O gramado do estádio Luiz Lacerda sempre foi um retrato da seca em Caruaru, cidade com um histórico racionamento no fornecimento de água potável. Com o calendário do Central variando a cada ano, dependendo da participação no Campeonato Brasileiro, os cuidados com o campo acabam indo no mesmo ritmo. Sem jogo, sem água. Naturalmente, num quadro profissional o estado jamais poderia ser esse, mas a falta d’água não pode ser ignorada – e nem os valores cobrados pelos caminhões-pipa.
Não por acaso, o gramado ficou numa situação lamentável em novembro de 2015, após a eliminação na Série D (abaixo). Um deserto com algumas ilhas verdes. O visual crítico acabou gerando uma articulação inusitada, mas funcional. A ponto de se lamentar não ter tido antes. A direção alvinegra fechou uma parceria com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) para a reutilização da água proveniente do tratamento da cidade.
É exatamente isso, água de tratamento, mas com a devida limpeza para o uso da irrigação (afinal, não há o objetivo de colher safras). Essa água costumava ser derramada no Rio Ipojuca, que corta Caruaru. Em um mês, a reutilização representou 120 caminhões, com 12 mil litros cada. Ou seja, mais de 1,4 milhão de litros sem uso aparente deram uma nova cara ao Lacerdão, já verdinho. Possivelmente, uma solução perene para um palco tão tradicional.
Uma ideia para ser compartilhada em outros campos desgastados no interior…
Crédito das fotos no post:
1) Daniel Vasconcelos/divulgação (campo e caminhão-pipa)
2) Marivaldo Paulo/Rádio Liberdade (campo seco)
3) Medson Magno (campo verde, panorâmica da arquibancada)
Gostaria de parabenizar a parceria pela iniciativa do reúso de águas residuárias, este é um bom exemplo de como fazer o reúso da água. É importante frisar que podemos fazer, muito mais, com o aproveitamento de águas residuárias tratadas.
Muito bom !!! Espero que as outras cidades do interior, que também sofrem com a seca, façam está parceria com a compesa e que possamos ver os gramados em melhores condições !!!