Os cabeças de chave da Copa do Mundo de 1930 a 2018. A Seleção em 19 edições

Os países com o maior número de indicações como "cabeça de chave" na Copa do Mundo. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Ranking da Fifa correspondente a outubro de 2017, a oito meses da Copa do Mundo, é a base oficial para a composição dos oito cabeças de chave do torneio de 2018. À parte da Rússia, sede pela primeira vez e cabeça de chave pela primeira vez, sete países vieram da lista mensal da federação: Alemanha (1º lugar no ranking), Brasil (2º), Portugal (3º), Argentina (4º), Bélgica (5º), Polônia (6º) e França (8º). O critério técnico adotado, apenas com o ranking, mudou o perfil histórico dos principais países na disputa.

Na compilação de 1930 a 2018, sem surpresa, os oito campeões mundiais são justamente as oito seleções mais apontadas nos sorteios como cabeças de chave. No 21º Mundial, considerando todos os ex-campeões presentes, quatro não serão cabeças de chave. Ou seja, Espanha (11º), Inglaterra (15º), Uruguai (16º) e Itália (17º) devem surgir em prováveis grupos da morte.

À parte do desempenho em campo, o status para o país-sede é regra. Em todas as edições, o anfitrião só não foi escolhido pela federação que controla o futebol como um dos líderes prévios dos grupos em três oportunidades (1954, 1958 e 1970). Em 2022, no Catar, o regulamento deve ser mantido. Já a partir de 2026 o torneio terá 48 seleções, dobrando o nº de grupos…

Indicações dos 122 cabeças de chave nos Mundiais:
1930 (5) – Argentina, Brasil, Estados Unidos, Paraguai e Uruguai
1934 (8) – Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Holanda, Hungria, Itália e Tchecoslováquia
1938 (8) – Alemanha, Brasil, Cuba, França, Hungria, Itália, Suécia e Tchecoslováquia
1950 (4) – Brasil, Inglaterra, Itália e Uruguai
1954 (8) – Áustria, Brasil, França, Hungria, Inglaterra, Itália, Turquia e Uruguai
1958  – sem cabeças de chave
1962 (4) – Argentina, Brasil, Chile e Uruguai
1966 (4) – Alemanha, Brasil, Inglaterra e Itália
1970 – sem cabeças de chave
1974 (4) – Alemanha, Brasil, Itália e Uruguai
1978 (5) – Alemanha, Argentina, Brasil, Holanda e Itália
1982 (6) – Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha, Inglaterra e Itália
1986 (6) – Alemanha, Brasil, França, Itália, México e Polônia.
1990 (6) – Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, Inglaterra e Itália
1994 (6) – Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, Estados Unidos e Itália
1998 (8) – Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha, França, Holanda, Itália e Romênia
2002 (8) – Alemanha, Argentina, Brasil, Coreia do Sul, Espanha, França, Itália e Japão
2006 (8) – Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha, França, Inglaterra, Itália e México
2010 (8) – Alemanha, África do Sul, Argentina, Brasil, Espanha, Holanda, Inglaterra e Itália
2014 (8) – Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, Colômbia, Espanha, Suíça e Uruguai
2018 (8) – Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, França, Polônia, Portugal e Rússia

Ranking de indicações como cabeça de chave:
19 – Brasil
15 – Alemanha e Itália
13 – Argentina
7 – França e Inglaterra
6 – Espanha e Uruguai
4 – Bélgica e Holanda
3 – Hungria
2 – Áustria, Estado Unidos, México, Polônia e Tchecoslováquia
1 – África do Sul, Colômbia, Chile, Coreia do Sul, Cuba, Japão, Paraguai, Portugal, Romênia, Rússia, Suécia, Suíça e Turquia

Evolução dos critérios para a escolha dos cabeças de chave:
Decisão do comitê organizador: 1930, 1934, 1938, 1962 e 1966
Recomendação da CBD (precursora da CBF): 1950
Sorteio: 1954
Sem cabeça de chave: 1958 e 1970
Votação: 1974
Histórico técnico e posição geográfica: 1978, 1982 e 1986
Performance nas Copas anteriores: 1990 e 1994
Performance nas Copas anteriores + ranking: 1998, 2002 e 2006
Ranking da Fifa: 2010, 2014 e 2018

Real Madrid, dodecacampeão da Europa

Liga dos Campeões da Uefa, final: Juventus x Real Madrid. Foto: Champions League/twitter (@ChampionsLeague)

O Real Madrid é o clube mais vencedor da história do futebol. Sem discussão.

Alcançou o dodecacampeonato da Liga dos Campeões da Uefa.

1956 – Real Madrid 4 x 3 Stade Reims (campeão)
1957 – Real Madrid 2 x 0 Fiorentina (bi)
1958 – Real Madrid 3 x 2 Milan (tri)
1959 – Real Madrid 2 x 0 Stade Reims (tetra)
1960 – Real Madrid 7 x 3 Eintracht Frankfurt (penta)
1966 – Real Madrid 2 x 1 Partizan (hexa)
1998 – Real Madrid 1 x 0 Juventus (hepta)
2000 – Real Madrid 3 x 0 Valencia (octo)
2002 – Real Madrid 2 x 1 Bayer Leverkusen (enea)
2014 – Real Madrid 4 x 1 Atlético de Madrid (deca)
2016 – Real Madrid (5) 1 x 1 (3) Atlético de Madrid (hendeca)
2017 – Real Madrid 4 x 1 Juventus (dodeca)

Em quatro anos, três orelhudas para o time merengue. A relação do Real com a Champions é umbilical, desde o domínio absoluto na primeira era, com um pentacampeonato, à soma de novas taças com os galácticos. Neste segundo momento, Zidane é um nome recorrente, com o antológico gol do título em Glasgow, há quinze anos, e o bi como técnico, com apenas um ano e meio de trabalho. Por sinal, na fase “League”, iniciada em 1993, esta é a primeira vez que um clube retém a taça. É a cara do Madrid alcançar tal feito. Com tantas finais no currículo, sendo esta a 15ª, já tornou-se normal o repeteco de decisões envolvendo o clube. A Juventus, que buscava a tríplice coroa, já perdera em 1998. E amargou mais um vice, com o veterano Buffon, em temporada espetacular, ainda sem o gostinho do maior troféu interclubes.

Liga dos Campeões da Uefa, final: Juventus x Real Madrid. Foto: Champions League/twitter (@ChampionsLeague)

Em Cardiff, a Velha Senhora começou o jogo muito melhor, apertando o Real, exigindo boas defesas do goleiro Navas. Mas um ataque com Cristiano Ronaldo precisa de uma chance para guardar. Na primeira bola, o português tabelou e bateu no cantinho. É o maior goleador da história do torneio, além dos 100 gols. Sem se abater, ao menos ali, a Juve chegaria ao empate com Mandzukic. De costas, fez um belo gol. Placar justo numa final corrida.

No segundo tempo, com o maior controle do jogo, chegando a 61% de posse, o Real Madrid deslanchou. Marcou três vezes, com o brasileiro Casemiro, de fora da área, Cristiano Ronaldo, concluindo cruzamento na pequena área, e Asensio, no último minuto, 4 x 1. Até então, a Juventus havia concedido apenas três gols no torneio. Na final, quatro. Festa do tamanho do feito de CR7, artilheiro da Liga dos Campeões pelo 5º ano seguido. Imparável

Desde já, começa a saga pelo 13º título. Ou tridecacampeonato

Liga dos Campeões da Uefa, final: Juventus x Real Madrid. Foto: Champions League/twitter (@ChampionsLeague)

Brasil lidera Ranking da Fifa após 7 anos

Ranking da Fifa em abril de 2017. Crédito: Fifa/twitter

A incrível sequência de Tite, com nove vitórias em nove jogos, já é a maior arrancada de um técnico na Seleção Brasileira. E olhe que foram oito jogos pelas Eliminatórias da Copa 2018, fazendo com que o time saísse de uma situação complicada para o status de primeiro classificado, à parte do país-sede. Com isso, o Brasil voltou ao topo do Ranking da Fifa, após sete anos.

A última vez que a Canarinha havia liderado a lista mensal foi em maio de 2010, antes do Mundial na África. Ali, iniciou-se o reinado da Espanha, depois revezado com Alemanha e Argentina. Neste hiato, até países sem títulos mundiais alcançaram o topo no futebol, como as vizinhas Holanda e Bélgica.

A goleada sobre o Paraguai por 3 x 0, na Arena Corinthians, foi fundamental para ultrapassar os hermanos. Só em caso de vitória seria possível através do complexo (e questionável) sistema, com pesos diferentes aos jogos de todos os filiados – somente no último mês foram 129 partidas contabilizadas. Em abril o Brasil chegou a 151 meses de liderança, de um total de 285 desde a criação do ranking, em agosto de 1993. Ou seja, mesmo em jejum – e chegou a ser 18º em 2012 -, o time verde e amarelo já liderou em 52,9% do tempo.

Meses na liderança (entre parênteses, o primeiro mês em 1º):
Brasil – 151 (09/1993)
Espanha – 64 (07/2008)
Argentina – 26 (03/2007)
Alemanha – 18 (08/1993)
França – 14 (05/2001)
Itália – 6 (11/1993)
Bélgica – 5 (11/2015)
Holanda – 1 (08/2011)

Desempenho da Seleção Brasileira no Ranking da Fifa:

O desempenho da Seleção Brasileira no Ranking da Fifa

Copa América aberta a todos os latinos, com Portugal, Espanha, França, Itália…

Mapa da União Latina (países amarelos)

Em 45 edições, ao longo de um século de história, 18 países já participaram da Copa América. Nem todos sul-americanos, no berço do torneio. Além dos dez filiados à Conmebol, também disputaram sete membros da Concacaf, representando as Américas Central e do Norte, e um da AFC, a confederação asiática. Pois é, o Japão jogou nas canchas sudacas em 1999. Portanto, há precedentes para convites. Daí, a compreensão da declaração do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, no primeiro balanço de sua gestão. Embalado pelos números da edição especial centenária, nos Estados Unidos, com público médio de 46.432 e alcance de 1,5 bilhão de telespectadores acumulados, o dirigente enxerga a participação de países europeus.

“Eu não me limito a pensar da Copa de uma América só com a Concacaf . Sonho, por que não, com uma Copa América com os países latinos como a França, Itália, Espanha , Portugal. Poderíamos fazer um copa distinta.”

Naturalmente, Dominguez citou as seleções mais tradicionais. No entanto, a ideia “latina” ampliaria bastante as possibilidades. Na União Latina, criada em 1954 e sediada em Paris, existem 36 países membros (imagens do post), além de observadores como Argentina e México, já inseridos no contexto da Copa América. Todos possuem línguas (castelhano, francês, italiano, português, romeno e catalão) e/ou culturas de origem latina, a condição básica de adesão. Especificamente entre as opções citadas pelo mandatário, qual seria a mais atrativa para o torneio? A próxima edição será no Brasil. Até segunda ordem, deve seguir o modelo regular, de 2015, com doze países…

Próximas edições da Copa América
2019 – Brasil
2023 – Equador
2027 – Uruguai (a confirmar)
2031 – Bolívia (a confirmar)

Membros da União Latina

As contratações mais caras da história do futebol, de Denílson a Paul Pogba

Pogba, contratado pelo Manchester United para a temporada 2016/2017. Crédito: Adidas/twitter

O francês Paul Pogba deixou o Manchester United em 2012 com apenas três partidas no time profissional. Aos 19 anos, foi jogar na Juventus, onde cresceu, tornando-se um dos principais nomes da atualidade. E despertou o interesse do… Manchester United, que abriu o cofre para ter novamente o atleta. Pagou 105 milhões de euros, estabelecendo um novo recorde em transações no futebol. Quebrou a marca de Bale, registrada há três anos. Nas duas últimas décadas, o recorde cresceu 200%. A primeira negociação (recorde) aconteceu em 1893, com o escocês Willie Groves indo do West Bromwich Albion para o Aston Villa, ambos da Inglaterra. Custou 100 libras esterlinas.

Abaixo, as maiores negociações do futebol e a evolução dos recordes. O levantamento foi elaborada tendo o euro como moeda de comparação. Como a moeda foi criada em 2002, as marcas anteriores foram projetadas a partir da conversão de valores. Na lista é possível pinçar algumas curiosidades, como a dupla presença de Di Marían e Hulk. O brasileiro, aliás, foi o único nome negociado com a Ásia, num sinal claro do novo poder econômico na categoria.

Já Neymar aparece em 5º lugar geral, na condição de brasileiro mais caro. Porém, o valor só foi mensurado tempos depois, devido ao imbróglio envolvendo Santos, investidores do jogador e Barça (o caso foi parar na justiça).

As 20 negociações mais caras do futebol (em euros)*
1º) 105,0 milhões (2016) – Pogba (França), Juventus/Manchester United
2º) 100,0 milhões (2013) – Gareth Bale (País de Gales), Tottenham/Real Madrid
3º) 94,0 milhões (2009) – Cristiano Ronaldo (Portugal), Man. United/Real Madrid
4º) 90,0 milhões (2016) – Higuaín (Argentina), Napoli/Juventus
5º) 88,2 milhões (2013) – Neymar (Brasil), Santos/Barcelona
6º) 81,7 milhões (2014) – Luis Suárez (Uruguai), Liverpool/Barcelona
7º) 75,0 milhões (2014) – James Rodríguez (Colômbia), Monaco/Real Madrid
7º) 75,0 milhões (2014) – Di María (Argentina), Real Madrid/Manchester United
9º) 74,0 milhões (2015) – De Bruyne (Bélgica), Wolfsburg/Manchester City
10º) 73,5 milhões (2001) – Zidane (França), Juventus/Real Madrid
11º) 69,0 milhões (2009) – Ibrahimovic (Suécia), Internazionale/Barcelona
12º) 68,0 milhões (2015) – Sterling (Inglaterra), Liverpool/Manchester City
13º) 65,0 milhões (2009) – Kaká (Brasil), Milan/Real Madrid
14º) 64,0 milhões (2013) – Cavani (Uruguai), Napoli/PSG
15º) 64,0 milhões (2016) – Hulk (Brasil), Zenit/Shanghai FC
16º) 63,0 milhões (2015) – Di María (Argentina), Manchester United/PSG
17º) 62,6 milhões (2014) – David Luiz (Brasil), Chelsea/PSG
18º) 62,0 milhões (2000) – Luís Figo (Portugal), Barcelona/Real Madrid
19º) 60,0 milhões (2012) – Hulk (Brasil), Porto/Zenit
20º) 60,0 milhões (2013) – Falcao García (Colômbia), Atlético de Madri/Monaco

A evolução da transferência recorde (em euros)*
105,0 milhões (2016) – Pogba (França), Juventus/Manchester United
100,0 milhões (2013) – Gareth Bale (País de Gales), Tottenham/Real Madrid
94,0 milhões (2009) – Cristiano Ronaldo (Portugal), Man. United/Real Madrid
73,5 milhões (2001) – Zidane (França), Juventus/Real Madrid
62,0 milhões (2000) – Luís Figo (Portugal), Barcelona/Real Madrid
56,6 milhões (2000) – Crespo (Argentina), Parma/Lazio
43,1 milhões (1999) – Christian Vieri (Itália), Lazio/Internazionale
35,0 milhões (1997) – Denilson (Brasil), São Paulo/Bétis

* Valores absolutos na época da transação, sem correção

O mata-mata da Eurocopa 2016, com módulo amarelo e módulo verde

Mata-mata da Eurocopa 2016. Crédito: twitter.com/euro2016

O chaveamento da fase final da Eurocopa 2016 deixou as maiores forças do continente agrupadas em um lado. Alemanha, Itália, Espanha, França e Inglaterra, as seleções campeãs mundiais. Do ouro lado, os emergentes. Não há sequer um campeão europeu, com Portugal e Bélgica entre os principais nomes. O mata-mata lembra uma composição com Módulo Amarelo e Módulo Verde, num paralelo conhecido do torcedor pernambucano, remetendo a 1987.

Após 36 jogos na fase de grupos, 16 dos 24 países avançaram às oitavas de final do torneio em andamento na França. Aliás, esta 15ª edição é a primeira com esta fase. De 1996 a 2012, o mata-mata começava nas quartas, enquanto de 1960 a 1992 ocorria ainda mais cedo, na semi. Com a ampliação da Euro, agora é preciso jogar sete vezes para levantar a taça. Tal formato, com alguns terceiros colocados passando da fase de grupos, é idêntico ao Mundial de 90 e 94. Curiosamente, o período de maior crítica acerca do nível técnico.

Pitacos do blog para a formação das quartas de final:

Polônia x Portugal, Gales x Bélgica, Alemanha x Itália e França x Inglaterra.

Confira a agenda da fase final do torneio europeu aqui.

Confira o retrospecto dos 18 países que já alcançaram ao menos a semifinal, com 8 deles ainda na disputa. Sendo cinco no “verde” e três no “amarelo”.

Os países que já ficaram entre os quatro melhores na Eurocopa de 1960 a 2012. Crédito: Wikipedia

A maior Eurocopa da história, a caminho do 15º campeão. Alguma camisa nova?

Campeões da Europa de 1960 a 2012. Crédito: Euro (@UEFAEURO)

A 15ª edição da Eurocopa, em 2016, é a maior da história do torneio, com 24 seleções. Com a França de país-sede pela terceira vez, após 1960 (a primeira, com apenas quatro times na fase final) e 1984, a chamada “Copa do Mundo sem Brasil e Argentina” reúne a nata do futebol no velho continente.

No sorteio dirigido, ficaram no pote 1 França, Espanha, Alemanha, Inglaterra, Portugal e Bélgica. A Itália, em eterna crise (mas sem nunca deixar de ser favorita), caiu no pote 2, com outras boas equipes ainda mais abaixo, como Suécia, Irlanda e Turquia. Acima, os uniformes de todos os campeões europeus, desde a Союз Советских Социалистических Республик (a abreviação CCCP), o equivalente a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS)

Nas últimas duas décadas, apenas um campeão inédito, com a surpreendente conquista da Grécia em 2004, diante dos portugueses, donos da casa e treinados por Felipão. A organização da Euro divulgou os uniformes de todos os campeões. Há espaço para uma camisa nova no pódio desta edição?

Campeões da Euro
1960 – União Soviética (extinta)
1964 – Espanha
1968 – Itália
1972 – Alemanha Ocidental (unificada)
1976 – Tchecoslováquia (extinta)
1980 – Alemanha Ocidental (unificada)
1984 – França
1988 – Holanda
1992 – Dinamarca
1996 – Alemanha
2000 – França
2004 – Grécia
2008 – Espanha
2012 – Espanha

Confira o retrospecto dos 18 países que já alcançaram ao menos a semifinal…

Os países que já ficaram entre os quatro melhores na Eurocopa de 1960 a 2012. Crédito: Wikipedia

Real Madrid, hendecacampeão da Europa

Champions League, final: Real Madrid x Atlético de Madri (gol de Sérgio Ramos). Foto: Champions League/twitter (@ChampionsLeague)

O Real Madrid é o clube mais vencedor da história do futebol. Sem discussão.

Alcançou o hendecacampeonato da Liga dos Campeões da Uefa.

1956 – Real Madrid 4 x 3 Stade Reims (campeão)
1957 – Real Madrid 2 x 0 Fiorentina (bi)
1958 – Real Madrid 3 x 2 Milan (tri)
1959 – Real Madrid 2 x 0 Stade Reims (tetra)
1960 – Real Madrid 7 x 3 Eintracht Frankfurt (penta)
1966 – Real Madrid 2 x 1 Partizan (hexa)
1998 – Real Madrid 1 x 0 Juventus (hepta)
2000 – Real Madrid 3 x 0 Valencia (octo)
2002 – Real Madrid 2 x 1 Bayer Leverkusen (enea)
2014 – Real Madrid 4 x 1 Atlético de Madri (deca)
2016 – Real Madrid (5) 1 x 1 (3) Atlético de Madri (hendeca)

Há dois anos, em Lisboa, o zagueiro Sérgio Ramos foi no terceiro andar para cabecear e empatar a final da Champions contra o Atlético, no último lance. Dois anos depois, num clássico agora em Milão, o capitão do Real foi novamente um dos nomes da conquista continental. Marcou aos quinze minutos, concluindo o desvio de Bale. Impedido, é verdade. Indicava um jogo sem drama, engano.

Champions League, final: Real Madrid x Atlético de Madri (gol de Sérgio Ramos). Foto: Champions League/twitter (@ChampionsLeague)

Armado por Simeone para compactar o jogo e tentar ser letal, o Atlético acabou retraído, mas nunca duvide desse time. Os colchoneros tiveram uma chance de ouro no primeiro minuto da etapa complementar, num pênalti mandrake, com Pepe sofrendo falta de Fernando Torres, o inverso da marcação. Griezmann acertou o travessão. O lance abateu o time. Mas na reta final, com o jogo já pendendo para o Real, com CR7 e Bale desperdiçando boas chances, Yannick Carrasco, acionado no decorrer da decisão, completou um cruzamento e empatou. Beijou a namorada, Miss Bélgica, na comemoração (isso mesmo).

Na prorrogação, um jogo com os times esgotados. Zidane já havia feito as três mudanças, com os atletas se arrastando, com câimbras. Com uma troca, Simeone deu fôlego ao time, mas não adiantou. A decisão sairia nos pênaltis, pela 11ª vez na história, inédita a ambos. Com cinco cobranças perfeitas, numa série finalizada por Cristiano Ronaldo, o Real fez 5 x 3, manteve a supremacia histórica no clássico (145 x 69) e levou a orelhuda mais uma vez ao Bernabéu.

Depois de La Décima, numa busca de doze anos, já chegou a Undecima.

Agora começa a saga incessante pelo 12º título. Ou “duodecacampeonato”…

Champions League, final: Real Madrid x Atlético de Madri (gol de Sérgio Ramos). Foto: Champions League/twitter (@ChampionsLeague)

As maiores invencibilidades do futebol pernambucano, brasileiro e mundial

Time do ASEC Abidjan em 1990, durante a histórica sequência invicta de 108 jogos na Costa do Marfim. Foto: Asec/site oficial (www.asec.ci)

Entre 1989 e 1994, o aurinegro ASEC Abidjan estabeleceu uma sequência sem precedentes no futebol, com uma invencibilidade de 108 partidas no campeonato nacional da Costa do Marfim. Foram 96 vitórias (uma delas por 11 x 0) e 12 empates, ganhando quatro vezes a competição no período. A marca só seria quebrada em 19 de junho de 1994, num revés diante do Armée, por 2 x 1, na capital Yamoussoukro. A marca passou à margem do mundo, com os olhos voltados para a Copa do Mundo nos EUA, que naquele mesmo dia viu o empate entre Suécia e Camarões, no Rose Bowl. No país africano, não. Lá, a turma acompanhou o Les Mimosas, até porque o clube tem um domínio absoluto da torcida, com 8 milhões de torcedores entre os 20 milhões de habitantes (40%). 

Já tinha ouvido falar deste recorde? Talvez bata a dúvida devido à presença do Steaua, com 106 partidas, com uma cobertura mais efetiva, e compartilhada, devido ao CEP na Europa. Com mais de 150 anos de bola rolando, detalhar as maiores invencibilidades não é uma tarefa fácil. Por causa do desencontro de informações, pela pluralidade de critérios, pelo alcance mundial do esporte, com sequências em lugares remotos. Portanto, as listas abaixo (separadas entre campeonatos nacionais, jogos oficiais e absoluta, incluindo amistosos) não são definitivas, mas apenas uma tentativa de aproximar a realidade sobre as maiores sequências sem derrota dos clubes.

Para elaborar o ranking, o blog fez um apanhado do site RSSSF, de onde se faz presente o recorde do ASEC, dos jornalistas Celso Unzelte/ESPN, Fernando Olivieri/Yahoo e Rodolfo Rodrigues/Uol, do site oficial da Uefa, além de pesquisa pessoal, cruzando dados. O levantamento desconsiderou marcas ainda em análise. O Santos, por exemplo, busca o reconhecimento de uma sequência de 1960 a 1963, que somaria 54 jogos. Seria o recorde nacional. 

Listas atualizadas até 28/05/2016

As maiores invencibilidades, considerando apenas campeonatos nacionais
1º) ASEC Abidjan (Costa do Marfim) – 108 partidas (1989/1994)
2º) Steaua Bucareste (Romênia) – 106 partidas (1986/1989)
3º) Lincoln (Gibraltar) – 88 partidas (2009/2014)
4º) Espérance (Tunísia) – 85 partidas (1997/2001)
5º) Al-Ahly (Egito) – 71 partidas (2004/2007)
6º) Sheriff Tiraspol (Moldávia) – 63 partidas (2006/2008)
6º) Mazembe (Congo) – 63 partidas (2008/2012
8º) Celtic (Escócia) – 62 partidas (1915/1917)
9º) Levadia Tallin (Estônia) – 61 partidas (2008/2009)
10º) Union Saint-Gillose (Bélgica) – 60 partidas (1933/1935)
11º) Boca Juniors (Argentina) – 59 partidas (1924/1927)
11º) Shirak (Armênia) – 59 partidas (1993/1995)
11º) Pyunik (Armênia) – 59 partidas (2002/2004)
11º) Sunrise Flacq (Ilhas Maurício) – 59 partidas (1993/1997)
15º) Olympiacos (Grécia) – 58 partidas (1972/1974)
15º) Milan (Itália) – 58 partidas (1991/1993)
15º) Skonto (Letônia) – 58 partidas (1993/1996)
18º) Al-Hilal (Sudão) – 57 partidas (2011/2013)
19º) Benfica (Portugal) – 56 partidas (1976/1978)
20º) Shakhtar Bonetesk (Ucrânica) – 55 partidas (2000/2002)
20º) Porto (Portugal) – 55 partidas (2010/2012)

Saindo da fronteira, o recordista ASEC perdeu algumas pelejas na Liga dos Campeões da África, como nas oitavas em 1991, e nas semifinais em 1992 e 1993. Idem com os romenos do Steaua, que conseguiram ficar invictos de fato, no período, por no máximo 29 jogos, ao somar os jogos da Champions.

As maiores invencibilidades entre as maiores ligas*, com todos os torneios
1º) Juventus (Itália) – 43 partidas (2011/2012)
2º) Milan (Itália) – 42 partidas (1992/1993)
3º) Nottingham Forest (Inglaterra) – 40 partidas (1978)
4º) Barcelona (Espanha) – 39 partidas (2015/2016)
5º) Milan (Itália) – 36 partidas (1991/1992)
6º) Real Madrid (Espanha) – 34 partidas (1988/1999)
7º) Manchester United (Inglaterra) – 33 partidas (1998/1999)
8º) Arsenal (Inglaterra) – 28 partidas (2007)

O Top 5 da Europa, em nível técnico e investimento, é formado por Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália. Nesta conta “geral”, entram a liga nacional, copa nacional, supercopa nacional, Liga dos Campeões da Uefa, Liga Europa, Supercopa da Europa e Mundial/Intercontinental.

As maiores invencibilidades do Brasil, somando todos os jogos
1º) Botafogo – 52 partidas (21/09/1977 a 20/07/1978)
1º) Flamengo – 52 partidas (22/10/1978 a 27/05/1979)
3º) Desportiva – 51 partidas (1967/1968)
4º) Santa Cruz – 48 partidas (1978/1979)
4º) Bahia – 48 partidas (1982)
4º) Grêmio – 48 partidas (1931/1933)
7º) São Paulo – 46 partidas (1975)
8º) Grêmio – 42 partidas (1981)
9º) Sport – 40 partidas (1960)
10º) Internacional – 39 partidas (1984)
11º) Internacional – 38 partidas (1975)
11º) Botafogo – 38 partidas (1960/1961)

Renato Sá é um personagem marcante nas marcas brasileiras. Coube ao ponta-esquerda por fim nas duas maiores sequências, de Botafogo e Flamengo. Em 1978, defendendo o Grêmio, ajudou na goleada por 3 x 0, brecando o alvinegro, então com 52 jogos. Acabou se transferindo para a própria estrela solitária, onde marcou o gol da vitória no clássico contra o Fla, que teve na partida a chance de superar a marca. Um jogo diante de 139.098 torcedores no Maracanã.

As maiores invencibilidades da Série A do Brasileiro
1º) Botafogo – 42 partidas (16/10/1977 a 16/07/1978)
2º) Santa Cruz – 35 partidas (7/12/1977 a 23/07/1978)
3º) Palmeiras – 26 partidas (13/12/1972 a 18/11/1973)
4º) Internacional – 23 partidas (06/08/1978 a 23/12/1979)
5º) Atlético-MG – 22 partidas (16/10/1977 a 29/03/1978)
6º) Cruzeiro – 21 partidas (20/09/1987 a 25/09/1988)
7º) Grêmio – 19 partidas (04/06/1978 a 03/10/1979)
7º) Corinthians – 19 partidas (17/10/2010 a 20/07/2011)
9º) América-MG – 18 partidas (20/10/1973 a 20/1/1974)
9º) Bangu – 18 partidas (24/03/1985 a 31/07/1985)
9º) Atlético-PR – 18 partidas (28/07/2004 a 17/10/2004)
9º) São Paulo – 18 partidas (20/08/2008 a 07/12/2008)
9º) Sport – 18 partidas (02/11/2014 a 05/07/2015)

Considerando a marca dentro de uma mesma edição, a maior pertence ao Santa Cruz, com 27 dos 35 jogos realizados em 1978, quando acabou em 5º lugar, sofrendo a primeira derrota apenas nas quartas de final, para o Inter.

As maiores invencibilidades no Campeonato Pernambucano
1º) Sport – 49 partidas (1997/1999)
2º) Sport – 48 partidas (2008/2010)
3º) Náutico – 42 partidas (1974/1975)
4º) Náutico – 36 partidas (1963/1965)
5º) Náutico – 35 partidas (1966/1968)
5º) Santa Cruz – 35 partidas (1973)
7º) Tramways – 29 partidas (1936/1937)
8º) Santa Cruz – 24 partidas (1932/1933)
8º) Santa Cruz – 24 partidas (1978/1979)

Todas séries locais foram marcadas por períodos de títulos. O único ano sem taça foi em 1975, com o Náutico, que no fim perderia a decisão para o Sport.

Uma década de comparação entre ligas nacionais da Europa e o Brasileirão

Campeões das principais ligas nacionais da Europa de 2007 a 2016. Crédito: twitter.com/onefootball

As seis ligas nacionais mais tradicionais (e ricas) no futebol europeu têm características bem distintas quanto à (verdadeira) briga pelo título. Na Espanha, como se sabe, a disputa é polarizada entre Barça, dominante nos últimos dez anos, e o Real. O Atlético conseguiu se intrometer uma vez no período, e só. Idem na Itália, com o outrora imbatível Milan assumindo um papel de coadjuvante, ganhando apenas um scudetto, entre as enormes sequências de Inter e Juve. Por outro lado, na Ligue 1, da França, foram seis campeões no período. E a lista até poderia ser maior, mas o Paris Saint-Germain ensaiou uma hegeomonia, ganhando as últimas quatro competições. Na temporada mais recente, apenas o Leicester não ganhou o título de forma consecutiva. Nas demais, Juventus pentacampeã, Bayern tetra, PSG tetra, Benfica tri e Barça bi

O OneFootball fez um levantamento com os últimos dez campeões nacionais nas ligas, da temporada 2006/2007 a 2015/2016, e o blog ampliou o debate, traçando um paralelo com o Campeonato Brasileiro, num período disputado sempre com o mesmo formato, pontos corridos e vinte participantes.

Em caso de igualdade no número de clubes, fica à frente a liga com o maior campeão que tenha menos títulos (ou seja, “menor concentração” de taças):

1º) França (6 campeões)
PSG (4), Lyon (2), Bordeaux (1), Marseille (1), Lille (1) e Montpellier (1)

2º) Brasil (5 campeões)
São Paulo (3), Fluminense (2), Cruzeiro (2), Corinthians (2) e Flamengo (1).

3º) Inglaterra (4 campeões)
Manchester United (5), Manchester City (2), Chelsea (2) e Leicester (1)

4º) Alemanha (4 campeões)
Bayern de Munique (6), Borussia Dortmund (2), Stuttgart (1) e Wolfsburg (1)

5º) Itália (3 campeões)
Juventus (5), Internazionale (4) e Milan (1)

6º) Espanha (3 campeões)
Barcelona (6), Real Madrid (3) e Atlético de Madri (1)

7º) Portugal (2 campeões)
Porto (6) e Benfica (4) 

De 2006 a 2015, cinco clubes ganharam a Série A. Justifica a alcunha de “campeonato mais competitivo do mundo”? Nem tanto. Ao menos em relação aos vencedores. Expandindo a análise, até o G4, a Série A se mostra a mais rotativa. Neste caso, apenas como os melhores colocados – o que não significa classificados à Champions, pois o número de vagas varia de duas a quatro por país -, Alemanha, Espanha, Inglaterra e Portugal têm times com 100% de aproveitamento. No Brasil, quem mais chegou foi o São Paulo, sete vezes.

1º) Brasil (13 clubes no G4)
São Paulo (7), Grêmio (6), Cruzeiro (5), Corinthians (4), Fluminense (4), Flamengo (3), Inter (3), Atlético-MG (2), Santos (2), Atlético-PR (1), Botafogo (1), Vasco (1) e Palmeiras (1)

2º) França (13 clubes no G4)
Lyon (9), Marseille (7), PSG (6), Lille (4), Monaco (3), Nice (2), Bordeaux (2), Toulouse (2), Saint-Étienne (1), Montpellier (1), Auxerre (1), Nancy (1) e Rennes (1) 

3º) Alemanha (11 clubes no G4)
Bayern de Munique (10), Bayer Leverkusen (6), Schalke (6), Borussia Dortmund (5), Monchengladbach (3), Werder Bremen (3), Stuttgart (2), Wolfsburg (2), Hannover (1), Hertha (1) e Hamburgo (1) 

4º) Itália (9 clubes no G4)
Juventus (7), Internazionale (6), Milan (6), Roma (6), Fiorentina (5), Napoli (4), Lazio (3), Udinese (2) e Sampdoria (1) 

5º) Espanha (9 clubes no G4)
Barcelona (10), Real Madrid (10), Atlético de Madri (6), Valencia (5), Villarreal (3), Sevilla (3), Athletic Bilbao (1), Real Sociedad (1) e Málaga (1) 

6º) Portugal (8 clubes no G4)
Porto (10), Benfica (10), Sporting (9), Braga (7), Estoril (1), Paços Ferreira (1), Nacional (1) e Vitória de Guimarães (1) 

7º) Inglaterra (7 clubes no G4)
Arsenal (10), Manchester United (8), Chelsea (8), Manchester City (6), Liverpool (4), Tottenham (3) e Leicester (1)