No Dia Internacional da Mulher, eis as homenagens de Náutico, Santa Cruz e Sport em 2016, através de suas páginas oficiais nas redes sociais.
Nada mais justo, com as mulheres cada vez mais presentes com os uniformes locais e nos estádios. Considerando a última divisão por sexo divulgada numa pesquisa de torcida no estado, da Plural Pesquisa em 2013, seriam quase dois milhões de mulheres apaixonadas pelo clubes da capital. Confira as projeções das torcidas femininas do Trio de Ferro em Pernambuco e no Recife, e o quanto elas representam no total de aficionados de cada agremiação.
Pernambuco (Plural 2013) Sport – 1.139.598 (53%) Santa Cruz – 494.519 (39%) Náutico – 329.642 (55%)
Total: 1.963.759, com a divisão Sport 58%, Santa 25% e Náutico 16%.
Recife (Plural 2015) Sport – 330.067 (52%) Santa Cruz – 214.438 (48%) Náutico – 78.251 (49%)
Total: 622.756, com a divisão Sport 53%, Santa 34% e Náutico 12%.
Em 30 de abril de 2007, a CBF divulgou o seu balanço financeiro referente ao exercício do ano anterior. Por sinal, 2006 foi a última temporada com prejuízo para a entidade, de R$ 22.133.000. E olhe que a confederação recebeu na ocasião um adiantamento da Isec, a International Sports Events Company, sobre os direitos dos amistosos da Seleção Brasileira por quatro anos. Desde então, ainda que a administração na entidade tenha seguido rigorosamente a mesma linha, com foco na seleção em detrimento dos clubes de futebol – a não ser para se manter no poder -, o lucro líquido em nove anos chegou a meio bilhão de reais! Mais precisamente, R$ 503 milhões.
O cenário não mudou nem mesmo com o conturbado 2015. Corrupção na Fifa, enfraquecimento político, negociações isoladas dos clubes, fuga de patrocinadores, troca de presidentes etc. Em relação ao balanço passado, o lucro subiu 41%, chegando a R$ 72.081.000. O faturamento com patrocínios caiu (5,5%), terminando em R$ 339.604.000, mas acabou “recompensado” com a redução das despesas administrativas, de R$ 167 mi para R$ 119 mi (28%).
O blog encontrou os saldos dos últimos nove balanços da confederação, todos positivos, totalizando R$ 503 milhões no período. Se no último déficit o faturamento anual foi de R$ 99 milhões, a parti dali o aumento foi considerável. Imagina-se o motivo de tanta vontade de permanecer na sede no Rio de Janeiro – mesmo sem estar na cadeira de fato. Não por acaso, fomenta-se o apoio, com R$ 123 milhões distribuídos no ano entre as 27 federações estaduais.
Lucro da CBF 2007 – R$ 10 milhões
2008 – R$ 32 milhões
2009 – R$ 72 milhões 2010 – R$ 83 milhões 2011 – R$ 73 milhões 2012 – R$ 55 milhões 2013 – R$ 55 milhões 2014 – R$ 51 milhões 2015 – R$ 72 milhões
Faturamento da CBF 2007 – R$ 114 milhões 2008 – R$ 152 milhões 2009 – R$ 233 milhões 2010 – R$ 271 milhões 2011 – R$ 313 milhões 2012 – R$ 360 milhões 2013 – R$ 436 milhões 2014 – R$ 519 milhões 2015 – R$ 518 milhões
A CBF é uma “pessoa jurídica de direito privado, de caráter desportivo, sem fins lucrativos, conforme os arts. 1º e 6º do seu Estatuto”. Há tempos, luta com todas as forças para manter tal status, sem uma regulação de fato.
O público de 7.041 pessoas no Clássico dos Clássicos chamou a atenção negativamente, ajudando a manter baixíssima a média do Campeonato Pernambucano de 2016. Com 78% dos jogos realizados, incluindo quatro clássicos, nenhum chegou a 15 mil espectadores, o que ajuda a explica a média atual de 1.739 pessoas, que seria a primeira da história abaixo de 2 mil – desde que a FPF passou a levantar os dados do borderô, em 1990.
A favor do torneio para um cenário um pouco melhor, o fato de ter terminado o hexagonal da permanência, cujo público total, em 30 partidas, foi 7.135, gerando um índice de 237. Os vinte jogos restantes do Estadual serão todos pelo hexagonal do título, incluindo dois clássicos, e pelo mata-mata.
No “campeonato das multidões”, cujo apelido ainda não faz tanto sentido nesta temporada, a liderança segue com o Sport, o único com média acima de 10 mil torcedores. Entretanto, o clube já disputou dois clássicos como mandante. Já em relação à arrecadação, com R$ 1,9 milhão, a FPF já recolheu R$ 155.121, fazendo valer a taxa de 8% sobre todas as bilheterias.
Dados atualizados até 7 de março, com a 6ª rodada do hexagonal do título e a 10ª rodada do hexagonal da permanência.
1º) Sport (3 jogos como mandante, na Ilha do Retiro) Público: 31.889 torcedores Média de 10.633 Taxa de ocupação: 38.75% Renda: R$ 679.217 Média: R$ 226.405
Presença contra intermediários (1 jogo): T: 2.786 / M: 2.786
2º) Santa Cruz (3 jogos como mandante, no Arruda) Público: 20.741 torcedores Média de 6.913 Taxa de ocupação: 13,68% Renda: R$ 205.030 Média de R$ 68.343 Presença contra intermediários (3 jogos): T: 20.741 / M: 6.913
3º) Náutico (3 jogos como mandante, na Arena) Público: 19.230 torcedores Média de 6.410 Taxa de ocupação: 13,98% Renda: R$ 482.845 Média de R$ 160.948
Presença contra intermediários (1 jogo): T: 2.893 / M: 2.893
4º) Salgueiro (3 jogos como mandante, no Cornélio de Barros) Público: 10.640 torcedores Média de 3.546 Taxa de ocupação: 29,38% Renda: R$ 32.972 Média: R$ 10.990
5º) Central (6 jogos como mandante, no Lacerdão) Público: 17.017 torcedores Média de 2.836 Taxa de ocupação: 14,18% Renda: R$ 333.675 Média de R$ 55.612
6º) América (5 jogos como mandante, sendo 3 no Ademir, 1 na Ilha e 1 no Arruda*) Público: 4.581 torcedores
Média de 916 Taxa de ocupação: 3,96% Renda: R$ 80.290 Média de R$ 16.058 * Ainda houve mais um jogo de portões fechados
Geral – 71 jogos (1ª fase, hexagonais do título e da permanência e mata-mata)*
Público total: 123.477
Média: 1.739 pessoas
Arrecadação: R$ 1.939.019
Média: R$ 27.310 * Foram realizadas 72 partidas, mas 1 jogo ocorreu de portões fechados.
Fase principal – 18 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 96.617
Média: 5.367 pessoas
Arrecadação: R$ 1.715.539
Média: R$ 95.307
As médias das fases principais anteriores (hexagonal do título e mata-mata): 2015 – 10.122 pessoas (38 jogos)
2014 – 11.859 pessoas (38 jogos)
A 6ª rodada do Estadual movimentou bastante os rankings de pênaltis e cartões vermelhos registrados na fase principal do torneio, o hexagonal do título. Se o jogo entre Santa e Central passou em branco (literalmente), nos outros dois ocorreram duas penalidades e duas expulsões. Com a marcação na arena, convertida por Ronaldo Alves (o zagueiro é o artilheiro), o Alvirrubro assumiu a lista de marcações a favor. No Sertão, o Mequinha seguiu a sina, cometendo a terceira infração na grande área. O goleiro Delone havia defendido as anteriores, mas desta vez não deu, com Nilson fechando o placar para o Carcará. Ainda entram na conta as expulsões do alvirrubro Gastón (injusta) e do alviverde Ewerton (segundo amarelo). Na média, um pênalti e uma expulsão por rodada…
Confira a atualização do blog após a 6ª rodada do Pernambucano 2016:
Pênaltis a favor (6) 3 pênaltis – Náutico
2 pênaltis – Salgueiro
1 pênalti – Santa Cruz Sem penalidade – Sport, Central e América
Salgueiro desperdiçou um pênalti
Santa Cruz desperdiçou um pênalti Náutico evitou uma penalidade e desperdiçou outra
América evitou duas penalidades
Pênaltis cometidos (6) 3 pênaltis – América
1 pênalti – Santa Cruz, Náutico e Sport Sem penalidade – Salgueiro e Central
Os 3.345 torcedores que foram ao Cornélio de Barros, no ensolarado domingo no Sertão, viram o Salgueiro golear o Mequinha e assumir a liderança do hexagonal, virtualmente classificado a mais uma semifinal do Pernambucano. Ultrapassou o Náutico pelo saldo (6 x 4), beneficiado pelo empate no Clássico dos Clássicos, com apenas 7.041 espectadores. Aliás, um público decepcionante na arena, mesmo com transmissão na tevê aberta. O borderô foi inferior, inclusive, ao insosso empate entre Santa e Central, com 9.116 torcedores no Arruda. O fim de semana também marcou o desfecho do hexagonal da permanência, com o rebaixamento do Porto, vice-campeão em 1997 e 1998, e do Pesqueira, que cai sem receber jogos de Santa e Sport.
Hoje, as semifinais seriam Salgueiro x Santa Cruz e Náutico x Sport.
Em 18 jogos nesta fase do #PE2016 saíram 38 gols, com média de 2,11. Em relação à artilharia, que a FPF considera apenas os dados do hexagonal e o mata-mata, Ronaldo Alves (Náutico) e Jhon (Salgueiro) lideram com 3 gols.
Santa Cruz 0 x 0 Central – Se no fim da Série B o Tricolor jogava “decisões”, o (mesmo) time agora atuar em “amistosos”. Sem pressa, sem objetividade.
Náutico 1 x 1 Sport – O resultado foi justo, com os dois times mostrando muita vontade. Tecnicamente, o clássico ficou devendo um pouco.
Salgueiro 3 x 0 América – Atual vice-campeão, o time sertanejo segue mostrando força no torneio local, liderando após 60% do hexagonal.
Destaque – Jhon. O centroavante revelado no Náutico marcou duas vezes, assumiu a artilharia e ajudou o Salgueiro a chegar na liderança.
Carcaça – José Woshington. Entrou na arena com a pressão natural de uma estreia em clássicos. Disciplinarmente, comprometeu a partida.
Próxima rodada 12/03 (17h00) – Sport x Central, Arena Pernambuco 13/03 (16h00) – Salgueiro x Santa Cruz, Cornélio de Barros 14/03 (20h30) – Náutico x América, Arena Pernambuco
A classificação atualizada do hexagonal do título após a 6ª rodada.
A classificação final do hexagonal da permanência após 10 rodadas.
O segundo Clássico dos Clássicos no ano foi bem mais disputado. Desta vez com dois times vivos numa partida franca na arena, sem tanta importância para a classificação de ambos, mas com a rivalidade presente. Se o Leão buscava a sexta vitória seguida no confronto, o Timbu queria recuperar a confiança da torcida, após a última apresentação. Tecnicamente, o jogo teve limitações, mas o destaque negativo ficou mesmo para o árbitro José Woshington. Estreante em clássicos, o carpinense de 27 anos fez apenas o seu quarto jogo no torneio. O juiz não agradou a ninguém no 1 x 1, sobretudo disciplinarmente.
No primeiro tempo, não quis conversa, tratando qualquer lance mais duro com cartão amarelo – se bem que o primeiro foi justo, com Lenis tentando simular um pênalti. No segundo, assinalou uma penalidade bem duvidosa de Matheus Ferraz em Caíque Valdívia, caindo antes do contato – na visão do blog. No fim, com os jogadores nervosos, já pela falta de critério nas faltas, Woshington encerrou a sua jornada dando um vermelho direto para Gastón, pra lá de injusto. Ele se enroscou com Samuel Xavier numa disputa de bola na lateral.
Voltando ao “jogo”, o Sport entrou com os seus três volantes, com Rithely, recuperado, sendo a surpresa. Se no primeiro duelo o trio dominou, desta vez foi diferente. Havia uma peça-chave de volta, Rodrigo Souza, que fortaleceu a marcação timbu e a saída de bola. Ainda assim o visitante começou se impondo e desperdiçando uma chance incrível. Após troca de passes, um cruzamento de Xavier para Xavier. De Samuel para Gabriel, livre, bater por cima. A partir daí, o Alvirrubro equilibrou e levou perigo à meta de Danilo Fernandes, sobretudo pela direita, com Walber (no lugar do improvisado, e machucado, Rafael) e Rony.
Apesar da intensidade, faltava espaço, com faltas, cartões e reclamações em interpretações distintas. Na segunda etapa, os gols. Aos 9, Ronaldo Alves se manteve 100% em pênaltis no ano, mandando no cantinho. Porém, a vantagem só durou cinco minutos, com Niel marcando contra – e o árbitro deu o gol a Rithely, que sequer estava no lance. Após a igualdade, o Sport se mostrou satisfeito, tentando encaixar contragolpes e evitando desgaste na maratona. Se o Náutico não chegou ao gol, ao menos mereceu os aplausos de sua torcida. Clássico dos Clássicos em 2016, agora, só num possível mata-mata…
Com 46.214 lugares, a Arena Pernambuco ainda não estabeleceu uma boa média de público nos jogos de clubes. Nos três primeiros anos de operação, o índice chegou a 1/4 da capacidade. Menos gente, menos receita e mais dificuldades para ao menos cobrir os custos de um empreendimento de alto nível. O relatório da Fundação Getúlio Vargas sobre o estádio, encomendado pelo governo do estado, traz projeções de público nas próximas décadas.
“O cenário base, que se estima possa ser obtido no futuro, partindo da observação passada dos dois anos de operação e da situação atual de realização de jogos e de receitas da Arena, além da consideração de alguns fatos trazidos à discussão pela Concessionária, e das possibilidades de desenvolvimento da região, resume-se a:”
Tido como provável, o “cenário base” foi dividido em três períodos, 2015-2019, 2019-2029 e a partir de 2029, sempre evoluindo, tanto no número partidas quanto no público. Se atualmente a FGV prevê, num ano, no máximo 8 jogos acima de 22 mil espectadores, no último quadro poderá chegar a 20. Para isso, espera-se soluções na mobilidade, também apresentadas no documento.
Outra análise interessante é a importância dos “season tickets”, com a compra de todos os jogos da temporada (de um clube mandante, no caso). Sairia de 1%, o dado atual quase desprezível, para 60% em dez anos e 90% em quinze. Será? Isso estaria atrelado a uma mudança de comportamento (e poder aquisitivo) do consumidor/torcedor. Claro, também há o cenário pessimista. Neste caso, o empreendimento continuaria recebendo no máximo 40 jogos por ano – o que resultaria num impacto considerável no faturamento.
Os três primeiros anos de futebol em São Lourenço tiveram como parceiro regular apenas o Náutico, com jogos esporádicos de Santa Cruz e Sport. Com uma estimativa futura de 60 partidas, espera-se o cenário imaginado já para o primeiro ano da operação, com as 20 principais partidas do Trio de Ferro.
Diante de uma adversário quase sem aspirações, com cinco derrotas seguidas, o Santa fez um primeiro tempo fraquíssimo no Arruda. Na verdade, o tricolores vinham de duas vitórias seguidas sem um futebol convincente. Essa desorganização tática, somada a uma certa apatia, acabou equilibrando um jogo sem perigo algum. Pior. Em alguns momentos a defesa coral se viu pressionada pelo trio de atacantes do Central, com mais de 100 anos somados. Após 45 minutos em branco, uma merecida vaia dos nove mil torcedores presentes.
O jogo, sofrível até então, melhorou um pouquinho na volta, mas os corais continuaram errando bastante. Um passo a mais, uma canelada, um posicionamento distante. Na beira do campo, a voz de Martelotte se perdia diante de tanta irritação na arquibancada. Ainda que o time tenha criado duas chances, ambas com Grafite, com uma boa defesa do goleiro e uma cabeçada na trave, nos descontos a espinha gelou, com o camisa 9 do patativa recebendo um ótimo passe de Araújo. Lourival ficou livre para marcar, mas furou.
Com o 0 x 0 mantido, mais vaias. Ok, foi o terceiro jogo seguido sem sofrer gols, mas a competitividade passa pelo balanço, com a criação agora opaca. Essa regularidade será necessária já na terça, pelo Nordestão, contra o Confiança.
A equipe técnica da Fundação Getúlio Vargas, contratada pelo governo do estado, passou quatro meses levantando todos os dados econômicos da Arena Pernambuco relacionados à sua operação, cujo contrato original (rompido) apontava 30 anos junto ao consórcio liderado pela Odebrecht. Finalizado pela FGV em 23 de dezembro, só agora, em 5 de março de 2016, foi publicado no Portal da Transparência. Trata-se de um calhamaço de 225 páginas.
O relatório econômico aponta um faturamento muito abaixo do previsto em contrato. Nos dois primeiros anos, apenas 20%, mostrando o quanto foi danoso o acordo na parceria público-privada. De julho de 2013 a junho de 2015, a receita projetada foi de R$ 226 milhões, com a receita obtida chegando a R$ 47 milhões.
A parceria público-privada (PPP) entre o governo do estado e o consórcio Arena Pernambuco Negócios e Participações, formado por duas empresas da Odebrecht, foi assinado em 15 de junho de 2010. Três meses depois o BNDES aprovou o crédito de R$ 400 milhões para financiar a construção do estádio. O gasto seria bem maior, as obras de mobilidade não seriam finalizadas, a Cidade da Copa ficaria no papel, o contrato de operação seria bem dispendioso (com balanços negativos de R$ 29,7 milhões em 2013 e R$ 24,4 milhões em 2014), além do claro esvaziamento nas partidas, com taxa de ocupação abaixo de 25%. Esse mesmo empreendimento ficou sob a mira da Polícia Federal, que apontou a construção como resultado de uma “organização criminosa”.
Pois é, bronca acumulada. Cinco anos e nove meses depois, o distrato. Em nota, o governador Paulo Câmara (secretário de planejamento na gestão de Eduardo Campos, o idealizador da arena) anunciou a rescisão, justificada em nove pontos, após o parecer da Fundação Getúlio Vargas, sugerindo a revisão, e do Tribunal de Contas do Estado, que apontou 21 irregularidades. Assim, foi encerrado um contrato previsto para 33 anos, entre construção e operação.
Obviamente, o caso irá à justiça. E será mais um entre governo e construtora, pois até o custo final da obra segue em discussão (502 mi x 743 mi). E o Náutico nessa situação? Há uma cláusula de extensão, que garante a continuidade do clube durante um período. Mas o contrato deve sair de cena, com o alvirrubro ficando atento às cláusulas rescisórias (com as indenizações).
Em negrito, observações do blog sobre a nota oficial do governo:
1) A Arena Pernambuco foi entregue em junho de 2013 e custou R$ 479.000.000,00 (base maio de 2009), tendo 75% da sua construção financiada pelo BNDES e sendo a mais barata entre as arenas construídas no Brasil, levando em conta a capacidade instalada; A mais barata numa visão sui generis… Na prática, o estádio segue sem valor, pois foi preciso antecipar a abertura em oito meses, o que encareceu a obra – a empreiteira alega um aumento de R$ 264 milhões, com o governo admitindo ao menos R$ 23 milhões. Uma câmara de arbitragem decidirá o valor final. Aí sim, saberemos se foi “a mais barata”.
2) Após a realização da Copa das Confederações, a Arena começou a ser operada pela concessionária Arena Pernambuco Negócios e Participações, a quem cabe a obrigação de explorar economicamente o empreendimento; Na ocasião, a Radial da Copa (acesso viário mais curto) não estava pronta, dificultando o acesso e, consequentemente, a exploração comercial.
3) Nesse período de exploração da Arena, o Governo do Estado de Pernambuco constatou que as receitas projetadas pela Concessionária não se confirmaram; Essa falha também é do estado, pois já na concepção parecia claro, uma vez que o governo atrelou o contrato à presença dos três clubes, com os 20 principais jogos de cada um. Como só o Náutico assinou, foi preciso fazer um aditivo, garantindo um faturamento mínimo de R$ 73 milhões por ano. Caso não fosse alcançado, o estado completaria. Ou seja, um contrato excepcional para o consórcio, com receita mínima garantida.
4) Diante da diferença entre as receitas estimadas e as realizadas, o Governo do Estado decidiu fazer uso do mecanismo de revisão contratual e encomendou à Fundação Getúlio Vargas (FGV) a análise do aspecto econômico do contrato, seus custos, suas receitas, apontando caminhos para a execução ou rescisão contratual, sempre com vistas a se obter a solução mais vantajosa ao interesse público; Ao mesmo tempo, o governo suspendeu o Todos com a Nota, que era uma das bases de faturamento da arena, tendo inclusive uma lei estadual obrigando os grandes clubes a atuar lá para seguir no programa.
5) O estudo da FGV sinalizou o que a equipe técnica do Governo do Estado já tinha constatado: que a frustração de receitas decorreu da subutilização do equipamento. Diante disso, o Governo decidiu rescindir o contrato; Pela lei, o contratado deve ser ressarcido do saldo devedor da obra, uma vez que o equipamento foi efetivamente construído, está em funcionamento e pertence a Pernambuco; A subutilização do equipamento também passa pela infraestrutura oferecida, muito aquém da anunciada. Em vez de ter uma estação de metrô a 700 metros, ficou a 2,5 km, sem volta nos jogos de meia noite. Três anos após a conclusão, os clubes seguem sem o BRT até a arena.
6) No entanto, enquanto não houver uma decisão definitiva dos órgãos de controle quanto ao valor total da obra, o Governo do Estado não efetuará nenhum pagamento; É o único estádio da Copa 2014 com valor total ainda desconhecido…
7) O Governo do Estado abrirá uma concorrência internacional para contratar uma nova empresa para a operação da Arena Pernambuco; Em coletiva, o presidente do Sport, João Humberto Martorelli, revelou em fevereiro de 2016 que um grupo holandês, que conversou com o clube, também estaria de olho no possível fim do contrato da arena.
8) Importante destacar que o contrato de concessão foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), na decisão de n.o 0101011/2011; Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e BNDES; Ou seja, passou pelo crivo de muita gente sem que ninguém se desse conta do tamanho da despesa que o estado teria na operação…
9) A análise encomendada pelo Governo do Estado de Pernambuco à Fundação Getúlio Vargas está disponível no Portal da Transparência.
Atualização. O consórcio divulgou uma nota sucinta (como sempre):
“A Arena Pernambuco esclarece que até o momento não recebeu qualquer notificação do Governo do Estado de Pernambuco formalizando a decisão de rescindir o contrato de concessão. Há uma arbitragem e uma negociação em curso com o poder concedente para a revisão dos termos do contrato. A concessionária esclarece que não tomou conhecimento do relatório final da Fundação Getúlio Vargas.”