Sport vence o Cene, mas não evita o jogo de volta na Ilha, sem apelo para o público

Copa do Brasil 2015, 1ª fase: Cene-MS 1x2 Sport. Foto: ADEMIR ALMEIDA/FUTURA PRESS

O estádio Douradão, no interior do Mato Grosso do Sul, tem 30 mil lugares, mas apenas 867 foram ocupados no jogo entre Cene e Sport. Nota-se que o deserto foi enorme. Possivelmente, haverá outro cenário no mesmo naipe.

Ao Sport, estreando na Copa do Brasil, a obrigação era vencer por dois gols de diferença, garantindo a cota da 2ª fase (R$ 420 mil) e evitando uma partida extra de baixo apelo. A classificação antecipada chegou a ficar ao alcance durante nove minutos, quando Régis ampliou, no 1º minuto do segundo tempo (Joelinton abriu o placar), mas “Tevez” diminuiu e o time pernambucano, com seis reservas, não produziu mais. Bateu cabeça na grande área, mas venceu, 2 x 1.

Só não foi suficiente para riscar um jogo a mais do já apertado calendário, tomado pelas finais do Nordestão e do Pernambucano. Isso contra um rival fraquíssimo, já rebaixado à segunda divisão estadual de 2016. Portanto, em 16  de abril, uma quinta à noite, a Ilha abrigará Sport x Cene. Nada diferente do que ocorreu há dois anos, com Sport x Vitória da Conquista, também na primeira fase. O Leão vencera por um gol de diferença, forçando a volta. No Recife, o jogo teve apenas 3.212 testemunhas, até então o menor público desde 2005!

Caso não ocorra uma senhora zebra agora, o time de Eduardo Batista deverá apenas cumprir a agenda (inesperada) para seguir na Copa do Brasil, cujo objetivo final é obter receitas extras até a eliminação (forçada) para ir à Copa Sul-Americana. Fato, a folga também era um objetivo.

Copa do Brasil 2015, 1ª fase: Cene-MS 1x2 Sport. Foto: ADEMIR ALMEIDA/FUTURA PRESS

Mando de campo dos clubes do interior na Arena sob protesto, moral e esportivo

Protesto da torcida o Central. Foto: Raniere Marcelo/twitter

Sobre o local da partida entre Salgueiro e Flamengo, pela Copa do Brasil, o presidente do Carcará, Clebel Cordeiro vetou a mudança para a Arena:

“Por que o comedor de rapadura de Salgueiro só pode ver jogo pequeno no estádio e os grandes na televisão? Ele tem que assistir a todos no estádio”.

Sobre o local da partida entre Central e Santa Cruz, pela semifinal do Estadual, o presidente da Patativa, Francisco Noé, revelou a negociação com a Arena:

“Se for algo interessante para o Central, nós levamos o jogo para lá, sem problema algum. A partir de R$ 400 mil seria vantajoso para nós”.

A diferença na atitude dos dirigentes dos maiores clubes do interior do estado explica um pouco o protesto da torcida alvinegra no Lacerdão (acima), exigindo a manutenção do confronto contra os tricolores em Caruaru. Enquanto isso, o Salgueiro já confirmou o local em seu facebook (abaixo).

Sobre a possível mudança do Central, elaborei alguns pontos.

1) O Central não chegava à fase final do certame local desde 2010. E agora, na hora ponto alto, a direção simplesmente tira o jogo do Agreste e o leva à região metropolitana, no reduto dos torcedores adversários? Por mais que alguns baluartes do juridiquês insistam na tese da não inversão (afinal, o jogo seria em São Lourenço, e não no Recife), há um favorecimento esportivo claro.

2) A situação seria igual àquela de Sport x Náutico, na Arena Pernambuco? Não vejo igualdade. No clássico o palco é um campo neutro, tanto que o estádio foi erguido para abrigar os 20 principais jogos dos três grandes clubes. O mando ali, à parte da Ilha e do Arruda, seria natural. Não por acaso, em 2014 o Santa Cruz jogou 6 vezes como mandante e o Sport atuou em 7 oportunidades.

3) Sobre a proposta de R$ 400 mil, que poderia ajudar o caixa do Central, vale observar também pelo prisma do consórcio. Considerando a cota ao clube do interior e a despesa operacional da partida, a bilheteria teria que superar os R$ 500 mil. Em toda a história local, menos 40 jogos superaram essa marca. Caso a meta não seja alcançada, quem pagaria a conta? O governo do estado (a gente), de novo. Em 2013 e 2014 o rombo foi de R$ 54 milhões.

4) O Lacerdão é um estádio com 19.478 lugares, o maior palco particular do interior do Nordeste, em uma cidade com quase 400 mil habitantes. Ignorar todo esse contexto é jogar um balde de água gelada na torcida alvinegra.

5) Apenas Náutico, Santa e Sport podem mandar jogos na Arena Pernambuco? Não, obviamente. Mas um time do interior como mandante contra um da capital parece um tanto óbvio o erro no mérito esportivo.

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Salgueiro confirmando jogo com o Flamengo no Cornélio de Barros: Crédito: facebook.com/SalgueiroAtleticoClube