Seria uma odisseia. A bordo de uma kombi cansada, fiéis tricolores partiriam no domingo, às 13h, com destino a Medellín, na Colômbia. Tudo para ver a primeira partida oficial do Santa Cruz no exterior, diante do Independiente, pelas oitavas da Copa Sul-Americana, quarta-feira, às 21h45. Ao custo de R$ 300, ou R$ 400 parcelado, o torcedor ficaria quatro dias na estrada, num trajeto para poucos.
O menor percurso possível, de 8.128 quilômetros, cortaria o interior de Pernambuco, Piauí, Maranhão, Tocantins e Pará, com direito a 1.046 km somente na BR-230, até chegar em Humaitá, no sul do Amazonas. Lá, pegaria a Transamazônica até Manaus, subindo em Roraima e finalmente saindo do país. Colômbia? Nada disso. Caso liberada na divisa, a kombi guerreira entraria na Venezuela, que vive um momento turbulento. Teria que percorrer o país até a Colômbia. Nessa viagem toda, cinco balsas para atravessar rios. Com boa vontade, respeitando todas as leis de trânsito e sem parar um instante sequer, seriam 119 horas. Da saída programada no Arruda até o jogo, apenas 81 horas.
Ao pé da letra, via estimativa do Google Maps, somente ao meio-dia da sexta essa kombi chegaria. Até lá, o time do Santa já estaria novamente no Brasil. Não que a viagem tenha sido mal planejada. Por mais que tenha instigado torcedores, afinal, seria uma senhora prova de paixão, foi tudo uma brincadeira, iniciada e viralizada em grupos de torcedores nas redes sociais. A própria kombi, real, foi tirada do site oficial, num registro de um torcedor que usa o veículo fazendo transporte escolar gratuito. Ao menos um dado compartilhado era real: o telefone. O que não teve de gente interessada nas “três vagas restantes”…
Obs. Na trama, a kombi “quebraria” na terça-feira. Chegar seria mesmo difícil.
“com direito a 1.046 km somente na BR-230, até chegar em Humaitá, no sul do Amazonas. Lá, pegaria a Transamazônica até Manaus”.
Correção: a transamazonica é a própria br-230 e não chega a Manaus.
Correçao, nao seriam 4 dias de viagem, 120 dividio por 24 ja daria 5 dias inteiros. Supondo umas tres paradas de 2 horas por dia para um leve descanso e refeiçoes (imaginando que nao parariam para dormir mas sim revezariam a direçao durante a noite) seriam 6 dias e meio. Isso tudo ignorando também engarrafamentos, paradas em fronteiras, burocracia e eventuais infortunios.
Coloque ai mais seis dias e meio para a volta rodando 18 horas por dia e temos uma odisseia bem interessante. Conforto, é claro, é subjetivo.