De forma incontestável, a China foi a grande campeã dos Jogos Olímpicos (pela primeira vez em sua história). O país-sede das Olimpíadas ganhou 51 medalhas de ouro e deixou os Estados Unidos comendo poeira, com 15 medalhas douradas a menos. Tudo bem que historicamente o país que recebe os Jogos costuma ter um bom desempenho, mas os chineses foram muito além disso.
Eles estavam se preparando desde 2000, quando foi lançado o Projeto 119, que tinha o objetivo de fortalecer o país em modalidades que distribuem muitas medalhas em provas individuais, como natação, canoagem, vela e tiro (e que o país não tinha tradição). E olhe que ainda assombraram o mundo com o Ninho de Pássaro (foto) e Cubo D´Água.
O “119” se refere ao número de medalhas. O país pode até não ter chegado a esse número, mas das 63 medalhas em Atenas, a China saltou para 100 neste ano. Um crescimento de 58,73%. A meta chinesa foi consolidada em 2001, quando o país foi escolhido para sediar os Jogos de 2008. Outro detalhe interessante é que desde 1996 a China vem melhorando a sua colocação geral, o número absoluto de medalhas e de medalhas de ouro. Do 4º para o 1º lugar. De 50 medalhas para 100. De 16 ouros para 51. Uma verdadeira potência olímpica.
Bem que o Brasil poderia lançar o Projeto 30, que já estaria bom demais por enquanto. As 15 medalhas brasileiras neste ano até igualaram o recorde do país, de 1996. Mas mesmo assim, o país deixa Beijing com a sensação de que poderíamos ter ido bem mais longe. Quem sabe em Londres, em 2012. A conferir.
China nos Jogos Olímpicos
2008 – 51 ouros, 21 pratas e 28 bronzes (100) – 1º lugar 2004 – 32 ouros, 17 pratas e 14 bronzes (63) – 2º lugar 2000 – 28 ouros, 16 pratas e 15 bronzes (59) – 3º lugar 1996 – 16 ouros, 22 pratas e 12 bronzes (50) – 4º lugar
Em Atenas, o Brasil conquistou cinco medalhas de ouro – melhor desempenho do país -, todas elas vencidas pelos homens. Das 10 medalhas brasileiras quatro anos atrás, apenas duas (de prata) foram alcançadas pelas mulheres. Agora, vimos em Beijing a campanha verde amarela sendo puxada pelas nossas meninas, que ganharam duas das três medalhas de ouro do país, e encantaram a nação com vitórias históricas. Essa medalha dourada estava em falta para as mulheres desde 1996, quando Jaqueline e Sandra Pires, no vôlei de praia, subiram no alto do pódio pela primeira vez na história do país, iniciada pela nadadora Maria Lenk, nos Jogos de 1932. As seis medalhas deste ano também superaram as 4 de 1996 e 2000.
Ao todo, 132 brasileiras foram para os Jogos da China, e 35 delas estão voltando com a medalha no peito. Isso corresponde a 26,51% de toda a delegação feminina (neste ponto, o melhor ano foi em 1996, quando 42,42% da equipe ganhou medalha). Em Beijing, vimos finalmente as primeiras medalhas individuais, com destaque absoluto para Maurren Maggi, que ganhou o ouro no salto em distância. A medalha dourada recebida no Ninho de Pássaro foi a primeira da modalidade desde 1984! Também saíram os primeiros pódios na vela, no judô e no taekwondo. E, é claro, o título olímpico no vôlei, para enterrar qualquer rótulo de “amarelonas”.
O reconhecimento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em relação a esse desempenho das meninas veio na festa de encerramento das Olimpíadas de 2008. Se o velejador Robert Scheidt teve a honra de levar a bandeira nacional na abertura do Jogos, coube a Maurren Maggi ser a porta-bandeira na festa de encerramento. Encerramento dos Jogos, mas um possível começo de uma forte presença feminina do Brasil em Londres, daqui a 4 anos.
Mulheres brasileiras nos Jogos
2008 – 132 atletas (35 com medalhas – 26,51% da delegação feminina)
2 ouros, 1 prata e 3 bronzes
2004 – 122 atletas (20 com medalhas – 16,39% da delegação feminina)
2 pratas
2000 – 94 atletas (28 com medalhas – 29,78% da delegação feminina)
1 prata e 3 bronzes
1996 – 66 atletas (28 com medalhas – 42,42% da delegação feminina)
1 ouro, 2 pratas e 1 bronze
1992 – 51 atletas
Nenhuma medalha
Brasil em Beijing
277 atletas
145 homens (medalhistas: 18 no futebol, 12 no vôlei, 2 na vela, 4 no vôlei de praia, 3 no judô e 1 na natação = 40 / 27,58%)
132 mulheres (medalhistas: 18 no futebol, 12 no vôlei, 2 na vela, 1 no atletismo 1 no judô, 1 no taekwondo = 35 / 26,51%)
Nº de finais olímpicasdo Brasil (homens e mulheres)
38 em Beijing
30 em Atenas
22 em Sydney
20 em Atlanta
O Sport fez uma boa partida nesta noite de sábado e arrancou um empate por 1 x 1 no Rio de Janeiro, diante do Fluminense. Mas o time pernambucano merecia mais. O Leão vencia por 1 x 0, jogava bem, mas acabou sofrendo o empate aos 37 minutos do segundo tempo (Washington, de pênalti). E assim, o Rubro-negro pernambucano chegou à 10ª partida sem vitória contra clubes cariocas no Rio de Janeiro. Já são mais de cinco anos de jejum.
A última vitória em solo carioca aconteceu em 24 de abril de 2003, quando o Sport ganhou do mesmo Fluminense por 1 x 0, nas oitavas-de-final da Copa do Brasil. O gol da vitória no Maracanã foi marcado pelo atacante Valdir Papel. Nesse período, foram 4 jogos no Maracanã, 3 em São Januário, 2 no João Havelange e 1 em Campos. Ao todo, os leoninos empataram três vezes e perderam sete jogos. Se bem que uma dessas derrotas teve gosto de vitória, em 28 de maio, quando o Sport perdeu do Vasco por 2 x 0. No entanto, uma histórica vitória nos pênaltis (5 x 4) levou o Leão à final da Copa do Brasil deste ano.
A próxima chance de acabar com a seca de vitórias no Rio será em 27 de setembro, contra o Flamengo, novamente no maior estádio do mundo.
Jejum no Rio de Janeiro
2003 – Flamengo 0 x 0 Sport (Copa do Brasil)
2004 – Americano 2 x 1 Sport (Copa do Brasil)
2007 – Fluminense 3 x 0 Sport (Série A)
2007 – Flamengo 1 x 1 Sport (Série A)
2007 – Vasco 3 x 1 Sport (Série A)
2007 – Botafogo 3 x 1 Sport (Série A)
2008 – Botafogo 2 x 0 Sport (Série A)
2008 – Vasco 2 x 0 Sport (Copa do Brasil)
2008 – Vasco 4 x 0 Sport (Série A)
2008 – Fluminense 1 x 1 Sport (Série A)
A seleção feminina de vôlei conquistou nesta manhã a tão esperada medalha de ouro, que estava engasgada desde 2004, quando Brasil caiu na semifinal em Atenas. Dessa vez não teve espaço para zebra. Não mesmo, pois em oito jogos, o Brasil só perdeu um set, na decisão contra os Estados Unidos. Mas que não fez falta alguma, pois o time dirigido por José Roberto Guimarães venceu de forma incontestável. Na vitoriosa campanha, o Brasil também passou por cima de Argélia, Rússia, Sérvia, Cazaquistão, Itália, Japão e China
E assim, a pernambucana Jaqueline se tornou a segunda representante do estado a ser campeã olímpica. Antes, apenas Pampa, também no vôlei (masculino), havia conseguido, em 1992, nos Jogos de Barcelona. Jaqueline, de 24 anos, nasceu no Recife e atualmente joga como ponteira no Pesaro, da Itália. Com 1,86m e 70 quilos, a atleta sai de Pequim como campeã olímpica e apontada como uma das musas da delegação brasileira.
Curiosidade: o técnico José Roberto Guimarães conseguiu o feito inédito ser campeão dirigindo tanto o time masculino quanto o feminino.
Outros dois pernambucanos ganharam medalhas nas Olimpíadas de 2008 (no futebol feminino e masculino): Bárbara (prata) e Hernanes (bronze).
Antes dos Jogos, os chineses fizeram questão de falar sobre o avanço tecnológico da piscina do Cubo D’Água e da arena do atletimo no Ninho de Pássaro. Alguns centésimos a menos na água e 1% de melhora no desempenho nas pistas. Isso tudo deve ser verdade mesmo, porque as Olimpíadas de 2008 ficarão marcadas para o Brasil com duas das medalhas douradas mais importantes que o país já conquistou. Ambas nos dois maiores palcos dos Jogos.
A primeira medalha veio com César Cielo, nos 50 metros nado livres. Vitória triunfal na prova mais rápida da natação, com direito a recorde olímpico (21s30). Foi simplesmente a 1ª medalha verde e amarela em toda história olímpica nas piscinas. E na manhã desta sexta-feira, outro ouro inesquecível, histórico. O primeiro em 24 anos no atletismo. O primeiro pódio feminino em provas individuais (que demorou 76 anos, desde a nadadora Maria Lenk, em Los Angeles, em 1932). Um ouro que encerra um drama iniciado em 2003, quando a saltadora Maurren Higa Maggi foi flagrada no exame antidoping.
Mas a paulista de São Carlos não desistiu e retornou em 2006, em grande forma. Ela foi ouro no salto em distância no Pan do Rio no ano seguinte e agora escreve de vez o seu nome no esporte nacional, por causa do salto de 7m04, que rendeu a única medalha brasileira no atletismo até agora. O nome de Maurren – campeã olímpica aos 32 anos – agora entrará no mesmo capítulo do triplista Adhemar Ferreira e do corredor Joaquim Cruz. O capítulo que mostra que o importante até pode ser competir, mas que também é sim possível vencer.
A campanha foi horrível. Em 30 jogos, a equipe venceu apenas 6 vezes. Foram 16 derrotas e 62 gols sofridos, deixando o time em 16º e último lugar da competição. Rebaixamento? Impossível. Não dá mais, não na 4ª divisão da Bristol Downs League. A denominação anterior já mostra que a parada é lá embaixo, mas ainda camufla bastante a realidade, que é muito mais profunda.
O lanterninha em questão foi o Severnside, que conseguiu nesse ano a proeza de ficar no nível mais baixo do futebol mundial, pois a sua divisão é, na verdade, a 24ª divisãodo Campeonato Inglês. Pode ser até difícil de compreender, e é para ser mesmo, pois existem 7 mil clubes por lá. E todos poderão se enfrentar um dia, mesmo que demore 24 anos.
O futebol inglês é o mais organizado do mundo. E o mais rico também. Muito disso se deve à fidelidade do torcedor local, tanto de um time grande quanto de um pequeno. Lá estão clubes poderosos, como o Manchester United e o Chelsea, respectivamente campeão e vice da última Liga dos Campeões da UEFA. Mas lá também estão clubes como Cotham Old Boys, Sneyd Park e Hydez, todos integrantes da liga de Bristol, que é uma cidade localizada no sudoeste do país, e com uma população estimada em 410 mil habitantes.
Ao todo, 58 times disputam os quatro níveis da Downs League. Mas engana-se quem pensa que os times são arremedos. Algumas agremiações já são centenárias. É claro que trata-se de uma disputa semi-amadora (ou 100% amadora mesmo), cujos jogadores têm outros empregos durante a semana e o futebol segue apenas como um prazer no sábado e no domingo. Todos os jogos do porão do futebol acontecem em um grande sítio no subúrbio da cidade, conhecido como Bristol Downs. Campo em situação precária, poucos torcedores, mas nem por isso a disputa deixa de ser acirrada.
Apesar de passar longe do profissionalismo, qualquer clube dessa liga – inclusive a máquina Severnside – poderá disputar um dia a elite nacional (Premier League), uma vez que todas as divisões estão interligadas e possuem acesso e descenso todos os anos. As cinco primeiras divisões da Inglaterra são competições únicas, e reúnem os 116 maiores clubes do país.
A partir da 6ª divisão, porém, começa uma verdadeira rede de campeonatos, com torneios com o mesmo peso, mas regionalizados. O recorde (absurdo) está na 14ª divisão, onde existem 73 campeonatos paralelos. Somando todas as subligas (muitas delas restritas a uma cidade, como a de Bristol), o número da campeoantos nacionais chega a 483 por ano.
Comparando com o futebol brasileiro (até mesmo para tentar deixar mais claro), seria como se os campeonatos estaduais também fossem considerados divisões inferiores. E de certa forma são. O Pernambucano de 2009, por exemplo, classificará 2 times para a recém-criada Série D do Brasileiro. Se fosse no Reino Unido, o nosso Estadual seria 5ª divisão nacional, enquanto a Série A-2 seria a 6ª. Assim, a divisão mais “baixa” do Brasil é a 8ª (a 4ª do Campeonato Paulista).
Estrutura do futebol inglês
24 divisões
140 ligas
483 competições
7.000 clubes
1889, o ano do 1º campeonato inglês
Mais (BEM MAIS) sobre o complicado (e interessante) sistema de futebol da Inglaterra pode ser visto AQUI.
Fotos: Partidas da 24ª divisão da temporada 2007/2008, com crédito da rede britânica BBC, que cobre a menor liga inglesa justamente por ela ser a menor. Além da visível falta de preparo físico dos atletas, alguém reparou na trave de madeira (mal conservada)?
Caso alguém tenha coragem de ver um aperitivo da ruindade futebolística da Bristol Downs League, aqui vai um vídeo com o “clássico” Ashley x Retainers, em 2007:
Sobre o vídeo: é impossível convencer alguém de que essa partida não é igual a uma pelada jogada no campo do Parque Memorial Arcoverde, em Olinda.
Obs. Agora, a Série D nem parece tão longe assim. É quase a elite perto da Série X…
Quase que de forma secreta, começou ontem à noite o Campeonato Pernambucano da 2ª divisão. Ao todo, 15 clubes irão disputar a Série A-2 do Estadual (nome oficial da Segundona), e, assim como nos anos anteriores, o campeão e o vice irão garantir vaga para a Série A-1 de 2009. O maior destaque da competição será a presença do tradicional AméricaFutebol Clube (escudo ao lado), que já foi campeão da elite do Pernambucano em seis oportunidades (1918/1919, 1921/1922, 1927 e 1944).
Apesar de estar sediado na Estrada do Arraial, em Casa Amarela, o clube alviverde (que era conhecido há algum tempo como o “segundo time de todo pernambucano”) irá mandar os seus jogos no estádio Ferreira Lima, em Timbaúba (Zona da Mata). Aos 94 anos, o América – que já chegou a participar 4 vezes da Série B do Campeonato Brasileiro (72, 81, 89 e 91) – tenta, mais uma vez, se reerguer.
O Ameriquinha, aliás, começou muito bem. O time estreou vencendo o Ferroviário do Recife (rival de longa data) por 2 x 1.
Mais dois jogos abriram ontem a competição (que será dividida em 4 fases e terá 90 jogos):
1° de Maio 0 x 1 Afogadense
Cabense 1 x 0 Ferroviário (Cabo)
É inegável que essa competição é deficitária (com públicos entre 300 e 1.500 torcedores, desconsiderando possíveis ingressos promocionais). No entanto, essa ainda é a única forma de subir para a elite do nosso estado. Portanto, boa sorte a todos!
Você pode ler mais sobre a 2ª divisão do Pernambucano AQUI.
Campeões da Segundona do Pernambucano:
1977 – Maguari (Bonito) 1995 – Sete de Setembro 1996 – Flamengo (Arcoverde) 1997 – Ferroviário (Serra Talhada) 1998 – Unibol 1999 – Central 2000 – AGA (Garanhuns) 2001 – Petrolina 2002 – Itacuruba 2003 – Porto 2004 – Ypiranga 2005 – Estudantes (Timbaúba) 2006 – Vera Cruz 2007 – Salgueiro
O Clube de Regatas Vasco da Gama completa hoje 110 anos de fundação. O time carioca é o 2º mais antigo do país, entre os 20 participantes da Série A, atrás apenas do rival Flamengo, fundado em 1895. No entanto, os dois clubes foram criados como agremiações de remo, tanto que o time de futebol mais velho do país – reconhecido pela CBF – é o gaúcho Sport Club Rio Grande, fundado em 19 de julho de 1900, e campeão estadual uma vez (1936).
Vale ressaltar que o Rio Grande é o clube mais longevo em atividade, pois o primeiro do país foi mesmo o São Paulo AthleticClub (1888), criado por Charles Miller, que também introduziu o football association no Brasil, em 1894. Tudo isso, porém, é fichinha perto dos clubes mais velhos do mundo, até mesmo porque o esporte foi criado na Inglaterra década antes. Que o diga o Sheffield Football Club (escudo acima), fundado em 1857. O time é conhecido simplesmente como The Club, e foi reconhecido pela Fifa, em 2004, como o mais velho do planeta. O Sheffield recebeu, naquela ocasião, a comenda Ordem do Mérito Centenário, que apenas o Real Madrid possuía.
O lema do Sheffield é nada modesto (mas demonstra toda a sua tradição, é verdade): “Não é por uma equipe que você torce. É pelo futebol”. Hoje em dia, o clube disputa a liga Unibond South, que é nada menos que a 8ª divisão da Inglaterra.
Curiosidade: o campo do Sheffield é o Stadium of Bright, com capacidade para apenas 1.500 pessoas.
13/05/1888 – São Paulo Athletic (SP) – extinto
19/07/1900 – Rio Grande (RS)
11/08/1900 – Ponte Preta (SP)
E para quem pensa que o nome completo do Bochum – que adotou o futebol em 1938 – poderia ser algo como “Bochum Futebol Clube” ou “Associação Atlética Bochum”, na verdade é essa besteirinha aqui: Verein Für Leibersübungen Bochum Fussballgemeinschaft EV.
É inacreditável o novo horário que inventaram (ou reinventaram) para o futebol brasileiro. Por causa do guia eleitoral, que começou nesta semana, alguns jogos do Brasileirão marcados para as próximas quartas-feiras começarão às 22h. Isso mesmo, 22h. Esse, aliás, já foi o horário da partida Náutico 1 x 3 Fluminense, ontem à noite, nos Aflitos. Um horário ingrato para qualquer um envolvido na partida: jogadores, imprensa e, acima de tudo, o torcedor.
Trata-se de um horário que proíbe o torcedor com menos recursos de ir a um jogo. Seja pela falta de segurança do Grande Recife, ou pelo horário que a partida acabará: meia noite. O relógio já aponta o início do dia seguinte quando o torcedor começa a deixar o estádio, para caminhar alguns quarteirões até a parada de ônibus mais próxima, onde ainda irá esperar por um ônibus (num horário com menos coletivos nas ruas). Tem como um panorama assim não afastar a torcida do estádio?
E tudo isso apenas para que o jogo seja televisionado depois da novela. Alguém pode argumentar que antes do guia os jogos começavam às 21h45. Começavam sim, mas já era um absurdo. Mas o jogo da TV também já começou às 21h30, variando de acordo com a novela. E a desculpa é a mesma de sempre, a de que os clubes assinaram um contrato com uma rede de TV e precisam cumprí-lo. É verdade. Mas me impressiona saber que o torcedor comum nunca é levado em consideração nessa situação.
ISSO NÃO EXISTE.
Um jogo de futebol começando às 22h… Parece até o horário dos Jogos Olímpicos da China.
Muito contestado pela torcida, o atacante Enilton voltou a jogar pelo Sport ontem à noite, contra o Vitória, no Barradão. Após uma breve discussão na redação do Diario de Pernambuco após o anúncio de sua entrada (por causa da sua condição técnica, é claro), eu resolvi fazer um scout sobre a atuação do jogador. Ele entrou aos 22 minutos do 2° tempo, no lugar do não menos contestado Roger. Como o jogo ainda teve três minutos de acréscimo, Enilton ficou 27 minutos em campo.
Apesar de não ter sequer chutado a gol, Enilton entrou bem na partida e dominou seis das sete bolas – um índice bem superior ao que os leoninos estão acostumados a ver aqui no Recife. Apesar do 0 x 0 em Salvador, o Sport atuou de forma bem melhor do que na derrota de domingo, em casa, diante do Botafogo. Scout abaixo:
7 vezes acionado
6 domínios de bola
1 bola perdida
4 toques certos
2 toques errados
1 impedimento
NENHUMA finalização
Obs. Em 2008, o atacante jogou 39 vezes pelo Rubro-negro, e marcou apenas 8 gols (média de 0,20). Na Série A foram 12 jogos, e NENHUM gol.
Foto: Júlio Jacobina/DP. Curiosamente, aquele lance foi num gol marcado por Enilton, em 6 de abril, na vitória por 3 x 0 sobre o Serrano, na Ilha. Que sirva de inspiração para as próximas rodadas.