 pessoas. Caso se classifiquem, cada time fará sete jogos como mandante. A conferir. Em relação à arrecadação, a bilheteria após os 85 jogos com portões abertos chegou a R$ 2,93 milhões. A FPF, como se sabe, fica com 8% da renda bruta. Portanto, a federação já abocanhou R$ 234.685.
Confira abaixo os dados de público e renda atualizados após cinco rodadas dos hexagonais do título e do rebaixamento, de acordo com o borderô oficial da FPF. Confira todas as médias de 1990 a 2014 clicando aqui.
1º) Santa Cruz (2 jogos como mandante, no Arruda)
Total: 34.135 pessoas
Média: 17.067
Taxa de ocupação: 28,4%
Renda: R$ 577.447
Média: R$ 288.723
Presença contra intermediários (1): T: 9.992 / M: 9.992
2º) Sport (3 jogos como mandante, 1 na Arena e 2 na Ilha)
Total: 32.581 pessoas
Média: 10.860
Taxa de ocupação: 29,04%
Renda: R$ 547.022
Média: R$ 182.340
Presença contra intermediários (2):T: 19.062 / M: 9.531
3º) Salgueiro (2 jogos como mandante, no Cornélio)
Total: 12.834 pessoas
Média: 6.417
Taxa de ocupação: 64,71%
Renda: R$ 95.095
Média: R$ 47.547
4º) Central (10 jogos mandante, no Lacerdão)
Total: 46.819 pessoas
Média: 4.681
Taxa de ocupação: 24,0%
Renda: R$ 406.895
Média: R$ 40.689
5º) Náutico (3 jogos como mandante, na Arena)
Total: 12.636 pessoas
Média: 4.212
Taxa de ocupação: 9,11%
Renda: R$ 247.325
Média: R$ 82.441
Presença contra intermediários (2): T: 8.010 / M: 4.005
6º) Serra Talhada (9 jogos como mandante, no Nildo Pereira)
Total: 33.842 pessoas
Média: 3.760
Taxa de ocupação: 75,20%
Renda: R$ 254.426
Média: R$ 28.269
As capacidades (oficiais) dos estádios usadas para calcular a taxa de ocupação: Arruda (60.044), Arena Pernambuco (46.214), Ilha do Retiro (32.983), Lacerdão (19.478), Cornélio de Barros (9.916) e Nildo Pereira (5.000).
Geral – 85 jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)*
Público total: 278.373
Média: 3.274 pessoas
TCN: 218.971 (78,66% da torcida)
Média: 2.576 bilhetes
Arrecadação: R$ 2.933.565
Média: R$ 34.512 * Foram realizadas 86 partidas, mas um jogo ocorreu de portões fechados.
Fase principal – 15 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 122.618
Média: 8.174 pessoas
TCN: 73.783 (60,17% da torcida)
Média: 4.918 bilhetes
Arrecadação total: R$ 1.733.844
Média: R$ 115.589
A 5ª rodada do hexagonal do título passou em branco em relação às penalidades marcadas e cartões vermelhos distribuídos. Assim, os rankings dos pênaltis e cartões do Campeonato Pernambucano de 2015 permaneceram inalterados os dados. Confira os rankings de pênaltis e cartões atualizados após 15 jogos.
Pênaltis a favor (3)
2 pênaltis – Sport
1 pênalti – Salgueiro
Sem penalidade: Náutico, Santa Cruz, Central e Serra Talhada
Salgueiro desperdiçou um pênalti Sport evitou uma penalidade
Pênaltis cometidos (3)
1 pênalti – Santa Cruz, Sport e Serra Talhada
Sem penalidade, Náutico, Central e Salgueiro
Cartões vermelhos (4)
1º) Santa Cruz – 2 adversário expulsos, 2 cartões vermelhos
2º) Sport – 1 adversário expulso, 1 cartão vermelho
2º) Salgueiro – 1 adversário expulso, 1 cartão vermelho
Nenhum cartão: Náutico, Central e Serra Talhada
O hexagonal do título chegou a 50% dos jogos realizados. As cinco rodadas formaram uma classificação bem incomum no Estadual. Neste momento, seriam dois times do interior na semifinal, algo que nunca aconteceu neste modelo, implantado no futebol local em 2010. Em 2015, o clube grande ausente no G4 é o Náutico, que trocou de lugar com o Santa após o revés no Clássico das Emoções. Teremos alguma reviravolta na classificação após as dez rodadas?
Saíram 33 gols nos 15 jogos desta fase do #PE2015, com média de 2,2. Em relação à artilharia, na qual a FPF só considera o hexagonal e o mata-mata, o atacante Élber (Sport) segue na liderança isolada, com 3 gols.
Hoje, as semifinais seriam: Sport x Santa Cruz e Central x Serra Talhada.
Serra Talhada 1 x 0 Salgueiro – Falta de luz no estádio e gol contra marcaram o clássico sertanejo. O Cangaceiro mantém vivo o sonho de terminar no G4.
Náutico 1 x 2 Santa Cruz – De virada, o Tricolor se impôs e voltou à briga, entrando na zona de classificação. Graças aos ex-alvirrubros Alemão e Betinho.
Sport 1 x 0 Central – A Patativa se defendeu o quanto pôde, mas acabou cedendo no fim. O resultado complicou a classificação do visitante.
Destaque: Felipe Azevedo. Entrou no intervalo e deu mais garra ao Sport. No fim, foi premiado com o gol que deixou o Leão bem à frente dos demais.
Carcaça: Gilberto Castro Júnior. É quase praxe a presença de um árbitro aqui. Neste caso, pelo excesso de “esporros” de Gilberto para com os atletas.
Próxima rodada:
01/03 (16h00) – Santa Cruz x Náutico (Arena Pernambuco)
01/03 (16h00) – Central x Sport (Lacerdão)
01/03 (16h00) – Salgueiro x Serra Talhada (Cornélio de Barros)
Os dez mil torcedores que foram à Ilha enfim saíram satisfeitos. A vitória foi magra, arrancada no finzinho, mas é inegável o esforço do time, com uma mobilidade melhor em relação aos jogos anteriores, no regional e no estadual.
Em vez de aceitar a marcação adversária, uma troca de passes com mais rapidez, seguida de uma maior variedade de jogadas, tanto pelos laterais quando afunilando. Contra o Central, encerrando a primeira metade do hexagonal, o Leão venceu por 1 x 0, no quinto triunfo seguido no Pernambuco, 100%.
O herói da noite foi Felipe Azevedo, outra vez. Como no Nordestão, entrou no decorrer e foi decisivo. Rápido e voluntarioso, ele é. O faro de gol é que merece uma atenção maior. Porém, neste início de ano o atacante vem correspondendo. O gol a cinco minutos do fim, escorando um cruzamento de Vitor, foi de quem sabe. Se antecipou e bateu firme, tirando o goleiro alvinegro do lance.
O gol destravou a Patativa, num ferrolho daqueles e apelando à maca a todo instante. Acuada, viu Diego Souza, terminando como centroavante, mandar no travessão – apesar disso, não brilhou na posição. Quanto ao Central, fez o que podia. Por pouco não pontuou, mas teve que engolir o tabu desde 2006.
Um próximo confronto já está marcado. Domingo, em Caruaru. Em campo, teremos um Sport reserva. Com 15 pontos somados, o técnico Eduardo Batista pode poupar a equipe para focar a Copa do Nordeste. Outros ferrolhos na disputa paralela aguardam o Leão, com seus heróis improváveis…
A 104ª edição do podcast 45 minutos detalhou o Clássico das Emoções. Durante mais de uma hora, o jogo vencido pelo Santa Cruz, de virada, foi a pauta de um debate quente, com análise do jogo, da arbitragem e do público, além de projeções sobre o futuro dos dois times. A gravação terminou com 1h12min. Neste programa, o compartilhamento no facebook ou no twitter o credencia a participar do sorteio de uma camisa oficial do Santa Cruz. No fim do áudio, o anúncio do vencedor do uniforme do Central, a promoção anterior.
Estou neste podcast ao lado de Celso Ishigami, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
O atacante Betinho acertou a trave três vezes contra o Salgueiro, no sábado. Nunca havia passado por isso na carreira, mas teve que se conformar com a atuação no Arruda. Entretanto, mesmo contestado pelo povão, foi mantido como titular pelo técnico Ricardinho. Veio a quarta-feira. No clássico encarado de frente, o esforçado jogador vinha tendo uma atuação apagada contra o ex-time, batendo cabeça o tempo todo com Waldison, sua dupla no ataque. Sua única finalização, na marca do pênalti, acabou desviada pelo próprio companheiro, o zagueiro Danny Moraes.
E assim o empate permanecia até os minutos finais de um esvaziado Clássico das Emoções, quando Renatinho escapou pelo lado esquerdo, cruzou rasteiro e Betinho mandou para as redes. Nada de bola na trave, chute mascado, desviado ou impedimento. A eficiência tardou, mas chegou. O se primeiro gol na temporada foi decisivo para a vitória do Santa Cruz por 2 x 1 e ressuscitou o clube no hexagonal do Estadual. Como na Série B 2005, tão lembrada antes da partida, os corais subiram na classificação usando o Náutico como escada. Enfim, entrou no G4, que vinha ficando mais distante a cada rodada.
O resultado diminui e muito a pressão no Tricolor, cujo treinador encaminhava para seus últimos momentos no comando. Um resultado a se comemorar, por mais que o futebol ainda esteja bem aquém ideal. O clássico foi ruim, com lampejos de uma boa disputa, na base da vontade, no início – num volume bem maior do Santa, com 55% de posse – , e um sem fim de jogadas infundadas na segunda etapa, com as duas equipes já desobedecendo aos padrões táticos mais conhecidos dos técnicos Moacir Júnior, cuja recomposição foi o ponto fraco, e Ricardinho, sem um ataque produtivo até então.
A saída do meia Biteco aos 22 minutos da etapa complementar fez um arco com a rodada passada, no supracitado tropeço tricolor no Mundão. O time caiu sem a presença dele, pois novamente era o mais lúcido. A suada vitória dá crédito ao técnico, claro, mas a mudança não surtiu tanto efeito mais uma vez. Não para a coletividade. Porém, esse debate fica para depois, na comemoração dos torcedores. E quase todos les viram o jogo pela televisão, pois no estádio apenas 4.626 corajosos encararam uma Arena Pernambuco às 22h, sem metrô na volta. Emoção é isso.
Os estádios dos grandes clubes pernambucanos são relativamente próximos. Encravados na área urbana mais antiga do Recife, as distâncias entre os tradicionais palcos variam entre 2,1 e 4,7 quilômetros. Perto? Basta comparar com os estádios rivais mais próximos do mundo. O recorde fica no interior da Escócia, na pequena Dundee. Os times levam o nome do municípcio, sendo um FC e outro United. Entre os dois pequenos estádios, o Dens Park com 11.506 lugares e o Tannadice Park com 14.229, apenas 100 metros de calçada.
A partir do Google Maps, o blog traçou as distâncias mínimas a pé entre os pontos mais próximos dos estádios, utilizando as vias públicas, claro. Basta caminhar alguns quarteirões. Entre as rivalidades próximas, três estão no Brasil. E uma se encontra na África, com dois estádios gigantescos na vizinhança.
Distância a pé entre os estádios do Recife
2.100m – Aflitos x Arruda
3.200m – Aflitos x Ilha do Retiro
4.700m – Arruda x Ilha do Retiro
A distância da tripla rivalidade recifense não se compara aos percursos entre os uruguaios Bella Vista, Wanderers e River Plate, fincados no Parque del Prado, em Montevidéu. Já pensou algo parecido por aqui?
650m – Bella Vista (A) x Wanderers (C)
750m – Wanderers (C) x River Plate (B)
850m – Bella Vista (A) x River Plate (B)
Eis as rivalidades polarizadas com os estádios mais próximos do mundo…
1º) Dundee (Escócia) – Dundee FC (A) x Dundee United (B), 100 metros
2º) Belém (Brasil) – Remo (B) x Paysandu (A), 250 metros
3º) Avellaneda (Argentina) – Independiente (B) x Racing (A), 350 metros
4º) Santos (Brasil) – Santos (A) x Portuguesa Santista (B), 400 metros
5º) Omdurman (Sudão) – Al-Hilal (A) x Al-Merreikh (B), 550 metros
6º) La Plata (Argentina) – Estudiantes (B) x Gimnasia y Esgrima (A), 650 metros
7º) Nottingham (Inglaterra) – Notts County (A) x Nottingham Forest (B), 700 metros
7º) Belgrado (Sérvia) – Partizan (B) x Estrela Vermelha (A), 700 metros
9º) Campinas (Brasil) – Guarani (A) x Ponte Preta (B), 800 metros
10º) Liverpool (Liverpool) – Liverpool (A) x Everton (B), 1.100 metros
Os públicos nos três jogos na 4ª rodada do hexagonal do título foram bem semelhantes. No Arruda, 9.992 pessoas. Na Ilha, 9.088. No Lacerdão, 8.903, no maior público do interior até o momento. A média nessas partidas foi de 9.327, um bom número, considerando que não teve clássico algum. Contudo, ao somar com os dados do hexagonal do rebaixamento, a média de público do Campeonato Pernambucano de 2015 cai vertiginosamente, com 3.253 espectadores.
Por sinal, na rodada da fase que definirá os dois rebaixados à segundona, um jogo teve público zero. O jogo Atlético-PE 2 x 0 Vera Cruz ocorreu de portões fechados, e, por isso, a não será computado na média geral.
Já o campeonato das multidões segue com o Santa Cruz à frente do ranking, com 5.764 torcedores à frente em relação à média ao Sport, ambos com dois jogos. Em relação à renda, a FPF fica 8% da arrecadação bruta. Ou seja, dos R$ 2,67 milhões de bilheteria, a federação abocanhou R$ 213.663.
Confira abaixo os dados de público e renda atualizados após duas rodadas hexagonais do título e do rebaixamento, de acordo com o borderô oficial da FPF. Confira todas as médias de 1990 a 2014 clicando aqui.
1º) Santa Cruz (2 jogos como mandante, no Arruda)
Total: 34.135
Média: 17.067
Taxa de ocupação: 28,4%
Renda: R$ 577.447
Média: R$ 288.723
Presença contra intermediários (1): T: 9.992 / M: 9.992
2º) Sport (2 jogos como mandante, 1 na Arena e 1 na Ilha)
Total: 22.607
Média: 11.303
Taxa de ocupação: 28,25%
Renda: R$ 445.850
Média: R$ 222.925
Presença contra intermediários (1):T: 9.088 / M: 9.088
3º) Salgueiro (2 jogos como mandante, no Cornélio)
Total: 12.834
Média: 6.417
Taxa de ocupação: 64,71%
Renda: R$ 95.095
Média: R$ 47.547
4º) Central (10 jogos mandante, no Lacerdão)
Total: 46.819 pessoas
Média: 4.681
Taxa de ocupação: 24,0%
Renda: R$ 406.895
Média: R$ 40.689
5º) Náutico (2 jogos como mandante, na Arena)
Total: 8.010
Média: 4.005
Taxa de ocupação: 8,66%
Renda: R$ 136.720
Média: R$ 68.360
Presença contra intermediários (2): T: 8.010 / M: 4.005
6º) Serra Talhada (8 jogos como mandante, no Nildo Pereira)
Total: 28.983 pessoas
Média: 3.622
Taxa de ocupação: 72,45%
Renda: R$ 217.911
Média: R$ 27.238
As capacidades (oficiais) dos estádios usadas para calcular a taxa de ocupação: Arruda (60.044), Arena Pernambuco (46.214), Ilha do Retiro (32.983), Lacerdão (19.478), Cornélio de Barros (9.916) e Nildo Pereira (5.000).
Geral – 79 jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)*
Público total: 256.990
Média: 3.253 pessoas
TCN: 204.488 (79,57% da torcida)
Média: 2.588 bilhetes
Arrecadação: R$ 2.670.791
Média: R$ 33.807 * Foram realizadas 80 partidas, mas um jogo ocorreu de portões fechados.
Fase principal – 12 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 103.159
Média: 8.596 pessoas
TCN: 61.303 (59,42% da torcida)
Média: 5.108 bilhetes
Arrecadação total: R$ 1.485.552
Média: R$ 123.796