No futebol brasileiro, a função mais instável é, de longe, a do treinador, cujo emprego é colocado em xeque a cada má sequência de resultados. Ocorre antes de uma análise criteriosa sobre o desempenho dos atletas, tanto em nível técnico quanto físico, ou mesmo sobre a própria direção, considerando atrasos salariais e problemas estruturais. Por outro lado, também parece ser uma categoria desunida, com treinadores acertados antes da demissão do antecessor, nomes à espera de uma queda rápida etc. Costurando tudo isso, os profissionais organizaram o 1º Encontro Nacional de Treinadores de Futebol. O evento reuniu 73 técnicos, incluindo nomes recorrentes no futebol pernambucano, como Luxemburgo, atual técnico do Sport, Gallo e Martelotte. Realizado na sede da CBF, também contou diretores dos departamentos de competições, registro e transferência, patrimônio e financeiro da entidade, além do técnico da Seleção Brasileira, Tite.
Na pauta dos treinadores, dois pontos chamaram a atenção do blog:
1) Limitação de troca de treinadores durante as competições nacionais (no máximo 2 mudanças, tanto para clubes quanto para técnicos)
O pedido já foi vetado pelos clubes. Por isso, o pedido direto à confederação. Considerando Brasileiro (Séries A, B, C e D) e Copa do Brasil, o clube só poderia ter dois treinadores efetivos numa temporada. De fato, há limitação semelhante para atletas – número máximo de jogos num torneio para uma transferência no mesmo torneio ou o número de clubes no mesmo ano. Porém, na visão do blog, a aplicação da mesma regra aos treinadores – ao menos a curto prazo – teria um efeito apenas protecionista, forçando uma estabilidade de comando independentemente da relação clube/profissional. No caso de um atleta, o clube pode substituir por um reserva ou alguém da base. Já no caso do treinador, o trabalho seguiria sem norte devido a um artigo no regulamento geral? Soa uma influência além da conta na gestão do clube.
2) Exigência de certificado para técnicos estrangeiros e/ou equiparação da licença para trabalhar no exterior
Esse pedido faz mais sentido, até porque a Licença de Clubes da CBF entrará em vigor em 2018, com uma série de exigências administrativas para chancelar as participações dos times em torneios nacionais. A exigência escalonada começará na Série A, demandando a Licença Pro, o mais alto dos cinco níveis de cursos para técnicos em vigor no país. No caso de um estrangeiro, ele precisaria ter um certificado semelhante em seu país, desde que o documento brasileiro tivesse o mesmo reconhecimento lá.
Qual é a sua opinião sobre os dois pedidos dos técnicos à direção da CBF?