As 28 campanhas nordestinas no 1º turno da Série A com 20 clubes, de 2006 a 2016

Campanhas dos clubes nordestinos na Série A por pontos corridos com 20 clubes (2006-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Legenda: pontos (P), jogos (J), vitórias (V), empates (E), derrotas (D), gols a favor (GP), gols sofridos (GC) e colocação no turno (C)

O formato vigente do Campeonato Brasileiro, disputado em pontos corridos e com vinte clubes participantes, foi implantado em 2006, após um período de transição. Mais enxuto, e bem mais difícil, a Série A teve 28 participações do Nordeste de 2006 a 2016. Foram oito clubes distintos, de quatro estados (PE 14, BA 10, CE 3 e RN 1). Encerrada a participação de Sport, Vitória e Santa no primeiro turno desta temporada, o blog compilou todas as campanhas na primeira metade da competição, traçando um ranking de desempenho. Vale lembrar que cada turno vale uma taça, oferecida pelo jornal Lance!, sendo o Troféu Osmar Santos no 1º turno e o Troféu João Saldanha no 2º turno.

Em todos os anos ao menos um nordestino esteve presente, tendo no máximo três times. Na maioria das vezes, numa briga contra o descenso. Ao fim do campeonato, em apenas três vezes os representantes da região terminaram entre os dez primeiros colocados, sendo duas vezes com o Vitória, em 2008 (10º) e 2013 (5º), e uma com o Sport, em 2015 (6º).

O resumo do 1º turno do Campeonato Brasileiro de 2006 a 2016

Participações
7 – Sport
6 – Vitória
5 – Náutico
4 – Bahia
2 – Ceará e Santa Cruz
1 – Fortaleza e América-RN

Fora do Z4 (17 vezes)
Sport (5), Vitória (5), Bahia (3), Ceará (2) e Náutico (2)

No Z4 (11 vezes)
Náutico (3), Santa (2), Sport (2), América (1), Bahia (1), Fortaleza (1) e Vitória (1)

Melhor colocação
5º lugar, com o Vitória em 2008

Pior colocação
Lanterna (5 vezes), com Santa (2006), América (2007), Sport (2009), Náutico (2013) e Vitória (2014)

Obs. Em 2016, Sport e Vitória ainda podem ser ultrapassados pelo Figueirense, que tem um jogo a menos, mas não mudaria o quadro sobre o descenso.

Em jogo ruim, técnica e disciplinarmente, Sport arranca empate com o Figueirense

Série A 2016, 19ª rodada: Figueirense 1 x 1 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

No Orlando Scarpelli, o Sport teve uma ótima oportunidade para buscar mais três pontos como visitante. Pelo primeiro tempo, com bons contragolpes, desperdiçados por preciosismo, e pelo incrível gol perdido por Edmílson aos 41 minutos da segunda etapa, escorando um cruzamento na pequena área, com o gol escancarado. Acertou o goleiro Thiago Rodrigues. Àquela altura, o jogo com o Figueirense já estava 1 x 1, após o pênalti convertido por Túlio de Melo pouco antes. Esse resumo é apenas o lado bom da história, pois o time leonino, que atuou pela primeira vez nesta Série A sem Diego Souza (suspenso), foi muito mal após o intervalo.

Incontáveis passes errados, saída de jogo na base do chutão e reposição falha. Além de atuações individuais abaixo – problema já visto na rodada passada, contra o América. Magrão esteve inseguro (falhou no gol catarinense, no primeiro lance do segundo tempo), Gabriel Xavier não chegou nem perto de cumprir o papel de DS, Everton Felipe ficou na correria, Mancha (acionado no lugar de Serginho, outra vez pífio) não sabia nem onde jogar, chegando a ficar na ponta direita, Rogério fominha, Rodney Wallace indeciso entre apoiar e defender, Mark improdutivo… Com esse rendimento, o pontinho acaba sendo “ok”. E, futebol à parte, até foi, pois o Figueira, concorrente direto contra o descenso, segue invicto como mandante.

Por fim, a pior atuação da noite. O árbitro paulista Flávio Rodrigues de Souza, aspirante à Fifa, falhou disciplinarmente. Distribuiu sete amarelos, mas sem critério, pois lances idênticos passaram batidos. Poderia até ter expulsado um de cada lado após agressões claras sem a bola. Além da falta de critério nas faltas (e foram 31!), fez vista grossa numa segunda penalidade para os pernambucanos, no rebote do lance de Edmilson, com Rogério empurrado. O Sport saiu reclamando de outros dois (em Gabriel Xavier e numa bola na mão), mas o blog não concorda. Ao menos, Flávio acertou o último lance, anulando corretamente o gol dos donos da casa após falta (clara) em Magrão.

Série A 2016, 19ª rodada: Figueirense 1 x 1 Sport. Foto: Agência Estado

Santa encerra o turno perdendo do São Paulo, na 6ª derrota em 10 jogos em casa

Série A 2016, 19ª rodada: Santa Cruz 1 x 2 São Paulo. Foto: Ricardo Fernandes/DP

O fator mando de campo foi essencial no renascimento do Santa Cruz, com o Arruda tomado de gente nas principais campanhas rumo ao acesso. No Brasileiro, com muitos jogos tendo apenas o anel inferior liberado para a torcida, o caldeirão esfriou. Não só por isso, claro. A diferença técnica (e, cada vez mais, de confiança) vem minando a campanha coral, com seguidos tropeços em casa. No primeiro turno, jogou nove vezes como visitante e dez como mandante. Era a chance de sobressair. Porém, as seis derrotas no Recife deixaram o time (que largou muito bem) na zona de rebaixamento.

Além do marasmo, a real concorrência olímpica (com inúmeros canais transmitindo o evento no Rio), resultando em 12 mil espectadores no Mundão para o confronto diante do São Paulo. Quem foi, tentou ajudar. Em campo, o time coral manteve a postura inconstante. O bom jogo feito em Porto Alegre passou pelo rendimento da defesa, compacta, ligadíssima. Bem diferente deste domingo. O primeiro tempo foi muito ruim, com uma merecida (e sonora) vaia. O ataque foi inoperante, com Keno, o único escape, bem marcado, e Grafite sem ter com quem tabelar. Lá atrás, o time deu bastante espaço ao adversário. Sobretudo pelo lado direito, com Léo Moura (lento) e Jádson (disperso demais, tocando mal). Por lá saiu o primeiro gol são-paulino, numa cabeçada do atacante argentino Chávez. Ali, o placar já era econômico.

No intervalo, Milton Mendes procurou corrigir o posicionamento, além de cobrar mais intensidade, pois o ritmo do jogo era completamente favorável aos paulistas. E a retomada foi até animada. Derley, com Gafite fazendo o pivô (esperou por isso), teve a melhor chance para empatar, mas, na marca do pênalti, bateu pra fora. O Santa seguiu pressionando, mas sem sucesso, até o duro golpe aos 19 minutos, outra vez com Chávez, concluindo o passe do peruano Cueva, já com gol vazio. Como o São Paulo desperdiçando a chance de golear, com Tiago Cardoso espalmando duas boas finalizações, o jogo ainda ficou aberto. A dez minutos do fim, a esperança, num pênalti. Porém, Grafite parou em Dênis. Aos 38, de canhota, Keno enfim marcou, mas sem tempo hábil para concluir mais uma jogada de bem trabalhada, 1 x 2. Ali, já era o Santa desorganizado, recorrente dentro de sua própria casa.

Série A 2016, 19ª rodada: Santa Cruz 1 x 2 São Paulo. Foto: Ricardo Fernandes/DP