De Rau a Caça-Rato, a confiança do Santa Cruz para deixar a Série C no passado

Gols de cabeça de Rau (1998) e Caça-Rato (2013), salvando o Santa

Em 1998, diante de 55 mil pessoas, o Santa Cruz venceu o Volta Redonda com um gol do zagueiro Rau aos 46 do segundo tempo, 3 x 2. Nos descontos, empurrado pela torcida, o tricolor escapou do rebaixamento à Série C.

Em 2013, tentando encerrar um calvário de seis anos no porão do futebol nacional, o Santa venceu o Betim por 2 x 1, com o gol decisivo marcado pelo atacante Flávio Caça-Rato. Cabeçada que fez o Arruda explodir. Eram 60 mil vozes. Fica claro que no aperreio o tricolor sempre jogou nos braços do povo.

Com 15 jogos disputados como mandante na Série B de 2017, a cobra coral tem uma média de apenas 7.790 torcedores, com renda de R$ 63 mil. Daí, a convocação do clube para outro momento difícil, tentando evitar um novo descenso à terceira divisão. Restam quatro jogos no Recife, dois seguidos, agora. E o rendimento positivo em casa é vital. É a hora do “tudo ou nada”…

28/10 – Santa Cruz x Luverdense
04/11 – Santa Cruz x Náutico
14/11 – Santa Cruz x Paraná
25/11 – Santa Cruz x Juventude

Assista ao vídeo de convocação lançado pela TV Coral.

Náutico x Itabaiana, o duelo de R$ 500 mil em plena pré-temporada nacional de 2018

A fase preliminar da Copa do Nordeste de 2018. Crédito: CBF/reprodução

Depois de protelar bastante, finalmente a CBF confirmou as datas da fase preliminar entre Náutico e Itabaiana, pela Copa do Nordeste de 2018. O alvirrubro, que herdou a vaga após a desistência do Sport, terá que entrar em campo durante a pré-temporada nacional. Literalmente.

Eis o início da temporada oficial segundo CBF
04/12/2017 a 02/01/2018 – Férias (30 dias)
03/01/2017 a 16/01/2018 – Pré-temporada (14 dias)
17/01/2018 – Copa do Nordeste e Campeonato Pernambucano

Para Náutico e Itabaiana, naturalmente, essa agenda foi desconsiderada.

Se o time sergipano já está parado há um tempão, desde 25 de junho, quando acabou eliminado na primeira fase da Série D, o clube de Rosa e Silva tem calendário até 25 de novembro. Ou seja, mais cinco meses de desgaste. Agora, na prática, terá apenas 5 dias de preparação pós-férias. Até o jogo de ida em Itabaiana, em 9 de janeiro. Três dias depois, a volta no Recife.

Ainda que as férias alvirrubras sejam antecipadas, o período de treinamento para a disputa regional tende a ser ínfima. E aí está a bronca: o jogo vale demais para o próximo planejamento. Quem passar participará do grupo C da Lampions, que terá também Bahia, Botafogo-PB e Altos-PI. Com três jogos como mandante, mais chance de fazer caixa num provável ano escasso.

E há, sobretudo, a cota de participação. Pela preliminar, cada clube recebe R$ 250 mil. Quem ficar com a vaga na fase de grupos recebe mais R$ 500 mil.

Com 4 presidentes em 2016/2017, Náutico termina com o vice do Conselho à frente

Os presidentes do Náutico no biênio 2016/2017: Marcos Freitas, Ivan Brondi, Gustavo Ventura e Ivan Pinto da Rocha. Fotos: DP e Náutico/divulgação

Ao todo, o biênio 2016/2017 do Náutico terá quatro presidentes executivos. Um período marcado por uma soma inacreditável de erros, com investimentos ruins, seguidas mudanças na direção de futebol e resultados catastróficos no futebol. Certamente, é um dos momentos políticos mais turbulentos da história timbu. Começando pela eleição, com uma corrente política ganhando o executivo (Marcos Freitas presidente, Ivan Brondi vice) e outra levando o conselho deliberativo (Gustavo Ventura presidente, Ivan Pinto da Rocha vice). Faz parte da democracia e das regras alvirrubras. Contudo, com a extrema paixão (e vaidade) envolvida, o resultado passou longe de dar certo.

Começou com Marcos Freitas, que venceu a eleição mais acirrada do futebol pernambucano, com 10 votos de diferença num universo de 1.544 válidos. Perto de completar um ano, renunciou ao mandato, quando já estava afastado por problemas de saúda. Entrou Ivan Brondi, hexacampeão como jogador e um dos responsáveis pelo início da estruturação do centro de treinamento. Após quase conseguir o acesso à Série A, Brondi acabou criticado pelo trabalho no Estadual, quando permitiu uma folha impagável de R$ 1 milhão. Após um lamentável episódio de tentativa de agressão, abdicou da função.

Então, chegou a vez dos conselheiros. Começou com Ventura, remanescente do MTA, do biênio 2014/2015. Após menos de dois meses, com o time quase rebaixado à terceira divisão, pediu licença devido a compromissos de trabalho. E aí o clube caiu no colo do advogado Ivan Pinto da Rocha, que há dois anos dificilmente imaginaria essa situação. Mas a fila andou. Em tese, só voltará a andar em 4 de janeiro de 2018, na posse de Edno Melo, o mesmo candidato derrotado por apenas dez votos em 15 de dezembro de 2015…

Presidentes do Náutico no biênio 2016/2017
04/01/2016 a 15/12/2016 – Marcos Freitas (347 dias)
16/12/2016 a 29/08/2017 – Ivan Brondi (257 dias)
30/08/2017 a 25/10/2017 – Gustavo Ventura (57 dias)
26/10/2017 a 03/01/2018 – Ivan Pinto da Rocha (70 dias)

Renúncias dos presidentes alvirrubros em 20 anos
04/1997 – Márcio Borba, desgaste político
12/2000 – Fred Oliveira, desgaste político
01/2003 – Sérgio Aquino, acordo político*
12/2016 – Marcos Freitas, por problemas de saúde
08/2017 – Ivan Brondi, após sofrer ameaças
* Para o biênio 2002/2003, ficou acertado que Sérgio Aquino presidiria o primeiro ano e Eduardo Araújo o segundo

Gustavo Ventura, presidente do Náutico em 2017, e Edno Melo, presidente eleito para 2018. Foto: Léo Lemos/Náutico (@nauticope)